13 resultados para Serviço de saúde mental comunitário

em Universidade Federal do Pará


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A interface trabalho e loucura tm sido construda e reconstruda ao longo da histria, diante disto, o uso do trabalho no se constitui uma novidade no campo da saúde mental, ele est relacionado ao nascimento da psiquiatria, em um contexto de transformaes das relaes de produo, com a justificativa e finalidade de controle social, explorao de mo de obra e tratamento moral.No entanto, a partir do Processo de Reforma Psiquitrica o trabalho entra em cena sob novas perspectivas. Nesse sentido, o presente estudo aborda a relao entre as polticas de saúde mental em que o trabalho associado economia solidria, a fim de compreender o sentido atribudo ao trabalho relacionado, buscando identificar suas prticas de insero socioprodutiva e como incorporado ao campo da saúde mental no Estado do Par. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com base em entrevistas, observaes in locos, levantamento de material documental e institucional. Paralelamente, efetivouse o tratamento do material recolhido, com o intuito de ordenar os dados obtidos, de evidenciar as experincias observadas por meios das oficinas de trabalho e/ou produo desenvolvidas nos serviços substitutivos, bem como, por meio das associaes e cooperativas. Obteve-se como resultado as atividades sociais e produtivas relacionadas saúde mental fazem parte dos serviços desenvolvidos nos CAPS, mas tambm so incentivadas a partir desses espaos como o caso da Brilho e Luz, nica associao de pessoas com transtornos mentais. Malgrado, se mostrarem incipientes e frgeis em sua constituio, necessitando de infraestrutura adequada e recursos, portanto, sem possibilidade de autonomia e independncia em relao aos seus parceiros, principalmente governamentais, verifiquem-se aspectos positivos no mbito individual das pessoas inseridas. Importa ressaltar que so experincias recentes no Brasil, sobretudo, no estado do Par enquanto polticas pblicas de saúde mental em interface com a economia solidria, constituindo-se em um processo em construo.

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Inserido no contexto das relaes estabelecidas entre saúde mental e trabalho, este estudo tem por objetivo analisar as vivncias de sofrimento psquico dos servidores responsveis pela execuo dos serviços socioassistenciais da rede de Proteo Social da FUNPAPA, enfatizando as estratgias que desenvolvem para realizar o seu trabalho de forma a colocarem-se no mbito da normalidade. Pautado nas contribuies da psicodinmica do trabalho e nos referenciais do campo da saúde do trabalhador, o enfoque terico-metodolgico desta pesquisa consiste em uma abordagem qualitativa, cuja coleta de dados envolveu entrevistas individuais semi-estruturadas e observao participante. A anlise dos dados, realizada atravs da tcnica de anlise de contedo, apontou aspectos relacionados s condies de trabalho e organizao do trabalho atuando como desencadeantes de vivncias de sofrimento psquico, as quais se expressam em ansiedade, insatisfao, medo, tdio, repugnncia, dentre outras manifestaes. Os aspectos relacionados s ms condies de trabalho que desencadeiam o sofrimento psquico dos servidores da FUNPAPA so: espao fsico sem a adaptao necessria para o atendimento dos usurios, equipamentos obsoletos e/ou com funcionamento defeituoso, escala de veculos irregular e condies ambientais insalubres devido infiltraes constantes. Como elementos constituintes da organizao do trabalho que funcionam como determinantes do sofrimento psquico vivenciado pelos servidores da FUNPAPA podemos citar: o atendimento aos usurios, a capacitao profissional inadequada ao trabalho que desenvolvem, a avaliao de desempenho, a ausncia de reconhecimento social, o quantitativo reduzido de servidores, a rede socioassistencial deficitria e a impotncia diante dos limites da poltica de assistncia social para fazer frente s demandas sociais postas a esses servidores. Para lidar com as vivncias de sofrimento psquico de modo a evitar a doena e a loucura esses servidores adotam estratgias de defesa de proteo, incluindo: a racionalizao, a religiosidade, os laos de confiana e solidariedade, o absentesmo, a antecipao das frias, o investimento em atividades desenvolvidas fora da jornada de trabalho, o trabalho itinerante na comunidade e a busca de solues alternativas para tornar o ambiente fsico o mais acolhedor possvel. Desta forma, a estrutura deste trabalho abrange trs momentos: a referncia emprica, o aporte terico e a discusso dos resultados, respectivamente. Por ltimo, guisa de concluso, so apontadas algumas notas para subsidiar uma proposta de promoo da saúde mental no trabalho.

