58 resultados para Sociofisiologia da Doença. Ciências Sociais e Saúde. Câncer de Mama. Assistência Hospitalar. Mulheres com Câncer de Mama. Centro de Referência em Oncologia PB. Sistema Único de Saúde


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A interface trabalho e loucura tm sido construda e reconstruda ao longo da histria, diante disto, o uso do trabalho no se constitui uma novidade no campo da saúde mental, ele est relacionado ao nascimento da psiquiatria, em um contexto de transformaes das relaes de produo, com a justificativa e finalidade de controle social, explorao de mo de obra e tratamento moral.No entanto, a partir do Processo de Reforma Psiquitrica o trabalho entra em cena sob novas perspectivas. Nesse sentido, o presente estudo aborda a relao entre as polticas de saúde mental em que o trabalho associado economia solidria, a fim de compreender o sentido atribudo ao trabalho relacionado, buscando identificar suas prticas de insero socioprodutiva e como incorporado ao campo da saúde mental no Estado do Par. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com base em entrevistas, observaes in locos, levantamento de material documental e institucional. Paralelamente, efetivouse o tratamento do material recolhido, com o intuito de ordenar os dados obtidos, de evidenciar as experincias observadas por meios das oficinas de trabalho e/ou produo desenvolvidas nos servios substitutivos, bem como, por meio das associaes e cooperativas. Obteve-se como resultado as atividades sociais e produtivas relacionadas saúde mental fazem parte dos servios desenvolvidos nos CAPS, mas tambm so incentivadas a partir desses espaos como o caso da Brilho e Luz, nica associao de pessoas com transtornos mentais. Malgrado, se mostrarem incipientes e frgeis em sua constituio, necessitando de infraestrutura adequada e recursos, portanto, sem possibilidade de autonomia e independncia em relao aos seus parceiros, principalmente governamentais, verifiquem-se aspectos positivos no mbito individual das pessoas inseridas. Importa ressaltar que so experincias recentes no Brasil, sobretudo, no estado do Par enquanto polticas pblicas de saúde mental em interface com a economia solidria, constituindo-se em um processo em construo.

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Analisar o tipo de Participao e Controle Social exercidos no Conselho Estadual de Saúde no Estado do CES/PA no perodo de 2001 at 2009 foi objetivo central deste estudo, pois naquele momento duas leis regulamentavam o Conselho. A Lei Estadual N 5.751/93 e a Lei Estadual N 6.370/01 que contrariavam e eliminavam o princpio bsico de participao da sociedade civil organizada para constituio e composio do CES/PA, listando explicitamente os nomes das entidades que poderiam ter assento no referido colegiado. Este foi o motivo pelo qual permaneceram as mesmas entidades naquele espao, por mais de oito anos e as nomeaes e posse de conselheiros ocorriam naturalmente por meio dos Decretos que os gestores entendessem necessrios. Esta determinao na legislao negava a populao paraense o direito de participar de um processo aberto e amplo de consulta popular na escolha de novas entidades e conselheiros a cada dois anos naquele colegiado. Esta prtica contribuiu para que a sociedade paraense passasse a chamar ironicamente o CES/PA de "Conselho Binico" a partir de 2001. Para execuo desta dissertao elegeu-se a abordagem qualitativa, pois foi o mtodo que melhor se adequou anlise de processos sociais. A pesquisa documental realizada nas atas, relatrios, decretos, portarias e outros documentos constituram a anlise emprica. Os resultados da pesquisa permitem concluir que: (1) o tipo de participao exercido no CES/PA nos nove anos pesquisados foi a da concepo liberal e o Controle Social foi o exercido pelo Estado sobre os setores da sociedade civil; (2) a relao que se estabeleceu entre Estado e os setores da sociedade civil organizada no Conselho foi aquela caracterizada pela cooptao da sociedade civil, convertendo-se num instrumento de colaborao, limitando-se o CES/PA a aprovar decises tomadas antecipadamente pelo Estado; e (3) o protagonismo dos setores da sociedade civil nos processos decisrios e nas atividades do exerccio de Participao e do Controle Social no Conselho revelou-se do tipo passivo.

