18 resultados para Single Health System
em Universidade Federal do Pará
Resumo:
Esta Dissertao tematiza sobre as ouvidorias de sade pblica como um espao de participao cidad na gesto administrativa, indagando se acontece uma relao dialgica entre governo, medicina e sociedade, na perspectiva de aproximao da gesto e servios prestados pela sade pblica, de acordo com a Poltica de Humanizao do SUS. A hiptese norteadora do estudo a de que com a participao popular, atravs das ouvidorias, so produzidas transformaes nas prticas desempenhadas pelos diferentes atores na configurao das prticas no cuidado em sade, em aproximao com os princpios e estratgias de Humanizao do Sistema nico de Sade, com capacidade de tensionar os papis constitudos no contexto biomdico que se constituiu como predominante, a partir dos fins do sculo XVII. Objetiva identificar as contribuies efetivas da atuao das ouvidorias de sade pblica, na construo e execuo de novas prticas da sade, de acordo com a PNH. Foi desenvolvida em quatro captulos, que tratam da participao social e da histria das ouvidorias de sade pblica, no Brasil, do SUS e da Poltica de Humanizao na Sade,da pesquisa propriamente dita e as consideraes finais. A investigao, com desenho qualitativo e exploratrio, visa a conhecer, descrever e compreender a realidade da poltica de humanizao nas instituies de sade pblica no estado do Par, por intermdio das demandas das ouvidorias em um processo de ampliao de mecanismos democrticos de controle social das polticas pblicas de sade. Entre os resultados alcanados nesta pesquisa, cita-se que as Ouvidorias de Sade Pblica tm o claro compromisso de se tornarem instituies de excelncia e cumprirem o seu papel na promoo do dilogo entre o estado, a medicina e a sociedade. Quanto a esse processo colaborar na construo de novas prticas em sade, no se identificam grandes efetividades, porm, serve como valor simblico de representatividade de acessibilidade de comunicao e dilogo sem burocracia entre sociedade e gesto pblica significativa. Observa-se a necessidade da gesto da sade pblica, no sentido de se organizar em suas vrias instncias.
Resumo:
Aborda as temticas da violncia e das polticas pblicas concebidas para a proteo mulher. A pesquisa se prende em duas gestes no Municpio de Belm, concentra seu foco de anlise nas polticas de Sade, Assistncia Social e Justia. O objetivo avaliar o desempenho dos gestores, um do Partido da Frente Liberal (tipificado do ponto de vista ideolgico como Partido de Direita) e outro do Partido dos Trabalhadores (caracterizado como Partido de Esquerda) no tocante proteo social mulher. A abordagem da temtica baseia-se em pesquisa bibliogrfica e documental, neste ltimo adotando como fonte principal os relatrios anuais de atividades e as mensagens dos respectivos gestores Cmara Municipal de Belm. A anlise comparativa sobre o desempenho dos prefeitos na conduo das polticas pblicas destacadas, aponta para uma discreta vantagem da gesto do PT notadamente nas polticas de Sade e de Assistncia Social. Cabe, porm, ressalvar que o avano nestas polticas coincide e est condicionado a implantao dos SUS e do sistema descentralizado e participativo da assistncia social, que ocorre de forma federada sob a coordenao das instncias do governo federal.