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Estudos sobre saúde mental na adolescncia destacam este tema como questo relevante, pois essa faixa etria, alm de constituir-se como uma grande parcela da populao que precisa e no procura atendimento, identificada como um grupo etrio vulnervel e de risco. A famlia e a escola tm sido consideradas como fatores de proteo saúde mental de adolescentes. Sendo assim, precisa-se pensar em formas de interveno mais eficazes, considerando o contexto familiar, cultural e social destes indivduos. O objetivo do estudo foi investigar percepes sobre saúde e doena mental de adolescentes de escola pblica e de escola privada na cidade de Belm-PA, bem como as principais redes de apoio e estratgias de cuidado utilizadas pelos adolescentes. Realizou-se um estudo transversal, do tipo quantitativo, no qual participaram 60 adolescentes, de ambos os sexos, e seus cuidadores. Os adolescentes tinham idades entre 12 a 17 anos, sendo 30 alunos de escola pblica, localizada em um bairro perifrico, e 30 de escola privada, localizada em um bairro central, na cidade de Belm-PA. Os cuidadores eram do sexo feminino, com idade entre 25 a 57 anos. Como instrumentos foram utilizados: roteiro de entrevista familiar, roteiro de entrevista com os coordenadores das escolas e questionrio sobre saúde e doena mental e sobre serviços de saúde (verso para adolescente). Os resultados dos questionrios foram analisados preferencialmente pelo teste do Qui-quadrado e o teste G para amostras independentes. Todo o processamento estatstico foi realizado no software BioEstat verso 5.2. Os resultados obtidos nas entrevistas permitiram a anlise de aspectos socioeconmicos e de fatores de risco e de proteo na famlia dos adolescentes. Os resultados obtidos com os questionrios revelaram que as percepes dos adolescentes da escola pblica acerca da saúde mental estavam associadas a no ser to sensvel/frgil e a pensar positivo, ser otimista. Na escola privada, estavam associadas a sentir-se equilibrado e ser algo muito importante. Quanto s percepes de doena mental, na escola pblica estavam relacionadas ao momento em que o corpo no est bem e a quando profissionais aconselham um tratamento; na escola privada, a ter sentimentos feridos e ser algo que no se percebe logo. Com relao origem das ideias sobre saúde/doena mental, no houve real diferena entre os grupos. No que tange religio, houve discordncia apenas em relao a cura da doena mental. Como estratgia de enfrentamento, na escola pblica esta esteve relacionada a falar com algum sobre o problema enquanto na escola privada os adolescentes relataram que no procuravam ajuda. A me foi apontada como principal na busca de ajuda pelos adolescentes da escola pblica; na escola particular, a principal referncia foi o mdico da famlia. A principal barreira para os adolescentes da escola pblica no acesso ao serviço de saúde mental foi no saber o que o psiclogo/psiquiatra vai fazer com ele, e na escola privada foi no querer ser gozado/caoado. Nos dois grupos, os principais problemas em saúde mental relatados foram problemas na escola e de comportamento. Os adolescentes de escola privada responderam que somente s vezes sentem-se sozinhos e felizes, enquanto na escola pblica, os adolescentes afirmaram que sempre estiveram de bom humor e satisfeitos com a vida. Discute-se a necessidade de promover fatores de proteo saúde mental de adolescentes.

