17 resultados para Arte moderna Brasil - Séc. XXI

em Universidade Federal do Pará


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Este trabalho consiste num exerccio de leitura da narrativa literria do escritor brasileiro Joo Gilberto Noll, promovendo uma aproximao de sua obra ao conceito de imagem-tempo, do filsofo Gilles Deleuze, no tocante a aspectos narrativos e tendncia ao esvaziamento discursivo, ao silncio, enquanto elemento significativo na produo artstica e tendncia na arte moderna. O conceito imagem-tempo foi engendrado pelo filsofo francs para pensar o cinema moderno, que se perfaz num regime de imagens que rompe com a narratividade clssica, com a percepo baseada no esquema sensrio-motor. Neste trabalho, no entanto, o conceito pensado em relao obra literria de Joo Gilberto Noll, que guarda forte relao com o cinema moderno e se nos apresenta em fragmentada tessitura imagtica, tendendo ao esvaziamento discursivo. Assim, tendo como ponto de reflexo a obra de Noll, buscamos discutir como a imagem-tempo e o silncio compem a obra do escritor. Aps apresentao e discusso do conceito de imagem-tempo e de silncio, procedemos a uma leitura de pontos significativos da obra ficcional de Noll, ensaiando uma relao entre cinema, literatura e outras artes no que concerne basicamente produo de imagens numa determinada forma narrativa, bem como s implicaes dessas formas para o pensamento. Por uma questo de economia estratgica, para a formao de um recorte de expresso significativa da produo do escritor, suas obras diretamente consideradas neste trabalho so Hotel Atlntico (1989) e O quieto animal da esquina (1991). Pretende-se com essa relao (1) propor alguns caminhos interpretativos para a obra de Noll e (2) investigar como a produo narrativa moderna, sobretudo a que se aproxima do conceito de imagem-tempo, constituda de forte apelo visual, que se perfaz na produo de imagens ambguas, de narrativas descontnuas, de protagonistas errantes, tende a esse esvaziamento discursivo, ao silncio.

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Esta dissertao tem como objetivo analisar o romance Cinzas do Norte (2005), de Milton Hatoum, verificando quais so as relaes das categorias estticas de melancolia e resistncia com o contexto histrico da Ditadura Militar, de 1964, no Brasil. Partindo da ideia de que a teoria com a qual estamos lidando marcada pela melancolia segundo Walter Benjamin. Nesse sentido, examinamos como a arte, que parte de composio da narrativa e, tambm as referncias memorialsticas, utilizadas como estratgias ficcionais de resistncia ao regime de represso, em particular, ao autoritarismo, servem de base para problematizar os regimes de imposio instaurados naquele perodo. Com base em algumas abordagens tericas, relacionadas resistncia, melancolia e memria. Mediante essas abordagens verificamos quais consequncias esto ligadas ao perodo ditatorial, e como elas fazem parte da compreenso do sujeito melanclico. Para dar conta da teoria relacionada melancolia utilizamos os textos de autores como: Sigmund Freud (1976), Maria Rita Kehl (2009), Julia Kristeva (1989), Walter Benjamin (1985), Susan Sontag (1976), Suzana Lages (2007). Para os estudos relacionados resistncia e a memria, utilizaremos os textos de Alfredo Bosi (2002), Jacques Le Goff (2003), Paul Ricoeur (2007) e Aleida Assmann (2011), serviro de base para nossas reflexes.