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Este trabalho, intitulado Poltica de Saúde e a Populao Carcerria: um estudo no Presdio Estadual Metropolitano I PEM I Marituba-Par, tem como objetivo maior analisar o processo de assistência saúde dos presos no Presdio Estadual Metropolitano I (PEM I) de Marituba/PA. Para isso, traou-se os seguintes objetivos especficos: investigar a situao do sistema carcerrio brasileiro diante do quadro de desigualdades sociais e criminalizao; identificar de que forma o direito saúde penitenciria est estruturado no Brasil; e analisar como o direito de assistência saúde est sendo materializado enquanto direito social no PEM I. Na perspectiva de desvendar o objeto de estudo, a metodologia foi baseada na abordagem crtica, utilizando-se da aplicao de formulrios com 02 (dois) internos que passavam por tratamento de saúde no interior do PEM I. Dessa forma, foi possvel constatar contradies e limites na assistência saúde enquanto direito social dos internos do PEM I, refletidos na precarizao do direito saúde no mbito prisional.

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Esta pesquisa tem como objeto de estudo a demanda individual e coletiva da populao de Ananindeua que procurou o atendimento do Ministrio Pblico da Comarca, especificamente da Promotoria de Justia de Direitos Constitucionais, expondo suas reclamaes quanto ao atendimento prestado pela poltica pblica de saúde local. O texto procurou focar o atendimento saúde enquanto direito social constitucionalizado pela Carta Constitucional Brasileira de 1988. Optou-se por um estudo de natureza quantitativa e qualitativa. Para efeito da pesquisa, foram utilizados os dados de todas as fichas de atendimento ao pblico da Promotoria de Direitos Constitucionais relativas aos anos de 2007 a 2009. De acordo com os resultados obtidos, possvel verificar que a efetivao do direito social saúde no Brasil, constitucionalizado como direito de obrigao prestacional pelo Estado pela Carta de 1988, em todos os nveis federativos tem encontrado entraves de diversas naturezas, seja no mbito poltico, relativo priorizao na agenda das polticas pblicas,assim como, pelas dificuldades de ordem oramentrio-financeira, operacional e administrativa.O Sistema Único de Saúde no Municpio padece de comprometimentos em seu nvel de resolubilidade, o que agrava o acesso e usufruto da populao ao atendimento saúde.

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O objetivo dessa investigao centra-se na anlise dos programas de assistência saúde as pessoas que vivem com HIV/AIDS em Belm, levando em considerao sua organizao, referências de atendimento e as relaes estabelecidas com os usurios-jovens. Para o desenvolvimento desse estudo, recorreu-se pesquisa bibliografia de subsdios tericos para discusso da poltica de saúde, da poltica de AIDS no Brasil e atuao das ONGS/AIDS como sujeitos polticos fundamentais nesse processo. Tambm apontamos brevemente, como a poltica de saúde se apresenta na regio Amaznica com configuraes sociopolticas, econmicas, culturais e territoriais que a particularizam e impem singularidades que exigem respostas diferenciadas. Outro universo temtico da pesquisa deu-se em torno da discusso da categoria juventude e suas demandas particulares na arena de discusso das polticas pblicas. A pesquisa de campo deu-se com a insero e observao no interior das unidades que prestam atendimento, realizando entrevistas semiestruturadas com profissionais e usurios jovens objetivando a identificao e percepo de sua dinmica de atendimento ao pblico, especificamente os jovens. Para aprofundar a compreenso do funcionamento desses servios de saúde, realizou-se entrevistas com gestores governamentais e lideranas sociais que atuaram e influenciaram na criao dos mesmos. As entrevistas foram transcritas e organizadas em ncleos temticos de interesse da pesquisa para interpretao e anlise. Os programas de assistência saúde de pessoas vivendo com HIV/AIDS em Belm refletem, em sua materializao, os avanos e conquistas da luta por direitos no campo da poltica de saúde; no entanto, sua organizao e dinmica de funcionamento no particularizam os sujeitos atendidos, deixando na invisibilidade as demandas dos jovens que acessam os servios, bem como a relao estabelecida pelo segmento jovem com as unidades de atendimento de distanciamento e pouca participao no cotidiano dos mesmos.