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Ao longo das ltimas dcadas diversos pases, inclusive o Brasil tm implementado polticas de ateno em saúde mental, baseadas no elemento central comum de alterao do eixo da ateno do hospital para a comunidade, objetivando a continuidade do cuidado e a ateno integral, um processo de se costuma denominar de Reforma Psiquitrica. Buscando compreender qual o modelo de assistncia aplicado no Par entre 2007 e 2010, o tradicional, manicomial ou o da reforma psiquitrica e quais os resultados da poltica em termos de impacto? esta pesquisa foi realizada, a partir de uma reviso bibliogrfica sobre os processos de reforma psiquitrica em vrios pases da Europa, da Amrica Latina sem perder de vista as especificidades do Brasil e do Par e uma anlise sobre o papel do Estado, das polticas pblicas sociais, dentre elas a poltica pblica de Saúde e o Sistema nico de Saúde, alm de anlise de documentos e entrevistas com os executores das polticas. Como resultados foram observados avanos na poltica de saúde mental entre 2007 e 2010, tais como aumento (96%) no nmero de serviços, ainda que com a efetividade questionada tanto pela gesto quanto pelo movimento social, alm de um estabelecimento de canal de dilogo entre gesto e movimento social atravs de conselhos gestores, ouvidorias internas e eventos de capacitao diversos. Por outro lado, os problemas estruturais persistem e de acordo com a anlise efetuada tm relao com o contexto poltico-econmico vivenciado pelo Brasil de aprofundamento das desigualdades sociais e da negao dos direitos sociais, econmicos, culturais e ambientais institudos na Constituio de 1988. Fica evidenciada, assim, a consolidao do processo de globalizao neoliberal, com aes voltadas para a estabilidade econmica e focalizao de polticas pblicas sociais. Como alternativa a essa situao a autora apresenta o ponto de vista de que o SUS um sistema em construo e que o desafio posto na atual conjuntura que tenha por objetivo superar as profundas desigualdades sociais atravs de um movimento de massas que retome as propostas de superao da crise e avance em propostas concretas.

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A interao entre os Poderes Executivo e Legislativo no processo de produo de polticas pblicas apresenta contornos diversificados, que variam segundo as regras inerentes ao sistema poltico, as estratgias adotadas por esses atores polticos e a capacidade dos grupos sociais organizados de influenciar as decises polticas relativas a polticas pblicas. No h, portanto, um padro nico de interao entre esses Poderes no processo decisrio de polticas pblicas. No sistema poltico brasileiro o Executivo e o Legislativo so os responsveis diretos pelo encargo estatal de editar polticas pblicas, da o objetivo deste trabalho de investigar, sob o enfoque neoinstitucionalista, as bases da interao entre esses Poderes na produo da nova poltica nacional de saúde mental, no perodo de 1989 a 2001, seu perodo de consolidao normativa, em meio correlao de foras que se costuma estabelecer entre eles no processo decisrio de polticas pblicas. A Constituio Federal de 1988, que estabelece como um dever do Estado a formulao de polticas pblicas que promovam, protejam e recuperem a saúde das pessoas, fortaleceu o papel do Congresso enquanto arena decisria de polticas pblicas, mas o Executivo acaba por imprimir uma dinamicidade prpria ao processo de produo de polticas pblicas, fazendo uso de instrumentos institucionais diversos que podem at excluir o Parlamento do processo decisrio.