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A vinda da famlia real para o Brasil, em 1808, trouxe grandes mudanas e entre elas a primeira manifestao peridica o Correio Brasiliense, editado em Londres. No incio do século XX, sobretudo, com a Semana de Arte Moderna em 1922, surgem revistas como: Klaxon, Esttica, Festa e outras. A partir delas editam-se outras que constituram importantes documentos da sociedade brasileira e registram a nova tendncia do pblico leitor. O Par no ficou ausente desses acontecimentos e teve a Imprensa como seu principal veculo de divulgao. Algumas revistas e alguns jornais surgiram nessa poca na capital do Estado, entre as quais se destacou a revista A Semana, que circulou por vinte e cinco anos. Esse semanrio mantinha correspondncia com outras regies do Brasil: So Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Maranho. Nessas regies havia colaboradores da revista, o que permitia a troca de informaes do que acontecia no mundo literrio e no mundo cultural. Dos peridicos compilados foram selecionados quatro exemplares do ano de 1939 para serem estudados, neste trabalho. Neles foram feitos levantamentos da capa, das publicaes literrias, do gnero a que essas produes pertenciam e de seus respectivos autores. Pelo quadro-resumo feito dessas edies, percebeu-se que os editores procuravam seguir um padro divulgando textos de cunho literrio, como contos, poemas, trechos de romances, ensaios, entre outros. Em algumas dessas produes ficaram evidentes que nem todas absorveram a nova tendncia esttica que veio com A Semana de Arte Moderna, pois havia escritores que oscilavam entre as estticas Romntica, Simbolista e Parnasiana. Por outro lado existiam aqueles que se destacavam, incorporando esse novo tempo literrio. Em meio a essas produes despontava a figura feminina, num lugar de destaque, que alm de ilustrarem a capa do peridico ainda apareciam nas pginas subseqentes. Todas essas informaes divulgadas no peridico deram mais credibilidade Revista e permitiu que a Literatura Paraense fizesse parte desse novo momento da Literatura Brasileira.

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Por muito tempo, duvidouse da possibilidade de se penetrar na histria ntima dos brasileiros de séculos passados atravs da leitura de seus dirios, tidos como inexistentes. Entretanto, pesquisas mais recentes tm demonstrado que essa vontade de se revelar aos outros atravs da escrita de dirios e de outros registros ntimos tambm existiu no Brasil do século XIX. Neste artigo, consideramos que a insuficincia ou a falta de visibilidade dos dirios ntimos no Brasil , em grande parte, resultado de escolhas efetuadas por nossos antepassados, que muitas vezes optaram por destruir seus registros ntimos para no correrem o risco de ter sua vida devassada pela curiosidade alheia. Ou ainda escolhas de arquivistas e pesquisadores, que por muito tempo se recusaram a conferir a esse tipo de documentao o status de fonte histrica. Mais especificamente, analisamos o dirio de Jos Vieira Couto de Magalhes (18371898), importante poltico e intelectual do Brasil do século XIX, procurando perceber at que ponto, ao comunicarse para si mesmo, o autor tambm comunica um pouco do mundo em que vivia ou como se relacionava com esse mundo. Referente ao perodo de permanncia do autor em Londres (18801887), o dirio registra seu menoscabo pelas mulheres, seus sonhos erticos homossexuais, seus cuidados com o corpo, seu pavor diante da possibilidade de adoecer, entre outros temas, o que constitui excelente oportunidade para evidenciarmos a legitimidade da sexualidade enquanto objeto de pesquisa e reflexo das cincias sociais.

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Esta dissertao objetiva pensar os desdobramentos que as tradues da poesia de Rainer Maria Rilke alcanaram no cenrio do Suplemento Literrio da Folha do Norte - SL/FN e em outros peridicos das dcadas de 1940 e 1950, em que foram publicadas. Consideramos que estas tradues foram um indcio de intensificao da abertura universalizante das letras paraenses s novidades modernistas iniciadas na Semana de Arte Moderna de 1922. Tais tradues foram cruciais para a formao do Grupo dos Novos, composto principalmente de nomes como Benedito Nunes, Mrio Faustino e Paulo Plinio Abreu, alm do antroplogo alemo Peter Paul Hilbert. O suporte terico-metodolgico ser a utilizao dos conceitos de Weltliteratur (Literatura universal) de Goethe e Reflexionsmedium (Mdium-de-reflexo) de Benjamin. Estas matrizes interligaro os campos da histria, da filosofia da linguagem e da traduo para refletirmos sobre o impacto dessas tradues na Amaznia brasileira da poca. Outro conceito importante nesta dissertao o de Bildung (formao), pensado a partir da leitura de Antoine Berman quando ele o relaciona traduo, incluindo vrios fenmenos que envolvem as relaes tradutrias entre culturas e lnguas. Ao final, por meio da reflexo tradutolgica de Haroldo de Campos, visamos observar possveis confluncias nas produes poticas e crticas de Mrio Faustino, Manuel Bandeira e Paulo Plnio Abreu, como resultante do processo relacional promovido por estas tradues.