Resumo:
Esta dissertao versa sobre o papel da Ouvidoria no Hospital Ophir Loyola a partir das informaes contidas nas manifestaes dos usurios do servio. Trata-se de uma pesquisa retrospectiva, realizada entre os anos de 2008 a 2010, de cunho exploratrio-descritivo, baseada na anlise de documentos oriundos do servio. Tem por objetivo geral analisar em que medida a Ouvidoria cumpriu as suas atribuies quanto s manifestaes dos usurios do HOL. Visa tambm identificar quais as principais manifestaes de insatisfao apontadas pelos usurios da ouvidoria que prejudicam a dinmica do atendimento, e, ainda, verificar como a gesto do HOL responde as manifestaes dos usurios da ouvidoria, no sentido de atender individual ou coletivamente as suas necessidades. O instrumento utilizado foi um roteiro de coleta de dados, inspirado em um modelo desenvolvido por Falco (2010) em pesquisa semelhante, dentro da seguinte composio: manifestaes relacionadas esfera da gesto hospitalar e manifestaes relacionadas esfera da gesto do Sistema nico de Sade (SUS). Dentro da esfera da gesto hospitalar, as manifestaes foram assim distribudas: denncia, reclamao, solicitao, informao, elogio e sugesto, para cada um dos eixos de composio. Para a esfera da gesto do SUS, foram adotadas apenas: a reclamao, a solicitao e a informao, devido no terem tido ocorrncias nas demais categorias. A amostra selecionada foi de 398 registros do servio de ouvidoria. Contudo, no decorrer da pesquisa identificou-se que um registro gerava manifestao nas duas esferas de gesto, hospitalar e do SUS, o que gerou um acrscimo de 46 ocorrncias, passando para 444, destas 81% contempla a esfera da gesto hospitalar e apenas 19%, a gesto do SUS. Quanto aos resultados, o estudo constatou que 50% das manifestaes no foram atendidas no seu pleito, dessas, 8% esto relacionadas s no respondidas e 42% refere-se s respostas no satisfatrias, no entanto, esse dado chama ateno para o fato de a ouvidoria dar respostas, mesmo que no alcance o pleito desejado, principalmente quando este se relaciona gesto do SUS, pela ingerncia da gesto nesse processo. Com relao aos 50% restantes, 188 equivalem s respostas satisfatrias do pleito, destes 94% contemplam a solues individuais e somente 6% (11 manifestaes), alcanaram a coletividade, e apenas duas destas provocaram mudana de ordem gerencial. Desta forma, conclui-se que a ouvidoria do HOL no conseguiu cumprir as sua atribuies institucionais devido ao comportamento da gesto frente s informaes geradas no servio de ouvidoria mostrar-se pontual, com resolues individuais e no voltado para a coletividade, no sentido de realinhar os entraves que prejudicam o desenvolvimento da assistncia, sinalizados pelo usurio e promover a aprendizagem. Nesse sentido, o objetivo geral de analisar em que medida a Ouvidoria cumpriu as suas atribuies quanto s manifestaes dos usurios do HOL foi alcanado.
Resumo:
Ao longo das ltimas dcadas diversos pases, inclusive o Brasil tm implementado polticas de ateno em sade mental, baseadas no elemento central comum de alterao do eixo da ateno do hospital para a comunidade, objetivando a continuidade do cuidado e a ateno integral, um processo de se costuma denominar de Reforma Psiquitrica. Buscando compreender qual o modelo de assistncia aplicado no Par entre 2007 e 2010, o tradicional, manicomial ou o da reforma psiquitrica e quais os resultados da poltica em termos de impacto? esta pesquisa foi realizada, a partir de uma reviso bibliogrfica sobre os processos de reforma psiquitrica em vrios pases da Europa, da Amrica Latina sem perder de vista as especificidades do Brasil e do Par e uma anlise sobre o papel do Estado, das polticas pblicas sociais, dentre elas a poltica pblica de Sade e o Sistema nico de Sade, alm de anlise de documentos e entrevistas com os executores das polticas. Como resultados foram observados avanos na poltica de sade mental entre 2007 e 2010, tais como aumento (96%) no nmero de servios, ainda que com a efetividade questionada tanto pela gesto quanto pelo movimento social, alm de um estabelecimento de canal de dilogo entre gesto e movimento social atravs de conselhos gestores, ouvidorias internas e eventos de capacitao diversos. Por outro lado, os problemas estruturais persistem e de acordo com a anlise efetuada tm relao com o contexto poltico-econmico vivenciado pelo Brasil de aprofundamento das desigualdades sociais e da negao dos direitos sociais, econmicos, culturais e ambientais institudos na Constituio de 1988. Fica evidenciada, assim, a consolidao do processo de globalizao neoliberal, com aes voltadas para a estabilidade econmica e focalizao de polticas pblicas sociais. Como alternativa a essa situao a autora apresenta o ponto de vista de que o SUS um sistema em construo e que o desafio posto na atual conjuntura que tenha por objetivo superar as profundas desigualdades sociais atravs de um movimento de massas que retome as propostas de superao da crise e avance em propostas concretas.