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Este trabalho faz uma anlise de trs modelos de regulao: a regulao no acesso aos servios de saúde, que realizado no mbito do Sistema Único de Saúde; a regulao via agncias reguladoras; e o carter regulador que o Estado adquire ao repassar a execuo dos servios de saúde a entidades como as Organizaes Sociais, as Organizaes da Sociedade Civil de Interesse Pblico e s Fundaes Estatais de Direito Privado. Estes trs modelos so resultantes do denominado Estado Regulador Neoliberal, originado do modelo de acumulao capitalista financeirizado e difundido no campo social pelo Banco Mundial. O Estado Regulador Neoliberal foi adotado no Brasil, na dcada de 90, por meio da contrarreforma do Estado, que reorganizou as funes deste, tornando-o mais regulador do que interventor. No campo social, esse modelo de Estado foi estabelecido com a diviso e transferncia da execuo das polticas sociais para a sociedade e para o mercado, focalizando sua ao aos setores mais pobres. A poltica de saúde que, pela ao do movimento de reforma sanitria, se tornou direito social na Constituio Federal de 1988, vai ser atingida por uma contrarreforma desencadeada pelo Banco Mundial, que tratou de distorcer os princpios deste sistema, organizando-o, no sentido de ofertar servios de saúde pblicos somente aos grupos mais pobres, na tentativa de quebrar com a universalidade desta poltica. Esta situao gera um conflito de interesses de dois projetos distintos no campo da saúde no Brasil: um que defende a poltica de saúde pelo vis da reforma sanitria e outro que defende a saúde pela via do mercado. Os modelos de regulao aqui estudados so frutos destas contrarreformas e atuam sob a lgica do projeto de saúde voltado ao capital, portanto contrrios a efetivao do SUS.

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O trabalho procura analisar o dirio ntimo de Jos Vieira Couto de Magalhes, destacado poltico e intelectual do Brasil da segunda metade do sculo XIX, como registro etnogrfico que ao mesmo tempo informa sobre questes prementes daquela poca e evidencia o esforo de um indivduo especfico no sentido de conferir a si prprio um pouco de consistncia, muito embora o dirio esteja repleto de sinais de incompletude. A partir da noo do dirio ntimo como prtica cultural de constituio de si mesmo, faz-se uma discusso a respeito do efeito de verdade presente nesse tipo de escrita e as implicaes para uso da fonte nas Ciências Sociais. Discute-se os temas mais evidentes ao longo do registro ntimo do autor: corpo, saúde e doença. Ao escrever sobre si mesmo, Couto de Magalhes evidencia o processo de educao das necessidades e das atividades corporais em muitos homens poca e, como ele dialogava com o ideal de famlia burguesa e higinica que marcou o sculo XIX, registra a leitura de temas como homossexualismo, sonhos, casamento e medicina. O dirio mostra ainda a preocupao do autor em encontrar equilbrio entre corpo e mente, que lhe permitisse alcanar seu ideal de moderao, alm do esforo em construir e legar ao futuro uma determinada imagem de si prprio.