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Objetivo: analisar os conceitos e percepes que adolescentes e seus cuidadores possuem sobre saúde mental e serviços de saúde em seu contexto ecolgico e investigar as barreiras de acesso assistncia saúde mental vivenciadas. Mtodo: trata-se de estudo exploratrio e analtico em amostra de convenincia obtida no perodo de outubro de 2009 a junho de 2010, com 100 adolescentes e 100 cuidadores, no municpio de Belm-PA, em dois contextos clnicos pblicos, sendo um ambulatrio especializado em saúde mental e um geral e dois contextos escolares, sendo um pblico e um privado. Utilizou-se questionrios estruturados, para investigar diferentes dimenses envolvidas nas temticas saúde, famlia, bem-estar e condies de vida, seguidos de anlise estatstica, com tcnicas de anlise da varincia e correlacional. Resultados: a mdia das idades dos adolescentes foi de 14,47 (DP 1,90) anos, sendo 58% feminino; o tipo de problema de saúde mental relatado pela maioria foram problemas na escola (21,9%); o profissional mais frequentemente procurado foi o psiclogo (59,4%). No que tange as concepes de saúde mental, adolescentes e cuidadores deram importncia ao comportamento de abster-se de drogas; quanto s concepes de doena mental, ambos, conceberam como algo a ser considerado com seriedade; ambos concordaram que a religio contribui para a saúde/doena mental e revelaram a primazia da me na busca de ajuda; no que tange as estratgias de coping os adolescentes lidavam de forma semelhante com os problemas de saúde mental em suas vidas; adolescentes e cuidadores possuam uma viso estigmatizada do profissional de saúde e temores de discriminao principalmente pelos pares; quanto ao tratamento real ou imaginado ambos revelaram concepes favorveis das terapias como fonte de ajuda e espao privilegiado para expressar a prpria opinio e em qualquer dos casos, a me revelou-se como a principal pessoa a contribuir na busca de ajuda especializada. As variveis que revelaram a procedncia das concepes sobre saúde/doena mental e as estratgias empregadas na manuteno da saúde mental da famlia mostraram diferenas entre os contextos investigados; no que tange ao auto conceito, os adolescentes da escola privada mostraram maior auto-congruncia entre o self real e o ideal comparativamente os demais contextos; os cuidadores revelaram auto-congruncia maior na escola pblica. Quanto s perspectivas que o adolescente tem sobre a famlia revelaram identificaes reais mais frequentes nos quatro contextos com a me, seguidas da av/av; quanto aos modelos de identificao familiar nos contextos clnicos e escola privada maior com a me; na escola pblica maior com o pai; foi observado discrepncia da perspectiva do cuidador acerca do conceito sobre o adolescente. Para a maioria dos adolescentes e cuidadores as condies de saúde foram classificadas de "boas" a "excelentes". A auto-avaliao do bem-estar dos adolescentes na amostra geral mostrou que, em sua maioria, sentiam-se muito satisfeitos, totalmente cheios de energia, divertiam-se e tiveram boa relao com os professores; na viso dos cuidadores, a maioria de seus adolescentes sentiam-se muito satisfeitos com a vida, utilizavam seu tempo livre divertindo-se com amigos e deram maior importncia aos sentimentos de bem-estar com relao ao desempenho fsico. Concluses: so evidenciadas as semelhanas e diferenas entre adolescentes e cuidadores nas amostras clnicos e escolares que podem subsidiar aes preventivas de saúde contextualizadas para a cidade de Belm.

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Pesquisa qualitativa de abordagem Fenomenolgica, que utilizou como referencial terico-metodolgico a filosofia de Martin Heidegger expressa em sua obra Ser e Tempo. Estudo realizado na Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal do Par no segundo semestre de 2013 e teve como objetivo revelar os sentidos e sentimentos que os docentes enfermeiros do segundo e do terceiro semestres do curso de graduao em enfermagem da UFPA expressam sobre a saúde mental no cotidiano de ser docente. Participaram dessa pesquisa nove enfermeiros docentes das atividades curriculares Introduo a Enfermagem (3) Ateno Integral a Saúde da Mulher, Criana e Adolescente (2), Ateno Integral a Saúde do Idoso (2), Processo Educativo I (1) e Exerccio Profissional (1). O expresso pelos docentes foi captado por meio da entrevista fenomenolgica agendada com cada docente e analisado pela instncia ntica que diz respeito compreenso vaga e mediana. Cinco Unidades de Significados emergiram: US1 saúde mental fenmeno natural que se manifesta na liberdade para o modo de ser e estar com o outro numa relao equilibrada. US2 a significao da saúde mental como essncia das experincias vividas manifestada na possibilidade de acesso s coisas do mundo. US3 saúde mental revela-se no cotidiano da prtica em enfermagem nas diferentes fases da vida numa ocupao simplesmente dada. US4 saúde mental manifestada no processo de formao como acontecimento secundrio. US5 o modo de ser docente em sua experincia de vida influencia as relaes com o outro no processo de formao. O revelado no estudo, por meio do que foi falado, percebido e vivido, expressa que a preocupao com a saúde mental um acontecimento, no entanto esta no se constitui como possibilidades, ou seja, no h uma ocupao antecipada da saúde mental como contedo formal desta ou daquela Atividade Curricular. possvel que o docente em seu modo de ser possa abrir-se ao novo, lanar-se no mundo e promover mudanas no cotidiano da formao de enfermeiros, ocupando-se da saúde mental, pois mesmo sem o contedo presente nos planos de ensino h o reconhecimento de sua existncia e de sua importncia na temporalidade da vida das pessoas.

