22 resultados para Catástrofes naturais
em Universidade Federal do Pará
Resumo:
Este trabalho avalia os efeitos dos desastres naturais ao desempenho oramentrio do Governo do Estado do Par no perodo de 2000 a 2012, atravs da anlise de correlao do nmero de decretos de Situao de Emergncia ou Estado de Calamidade Pblica com: a) a eficincia oramentria de reas prioritrias Gesto de Riscos Naturais; e b) o risco fiscal, calculado pela reduo das receitas e realocao do total de verbas previstas. Os resultados indicam que, no Estado do Par, a vulnerabilidade fiscal aos desastres naturais alta, principalmente nas reas de Preveno (Cincia e Tecnologia e Meio Ambiente). As principais alternativas para a reduo dos impactos so o fortalecimento das aes de curto-prazo, o estabelecimento de fundos monetrios e a melhoria das atividades de Preveno.
Resumo:
Este texto destaca o sistema de uso comum de recursos naturais nas comunidades quilombolas de Taperinha, Sau-Mirim e Nova Ipixuna localizadas no sudeste do Municpio de So Domingos do Capim, no Par, Brasil. As comunidades encontran-se no local mais desmatado da margem do rio Capim. De acordo com a memria dos idosos, na abundncia de recursos naturais, a comunidade os manejou sem regras e normas de uso. Entretanto, no perodo da escassez, foi necessria a elaborao de arranjos, a fim de ordenar a gesto dos recursos, para mant-los. Essas regras e normas existem enquanto mecanismos de manejo dentro do territrio da comunidade, os quais passam a ser apropriados pelas famlias, segundo o despertar do sentimento de pertena, regido por estratgias de uso e sobrevivncia. Assim, o uso deriva de uma ancestralidade que permite definir espaos de coleta, de caa e de cultivo. As normas e as regras emergem segundo a noo de territrio estabelecida pelo grupo, dando liberdade aos que podem acessar os recursos e, ao mesmo tempo, impondo regras ao seu consumo.
Resumo:
As bases tericas do conservacionismo e do preservacionismo so discutidas neste trabalho de pesquisa, baseadas em um estudo de campo desenvolvido na regio de Tef, no Mdio Solimes. Foram estudadas 12 comunidades localizadas em ecossistemas de vrzea e terra firme, das quais 6 adotaram um modelo de manejo de recursos naturais, com enfoque em manejo de lagos e as outras 6 nunca participaram de processos de manejo. As percepes dos comunitrios em relao aos impactos do manejo sobre o ecossistema tambm foram analisadas. A percepo de benefcio em relao ao manejo foi fundamental para o incentivo conservao. O modelo de manejo adotado foi mais adequado s comunidades de vrzea do que para as comunidades de terra firme, em funo das prprias caractersticas dos ecossistemas de Macap e a vrzea da Amaznia peruana.
Resumo:
Analytical procedures used for determining the concentrations and isotope composition of strontium in subsurface waters, by mass spectrometry, are described. Sampling was performed in coastal plateaus, salt marsh and mangrove environments in the coastal region of Par. Coastal plateau waters have <sup>87</sup>Sr between 1.51 and 6.26 and Sr concentration bellow 58 ppb. Salt marsh waters show <sup>87</sup>Sr between 0.55 and 0.90 and Sr concentration between 93 and 114 ppm, while mangrove waters have <sup>87</sup>Sr around zero and Sr concentration above 15 ppm. Differences in the <sup>87</sup>Sr/<sup>86</sup>Sr ratio in these subsurface waters are detected, as well as seasonal variations in the coastal pleteau waters.