Resumo:
A estratgia de Ateno Integrada s doenas Prevalentes na Infncia (AIDPI) consiste em reduzir a mortalidade e morbidade infantil mediante a adaptao de um enfoque que inclui, melhorar os sistemas de sade, a capacidade dos trabalhadores de sade, e as prticas familiares e comunitrias, por meio de educao dos pais ou responsveis sobre o conhecimento dos sinais de alarme na doena diarrica. Com o objetivo de avaliar o conhecimento das mes ou responsveis sobre os sinais de alarme na diarria aguda, foram coletadas informaes de 174 mes ou responsveis por crianas menores de cinco anos com diarria aguda no Hospital Infantil Cosme e Damio de Porto Velho - Rondnia, no perodo de maro a maio de 2001, utilizando-se o formulrio padro do AIDPI. Os resultados mostraram que 64,36% das mes desconhecem os sinais de alarme na diarria aguda, 59,20% das mes fornecem pouco alimento durante um processo diarrico, 92% das mes conhecem que se deve administrar maior quantidade de lquidos na diarria aguda. Considerando os achados do presente trabalho consideramos vlida a aplicao da estratgia do AIDPI no Hospital Infantil Cosme e Damio de Porto Velho.
Resumo:
A febre tifide doena infecciosa de distribuio mundial e, estando estreitamente relacionada com baixos nveis scio-econmicos, ocorre com maior freqncia nos pases em desenvolvimento. Neste trabalho apresentada a experincia do Instituto Evandro Chagas (IEe) com essa doena desde 1987 at 2004, perodo no qual se construiu uma casustica de 443 casos, todos diagnosticados por meio do isolamento da Salmonella Typhi no sangue e/ou nas fezes, sendo alguns deles complementados com a reao soro lgica de Widal. Os casos foram procedentes de Belm e do interior do Estado, ora encaminhados ao IEC pelas respectivas unidades do Sistema nico de Sade para esclarecimento diagnstico de sndrome febril, a maioria de curso prolongado, aqui designados como "demanda espontnea", ora detectados por ocasio da investigao de surtos ocorridos em localidades do interior. Discutiram-se aspectos relacionados apresentao clnica, com nfase s manifestaes atpicas; distribuio por gnero e faixa etria; sazonalidade; e distribuio por rea de procedncia, identificando-se os municpios de maior prevalncia, e a distribuio por bairros, em relao aos casos procedentes de Belm. Foram discutidos, tambm, aspectos relacionados ao diagnstico laboratorial com nfase aplicao dos mtodos de cultivo (coprocultura e hemocultura) comparando o rendimento delas em relao ao tempo de doena e a relao dessas provas com a reao de Widal, comparando o valor desta como mtodo auxiliar ou complementar no diagnstico da doena. As anlises estatsticas foram realizadas por meio do programa Bio Estat verso 3.0, aplicando-se o teste do qui-quadrado e teste "G" e a significncia estatstica foi aceita ao nvel de 95%. Os resultados nos permitiram tirar as seguintes concluses: 1) em situaes de normalidade epidemiolgica a febre tifide acomete mais a faixa etria do adulto jovem, enquanto que, nas situaes epidmicas, a faixa etria mais atingida a infantil; 2) existem homogeneidade entre as amostras provenientes dos casos de surtos e da demanda espontnea quanto distribuio dos gneros, sendo que o masculino est mais exposta febre tifide; 3) no interior do Estado a doena se mostrou mais freqente nas regies onde se concentra maior nmero de populaes ribeirinhas e, em relao capital, ela mostra a maior prevalncia no bairro do Jurunas; 4) a enfermidade tem um perfil sazonal, que mostra a maior ocorrncia na segunda metade do ano, favorecida provavelmente por fatores geo-climticos e culturais; 5) a febre tifide constitui srio problema de sade pblica no Estado do Par, confirmando sua estreita relao com os elevados nveis de pobreza; 6) a frmula leucocitria revelou padro normal ou leucocitose em maior percentual em relao leucopenia; 7) na abordagem laboratorial no se deve prescindir dos ensaios que visam ao isolamento em detrimento do teste sorolgico, e a coprocultura e a hemocultura devem ser solicitadas em todos os casos sem se levar em conta o tempo de evoluo do quadro clnico; 8) em nossa regio, nas reas onde no h disponibilidade das provas de cultivo a reao de Widal pode ser uma alternativa de valor diagnstico; 9) enfermidade de curso clnico prolongado e com manifestaes clnicas atpicas (pneumonias e hepatite colesttica) cujos sinais/sintomas, quando presentes, devem suscitar a suspeita por parte do investigador; 10) nas regies de elevada endemicidade, a febre tifide pode causar um impacto negativo na economia tanto pelos custos gerados com exames laboratoriais, tratamento, hospitalizaes e eventuais intervenes cirrgicas, como por afastar o trabalhador do seu posto de trabalho por um perodo de tempo prolongado.
