Perspectivas de adolescentes e cuidadores sobre saúde mental e serviços


Autoria(s): RODRIGUES, Silvia Maués Santos
Contribuinte(s)

PEDROSO, Janari da Silva

Data(s)

27/06/2014

27/06/2014

2011

01/03/2011

Resumo

Objetivo: analisar os conceitos e percepções que adolescentes e seus cuidadores possuem sobre saúde mental e serviços de saúde em seu contexto ecológico e investigar as barreiras de acesso à assistência à saúde mental vivenciadas. Método: trata-se de estudo exploratório e analítico em amostra de conveniência obtida no período de outubro de 2009 a junho de 2010, com 100 adolescentes e 100 cuidadores, no município de Belém-PA, em dois contextos clínicos públicos, sendo um ambulatório especializado em saúde mental e um geral e dois contextos escolares, sendo um público e um privado. Utilizou-se questionários estruturados, para investigar diferentes dimensões envolvidas nas temáticas saúde, família, bem-estar e condições de vida, seguidos de análise estatística, com técnicas de análise da variância e correlacional. Resultados: a média das idades dos adolescentes foi de 14,47 (DP 1,90) anos, sendo 58% feminino; o tipo de problema de saúde mental relatado pela maioria foram problemas na escola (21,9%); o profissional mais frequentemente procurado foi o psicólogo (59,4%). No que tange as concepções de saúde mental, adolescentes e cuidadores deram importância ao comportamento de abster-se de drogas; quanto às concepções de doença mental, ambos, conceberam como algo a ser considerado com seriedade; ambos concordaram que a religião contribui para a saúde/doença mental e revelaram a primazia da mãe na busca de ajuda; no que tange as estratégias de coping os adolescentes lidavam de forma semelhante com os problemas de saúde mental em suas vidas; adolescentes e cuidadores possuíam uma visão estigmatizada do profissional de saúde e temores de discriminação principalmente pelos pares; quanto ao tratamento real ou imaginado ambos revelaram concepções favoráveis das terapias como fonte de ajuda e espaço privilegiado para expressar a própria opinião e em qualquer dos casos, a mãe revelou-se como a principal pessoa a contribuir na busca de ajuda especializada. As variáveis que revelaram a procedência das concepções sobre saúde/doença mental e as estratégias empregadas na manutenção da saúde mental da família mostraram diferenças entre os contextos investigados; no que tange ao auto conceito, os adolescentes da escola privada mostraram maior auto-congruência entre o self real e o ideal comparativamente os demais contextos; os cuidadores revelaram auto-congruência maior na escola pública. Quanto às perspectivas que o adolescente tem sobre a família revelaram identificações reais mais frequentes nos quatro contextos com a mãe, seguidas da avó/avô; quanto aos modelos de identificação familiar nos contextos clínicos e escola privada é maior com a mãe; na escola pública é maior com o pai; foi observado discrepância da perspectiva do cuidador acerca do conceito sobre o adolescente. Para a maioria dos adolescentes e cuidadores as condições de saúde foram classificadas de "boas" a "excelentes". A auto-avaliação do bem-estar dos adolescentes na amostra geral mostrou que, em sua maioria, sentiam-se muito satisfeitos, totalmente cheios de energia, divertiam-se e tiveram boa relação com os professores; na visão dos cuidadores, a maioria de seus adolescentes sentiam-se muito satisfeitos com a vida, utilizavam seu tempo livre divertindo-se com amigos e deram maior importância aos sentimentos de bem-estar com relação ao desempenho físico. Conclusões: são evidenciadas as semelhanças e diferenças entre adolescentes e cuidadores nas amostras clínicos e escolares que podem subsidiar ações preventivas de saúde contextualizadas para a cidade de Belém.

ABSTRACT: Objective: to analyze the concepts and perceptions that adolescents and their caregivers have on mental health and health services in their ecological context and investigate the barriers to access to mental health care experiences. Method: it is an exploratory and analytical study with a convenience sample obtained from October 2009 to June 2010 with 100 adolescents and 100 caregivers in the city of Belem, Brazil, in two public clinical settings, a mental health specialized one and other general, and two school contexts, one public and one private. It was used structured questionnaires to investigate different dimensions involved in health issues, family welfare and living conditions, followed by statistical analysis with technical analysis of variance and correlation. Results: the average age of adolescents was 14.47 (SD 1.90) years, 58% female, the kind of mental health problem reported by the majority were in trouble at school (21.9%), the most frequently professional sought was a psychologist (59.4%). Regarding the concepts of mental health, adolescents and their caregivers gave importance to the behavior of abstaining themselves from drugs; as the conceptions of mental illness, both conceived as something to be seriously considered, both agreed that religion contributes to health/ mental disease and revealed the primacy of the mother in search of help; regarding the coping strategies adolescents similarly dealt with mental health problems in their lives, adolescents and caregivers had a stigmatized vision of health professionals and fear discrimination primarily by peers; regarding the treatment both showed real or imagined conception in favor of therapies as a source of help and privileged position to express their own opinion and in any case, the mother turned out to be the main person who contribute to the search specialized help. The variables that showed the merits of different conceptions of mental health / illness and the strategies employed in maintaining the mental health of the family showed differences between the contexts investigated, with respect to self-concept, the private school students showed higher self-congruence between the real and ideal self compared to other contexts; caregivers showed higher self-congruence in public school. As for the prospects that adolescents have about the family real identifications revealed more frequent in the four contexts with the mother, followed by the grandmother/grandfather; as the model family identification in clinical settings and private schools is higher with the mother, in public school is higher with the father; was observed discrepancy from the perspective of the caregiver about the self concept of the teenager. For most adolescents and caregivers health conditions were rated "good" to "excellent." Self-assessment of well-being of adolescents in the overall sample showed that most of them felt very satisfied, totally full of energy, enjoying themselves and had a good relationship with the teachers; in the view of caregivers, most their teens felt very satisfied with life, used his free time hanging out with friends and gave more importance to feelings of well-being in relation to physical performance. Conclusions: are highlighted similarities and differences between adolescents and caregivers in school and clinical samples that can support preventive health actions in context to the city of Belem.

Identificador

RODRIGUES, Silvia Maués Santos. Perspectivas de adolescentes e cuidadores sobre saúde mental e serviços. 2011. 331 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Pará, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Belém, 2011. Programa de Pós-Graduação em Psicologia.

http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/5175

Idioma(s)

por

Direitos

Open Access

Palavras-Chave #Psicologia do adolescente #Saúde da família #Saúde do adolescente #Cuidadores #Saúde mental #Família (Sociologia) #Acesso aos serviços de saúde #Belém - PA #Pará - Estado #Amazônia Brasileira
Tipo

masterThesis