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Esta investigao teve como objetivo analisar as condies de trabalho e saúde dos professores de Educao Fsica do Municpio de Belm-PA. Para tanto, foi necessrio entender como a saúde destes professores era afetada a partir dos processos de precariedade do trabalho no capitalismo contemporneo. Foi organizado um quadro terico a fim de dar suporte para o debate em questo. Refere-se inicialmente a crise do capitalismo na dcada de 70, o qual se caracterizou como a crise do petrleo. Em um segundo momento destacou-se as polticas de ajustes econmicos e polticos que refletiam na estrutura bsica do funcionamento da educao. O reordenamento do capital exige modificaes no entendimento do papel da educao de um pas, logo foi mostrado como as polticas mais gerais afetam a educao brasileira e a vida dos professores. Foi neste bojo que se analisou a partir dos dados encontrados na pesquisa de campo, as condies de trabalho destes professores tendo como variveis a jornada de trabalho, salrio, quantidade de turmas, locais de trabalho etc. Por ltimo, analisou-se a questo de saúde dos docentes, identificando os principais problemas como as patologias encontradas, os acidentes de trabalho, a relao que se tem com o plano de saúde oferecido pela prefeitura, a periodicidade de ida ao mdico etc. Neste estudo foram aplicados 22 questionrios, sendo 11 com professores do sexo feminino e 11 do sexo masculino, sendo que das 11 professoras colaboradoras, 02 participaram da entrevista. Como resultado desta investigao foi possvel inferir que: a) O processo de precariedade do trabalho dos professores de Educao Fsica tem se mostrado extremamente evidente e com consequncias para vida e saúde destes trabalhadores; b) O fenmeno da violncia nas escolas parte fundamental do processo de precariedade do trabalho dos professores; c) Problemas fonoaudiolgicos foram os mais evidentes nos pesquisados, alm de problemas mentais; d) Atravs da leitura de outras pesquisas sobre a condio de precariedade do trabalho e saúde, possvel conjecturar uma tendncia crescente em nveis de maior proporo sobre este tema; e) Os maiores ndices de doenças ocupacionais referem-se aos professores do sexo feminino, ratificando que no precrio mundo do trabalho essa tendncia de adoecimento prevalente. Conclui-se que necessrio a criao de espaos nas escolas pblicas para se pensar a questo do trabalho e da saúde dos professores e estes juntamente com outros profissionais da educao formem autonomamente suas propostas de viabilizao destes ambientes. Para tanto, preciso antes, pensar na possibilidade de formao e construo do professor militante, o qual possa ser sujeito destas transformaes. Cabe ento ao professor colaborar como sujeito histrico para o processo de ruptura necessria do capital em crise.

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Esta dissertao apresenta um estudo sobre as mudanas sociais ocorridas na Vila de So Sebastio, no Distrito de Guajar-A, pertencente ao municpio de Bujaru, Estado do Par. A discusso procurou associar a chegada da energia eltrica em 2005, como elemento da modernidade que resultou em alteraes no modo de vida tradicional. No se pretendeu fazer um estudo com generalizaes infundadas, acerca da relao energia eltrica/mudanas sociais, mas estabelecer uma anlise sociolgica capaz de fomentar explicaes plausveis desse processo. Objetivou-se fazer uma reviso da literatura que trata do conceito de mudana social, para que fossem verificadas as abordagens que tratam do tema. Alm disso, retratar o municpio de Bujaru dentro do contexto do Programa Luz Para Todos, do Governo federal, bem como, verificar atravs de pesquisa de campo, as percepes dos moradores (as) de So Sebastio sobre a chegada da energia eltrica, seus usos, as relaes estabelecidas, as mudanas no cotidiano, angstias e alegrias. Os resultados que a pesquisa possibilitou tanto na parte da abordagem terica, quanto na conjuno desta com os dados empricos, demonstraram que a energia eltrica foi tida, em geral, como algo importante que chegou para modificar a vida das pessoas, no sentido de incluir novas rotinas, novos hbitos alimentares, aes produtivas e comportamentos. No entanto, o incremento energtico est sendo insuficiente para atender as demandas por saúde, educao, gerao de renda e emprego no local.