Resumo:
A estratgia do uso mltiplo dos recursos naturais da vrzea no Baixo Amazonas tem sofrido constante ameaa principalmente nos ltimos 70 anos, devido a presses resultantes das mudanas no mercado regional, como os cultivos comerciais, da intensificao da pesca comercial e da expanso da criao extensiva de gado e bfalo. Frente a esta problemtica, a tese objetivou analisar as respostas de adaptao dos camponeses ao ambiente de vrzea de acordo ao acesso ao fator de produo terra, s influncias do ambiente e da paisagem, e a sua insero ao mercado, na vrzea do Baixo Amazonas, Santarm, no perodo de 1941 a 2002. Conhecer as respostas de adaptao das comunidades camponesas nos momentos de tenso de extrema importncia para o ecossistema da vrzea, detectar alteraes na estratgia do uso mltiplo dos recursos naturais. Os dados foram coletados em duas comunidades camponesas na vrzea pertencentes a sub-regio do Urucurituba, mesoregio do Baixo Amazonas, microregio de Santarm na regio oeste do estado do Par. As comunidades de Piracoera de Cima e Piracoera de Baixo foram selecionadas por possuirem uma alta restinga; estarem relativamente prximas ao centro urbano de Santarm, e produzirem culturas anuais em sistema intensivo, evidenciado em pesquisa anterior. Foram constitudos dois grupos de famlias camponesas de acordo com o acesso a terra, as No- Arrendatrias e os Arrendatrias. A amostra composta de 57 famlias, correspondeu a 36% do total da populao das duas comunidades. De acordo com este processo, a amostra foi constituda por 31 famlias No-Arrendatrios, e 26 Arrendatrias. Para aprofundar a anlise procedeu-se a estratificar das famlias por sistemas de produo. Foram denominados sistemas de produo A, B e C, as quais apresentavam as seguintes caractersticas: O Sistema de Produo A prioriza a criao animal, mdios e grandes animais, dentre o uso mltiplo dos recursos; o Sistema de Produo B: prioriza a agricultura, dentre o uso mltiplo. Neste sistema considera as famlias que criam, ou no, o gado bovino, e o Sistema de Produo C que prioriza a pesca, e a agricultura em menor proporo.Embasado no mtodo participativo, as entrevistas as famlias foram realizadas com o auxlio de um questionrio previamente estruturado e testado pelo IPAM/Santarm, com adaptaes propostas por Costa (1995) para reconstituir historicamente a agricultura, a pesca, a criao de grandes animais, e o pomar caseiro. Aps analisar as informaes obtidas procedeu-se a Anlise da Intensificao Agrcola, da eficincia Agrcola e a da eficincia dos sistemas de produo A, B e C nos dois grupos de camponeses conclumos que: A restrio ao fator de produo terra no condicionou a que os camponeses usassem mais intensivamente a terra. As famlias que arrendam terra no possuem sistemas agrcolas mais intensivos. A intensificao agrcola no influenciou negativamente na produtividade agrcola ao longo do tempo, no influenciou na eficincia dos sistemas de produo, nem to pouco no uso mltiplo dos recursos. A intensificao da agricultura no influenciou o uso mltiplo dos recursos, porm, houve um redirecionamento da fora de trabalho, entre a pesca e agricultura, principais atividades produtivas, para manter a unidade produtiva em funcionamento. Uma atividade libera mo-de-obra como uma forma de investimento a outra atividade. Os recursos financeiros obtidos na pesca ajudam na aquisio dos elementos de capital necessrios para a atividade agrcola, e a adquirir os produtos industrializados no mercado para a famlia. Por outro lado, a renda proveniente da agricultura financia a pesca no vero e no inverno com a aquisio de gelo, alimentos para as viagens na pesca. At iniciar a produo agrcola, a pesca mantm a famlia com a aquisio de produtos para serem consumidos, e a adquirir os elementos de capital. Em sntese, conclumos que os campesinos da vrzea do Baixo Amazonas seguem a lgica do lucro, ao mesmo tempo se resguardando de fracassos por meio do uso mltiplo dos recursos atravs da diversificao de atividades e produtos.