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Esta dissertao tem por objetivo investigar a presena dos escritores ingleses nas obras de escritores brasileiros do século XIX. Os romancistas ingleses que se destacaram na Inglaterra do século XVIII foram Daniel Defoe, Samuel Richardson e Henry Fielding. Eles contriburam para ascenso e consolidao do romance como gnero literrio. No Brasil, o romance desenvolveu-se com maior liberdade e atraiu o pblico leitor. O novo pblico comea a ler romances que recriavam a cidade, as ruas e a vida de uma classe social emergente: a burguesia. O novo gnero que surgiu na Inglaterra promoveu o crescimento do comrcio, a proliferao de revistas e jornais, de cunho popular e literrio. Os escritores brasileiros como Jos de Alencar e Machado de Assis sofreram influncias dos escritores ingleses, no entanto, essa influncia no foi refletida somente nos romances desses escritores, foi sentida tambm nos negcios, na cultura e na vida social do Brasil. Alguns exemplos dessa presena so igualmente revelados nas obras de Machado de Assis por meio das citaes, das referncias e das aluses. Machado de Assis, sempre quando possvel, faz referncias aos escritores ingleses tanto dos séculos XVI e XVIII quanto do século XIX, tais como Shakespeare, Swift, Fielding. Sterne, Lamb e Dickens entre outros romancistas ingleses.

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Este trabalho tem como escopo o estudo novela "Buriti" / Noites do Serto (1956), de Guimares Rosa, com nfase nos aspectos da obra em que o tema do patriarcado no Brasil discutido, com base em referncias historiogrficas e etnossociolgicas contidas em obras como Casa Grande & Senzala (1933) de Gilberto Freyre, Razes do Brasil (1936) de Srgio Buarque de Holanda e de outros estudos pertinentes ao assunto provenientes do trabalho de intelectuais brasileiros contemporneos de Guimares Rosa e de outros mais recentes. Tendo em vista a anlise das linguagens ficcional, esttica e documental da literatura rosiana, buscou-se tambm fundamentao no estudo da recepo pela crtica no perodo entre 1970 e 2007, nas diversas perspectivas sob as quais no apenas a novela em pauta, mas o conjunto da obra de Guimares Rosa tem sido estudado, no intuito de apreender as diversas dimenses em que as questes ligadas s instituies patriarcais no Brasil so ressignificadas, a fim de compreend-las como contribuies narrativas sobre uma fase sensvel da vida brasileira ? a primeira metade do século XX. E, sobretudo, como uma forma de escritura na qual Guimares Rosa exercita um vis particularmente arguto da sua criao: a rememorao historiogrfica aliada a um tipo de narrativa que, nesta pesquisa, convencionou-se chamar de fuso dos horizontes histrico e esttico, numa perspectiva que propem ao leitor numerosos questionamentos sobre o tempo, a arte e a literatura brasileira desse perodo. Problemas que este estudo pretendeu, de alguma forma, entender e atualizar, sob um enfoque crtico, em face da importncia da literatura para a iluminao de novas dimenses ainda ocultas da vida brasileira, em especial da obra rosiana.

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Este trabalho discute as caractersticas fsico-qumicas das guas dos rios Solimes, Purus e seus afluentes, coletadas em novembro de 2004 no Estado do Amazonas, entre as cidades de Manacapuru-Alvares e Anam-Pirarauara. Foram realizadas anlises fsico-qumicas (temperatura, pH, condutividade eltrica, turbidez, Ca2+, Na+, K+, Mg2+, HCO3-, SO42-, Cl-), de elementos-trao (Li, B, Al, Sc, V, Cr, Mn, Fe, Co, Cu, Zn, As, Se, Rb, Sr, Mo, Cd, Sb, Cs, Ba, Pb, La, Ce e U) e istopos de estrncio. Os parmetros analisados e a composio qumica mostram que as guas dos rios e igaraps da regio central da Amaznia so quimicamente distintas entre si. As guas brancas do Solimes so clcicas-bicarbonatadas e as do Purus bicarbonatadas, os respectivos afluentes so sdico-potssico-bicarbonatados e sdico-potssico-sulfatados. Isso acarreta guas brancas fracamente cidas a neutras e mais condutivas, enquanto as pretas so menos mineralizadas, mais cidas, especialmente as do Purus. O Ba, Sr, Cu, V e As mais elevados diferenciam as guas brancas do Solimes das do Purus, bem como os afluentes do primeiro em relao ao segundo. Esse conjunto de caractersticas indicam que tanto o Solimes, como o Purus e os respectivos afluentes, esto submetidos a condies geolgicas/ambientais distintas. A influncia do aporte de sedimentos dos Andes diluda ao longo da bacia do Solimes e se reflete na formao das vrzeas dos Solimes e Purus. Por outro lado as rochas crustais, representadas pelos escudos das Guianas e Brasileiro tambm contribuem, mas em menor proporo.