Resumo:
O estudo ora apresentado analisa a representao biossocial de pessoas com Anemia Falciforme (AF) no Estado do Par, agravo entendido como um fenmeno biocultural por envolver aspectos evolutivos, genticos, ambientais, socioeconmicos e culturais da vivncia cotidiana dos indivduos acometidos pela sndrome. A investigao aborda as sociabilidades de quarenta (40) interlocutores com AF, representando cerca de 10% dos pacientes em tratamento na Fundao Hemopa (Belm), centro de referncia em doenas hematolgicas do Estado, englobando a sua situao de vulnerabilidade social, suas percepes de Sade e Doena, os tratamentos complementares (folk medicine), diagnstico, estigmas, preconceitos, tabus e dificuldades de acesso e acessibilidade aos servios do SUS com os quais eles convivem rotineiramente. A metodologia compreensiva e a anlise de contedo revelam as experincias prximas dos sujeitos que diariamente convivem com as instabilidades da enfermidade. A vivncia da doena, elaborada atravs das relaes sociais, conversas, percepes e enredamentos familiares e extrafamiliares do grupo em questo, que em seu conjunto organiza sua vida social de modo sui gneris, foram os principais dados revelados, considerando a dor fsica e psicolgica representada pelo corpo adoecido. O habitus em relao ao estilo de vida dos sujeitos um recorte que engloba a natureza tnico-racial da AF, ainda entendida como doena que vem do negro e que necessita ser desmistificada pelos profissionais de sade que os assistem no dia-a-dia em ambulatrios de todo o Estado. Concluo sugerindo que a AF uma doena que est atrelada aos Determinantes Sociais em Sade, incorporando as diversas suscetibilidades dos interlocutores, que necessitam de maior sensibilidade poltica e dos setores de ateno bsica sade para que as pessoas que compartilham as vicissitudes da AF possam ser includas socialmente.
Resumo:
Esta pesquisa tem como objeto de estudo a demanda individual e coletiva da populao de Ananindeua que procurou o atendimento do Ministrio Pblico da Comarca, especificamente da Promotoria de Justia de Direitos Constitucionais, expondo suas reclamaes quanto ao atendimento prestado pela poltica pblica de sade local. O texto procurou focar o atendimento sade enquanto direito social constitucionalizado pela Carta Constitucional Brasileira de 1988. Optou-se por um estudo de natureza quantitativa e qualitativa. Para efeito da pesquisa, foram utilizados os dados de todas as fichas de atendimento ao pblico da Promotoria de Direitos Constitucionais relativas aos anos de 2007 a 2009. De acordo com os resultados obtidos, possvel verificar que a efetivao do direito social sade no Brasil, constitucionalizado como direito de obrigao prestacional pelo Estado pela Carta de 1988, em todos os nveis federativos tem encontrado entraves de diversas naturezas, seja no mbito poltico, relativo priorizao na agenda das polticas pblicas,assim como, pelas dificuldades de ordem oramentrio-financeira, operacional e administrativa.O Sistema nico de Sade no Municpio padece de comprometimentos em seu nvel de resolubilidade, o que agrava o acesso e usufruto da populao ao atendimento sade.