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Objetivo: Apresentar uma reviso atualizada sobre a influncia ambiental na saúde mental da criana, os principais fatores de risco e medidas prticas para interveno pelo pediatra. Fontes dos dados: Foram utilizadas para a reviso as principais bases de dados, MEDLINE, Psyclit e Lilacs, livros tcnicos e publicaes relevantes na rea de desenvolvimento e promoo da saúde mental da criana e adolescente. Sntese dos dados: As crianas esto expostas a mltiplos riscos, entre os quais o de apresentarem uma alta prevalncia de doenas, o de nascerem de gestaes desfavorveis e/ou incompletas e o de viverem em condies socioeconmicas adversas. Tal cadeia de eventos negativos faz com que essas crianas tenham maior chance de apresentar problemas emocionais. Os resultados negativos no desenvolvimento e comportamento so produzidos pela combinao de fatores de risco genticos, biolgicos, psicolgicos, e ambientais, envolvendo interaes complexas entre eles. Os fatores mais fortemente associados com a saúde mental da criana so o ambiente social e psicolgico, influenciando mais do que as caractersticas intrnsecas do indivduo. O efeito cumulativo de risco mais importante na determinao de problemas emocionais da criana do que a presena de um estressor nico, independente de sua magnitude. Concluso: Os fatores ambientais tem um papel importante na gnese dos problemas emocionais da criana e papel do pediatra atravs de uma prtica clnica adequada a identificao e interveno precoce nos fatores de risco para o desenvolvimento desses distrbios.

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A presente dissertao tem o objetivo de discutir a relao entre um dos novos serviços de interveno e cuidados sobre a loucura, o Centro de Ateno Psicossocial (CAPS), e o olhar psiquitrico que se construiu ao longo do sculo XIX. O CAPS, amparado pelos preceitos da Reforma Psiquitrica Brasileira, visa, tal como outros dispositivos, combater o modelo asilar de assistncia loucura que se deu ao longo dos sculos, sobretudo sustentado, a partir do perodo moderno, no discurso psiquitrico que tomou a loucura como objeto de seu saber, transformando-a em doena mental. O mtodo utilizado para investigao foi a observao participante que se deu atravs da presena direta da pesquisadora no campo de estudo, descrevendo os elementos que circunscreveram o objeto de pesquisa, tais como: oficinas teraputicas, grupos de psicologia e de famlia, acolhimento, assembleias e demais atividades, coletivas ou individuais, que fazem parte da dinmica prpria do serviço investigado. Inicia com a descrio do objeto, CAPS II: Santa Izabel, desde sua implantao no municpio de Santa Izabel do Par, em 2001, at suas configuraes atuais. Em seguida fundamenta os preceitos da Reforma Psiquitrica que regulamentam ideologicamente este serviço, situando as referncias histricas que culminaram neste movimento reformista, a partir das contribuies tericas foucaultianas sobre o poder psiquitrico e transformao da loucura em doena, bem como referencia demais autores que se apropriaram desta temtica no contexto europeu, brasileiro e paraense. A Psicanlise tomada, nesta dissertao, como uma possibilidade de apostar no sujeito possvel de advir e existir, destacando as contribuies de Freud e Lacan sobre a teoria psicanaltica da psicose. Finaliza com anlise dos dados coletados, aproximados ao referencial bibliogrfico, demonstrando que, apesar do CAPS propor a ruptura com o modelo asilar institudo pelo saber psiquitrico, naquele sculo, vrias aes que se sustentam nesse objetivo, atualizam prticas asilares que, ao invs de darem um novo lugar loucura, reeditam o enclausuramento imposto aos sujeitos que vivenciavam tal experincia subjetiva. Conclui que o CAPS precisa problematizar e relativizar as exigncias regulamentadas pela Reforma e por sua lei, para conseguir resistir ao saber medicalizante que se faz tanto presente quanto antes, e assim conseguir reinventar prticas, conceitos, e modos de existncia loucura.