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Um cuidado em saúde que vise a integralidade em suas aes e propostas deve levar em considerao os contextos singulares de vida da populao e de cada pessoa em particular, se observadas as consideraes da bibliografia especializada. Sabe-se que o Brasil um pas que apresenta um grave quadro de desigualdade social e o conhecimento da diversidade cultural existente entre os grupos sociais que co-existem em nosso pas fundamental para a realizao de um cuidado em saúde integral com a populao. O objetivo deste estudo foi compreender se e de que forma os elementos considerados importantes para a produo de saúde no contexto de vulnerabilidade social no Brasil esto sendo levados em conta na produo acadmica da rea da psicologia. Para isso, foram analisados textos presentes na Biblioteca Virtual em Saúde, a partir da relao psicologia e SUS, totalizando 37 estudos. A importncia de uma prtica contextualizada foi evidenciada, porm no houve em nenhum dos textos a descrio das especificidades dos contextos familiares em situao de pobreza, sinalizando que este conhecimento no est disponvel na rea e que saberes de reas distintas da saúde so fundamentais para um cuidado integral em saúde. A integralidade, o trabalho em equipe e a preveno e promoo saúde so elementos significativos nas produes, porm podemos perceber que estas diretrizes encontram-se ainda no plano da reflexo e verbalizao, de um modo geral no traduzindo-se em prticas profissionais. Os desafios que distanciam a prtica dos profissionais da psicologia e as diretrizes do SUS resumem-se em uma formao voltada para o atendimento clnico individual e a consequente prtica descontextualizada, voltada para a psicoterapia. Outros desafios assinalados foram formas de organizao do prprio SUS e a desconsiderao deste profissional como generalista nas polticas de saúde. O conceito de resilincia de um modo geral no est presente nos estudos, mas a presena de elementos importantes para promover a autonomia dos indivduos demonstra que formas de fortalecer os indivduos foram considerados importantes. Foram analisadas tambm as estratgias de educao: formao acadmica e Educao Permanente em Saúde (EPS). Observou-se que a discusso sobre a formao est presente na maioria dos textos e que mudanas tmidas j foram constatadas buscando aproximar a rea da realidade do SUS. A EPS no um fator significativo nos estudos, e seu potencial ainda no foi explorado no que concerne a psicologia.

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O interesse deste estudo foi, de modo geral, poder identificar como o modelo privatista influenciou as aes da poltica pblica de saúde no Brasil, como se deram os impactos da poltica macroeconmica neste sentido. Um dos pontos chave a ser verificado gira em torno da desigualdade de acesso da populao ao servio de saúde, com a no concretizao da universalidade, gerando um processo denominado universalizao excludente. Esse processo que consiste na migrao de usurios do SUS para as operadoras de planos de saúde privados contribui para a mudana da racionalidade da saúde como direito para a racionalidade da eficincia, a racionalidade burguesa. Parte-se do referencial da Reforma Sanitria brasileira, como um marco da luta dos movimentos sociais pela democratizao no pas e como ponto inicial do reconhecimento da saúde enquanto direito de todos e dever do Estado, buscando fazer um resgate histrico deste movimento. Tem, ainda, como referência o pressuposto da minimizao da atuao do Estado no trato s polticas sociais e a interferncia direta de grandes organismos financeiros internacionais na conduo do modo de fazer poltica de saúde, a exemplo do Banco Mundial. Esta consiste em uma pesquisa qualitativa, de cunho terico, com o objetivo de proporcionar subsdios para a discusso do tema da poltica de saúde no Brasil, bem como promover e ampliar o debate terico acerca da funo que o Estado desempenha no modo de pensar e executar essa poltica.