Resumo:
A presente pesquisa tem o objetivo de analisar o currculo da Escola Normal do Par, mais especificamente no que se refere s Cincias Naturais que constaram em sua estrutura, desde 1870 at 1930. Esta instituio foi criada em 1871 com o fim de formar professores para atuarem na instruo primria. Situada em Belm, que era o centro mais urbanizado da regio, a Escola Normal estava entre as principais instituies da instruo pblica paraense. As Cincias Naturais fizeram parte do primeiro currculo da Escola Normal do Par, sendo elas a Fsica e a Qumica, contudo deixaram de fazer parte em 1874. O retorno das Cincias da Natureza se deu durante a Primeira Repblica, por meio da Fsica, da Qumica e da Histria Natural, as quais se consolidaram ao longo deste perodo. A pesquisa analisa esta trajetria partindo do pressuposto que o currculo um artefato social e histrico, sujeito a flutuaes e que refletiu e continua a refletir as relaes de poder envolvidas nos processos de seleo e transmisso cultural. Outra perspectiva analtica deste estudo considera o currculo como um meio de difuso cientfica, que tambm determina os modos que esta deve ocorrer. Sobre a difuso cientfica, parte-se do princpio que este processo no simtrico, que os saberes cientficos so criados em centros mais fortes e que ao serem difundidos para a periferia tem que interagir com a cultura que os recebe, os quais so conformados e modificados, sendo-lhes agregados valores diferentes dos que possuem nos pases de centro. Assim, a pesquisa divide-se em trs captulos. O primeiro tem o objetivo de ver o desenvolvimento das Cincias Naturais no currculo do municpio do Rio de Janeiro, entre 1850 e 1890, que era a sede do governo central e o principal centro difusor de idias para outras localidades do pas, tanto em termos de educao quanto em outras reas da administrao pblica. Com isso, analisa-se o desenvolvimento curricular do ensino primrio, secundrio e normal do Rio, mais especificamente em relao as Cincias Naturais, a partir das Reformas Coutto Ferraz (1854), Lencio de Carvalho (1879) e Benjamin Constant (1890), as quais determinaram mudanas no currculo e na educao de modo geral. O segundo captulo faz um resgate do desenvolvimento curricular da instruo pblica primria e secundria paraense (1840-1870), isto para ver qual era o cenrio curricular da instruo pblica as vsperas da criao da Escola Normal, o que permite perceber e analisar que mudanas foram introduzidas por esta instituio neste contexto. O terceiro captulo, num primeiro momento, rev a trajetria da Escola Normal do Par e, num segundo momento, analisa-se o desenvolvimento do currculo normalista do Par em relao as Cincias Naturais, de modo que evidenciado a emergncia e solidificao dos saberes cientficos, tal como a distribuio de carga-horria em relao aos outros saberes e as prprias cincias constituintes do currculo.
Resumo:
O presente trabalho trata das relaes entre migrao, sistemas sociais e uso dos recursos naturais na comunidade de So Lus do Caripi, municpio de Igarap-A, estado do Par. O objetivo identificar de que forma a migrao, entendida como uma varivel interveniente, afeta os padres de uso e acesso dos recursos naturais e o sistema social comunitrio em So Lus do Caripi. Parte-se do pressuposto de que a migrao um fator de extrema relevncia tanto no uso dos recursos naturais quanto no papel dos sistemas sociais. Constatou-se que a migrao pode resultar em novos padres de acesso e uso dos recursos naturais, podendo ainda exercer presso sobre esses recursos, afetando a pegada ecolgica de uma determinada rea, entendida como o impacto humano sobre o meio ambiente. Entende-se tambm que a migrao pode funcionar como um fator articulador ou desarticulador do sistema social.