Resumo:
Nesta dissertao discute-se a ouvidoria pblica brasileira quanto mecanismo de defesa dos direitos dos cidados, especificamente a Ouvidoria do Sistema nico de Sade (SUS) no estado do Par e se esta constitui-se enquanto um instrumento de gesto participativa, conforme preconiza o Ministrio da Sade. No estudo observaram-se os processos de implantao, implementao e descentralizao no mbito da gesto estadual da poltica pblica no estado do Par. Adotou-se abordagem qualitativa que possibilitou investigao dos processos de relaes sociais, cujos dados puderam ser obtidos atravs de documentos e entrevistas com os sujeitos envolvidos no tema em questo. Evidencia-se que a ouvidoria pblica, como qualquer aparelho estatal um espao de luta poltica, desta forma teceu-se consideraes sobre o Estado a partir de Marx, Gramsci e Poulantzas, destacando a reforma sofrida pelo Estado brasileiro dos anos 1990, a qual Behring caracterizou de contrarreforma por conta de sua tendncia a amortizar direitos sociais e trabalhistas j conquistados. Em seguida apresentam-se pontos de vista diferente em relao chamada democracia participativa que pode se identificar tanto com o pensamento liberal reformado ou colocar-se na perspectiva transformadora da sociedade por meio da radicalizao da democracia. Embasado na matriz terica marxista analisa-se a literatura existente sobre a ouvidoria pblica e apresenta-se a Poltica Nacional de Gesto Estratgica e Participativa do SUS, cuja ouvidoria um dos seus elementos. Os resultados mostraram que a forma como a Ouvidoria do SUS foi concebida e a concepo de participao adotada por esta a qual limitase a um mero instrumento de aferio da satisfao dos usurios so sem dvida os principais obstculos para que a Ouvidoria seja, de fato, um instrumento de gesto participativa.
Resumo:
Um cuidado em sade que vise a integralidade em suas aes e propostas deve levar em considerao os contextos singulares de vida da populao e de cada pessoa em particular, se observadas as consideraes da bibliografia especializada. Sabe-se que o Brasil um pas que apresenta um grave quadro de desigualdade social e o conhecimento da diversidade cultural existente entre os grupos sociais que co-existem em nosso pas fundamental para a realizao de um cuidado em sade integral com a populao. O objetivo deste estudo foi compreender se e de que forma os elementos considerados importantes para a produo de sade no contexto de vulnerabilidade social no Brasil esto sendo levados em conta na produo acadmica da rea da psicologia. Para isso, foram analisados textos presentes na Biblioteca Virtual em Sade, a partir da relao psicologia e SUS, totalizando 37 estudos. A importncia de uma prtica contextualizada foi evidenciada, porm no houve em nenhum dos textos a descrio das especificidades dos contextos familiares em situao de pobreza, sinalizando que este conhecimento no est disponvel na rea e que saberes de reas distintas da sade so fundamentais para um cuidado integral em sade. A integralidade, o trabalho em equipe e a preveno e promoo sade so elementos significativos nas produes, porm podemos perceber que estas diretrizes encontram-se ainda no plano da reflexo e verbalizao, de um modo geral no traduzindo-se em prticas profissionais. Os desafios que distanciam a prtica dos profissionais da psicologia e as diretrizes do SUS resumem-se em uma formao voltada para o atendimento clnico individual e a consequente prtica descontextualizada, voltada para a psicoterapia. Outros desafios assinalados foram formas de organizao do prprio SUS e a desconsiderao deste profissional como generalista nas polticas de sade. O conceito de resilincia de um modo geral no est presente nos estudos, mas a presena de elementos importantes para promover a autonomia dos indivduos demonstra que formas de fortalecer os indivduos foram considerados importantes. Foram analisadas tambm as estratgias de educao: formao acadmica e Educao Permanente em Sade (EPS). Observou-se que a discusso sobre a formao est presente na maioria dos textos e que mudanas tmidas j foram constatadas buscando aproximar a rea da realidade do SUS. A EPS no um fator significativo nos estudos, e seu potencial ainda no foi explorado no que concerne a psicologia.