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O presente trabalho consiste em uma pesquisa qualitativa que analisou a implicao nos pais quando do encaminhamento do filho assistncia psicolgica O estudo foi realizado no Centro de Ateno Psicossocial Saúde da Infncia na cidade de Macap/AP, se utilizou de um entendimento psicanaltico e se deu a partir de seis entrevistas semi-estruturadas com casais que tiveram seus filhos encaminhados por terceiros (escola, mdicos, nutricionistas entre outros) para acompanhamento psicolgico. As entrevistas foram posteriormente transcritas na ntegra e submetidas Anlise de Contedo segundo Bardin (1977). O critrio para a participao na pesquisa foi que os pais tivessem filhos na faixa etria de 6 a 11 anos de idade e de que os casais possussem vnculo estvel. Verificou-se que os casais utilizaram-se de comparaes dos filhos com o desenvolvimento de outras crianas para melhor lidarem com a possibilidade de ausncia de saúde psquica do filho deflagrada pelo encaminhamento psicolgico do mesmo. Alm disso, demonstraram sentimentos ambivalentes em relao ao encaminhamento como alegria e choque, relatos de estranhamento e esvaziamento quanto compreenso das motivaes que levaram formalizao do encaminhamento. Apesar dos pais terem identificado uma necessidade de auxlio profissional precocemente, nenhum dos entrevistados buscou o serviço espontaneamente e mesmo aps o encaminhamento os discursos sobre normalidade em relao ao filho permaneceram como forma de buscar uma confirmao de saúde ou doena. Observou-se que todos os casais lanaram mo de modos de enfrentamento para com o mal estar causado pelo encaminhamento psicolgico do filho e, especialmente, para suportarem os contedos latentes que se tornaram mais prximos a partir do encaminhamento. Entre as formas de enfrentamento, destacou-se o pedido de ajuda, este ocorreu por parte de todos os casais que por vezes, durante as entrevistas, comportaram-se como rivais na solicitao de auxlio, manifestaram sensao de sobrecarga frente aos cuidados da criana que diziam respeito, sobretudo, a aspectos internos (psquicos), assim como culpa pela atual situao do filho, desamparo profissional e emocional, bem como uma tentativa de negao e normalizao dos aspectos relativos ao desenvolvimento da criana. Foi visvel a forma desorganizada e imprecisa com que os discursos apresentaram-se, especialmente, quanto nomeao dos sintomas dos filhos, e quanto aos seus sentimentos em relao denncia representada pelo encaminhamento psicolgico. O encaminhamento psicolgico, apesar de ter despertado sentimentos ambivalentes, foi fundamental para que os pais tenham buscado auxlio profissional e certamente, impulsionou os casais a uma compreenso mais ampla das condies de saúde psquica e de desenvolvimento do filho e de si mesmos, um reconhecimento necessrio, que sinaliza sua relevncia no campo da saúde, em especial a saúde mental, no que se refere preveno e tratamento psicolgico.

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A Saúde do trabalhador pode ser entendida como uma condio concreta e dinmica da qual o trabalhador dispe para traar e perseguir seus objetivos em direo ao bem-estar fsico, psquico e social, sendo influenciada pelas condies e organizao do trabalho no contexto ao qual est inserido. Este estudo teve como objetivo verificar e analisar o processo de trabalho no sistema Prisional e de que forma podem estar influenciando nos modos de subjetivao dos trabalhadores prisionais do Par, possibilitando a ocorrncia de sofrimento psquico. Constitui-se em um estudo de caso com abordagem qualitativa que teve como instrumento de pesquisa a observao participante ou direta com entrevistas semi-estruturadas com os servidores prisionais selecionados. A anlise do processo de trabalho e as formas que podem influenciar nos modos de subjetivao do servidor prisional para que este se mantenha saudvel ou doente, foram baseados na interpretao dos resultados, que foram consubstanciados nos dados coletados na entrevista e na observao participante, na escuta e na interpretao das falas dos trabalhadores do Centro de Recuperao de Castanhal de acordo com a abordagem da Psicodinmica do Trabalho, por ser uma clnica que busca desenvolver o campo da saúde mental e trabalho. Os principais resultados foram: (I) que o estabelecimento penal apresentou condies de infra-estrutura inadequadas e precrias, necessitando de reformas constantes, falta de equipamentos para desenvolver o trabalho, o nmero insuficiente de recursos humanos e a convivncia com a superlotao prisional, que no difere do restante das prises brasileiras. (II) o processo de trabalho observado exaustivo, pelo nmero insuficiente de recursos humanos, carga horria exaustiva e cobrana para desenvolver um bom trabalho mesmo diante das condies encontradas. (III) servidores penitencirios vulnerveis e expostos ao sofrimento psquico pela condio do trabalho; pelo tipo de vnculo trabalhista temporrio que a grande maioria se encontra; pelo estigma e desvalorizao neste tipo de trabalho. Onde estes para manterem-se saudveis diante das ameaas do meio utilizam-se de estratgias defensivas, como o afastamento subjetivo, em que o servidor deixa de pensar e falar sobre o trabalho. (IV) Diante do exposto sobre a condio e dinmica do trabalho vejo um otimismo por parte dos servidores, quanto possibilidade de construir-se um processo de saúde do trabalhador no sistema carcerrio brasileiro, acreditando na implementao de polticas pblicas viveis, para o sistema penitencirio, proporcionando ao trabalhador melhores condies de saúde.