Resumo:
A temperatura e umidade do solo so variveis cujo conhecimento fundamental para determinar os balanos de energia e gua na biosfera. Os regimes trmico e hdrico dos solos sob cada ecossistema apresentam variaes considerveis, de acordo com sua mineralogia, o clima local e a vegetao. Nesse contexto, as temperaturas e umidades do solo foram medidas sob trs ecossistemas existentes na regio leste da Amaznia, a saber: floresta nativa (FLONA Caxiuan, 01 42' 30" S e 51 31' 45" W), pastagem nativa (Soure, 00 43' 25" S e 48 30' 29" W) e rea agrcola (!garap-Au, 01 07' 59" S e 47 36' 55" W). Os dados de campo na floresta e na pastagem foram coletados entre dezembro de 2001 e fevereiro de 2005; enquanto que na rea agrcola, o monitoramento foi limitado de agosto de 2003 a fevereiro de 2005. Estas observaes das variveis fsicas do solo foram analisadas levando em considerao as variveis meteorolgicas medidas simultaneamente tais como o fluxo de radiao solar incidente e a precipitao pluviomtrica, que interferem diretamente nas variveis do solo em cada sitio escolhido para estudo. As temperaturas do solo foram monitoradas por meio de sondas trmicas em profundidades de 0,05; 0,20 e 0,50 m. Fluxmetros de calor mediram esta varivel em nveis de profundidade em 0,05 e 0,20 m. A umidade volumtrica do solo na camada superior de 0,30 m foi medida por sensor de sonda dupla por Reflectometria no Domnio do Tempo (TDR) em cada sitio. Foram feitas analises considerando as respostas do solo durante o perodo seco e chuvoso local, nestes trs ecossistemas representativos do leste da Amaznia. Estimativas de difusividade trmica aparente do solo foram feitas pelos mtodos da amplitude e da fase usando os dados de propagao do pulso dirio de calor nesses solos. Os resultados mostraram valores bem diferentes, porm,no primeiro mtodo pareceu mais confivel e adequado para o modelamento numrico. Como esperado, considerando a sua pouca cobertura vegetal, as temperaturas dos solos nos nveis superficiais, apresentaram grandes variaes na pastagem e na rea agrcola. Inesperadamente, as temperaturas na profundidade de 0,5 m abaixo da floresta mostraram maiores variaes de amplitude que as profundidades de 0,20 e 0,05 m. O modelamento numrico das variaes temporais da temperatura, em funo da profundidade, para cada solo foi feito atravs do mtodo harmnico Os resultados mostraram que o primeiro harmnico representou mais de 90% da variao total observada do pulso dirio da temperatura da pastagem e rea agrcola em 0,2 e 0,05 m de profundidade. Performance similar do modelamento foi observada na floresta nos nveis de 0,05 e 0,20 m. A magnitude dos fluxos de calor abaixo da pastagem e rea agrcola atingiram valores seis vezes maiores que aqueles observados sob a floresta. Os resultados mostraram que, para a camada do solo superior de 0,30 m, a umidade volumtrica do solo sob a floresta maior que sob os outros ecossistemas estudados neste trabalho. Este resultado devido aparentemente; proteo da floresta contra a evaporao da superfcie do solo. Uma anlise do comportamento sazonal e dirio das temperaturas e umidade solos em resposta radiao solar e precipitao apresentada. Estudos de caso da taxa de perda da umidade do solo depois de significativa recarga de gua por eventos de precipitao, tambm foram analisados. Algumas estimativas dirias de diminuio de gua e recarga durante a noite e madrugada por subida de gua de camadas subjacentes para a camada de 0.30 m foram feitas. Este trabalho analisou a maior serie temporal dos dados de temperatura e umidade dos solos coletados com alta freqncia de amostragem disponvel at o momento, para o leste da Amaznia. Foi possvel caracterizar as diferenas dos regimes destas variveis fsicas, abaixo de trs ecossistemas importantes desta regio. Estudos futuros dos minerais e materiais orgnicos nestes solos, bem como dos ndices de rea foliar e da biomassa das coberturas vegetais desses ecossistemas, melhoraria a compreenso dos regimes descritos neste trabalho.