Resumo:
Este estudo avalia a implantao e desenvolvimento do Servio de Planto Psicolgico em um Centro de Terapia Intensiva - CTI de um hospital universitrio vinculado a rede pblica de sade, na capital paraense. O servio foi disponibilizado aos familiares de pacientes internados e demais membros da equipe de sade intensivista, funcionando na antessala do referido setor, duas vezes por semana, durante quatro meses. Alicerado sob os pilares da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) buscou-se compreender os pressupostos terico-metodolgicos que fundamentam essa modalidade de cuidado, as especificidades do setting no que se referem aos objetivos, aes e funes do plantonista, assim como, as urgncias reveladas neste contexto. Para tanto, elegeu-se como mtodo do estudo a pesquisa qualitativa de base fenomenolgica, sendo avaliadas as trajetrias do semear e germinar do Planto Psicolgico. So analisados seis casos clnicos, os quais lanam luz sobre essa modalidade de ateno psicolgica no CTI. Quanto ao perfil da clientela atendida se observou que essa foi composta predominantemente por familiares, mulheres entre 20 a 75 anos, em mdia com o Ensino Fundamental e renda de um salrio mnimo mensal. Os resultados indicam a necessidade e viabilidade da oferta do Planto Psicolgico no CTI, as demandas urgentes por auxlio psicolgico, desveladas nos sentidos que os clientes atriburam as suas experincias, tais como, medo de que o familiar falea, sensao de abandono do familiar, culpa por no poder permanecer ao seu lado, tristeza intensa em razo do estado de sade ou quando do bito, entre outros. Dois tipos de atendimentos foram, naturalmente, criados: o individual e o grupal, sendo consideradas as especificidades das demandas. Ressalta-se tambm quanto a esta modalidade a disponibilizao do pronto atendimento as urgncias, acolhimento e estmulo a comunicao. Portanto, considera-se que a oferta do Planto Psicolgico no CTI revelou-se necessria como um espao de cuidado psquico aceito, utilizado e legitimado pelos clientes, alm de se configurar em dois momentos distintos, antes e aps s visitas, sendo que no primeiro destes, destacam-se as intervenes voltadas ao acolhimento e fortalecimento da organizao do self, enquanto no segundo, aquelas voltadas a ajudar os clientes na ressignificao de suas experincias ameaadoras e a reorganizao do self.
Resumo:
O cncer do trato gastrointestinal tem sua importncia no perfil de mortalidade do Brasil, estando entre os dez mais incidentes do pas. A deteco precoce garante uma melhor qualidade de vida para os doentes oncolgicos, porm frequentemente estes chegam aos centros de tratamento em fase avanada da doena. O estudo objetiva investigar as dificuldades de acesso ao diagnstico e tratamento para os pacientes com cncer gastrointestinal atendidos pelo Sistema nico de Sade. Com este intuito, realizou-se uma pesquisa observacional descritiva e sob a forma de um questionrio foram coletados dados de pacientes em tratamento em dois hospitais pblicos de Belm, no perodo de maro a junho de 2013. Preencheram os critrios de incluso 122 pacientes que foram agrupados em diferentes trajetrias de atendimento. Alm disso, foram tambm obtidas informaes registradas nos pronturios desses pacientes. A anlise dos dados demonstrou que o diagnstico da doena em 68,1% foi realizado pelo mdico generalista; a maior dificuldade, nessa fase, foi o acesso ao diagnstico gerando gastos com exames, pois a maioria dos pacientes (68,9%) no realizou exames especializados atravs do Sistema nico de Sade, mas com recursos prprios. Nos centros/ unidades de referncia em oncologia, as dificuldades relatadas por 56 pacientes comeam com a marcao da consulta mdica, ocorrendo demora do agendamento pela instituio para 94,6% desses doentes. A falta de leito para internao foi apontada como o maior entrave (54.4%) para iniciar a teraputica cirrgica, particularmente para o cncer gstrico e de clon e reto. A anlise das trajetrias percorridas pelos doentes, desde o inicio dos sintomas at o atendimento na unidade de referncia, revela que o diagnstico da doena em 50% dos pacientes ocorreu somente aps 10 meses do inicio dos sintomas, e o tratamento iniciou s depois de 90 dias do diagnstico. O tempo que os pacientes permanecem sintomticos sem um diagnstico impacta negativamente no prognstico. Nesta pesquisa, os casos de cncer gstrico e de clon e reto foram diagnosticados tardiamente (estdio IV e IIIB) e, por conseguinte o tratamento no ocorreu no prazo desejvel.