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Este trabalho tem como objeto de estudo a relao entre incidncia de doenças causadas por veiculao hdrica e condies de saneamento bsico existentes nas reas Riacho Doce e Pantanal, localizadas no entorno da Bacia Hidrogrfica do Tucunduba em Belm/PA. Seu objetivo analisar a relao entre incidncia dessas doenças e condies sanitrias existentes nas reas selecionadas e problematizar a intersetorialidade entre polticas pblicas de saúde e saneamento. Seu percurso metodolgico, fundamentado na teoria social crtica, abrangeu a pesquisa bibliogrfica, pesquisa documental e pesquisa de campo. Na pesquisa bibliogrfica foram abordados determinantes das desigualdades no processo de ocupao do espao urbano e a consequente segregao social revelada pela degradao das condies de moradia no que concerne negao de acesso a servios pblicos essenciais. Na pesquisa documental foram feitos levantamentos junto a rgos federais, estaduais e municipais para identificao de marcos regulatrios (planos, leis, resolues e normativas) referentes s polticas de saúde e saneamento. Dentre esses rgos destacam-se a Secretaria Municipal de Saúde (SESMA), a Secretaria Estadual de Saúde (SESPA), o Ministrio da Saúde (MS) e o Sistema de Informao de Agravos e Notificao (SINAN). Na pesquisa de campo, de carter qualitativo, foram realizadas 11 (onze) entrevistas semiestruturadas, sendo 7 (sete) com moradores e 4 (quatro) com tcnicos que atuam nas reas do Riacho Doce e Pantanal. Os resultados apontam que nas reas mencionadas, marcadas pelas precrias condies de saneamento bsico, o combate aos fatores de risco propagao das doenças causadas por veiculao hdrica s pode ser concretizado mediante o uso da ferramenta da intersetorialidade no processo de gesto pblica das polticas de saúde e saneamento.

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O objeto deste estudo so as prticas sociais de pescadores artesanais inseridos em Unidades de Conservao, em especial na Reserva Extrativista Marinha de Soure, localizada a leste do municpio de Soure, no Estado do Par. Esta RESEX uma unidade de conservao federal, de uso sustentvel, criada atravs do Decreto s/n de 22 de novembro de 2001, de conformidade ao estabelecido no SNUC e cujos rgos gestores so o Instituto Chico Mendes de Conservao e Biodiversidade ICMBio e a Associao dos Usurios da Reserva Extrativista Marinha de Soure ASSUREMAS. Segundo o ICMBio, a RESEX compreende todas as comunidades e bairros de Soure classificados como usurios da mesma: Araruna; Barra Velha; Bom Futuro; Cajuna, Centro de Soure, Cu, Macaxeira, Matinha, Bairro Novo, Pacoval, Pedral, Pesqueiro, Pua, So Pedro, Tucumanduba e Umirizal. O trabalho de campo foi realizado nos meses de maio, junho, julho e outubro/2013 em trs comunidades: Cajuna, Cu e Pesqueiro, localizadas dentro dos limites desta UC. A pesquisa emprica objetivou refletir a realidade social da comunidade Cajuna por meio de abordagem qualitativa e quantitativa, enquanto o Povoado do Cu e a Vila do Pesqueiro por meio de abordagem qualitativa. Para identificar os recursos florestais e hdricos realizou-se levantamento de produtos da economia pesqueira: peixe, camaro, caranguejo e turu; tambm aquela voltada aos produtos florestais, como o coco, o muruci e as sementes de andiroba, entre outros. Para a coleta destas informaes e sobre a saúde foram aplicados, respectivamente, 61 (sessenta e um) e 20 (vinte) questionrios e realizadas 55 (cinquenta e cinco) entrevistas. Observou-se que as famlias vivem da pesca na poca da safra e, na entressafra, h redirecionamento para outras atividades como a construo civil, a carpintaria, o comrcio; valem-se tambm dos programas governamentais. Na RESEX Marinha de Soure, apesar das potencialidades naturais, conferem-se limitaes para garantir a reproduo econmica e social dos extrativistas. Este estudo interdisciplinar fundamenta-se no saber local dos pescadores e props a identificao das prticas sociais baseadas nos seus conhecimentos tradicionais, assim como compreender as organizaes sociais que contribuem para a reproduo econmica e social dos agentes sociais e para a preservao ambiental deste territrio. As prticas sociais no territrio de pescadores so apreendidas como produto das suas atividades de cooperao mutua quanto ao uso dos recursos naturais e suas formas de organizaes sociais, assim como, as expresses culturais manifestadas atravs da religiosidade e das festas, cujos ritos fortalecem as interaes sociais de dentro e de fora das unidades sociais.