Resumo:
A introduo de temas socioambientais contemporneos em sala de aula, em especial nas aulas de Cincias Naturais, no ensino mdio, pode significar o surgimento de uma estratgia eficaz para a formao de cidados crticos e atuantes na sociedade. Esses temas, aliados aos contedos das referidas disciplinas, favorecem uma compreenso mais complexa do estado do nosso planeta, e possibilitam discusses relacionadas sustentabilidade. Na perspectiva de contribuir para a qualificao do ensino de cincias, realizamos a presente pesquisa com o objetivo de investigar os conhecimentos dos professores de Cincias Naturais sobre as questes socioambientais contemporneas, buscando destacar sua pertinncia, suas inter-relaes com o ensino de cincias naturais e, ainda, ressaltando as contribuies dos temas socioambientais contemporneos para a efetivao do processo de ensino e de aprendizagem, notadamente no campo da educao para a sustentabilidade, entendida como portadora de mltiplas dimenses. A pesquisa se enquadrou na modalidade qualitativa. Adotamos como estratgia metodolgica o estudo de caso nico (YIN, 2005), tendo como unidade-caso a Escola de Aplicao da Universidade Federal do Par e como sujeitos de pesquisa, professores do ensino mdio. Adotamos a entrevista projetiva e a observao assistemtica como instrumentos de coleta de dados. Para interpretao dos dados, utilizamos a anlise textual discursiva (MORAES E GALIAZZI, 2007). Os resultados da pesquisa apontaram para discusses ainda elementares dos temas socioambientais em sala de aula. Entretanto, alguns professores j apresentam abordagens que do indcios que as discusses relativas sustentabilidade j esto sendo introduzidas em sala de aula. Para a construo dos referencias tericos utilizamos vrios autores, entre eles: Leff (2002), Veiga (2005), Sachs (2007), Delizoicov, Angotti e Pernambuco (2009), Figueiredo (2004), Gadotti (2008).
Resumo:
Compreendendo que essencial aos professores reflexo sobre a prpria prtica como estratgia de desenvolvimento profissional, este trabalho investigou as concepes de quatro professoras das sries iniciais do Ensino Fundamental da Escola de Aplicao da Universidade Federal do Par acerca do ensino e da aprendizagem de Cincias Naturais, bem como a importncia que atribuem ao estudo da disciplina nesta etapa da escolarizao. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa. Visou aproximar ao mximo da realidade e, ao mesmo tempo, dar voz aos sujeitos, entendendo as subjetividades como elementos essenciais reflexo das prticas educativas. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semi-estruturadas e questionrio de explicitao, complementar s entrevistas, tratando questes relativas Histria de Vida, Escolha e Identidade Profissional e Concepes e Prticas no ensino de Cincias Naturais. Na anlise dos dados, foram utilizados referenciais tericos que subsidiassem a interpretao dos dados e atendessem ao aos objetivos da pesquisa. Foram sistematizados estudos e reflexes sobre: a evoluo do conhecimento cientfico; a histria do ensino de Cincias no Brasil; as reformas educacionais e o ensino de Cincias e os modelos didticos e o ensino de Cincias. O estudo sobre modelos didtico uma produo do Grupo de Pesquisa Investigao e Renovao Escolar, da Espanha, que emprega o conceito de modelo didtico na anlise do ensino e da formao de professores. Da prtica das professoras, foram identificados os modelos didticos presentes em seus processos de formao docentes, bem como os subjacentes s concepes e prticas no ensino de Cincias nas sries iniciais. Os resultados apontam que, no processo de escolarizao e formao profissional, as professoras foram submetidas aos modelos de ensino tradicional e tcnico e elas questionam a prpria formao acadmica, em relao s competncias necessrias para o exerccio da profisso, embora avaliem que tal situao pode ser superada pela formao continuada. Com relao aos modelos didticos presentes nas concepes e prticas das professoras de Cincias, concluiu-se que no existe um modelo predominante. Dos relatos das professoras, percebeu-se um conjunto de idias e aes que se aproximam ora de um modelo didtico ora de outro, evidenciando que no h um perfil nico, que caracterize apenas um modelo didtico, mas coexistem concepes relacionadas aos quatro modelos, delineando um modelo de ensino ecltico. O que sugere uma transio das concepes das professores sobre a educao e sobre ensino de Cincias. Isso pode caracterizar um processo de desenvolvimento profissional, j que as professoras, apesar das dificuldades para o exerccio da docncia em Cincias, se mostraram acessveis s mudanas e inovaes.