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A etiquetagem morfossinttica uma tarefa bsica requerida por muitas aplicaes de processamento de linguagem natural, tais como anlise gramatical e traduo automtica, e por aplicaes de processamento de fala, por exemplo, sntese de fala. Essa tarefa consiste em etiquetar palavras em uma sentena com as suas categorias gramaticais. Apesar dessas aplicaes requererem etiquetadores que demandem maior preciso, os etiquetadores do estado da arte ainda alcanam acurcia de 96 a 97%. Nesta tese, so investigados recursos de corpus e de software para o desenvolvimento de um etiquetador com acurcia superior do estado da arte para o portugus brasileiro. Centrada em uma soluo hbrida que combina etiquetagem probabilstica com etiquetagem baseada em regras, a proposta de tese se concentra em um estudo exploratrio sobre o mtodo de etiquetagem, o tamanho, a qualidade, o conjunto de etiquetas e o gnero dos corpora de treinamento e teste, alm de avaliar a desambiguizao de palavras novas ou desconhecidas presentes nos textos a serem etiquetados. Quatro corpora foram usados nos experimentos: CETENFolha, Bosque CF 7.4, Mac-Morpho e Selva Cientfica. O modelo de etiquetagem proposto partiu do uso do mtodo de aprendizado baseado em transformao(TBL) ao qual foram adicionadas trs estratgias, combinadas em uma arquitetura que integra as sadas (textos etiquetados) de duas ferramentas de uso livre, o TreeTagger e o -TBL, com os mdulos adicionados ao modelo. No modelo de etiquetador treinado com o corpus Mac-Morpho, de gnero jornalstico, foram obtidas taxas de acurcia de 98,05% na etiquetagem de textos do Mac-Morpho e 98,27% em textos do Bosque CF 7.4, ambos de gnero jornalstico. Avaliou-se tambm o desempenho do modelo de etiquetador hbrido proposto na etiquetagem de textos do corpus Selva Cientfica, de gnero cientfico. Foram identificadas necessidades de ajustes no etiquetador e nos corpora e, como resultado, foram alcanadas taxas de acurcia de 98,07% no Selva Cientfica, 98,06% no conjunto de teste do Mac-Morpho e 98,30% em textos do Bosque CF 7.4. Esses resultados so significativos, pois as taxas de acurcia alcanadas so superiores s do estado da arte, validando o modelo proposto em busca de um etiquetador morfossinttico mais confivel.

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Apesar das demandas e presso da sociedade civil e dos prprios trabalhadores no sentido de fazer valer uma Poltica de Combate ao Trabalho Escravo que, existe desde a dcada de noventa do século passado no Brasil, todavia, identifica-se, em pleno século XXI, a existncia de trabalho escravo, que coloca em evidncia o problema da ausncia de direitos humanos e sociais, assim como a fragilidade da construo da democracia e da cidadania na sociedade brasileira. Para compreender a poltica de combate ao trabalho escravo no Brasil, parte-se de um referencial crtico de anlise que compreende a poltica pblica como um desdobramento da relao Estado e sociedade na sociedade capitalista e, apoiado, em autores da tradio marxista, faz-se um percurso terico-metodolgico, que abrange desde a constituio do Estado oligrquico brasileiro, na poca da escravido colonial, at o surgimento de novas formas de trabalho escravo contemporneo, com contedos semelhantes s antigas prticas sociais. Desta forma, a pesquisa apresenta uma anlise das convergncias e divergncias, por parte dos executores, na operacionalizao da Poltica de Combate ao Trabalho Escravo, materializada no II Plano Nacional para Erradicao do Trabalho Escravo, criado em 2008. Ressalta-se na operacionalizao da poltica, ambiguidades e ambivalncias da prpria constituio do Estado capitalista brasileiro, que atravs das polticas pblicas media interesses que so inconciliveis. Essas ambiguidades e ambivalncias do Estado se traduzem nas divergncias e convergncias dos executores da poltica, tal fato se apresenta como um limite ao funcionamento da poltica e contribui para a reincidncia dos trabalhadores ao trabalho escravo contemporneo. Ao mesmo tempo, reflete um Estado pactual que ao tomar a sua posio junto aos donos do poder, no dispe de instrumental para que estes direitos sejam cumpridos atravs da poltica. Assim sendo, apesar dos avanos, a poltica de combate ao trabalho escravo no Brasil apresenta-se como uma exigncia transnacional para se manter a poltica da boa vizinhana do que a efetivao da promoo da condio de cidado para os que dela necessitam, no passa de um simulacro de civilidade que visa manter uma imagem de pas democrtico e disposto a resolver as causas dos direitos humanos quando na verdade mantm uma poltica interna cruel que refora as condies de explorao desse tipo de trabalho.