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A falta, de concretizao de alguns direitos fundamentais, como os sociais de saúde e educao, que demandam certos custos para o Estado, ainda representa um desafio ao constitucionalismo brasileiro. Em decorrncia, os tribunais vm se deparando com demandas relacionadas a materializao dos referidos direitos, tais como pedidos de fornecimento de medicamentos no fornecidos pela rede pblica de saúde ou a garantia de matrcula de estudante no sistema pblico de educao. Tratam-se assim de pedidos de ordens judiciais para que a administrao pblica cumpra seu dever constitucional, atravs de prestaes positivas. Tal fenmeno, includo por boa parte da doutrina dentro do que se convencionou chamar de "judicializao da poltica" no est isento criticas. Em seu desfavor, argumenta-se que (1) o Judicirio est agredindo o princpio da separao de poderes, haja vista que a funo administrativa, com sua discricionariedade, deve ser preservada com o Executivo no devendo na mesma se imiscurem os magistrados, sendo-lhes defeso interferir em polticas publicas; (II) no h legitimidade democrtica dos juzes, pois os mesmos no foram eleitos pelo povo; (III) o Judicirio no est preparado e tecnicamente capacitado para tal tipo de demanda; (IV) por envolver prestaes positivas e assim necessidade de recursos pblicos para a sua concretizao, uma, determinao judicial nesse sentido contrariaria o princpio da legalidade e anterioridade oramentria e encontraria srios bices em sua concretizao pela reserva do possvel. O presente estudo se prope no s a analisar os referidos argumentos, como tambm examinar as fronteiras do sistema jurdico e do poltico, para concluir pela legitimidade ou no de tal conduta judicial, bem como a anlise da natureza, do alegado carter programtico e da difcil delimitao dos direitos sociais e sua proteo judicial, ou seja, se procura, em sntese, examinar o papel do judicirio brasileiro no problema da efetivao dos direitos sociais, como garantidor do mnimo existencial.

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O câncer cervical representa o terceiro câncer mais comum no mundo. Tem como agente etiolgico o HPV. O HPV a doença sexualmente transmissvel mais prevalente no mundo, sendo que a faixa etria mais acometida de mulheres jovens. A adolescncia uma poca de transformaes corporais, sociais e comportamentais, que se reflete no despertar consciente da adolescente pelo sexo, o que pode levar ao contato com as doenças sexualmente transmissveis e gravidez prematura. Sendo assim, uma poca na qual a mulher est mais susceptvel a infeco, como a do HPV. Dedicou-se a estimar a prevalncia de HPV e avaliar os fatores associados a essa infeco em gestantes adolescentes no Sistema Único de Saúde de Belm, Estado do Par. Foi um estudo transversal prospectivo incluindo 257 grvidas de 12 a 19 anos assistidas nas unidades de saúde municipal (Curi e Tapan) e estadual (Unidade de Referência Materno-infantil e ambulatrio da Mulher do Hospital Fundao Santa Casa de Misericrdia do Par). As pacientes selecionadas foram submetidas a um questionrio clnico epidemiolgico e a colheita de material cervico-vaginal para deteco de DNA-HPV por tcnica da reao em cadeia de polimerase (PCR). A associao da infeco por HPV e fatores de risco selecionados foram avaliadas por meio do teste do Qui-quadrado (2) e/ou exato de Fisher, todos com um nvel alfa de significncia de 0,05. A prevalncia do HPV foi de 38,1% (98/257) acometendo preferencialmente adolescentes no terceiro trimestre gestacional (44,4%, p=0,0312), entre 11 e 14 anos, com menos de 6 anos de estudo e as que no possuam companheiro. Os fatores de risco associados com a infeco pelo HPV na populao, podendo variar tambm de acordo com o trimestre, foram 2 ou mais parceiros na vida, primeira gestao e problemas genitais. Estes achados mostram a susceptibilidade das adolescentes infeco pelo HPV e, consequentemente, ao desenvolvimento de leses pr-neoplsicas e malignas. Com isso, h necessidade de polticas pblicas educativas na promoo da saúde.