Resumo:
Este texto pretende descrever os principais resultados da pesquisa realizada no mbito dos Projetos de Pesquisa Dirigida do Subprograma de Cincia e Tecnologia - SPC&T, Programa Piloto para a Proteo das Florestas Tropicais do Brasil - PPG7,1 entre fevereiro de 2000 a junho de 2003. O trabalho contou com o apoio do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amaznia, como instituio executora. A pesquisa buscou contribuir para o estabelecimento de diretrizes e polticas pblicas ambientais, relativas s prticas de manejo comunitrio dos recursos naturais, nas reas de vrzea e terra firme. Atravs do estudo de iniciativas de manejo em andamento, promissoras ou no, foi possvel fornecer subsdios para o reconhecimento destas experincias no mbito das polticas pblicas. Desta forma, espera-se estar contribuindo para o estabelecimento de uma relao menos conflituosa entre as necessidades de desenvolvimento local e a conservao ambiental da regio. O conceito de manejo comunitrio de recursos naturais apareceu com maior intensidade a partir da dcada de 80, quando cientistas naturais e sociais insistiam em demonstrar a relao entre degradao ambiental e questes de justia social, empobrecimento rural e direitos indgenas. Este conceito traz consigo as prticas de gesto participativa disseminadas na Amaznia no final do sculo passado, quando vrios grupos de produtores familiares rurais se envolveram em iniciativas de manejo comunitrio, em resposta s diversas presses sobre os recursos naturais comuns de que dependiam. Estas iniciativas tm sido caracterizadas pelo importante papel desempenhado por mediadores (Igrejas, ONGs e financiadores), pela diversidade de arranjos institucionais envolvidos (Cunha, 2002) e pelas diferentes estratgias de usos em funo das caractersticas dos recursos manejados (Oliveira, 2002). Os programas de manejo comunitrio que vm sendo implementados na Amaznia nas ltimas dcadas partem da premissa de que as comunidades locais envolvidas apresentam maior interesse na sustentabilidade de seus recursos do que o governo ou instituies distantes destas comunidades. Alm disto, possuem maior conhecimento dos processos ecolgicos e das prticas tradicionais de manejo de recursos naturais. Nos ltimos dez anos, a poltica de gesto ambiental do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA) tem passado por uma transformao profunda. Durante esse perodo, o IBAMA introduziu uma srie de medidas para descentralizar a gesto dos recursos naturais e aumentar o grau de participao de grupos de usurios locais. Atravs desse processo de descentralizao, o rgo ambiental federal est institucionalizando as iniciativas de manejo comunitrio, o qual vem sendo implantado na regio atravs de dois projetos: o Provrzea2 e o Promanejo,3 na busca de promover a co-gesto dos recursos naturais na regio amaznica. O desenvolvimento desse novo sistema de gesto enfrenta uma srie de dificuldades. De um lado, a organizao comunitria continua bastante frgil, sendo que no h uma sistematizao adequada dos fatores que influenciam no desempenho desta organizao, o que, por sua vez, dificulta a elaborao de polticas que favoream o processo de fortalecimento social. Do outro lado, a implantao de um sistema de co-gesto implica em mudanas profundas na legislao de gesto ambiental e na criao de novas instituies para implementar essas polticas. Foram analisadas algumas iniciativas de manejo comunitrio, sendo a maioria implementada com base no processo de co-gesto. Essa anlise objetivou identificar os fatores que facilitam ou dificultam a participao efetiva das populaes tradicionais na gesto dos recursos naturais, e estudou a relao entre os agentes do governo e os usurios locais dos recursos. O estudo demonstrou que ocorreram mudanas nas polticas e nas instituies de gesto de recursos naturais, aumentando a participao dos usurios na gesto local. Tambm foram identificados fatores importantes no desempenho dos sistemas de manejo comunitrio e elementos especficos das polticas de gesto que devem ser reavaliados. Para exemplificar essas mudanas iremos descrever, resumidamente, os prinicipais casos analisados na pesquisa.