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Este artigo analisa os debates historiogrficos travados em 1923 por ocasio das comemoraes da adeso do Par Independncia do Brasil. Para isso, retoma os usos, pela intelectualidade paraense da poca, dos mitos polticos da Antiguidade clssica, como as Guerras Pnicas, e de uma srie de conceitos veiculados internacionalmente nos anos de 1910 e 1920, em obras polticas e literrias: "paz cartaginesa" em Keynes (1919), "terra desolada" em Elliot (1922) e ainda as imagens de Cartago na obra de Flaubert (1862). Mais do que um exerccio de erudio, esse repertrio analtico significou um longo e atribulado processo de construo da "moderna" identidade nacional na Amaznia.

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As neoplasias gstricas so a segunda maior causa de morte por cncer e apesar das descobertas sobre a fisiopatologia das clulas tumorais, o cncer considerado como, no melhor das hipteses, minimamente controlado pela medicina moderna. O carcinoma gstrico uma das poucas neoplasias malignas nas quais os agentes infecciosos tem um importante papel etiolgico. O objetivo do presente trabalho foi pesquisar a prevalncia e o grau de associao da infeco por Helicobacter pylori e do vrus de Epstein-Barr em adenocarcinoma gstrico, em uma populao do norte do Brasil. Foram analisadas 125 amostras de adenocarcinoma gstrico que foram submetidas tcnica de PCR para deteco de H. pylori e da cepa cagA de H. pylori, tcnica de hibridizao in situ para deteco do EBV e anlise histopatolgica para determinao de caractersticas clnico-patolgicas e epidemiolgicas. Observou-se o maior acometimento de pacientes do sexo masculino (68%) e de faixa etria acima de 50 anos (78%). A prevalncia encontrada para H. pylori foi de 88%, e foi considerada alta quando comparada a estudos anteriores na regio norte. A prevalncia encontrada para o EBV foi de 9,6%. Os pacientes positivos para H. pylori-cagA+ apresentaram um risco relativo aumentado para adenocarcinoma do tipo intestinal. A frequncia para os estdios III e IV foi de 82,4%, evidenciando que o diagnstico desta neoplasia geralmente realizado tardiamente. Os casos positivos para urease apresentaram um fator de risco relativo (OR=4,231) maior que quatro vezes, para H. pylori-cagA+, que a cepa mais virulenta de H. pylori. No houve significncia estatstica para a associao entre H. pylori e EBV na populao estudada, porm os casos positivos para EBV apresentaram 100% de positividade para H. pylori, sugerindo uma possvel atuao sinrgica destes agentes na carcinognese gstrica.

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A prtica de medicina, a organizao dos servios de sade e o incio do ensino mdico no Estado do Par so apresentados em uma perspectiva cronolgica desde os primeiros relatos, aps a chegada de Francisco Caldeira Castelo Branco, em 1616, at a fundao da Faculdade de Medicina e Cirurgia do Par, em 1919. Alguns fatos histricos so destacados e contextualizados, assim como mencionados determinados personagens que tiveram participao efetiva nos acontecimentos relatados. Tambm so comentados aspectos relacionados ao ensino mdico, tanto no mbito nacional quanto no Estado do Par, e sua importncia para a Regio Amaznica e parte do nordeste brasileiro.