Resumo:
Apresentamos um novo mtodo de inverso linear bidimensional de dados gravimtricos produzidos por bacias sedimentares com relevo do embasamento descontnuo. O mtodo desenvolvido utiliza um modelo interpretativo formado por um conjunto de fitas horizontais bidimensionais justapostas cujas espessuras so os parmetros a serem estimados. O contraste de densidade entre o embasamento e os sedimentos presumido constante e conhecido. As estimativas das espessuras foram estabilizadas com o funcional da Variao Total (VT) que permite solues apresentando descontinuidades locais no relevo do embasamento. As estimativas do relevo so obtidas atravs da resoluo de um sistema de equaes lineares, resolvido na norma L<sub>1</sub>. Como mtodos lineares subestimam as estimativas de profundidade do embasamento de bacias maiores que cerca de 500 m, amplificamos as estimativas de profundidade atravs da modificao da matriz associada ao modelo interpretativo de fitas. As estimativas obtidas atravs deste procedimento so em geral ligeiramente superestimadas. Desse modo, elas so corrigidas atravs de uma correo definida pela expresso da placa Bouguer. Testes em dados sintticos e reais produziram resultados comparveis aos produzidos pelo mtodo no linear, mas exigiram menor tempo computacional. A razo R entre os tempos exigidos pelo mtodo no linear e o mtodo proposto cresce com o nmero de observaes e parmetros. Por exemplo, para 60 observaes e 60 parmetros, R igual a 4, enquanto para 2500 observaes e 2500 parmetros R cresce para 16,8. O mtodo proposto e o mtodo de inverso no linear foram aplicados tambm em dados reais do Steptoe Valley, Nevada, Estados Unidos, e da ponte do POEMA, no Campus do Guam em Belm, produzindo solues similares s obtidas com o mtodo no linear exigindo menor tempo computacional.
Resumo:
A neoplasia gstrica doena heterognea e multifatorial, com incidncia e mortalidade variando geograficamente. Aproximadamente 60% dos diagnsticos em pacientes de pases ocidentais ocorrem nos estdios III ou IV. Nestes doentes, o melhor tratamento consiste na realizao de procedimento cirrgico. OBJETIVO: Identificar os aspectos epidemiolgicos de pacientes diagnosticados com adenocarcinoma gstrico T4b. MTODOS: Estudo observacional, transversal, retrospectivo, de fonte secundria, dos pacientes diagnosticados com adenocarcinoma gstrico T4b atravs de estadiamento patolgico. Foram analisados 815 pronturios, sendo 27 pacientes estudados. As variveis investigadas foram: aspectos demogrficos, principais queixas, fatores de risco, acesso ao servio de sade, aspectos cirrgicos, morbidade, mortalidade e sobrevida. RESULTADOS: Vinte e dois eram homens (81,5%) e cinco mulheres (18,5%) com idade variando de 38 a 87 e mdia de 58,78 anos. O tempo de acesso ao servio, em meses, variou de 1 a 120, com mdia de 12,5. Os sinais e sintomas mais prevalentes foram: perda de peso 23 (85,2%), epigastralgia 22 (81,5%), vmitos 16 (59,3%) e plenitude gstrica 12 (44,4%). A frequncia de acometimento das estruturas adjacentes foi: pncreas oito (29,6%), fgado sete (25,9%), clon transverso seis (22,2%), intestino delgado seis (22,2%), mesoclon trs (11,1%), bao um (3,7%) e vescula biliar um (3,7%). Morbidades ps-operatrias ocorreram em 51,85% dos pacientes. Houve associao significativa entre mortalidade cirrgica e ocorrncia de fstula/deiscncia, choque sptico e sangramento. A sobrevida ao final de seis meses foi de 63,27%. CONCLUSO: A mdia do tempo entre incio dos sintomas e acesso ao servio de sade especializado foi elevada. Mais da metade dos pacientes apresentaram morbidades ps-operatrias. Os pacientes que apresentaram fstula/deiscncia, sangramentos e choque sptico tiveram associao significativa com mortalidade cirrgica. A sobrevida ao final de seis meses foi de 63,27%.
Resumo:
O artigo traz uma abordagem sobre as aes coletivas de participao nos conselhos municipais de sade. A pesquisa que o fundamenta teve como objetivo verificar a atuao dos conselheiros nos conselhos municipais de sade da Regio Metropolitana de Belm (PA). Foi utilizado levantamento documental (perodo 2005 a 2010), entrevistas estruturadas com conselheiros e observaes em sesses de reunies dos conselhos de trs municpios. Foi construdo um indicador de trs nveis de participao com base nas funes legais dos conselhos de sade, tendo como fundamento analtico a teoria dos grupos sociais. Os resultados indicam que as aes dos conselhos so marcadas por cooptao de conselheiros, definio de agendas deliberativas por parte de representantes da gesto, predominando os interesses individuais dos conselheiros sobre os interesses coletivos nas deliberaes. Concluiu que tais comportamentos contrariam os princpios do Sistema nico de Sade - SUS e fragiliza a imagem social dos conselhos, alm de abrir uma nova perspectiva de anlise.