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A adeso farmacoterapia em diversas doenas crnicas, especialmente na hipertenso arterial (HAS), tem grande importncia para a preveno, diminuio e controle de agravos e complicaes, desta forma reduzindo a morbi-mortalidade cardiovascular. Avaliar os fatores modificveis e no modificveis, que contribuam para uma melhor adeso ao tratamento medicamentoso em pacientes do distrito DAGUA, em Belm-PA, pode servir como base para qualificao da assistncia farmacutica, gesto clnica, polticas pblicas, aes e planos nos serviços de saúde pblica com o intuito de melhorar a adeso dos pacientes. Foi realizado um estudo descritivo observacional de natureza transversal e anlise quantitativa com amostra probabilstica de 227 pacientes, cadastrados no programa HIPERDIA, no perodo de maro de 2010 agosto de 2011, onde avaliou-se o conhecimento e o grau de adeso a terapia medicamentosa utilizando os testes de Morisky e Green (TMG) e ao teste de Batalla relacionando s variveis socioeconmicas, estilo de vida, esquipe e serviço de saúde e fatores relacionados ao paciente. A populao estudada foi caracterizada predominantemente por mulheres (69,5%), faixa etria a partir de 60 anos (44,5%), pardos (48%), casados (44,9%), aposentados (43,6%) e com grau de escolaridade baixa, sendo (55,1%) com ensino fundamental incompleto. Do total de indivduos (63,46%) apresentaram presso arterial no controlada. No aderiam ao tratamento (66,9%) de acordo com o teste de Morisky e Green e (72,38%) pelo teste de Batalla.

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O interesse deste estudo foi, de modo geral, poder identificar como o modelo privatista influenciou as aes da poltica pblica de saúde no Brasil, como se deram os impactos da poltica macroeconmica neste sentido. Um dos pontos chave a ser verificado gira em torno da desigualdade de acesso da populao ao serviço de saúde, com a no concretizao da universalidade, gerando um processo denominado universalizao excludente. Esse processo que consiste na migrao de usurios do SUS para as operadoras de planos de saúde privados contribui para a mudana da racionalidade da saúde como direito para a racionalidade da eficincia, a racionalidade burguesa. Parte-se do referencial da Reforma Sanitria brasileira, como um marco da luta dos movimentos sociais pela democratizao no pas e como ponto inicial do reconhecimento da saúde enquanto direito de todos e dever do Estado, buscando fazer um resgate histrico deste movimento. Tem, ainda, como referncia o pressuposto da minimizao da atuao do Estado no trato s polticas sociais e a interferncia direta de grandes organismos financeiros internacionais na conduo do modo de fazer poltica de saúde, a exemplo do Banco Mundial. Esta consiste em uma pesquisa qualitativa, de cunho terico, com o objetivo de proporcionar subsdios para a discusso do tema da poltica de saúde no Brasil, bem como promover e ampliar o debate terico acerca da funo que o Estado desempenha no modo de pensar e executar essa poltica.