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Este trabalho investigou e interrogou as prticas discursivas do UNICEF direcionadas aos adolescentes brasileiros. Utilizou-se o mtodo histrico-genealgico foucaultiano para interrogar o relatrio Situao da Adolescncia Brasileira (2002), que se constituiu como fonte privilegiada desta pesquisa. Desse modo, os questionamentos que moveram o estudo foram: que prticas do UNICEF incidem sobre os corpos de adolescentes brasileiros, no século XX e incio do século XXI? Que subjetividades essas prticas produzem? Como objetivam a adolescncia? Que relaes de poder acionam frente a esses corpos? Que efeitos elas produzem? Tais problematizaes no tiveram por finalidade, fazer a histria do falso ou do verdadeiro, pois isso no tem importncia poltica, mas problematizar a produo dos regimes de verdades a respeito destes sujeitos e os efeitos destes na atualidade. Dessa forma, marcar a singularidade dos acontecimentos que forjaram este objeto como um problema para as cincias humanas, e como uma questo para o UNICEF e para o Sistema de Garantia de Direitos. O objetivo do estudo foi analisar as prticas discursivas de poder e subjetivao que objetivam e subjetivam a adolescncia brasileira. De posse da ferramenta foucaultiana, desmontamos o documento, cortamos as sries que o compem, desarticulamos as pretensas continuidades, reescrevemos e reinventamos o objeto adolescncia, deixando em suspenso as certezas e verdades que o atravessam e que pretendem constitu-lo como objeto natural, imersos em essencialismos e homogeneizaes. Como resultados, identificamos dicotomias no documento, como: potencialidade/risco, fase positiva/negativa, por exemplo, que tentam naturalizar o sujeito como algo dado a priori, portador de uma essncia objetivado e subjetivado por uma perspectiva linear do desenvolvimento humano, como: adaptao/desadaptao, normal/anormal, maturidade/imaturidade e uma sequncia linear de fases, que atende tambm a concepes econmicas desenvolvimentistas e neoliberais preocupadas com a equao custo-benefcio.Foi com um olhar atento s ninharias do poder, que buscamos destruir certezas e evidncias, atentando no para as intencionalidades dos jogos de foras, mas, ao acaso das lutas.

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O presente trabalho tem como objetivo geral analisar como ocorre a intertextualidade dos escritores T. S. Eliot, James Joyce, Robert Stock, Emily Dickinson, Walt Whitman e Ezra Pound, na obra de Mrio Faustino. De acordo com autores como Bosi (1994) e Benedito Nunes (1985), a poesia de Faustino resulta da soma de poetas que ele leu, em diferentes momentos, tais como: Mallarm, Yeats, Rilke, cummings, Joyce e Pound, deste ltimo se utilizou do lema repetir para aprender, criar para renovar. O lema de Pound remete direta ou indiretamente presena de outros autores em alguns poemas de Faustino. Mas este fato sempre foi tratado com poucas comprovaes prticas. Assim, estabelecemos alguns parmetros para escolher quais autores seriam analisados: utilizaremos somente autores anglfonos e, dentre eles, apenas autores que Faustino traduziu em suplementos literrios e em uma revista. Partindo desse princpio, os autores foram distribudos em dois momentos que definimos como ciclos: o ciclo-norte, o qual abrangeu o suplemento Arte-Literatura e a revista Norte; e o ciclo-sudeste, o qual abrangeu o suplemento Poesia-Experincia. Em ambos os ciclos, procuramos meios que nos permitissem mostrar que determinados autores esto presentes na obra de Faustino, seja por meio da criao de novos poemas com base em um poema de um autor anglfono ou por meio da incorporao de elementos caractersticos de determinado escritor tambm anglfono. Para esta pesquisa utilizamos alguns autores como: Chaves (1986) Kristeva (1974) e Bakhtin (2003; 2006), Santiago (1978), Nunes (1985; 1986; 1997; 2009) e Campos (1977; 1992). Percebemos, de acordo com Compagnon (2007), como ocorre o trabalho de reconstruo da escrita, neste caso na anlise entre as tradues realizadas por Mrio Faustino e os poemas dele, no qual cada etapa um liame de uma imensa trama que liga este texto a outros lidos e recortados, que manipulado por um indivduo, ao mesmo tempo, autor e leitor (Faustino). Assim, o autor/leitor, possuiu como prtica a tarefa de citar, ou seja, redizer o que j havia sido dito por outros.