Resumo:
Os quirpteros representam 25 % da mastofauna mundial. So os mamferos neotropicais mais diversificados e abundantes. A Amaznia brasileira apresenta cerca de 128 espcies de morcegos registradas. Eles possuem uma grande variabilidade morfolgica, a qual os permite ocupar diferentes nichos trficos no ecossistema. So muito importantes para a manuteno e regenerao dos ecossistemas em que vivem. So eficientes na disperso de sementes, polinizao e no controle biolgico de insetos e constituem timos bioindicadores do estado e das dinmicas sofridas por esses ecossistemas. O presente estudo objetivou caracterizar a quiropterofauna de uma regio da Floresta Nacional do Tapajs, Par, Brasil, em reas de floresta primria, capoeira e de um experimento de corte seletivo de madeira. O nvel de impacto sobre a comunidade de morcegos desse manejo e da rea de capoeira foi comparado aos testemunhos de mata primria em cada habitat e em seus micro-habitats, ou fisionomias: matrizes de sub-bosques, clareiras e ptios de armazenamento de madeira. A comparao se deu atravs de anlises de distribuio, diversidade, abundncia, nmero de espcies e densidade das guildas. Foram amostradas 55 espcies, a maioria frugvoras, representantes de seis famlias. Ao comparar o nmero de espcies e a diversidade, as reas de explorao exibem algum impacto, mas no to acentuado como as reas de capoeira. As amostras sugerem que a vegetao secundria proporciona uma maior densidade de quirpteros na comparao entre habitats. Mas poucas espcies so favorecidas por esta estrutura de vegetao. As guildas mais favorecidas nesta vegetao so de morcegos frugvoros/onvoros e insetvoros areos. A comparao entre fisionomias sugere que os quirpteros de sub-bosque evitam espaos abertos na vegetao. Os processos de sucesso aqui observados apresentam dinmicas que necessitam de acompanhamento peridico, para a formulao de um modelo mais prximo da realidade.
Resumo:
Este trabalho consiste em avaliar a eficincia de novas alternativas de uso com as espcies naturais do quiabo (Abelmoschus esculentus), da semente de angico-vermelho (Anadenanthera peregrina (L.) Speng) e da semente de olho-de-drago (Adenanthera pavonina L.) conhecido tambm como falso angico, pulverizados com granulometria de 0,074 mm, para tratamento de gua como polmeros naturais auxiliar de floculao na remoo principalmente dos parmetros turbidez e cor para fins industriais, atravs de tratamento em ensaio no mecanismo de varredura utilizando o equipamento esttico de bancada Jar Test com adio de coagulante qumico (sulfato de alumnio). O p dos polmeros foi obtido aps higienizao, secagem, triturao, moagem, peneiramento, e utilizado no processo de coagulao, floculao e sedimentao para testar a eficincia de cada um, quando usado s e quando usado em conjunto com o coagulante qumico, seguido da anlise dos parmetros fsico-qumicos pH, turbidez, cor aparente, cor verdadeira e temperatura. Os resultados mostraram que o polmero do quiabo apresentou melhor eficincia na remoo da turbidez e cor em relao s mesmas dosagens usadas com os demais polmeros analisados e quando se fez a reduo da dosagem do coagulante usado em conjunto com os polmeros, observou uma tima remoo da turbidez, principalmente com o conjunto coagulante e polmero de quiabo, com a eficincia de remoo de 94% da turbidez e de 98% da cor com dosagem tima do quiabo igual a 1,0 mg/L e do coagulante de 10 mg/L. Portanto possvel fazer uma reduo da dosagem do coagulante quando usado em conjunto com o auxiliar de floculao, pois o polmero de quiabo pode ser usado para tratamento de gua e frente possibilidade de mltiplos usos econmicos e ecolgicos na indstria.
