9 resultados para Garcia-Roza, Lívia Crítica e interpretação
em Repositório digital da Fundação Getúlio Vargas - FGV
Resumo:
Este trabalho consiste na anlise sociolgica do romance "Terras do Sem Fim", de Jorge Amado. Partimos da idia de que a obra de arte no apenas um reflexo da realidade mas que ela capaz de reproduzir um determinado momento desta realidade, apreendendo-o em toda sua complexidade, embora atravs de sua prpria especificidade. Procuramos portanto ao analisar esta obra captar o princpio estrutural que ordena o mundo ficcional e mostrar de que forma se faz a transposio do plano real ao plano romanesco. Em "Terras do Sem Fim" nos parece que as relaes entre as personagens assim como sua trajetria so de terminadas pelo princpio do autoritarismo e da "malandragem. Nesta sociedade cacaueira do princpio do sculo transposta para o romance, os coronis, fazendeiros de cacau, dominam por meio da violncia e da fraude, mas para dar livre curso sua ambio ou para se realizarem no pleno individual, necessitam do concurso dos representantes dos grupos mdios (advogados, mdicos, funcionrios pblicos, jornalistas, etc.). Estes de melhor nvel educacional, de origem urbana, detentores do "saber" utilizam-se desses trunfos para obterem dinheiro, prestgio social ou fama que os compensem pela sua submisso e lealdade aos coronis. Em plano secundrio, como na vida real, esto os trabalhadores e pessoas humildes que vivem sob a bota dos coronis, no tendo maior peso poltico ou influncia os acontecimentos. Para compreender essa estrutura social baseada na realidade baiana, partimos da anlise da sociedade brasileira no, perodo estudado (Primeira Repblica), analisando-a do ponto de vista econmico, poltico e social. Procuramos tambm mostrar como a formao e a vivncia do escritor contribuem para a apreenso dessa realidade mas no seriam por si ss garantia dessa fidelidade que e, em ltima instncia, determinada pela sensibilidade e pelo trabalho criador do artista.
Resumo:
A obra infantil de Monteiro Lobato apresenta a cincia de forma diferenciada em trs fases. Na primeira, a cincia intil e representa um empecilho no desenrolar das aventuras. Na segunda,ela o prprio motor das histrias. Na terceira, vista como ferramenta mal utilizada pela civilizao. Monteiro Lobato se vinculou a um grupo ontelectual de So Paulo cuja ao est na base da formao do Partido Democritico na dcada de vinte. A estrutura das fases identificadas na obra infantil corresponde trajetria poltica do grupo. Num primeiro momento, ele luta por afirmar-se, por se estabelecer na poltica regional contra o conservadorismo do PRP. Num segundo momento ele se faz vitorioso, dirigindo o estado; finalmente ele derrotado pelo golpe de 1937, se desagrega. Seus membros so cooptados ou perseguidos. Assim, a obra infantil de Lobato retrata a saga do liberalismo oligrquico em So Paulo durante a Primeira Repblica.
Resumo:
Este estudo, tem como objetivo, a tentativa de estabelecimento dos determinantes histricos relacionados emergncia da noo de personalidade em psicologia. Deste modo, no que se refere metodologia, colocamo-nos em referncia a uma analise histrica centrada nas condies de emergncia do saber, ou seja, uma analise dos determinantes scio-ideolgicos atuantes na constituio da psicologia da personalidade. Assim, nosso estudo pode ser delimitado como a tentativa de articular as relaes entre produtos e lugares de produo. O trabalho, foi dividido em, basicamente, duas partes. A primeira, corresponde a uma abordagem antropolgica, que tem como objetivo central, a desnaturalizao das questes relativas personalidade como categorias humanas inatas. Nesta perspectiva, as condutas individuais, para terem seu sentido apreendido, devem ser remetidas a uma rede de relaes simblicas, a uma estrutura propriamente sociolgica. A segunda parte, abordagem propriamente histrica objetiva buscar nas ideias e doutrinas ocidentais, as bases de elaborao do conceito de personalidade, no sculo XIX, relacionado individualidade e interioridade. Em suma, podemos indicar nosso objetivo como a tentativa de demonstrao da articulao passada de uma realidade histrica atual, mostrando suas condies de produo e seus efeitos de controle, que necessariamente iro atuar sobre o corpo dos elementos integrantes da sociedade.
Resumo:
Este trabalho se prope como uma anlise histrica da questo da subjetividade tal como ela foi pensada desde sua emergncia com Descartes, at Freud. No se trata propriamente da histria de um conceito, mas de uma abordagem histrica a um espao mais amplo de questes que tem como referencial o sujeito e a subjetividade. O texto est dividido em trs partes. Na Parte I, analisada a emergncia da subjetividade como objeto do saber e o esforo do racionalismo para identific-la com a razo. A Parte 11, dedicada abordagem empirista e seus desdobramentos psicolgicos. A Parte III toda ela ocupada pela questo da clivagem da subjetividade operada pela teoria psicanaltica. O objetivo mais imediato do trabalho, o de confrontar as virias concepes da subjetividade considerada como una e identificada com a conscincia, concepo que nos oferecida por Freud e que implica numa subjetividade clivada e num descentramento da razo. Face a este objetivo, a diviso do trabalho em suas duas partes iniciais, no se oferece como rigorosa mas visa apenas uma maior comodidade expositiva. O objetivo mais amplo do trabalho , no entanto a delimitao da questo do platonismo que serve de tessitura ao conjunto dos discursos que compem o texto, inclusive ao discurso psicanaltico.