Resumo:
A regio da Calha Norte, localizada no Baixo Amazonas do Estado do Par, sofre historicamente com vrios tipos de ameaas naturais, como cheias, enchentes, alagamentos, eroso, estiagem, enxurrada, fortes chuvas e secas, todas registradas pela Defesa Civil. Todos os anos, seja no perodo da chuva ou no perodo da seca, a populao fica vulnervel a tais eventos. A presente dissertao consiste em adaptar uma iniciativa metodolgica que permita a incorporao da temtica de gesto de riscos naturais no Zoneamento Ecolgico Econmico (ZEE) do Brasil, tendo como estudo de caso o ZEE da Calha Norte do Par, proporcionando instrumentos para a gesto e melhorias das aes do poder pblico. A anlise das ameaas naturais baseou-se em estudo metodolgico que agregou dados histricos, mapa geomorfolgico, mapa geolgico, mapa hipsomtrico, mapa de declividade, identificando as trs classes de anlises: (i) rea de alta suscetibilidade; (ii) rea de moderada suscetibilidade e (iii) rea de baixa suscetibilidade, gerando assim os mapas das ameaas de inundao, de eroses e das secas. A construo da vulnerabilidade social ocorreu a partir da aplicao do ndice de Vulnerabilidade Social (IVS) e do ndice de Unidades de Resposta (IUR), oriundos dos dados do Censo 2010 e do Cadastro Nacional de Endereo para Fins Estatsticos (CNEFE), ambos do IBGE. Aps a aplicao de tais ndices verificou-se que, do total de 397 setores censitrios da rea de estudo, 365 setores apresentam alta vulnerabilidade e os demais, moderada e baixa vulnerabilidade, o que retrata grande preocupao com tal rea. Na anlise de risco, os dados de vulnerabilidade e ameaas foram integrados e novamente classificados em trs nveis: (i) alto risco, onde h pouca concentrao de unidades de respostas e so reas de alta ameaa, podendo provocar danos sociais e econmicos quando e se ocorrerem as ameaas naturais; (ii) mdio nvel de risco, resultado gerado do cruzamento de reas de altas ameaas x baixas ameaas e (iii) baixo nvel de risco, resultando em dois produtos cartogrficos: o mapa de risco de inundao e o mapa de risco de eroso. O ZEE da Calha Norte do Par foi analisado com alguns questionamentos a fim de verificar a incluso da temtica de ameaa, vulnerabilidade e risco no documento, concluindo-se pela falta desta no documento tcnico. Alm disto, os resultados obtidos com a pesquisa so de elevada importncia no sentido de subsidiar o ordenamento territorial e tambm para a criao de polticas pblicas para a regio.
Resumo:
Neste trabalho, materiais compsitos de matriz polister reforados por fibras curtas de sisal, por resduo de madeira e por sistema hbrido sisal/resduo de madeira, dispostos aleatoriamente foram produzidos, utilizando-se o menor nvel possvel de processamento tecnolgico nas etapas produtivas, com vistas a se produzir um compsito tecnicamente vivel a pequenos produtores. A matriz de polister utilizada foi a tereftlica pr-acelerada com naftenato de cobalto e curada a temperatura ambiente com perxido de metil-etil-cetona (MEK) em diferentes propores em relao resina, 0,33%, 1,66%, 3,33% e 5,00% em volume, de forma a se avaliar a influncia deste nas propriedades mecnicas. As fibras de sisal foram cortadas manualmente nos comprimentos de 5, 10 e 15mm e utilizadas da maneira como adquiridas, sem tratamento superficial. O resduo de madeira utilizado foi o p de lixadeira da madeira maaranduba. Os compsitos foram fabricados por moldagem manual, sem presso e a temperatura ambiente. Foram fabricados corpos de prova de matriz pura, compsitos reforados por sisal, variando-se o comprimento das fibras, compsitos reforados por p de maaranduba e compsitos de reforo hbrido, sisal/p de madeira, em diferentes propores entre os constituintes. As propriedades mecnicas foram avaliadas por ensaios de trao e impacto charpy e as superfcies de fratura geradas foram avaliadas por microscopia eletrnica de varredura de modo a se correlacionar os aspectos de fratura com as propriedades mecnicas. Foi determinada a massa especfica de cada srie de corpos de prova fabricada, bem como a frao volumtrica dos reforos nos compsitos. Os resultados demonstraram que com o aumento do comprimento da fibra de sisal a resistncia trao e ao impacto dos compsitos foi incrementada, alcanando, o compsito com fibras de sisal de 15 mm, o melhor desempenho mecnico dentre as sries testadas. Por outro lado, a heterogeneidade granulomtrica do p de maaranduba teve efeito negativo sobre as propriedades mecnicas dos compsitos. Os compsitos hbridos sisal/p de madeira com maior teor de fibras, alcanaram 80% do desempenho obtido para os compsitos de fibras de sisal.