Resumo:
O presente trabalho tem como objetivo analisar a atuao de intelectuais entendidos como mediadores culturais, ou seja, aqueles que tm como objetivo a divulgao de conhecimento histrico para o grande pblico. Para tanto, escolhemos como objeto de estudo o intelectual Viriato Corra (1884-1967), que entendemos ser exemplar nesse tipo de atuao intelectual. Mais especificamente, buscaremos nos ater s suas peas teatrais, escritas entre as dcadas de 1910 e 1940, que, como todo o resto de sua obra, so marcadas por um intenso discurso de valorizao do nacional. preciso lembrar que o perodo em questo estratgico no que concerne construo de uma identidade nacional republicana. Assim, buscaremos demonstrar como o escritor contribuiu e esteve engajado no projeto de construo de uma histria e memria nacionais atravs de suas produes teatrais, utilizando-as como vetores culturais de difuso de uma histria de cunho cvico-patritico.
Resumo:
Nos anos 1950 dois grupos de intelectuais pblicos, organizados em torno da CEPAL, em Santiago do Chile, e do ISEB, no Rio de Janeiro, pensaram a Amrica Latina de forma pioneira de um ponto de vista nacionalista. A CEPAL criticou a lei das vantagens comparativas e suas implicaes antiindustrializantes e imperialistas; o ISEB concentrou sua ateno na coalizo de classes por trs da estratgia nacional de desenvolvimento proposta. A existncia de uma burguesia nacional era fundamental para esta interpretação. Entretanto, a Revoluo Cubana e os golpes militares modernizantes que se seguiram abriram espao para a crítica dessas ideias pela interpretação marxista da dependncia que logo se dividiu em dois grupos. Os dois rejeitaram equivocadamente a possibilidade de uma burguesia nacional nos pases latino-americanos, mas enquanto uma derivava dessa premissa equivocada a necessidade e possibilidade de uma revoluo socialista, o outro, associado escola de sociologia de So Paulo (USP) concluiu pela associao com os pases em ricos. Ambos ignoraram o carter ambguo e contraditrio da burguesia da regio e enfraqueceram o nacionalismo econmico que caracteriza a formao dos estados-nao e seu desenvolvimento econmico
Resumo:
O objetivo deste estudo volta-se para uma anlise a nvel terico,da construo de normas. constitutivas do sistema moral aptas a direcionarem a conduta humana. Trs referenciais bsicos foram estabelecidos como pla taformas para o estudo: A Crítica da Razo Prtica de I. Kant e a avaliao do carter neces5rio da norma. bem como a dificuldade de transpor para o plano histrico e emprico. critrios de universalidade inerentes ao "imperativo categrico". A categorizao dos valores de E. Spranger forneceu elementos para proceder a uma anlise da sociognese das normas, partindo de critrios valorativos. culturalmente estabelecidos, aptos a quantificar contedos para a moral. Finalmente. a perspectiva piagetiana ofereceu as bases para uma avaliao da psicognese como construo formal dos sistemas de regras, que compem a moral humana. O estudo aqui realizado estabelece seus prprios limites dentro dos trs contextos acima selecionados por constituirem uma interpretação prefixada que viza harmonizar tais posioes. Estas fronteiras. assim definidas. justificam portanto o carter circunscrito. e sem pretenses de ser exaustivo na matria que o presente trabalho se prope evidenciar.
Resumo:
O presente trabalho visa discutir as mudanas trazidas na Lei 12.462/11, que institui o Regime Diferenciado de Contrataes Pblicas, popularmente conhecido como RDC, no cenrio das licitaes pblicas voltadas para infraestrutura da Copa do Mundo e dos Jogos Olmpicos. Apresenta a lei geral de licitaes, Lei 8666/93, apontando sua importncia, bem como a reao negativa da doutrina a algumas de suas disposies, ao longo de quase 20 anos de vigncia. Insere neste contexto a Lei 12.462/11 e seu modo de elaborao. Tendo como pano de fundo as Adins 4645 e 4655 ajuizadas no Supremo Tribunal Federal, esta obra analisa as supostas inconstitucionalidades formais e materiais do RDC, procurando revelar que a Lei 12.462/11 pode ser utilizada pela Administrao Pblica como importante ferramenta de alcance do melhor interesse pblico luz do princpio da eficincia.
Resumo:
Esta monografia analisa as caractersticas da consulta tributria no Estado do Rio de Janeiro, abordando suas principais caractersticas e efeitos, com enfoque na interpretação das hipteses em que o Estado do Rio de Janeiro no conhece a consulta tributria, em especial no artigo 165, inciso III, do Decreto Estadual n 2.473/1979. Antes de analisar como o referido dispositivo legal deve ser interpretado, foi defendido que o artigo 165 do Decreto Estadual n 2.473/1979 foi recepcionado como lei pela Constituio Federal de 1988, com base em decises do Supremo Tribunal Federal que entenderam (i) que uma mesma lei poderia ter dupla natureza jurdica e que (ii) um decreto anterior Constituio Federal de 1988 foi recepcionado como lei pela atual Constituio. Alm disso, foi defendido que a legislao tributria, incluindo o artigo 165, inciso III, do Decreto Estadual n 2.473/1979, no pode ser interpretada exclusivamente de acordo com o silogismo jurdico, razo pela qual as normas jurdicas, sempre que tiverem mais de uma interpretação e/ou limitarem e/ou violarem direitos fundamentais, devem ser interpretadas de acordo com o ps-positivismo jurdico. A concluso deste estudo a de que o artigo 165, inciso III, do Decreto Estadual n 2.473/1979 deve ser interpretado conforme a Constituio, de forma que a consulta tributria s no ser conhecida nos casos em que a situao descrita em ato normativo for flagrantemente impossvel de gerar quaisquer dvidas sobre a interpretação da legislao tributria.