56 resultados para Negros Identidade racial
Resumo:
O objetivo deste trabalho o de discutir os diversos conceitos de identidade organizacional atravs de um inventrio da literatura recente, com base no qual traamos um panorama histrico do conceito de identidade na Psicologia, na Sociologia e nos Estudos Organizacionais. Analisamos, em particular, como o conceito de identidade se modificou no trnsito da modernidade para a ps-modernidade e a maneira como as transformaes desse perodo impactaram o mundo corporativo. Realizamos uma pesquisa qualitativa de carter exploratrio e ilustrativo com colaboradores de uma grande organizao brasileira do setor financeiro, escolhida em virtude de a mesma estar finalizando um processo de fuso com outra instituio do setor. O propsito da pesquisa foi o de avaliar como os colaboradores de duas reas responsveis pela disseminao de valores percebem a identidade da organizao e verificar se essa percepo pode ser lida e interpretada atravs dos conceitos inventariados. O resultado da pesquisa foi positivo e encontramos conceitos de identidade organizacional vinculados s teorias ps-modernas, nas quais a identidade um fenmeno dinmico, fludo e lquido.
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O desempenho dos alunos negros nos exames de proficincia realizados pelo MEC cerca de 10% menor do que o dos alunos brancos. Esta diferena se observa tanto na 4 e 8 sries do ensino fundamental como no 3 ano do ensino mdio e tem se mantido ao longo dos anos. Cerca de 75% do hiato explicado por caractersticas familiares, principalmente a educao dos pais. Estas so variveis difceis de serem alteradas no curto e mdio prazo enquanto as conseqncias, o acesso a universidade e aos bons postos de trabalho, so imediatas. Este trabalho procura investigar como a escola pode compensar esta desvantagem inicial dos alunos negros, buscando identificar quais variveis tm maior impacto no seu desempenho.
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Este trabalho analisa as transformaes ocorridas nas ltimas dcadas em relao imagem dos emigrantes galegos e seus descendentes. Por razes polticas inerentes redemocratizao espanhola, mas tambm em decorrncia de novas anlises conceituais acerca de minorias, identidades e nacionalidades, a imagem estereotipada do galego como emigrante pobre e ignorante foi revista, principalmente por parte do governo espanhol. Houve um reconhecimento positivado da galeguidade. Assim, o grupo desvalorizado, no incio do sculo XX, passou a integrar uma dispora, que representaria a Galcia no mundo global do sculo XXI. Essa transformao obedece a movimentos nacionais da Espanha, como a implantao da poltica das autonomias, que reconheceu a Galcia como uma nacionalidade histrica, e a um contexto internacional marcado pela valorizao das identidades e pela ampliao e flexibilidade do conceito de dispora. Essa mudana acontece, tambm, tendo como base a grande rede de entidades associativas formada pelos galegos nos pases para os quais emigraram. O objetivo do trabalho apreender essa transformao que positiva um grupo antes considerado de segunda grandeza. Para tanto a tese percorre vasta bibliografia sobre a emigrao galega e recorre a vrios autores que tentam explicar as razes e os resultados dessa emigrao. Nosso ponto, contudo, entender a reverso de expectativas ocorrida recentemente em relao ao ser galego buscando explicar de que forma contriburam para tanto trs atores fundamentais: o governo espanhol (e da Galcia), os emigrantes mundo afora em suas rede associativas e as transformaes culturais e conceituais recentes acerca de identidades, nacionalismos, dispora e direitos, entre outros.
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o homem simultaneamente um ser animal e um ser social. E no somente uma. sntese bio-pSico+rocial. mas tam bm ideolgico-afetiva. .1 A formao da personalidade nO.rmal ?I~ patolgica nao esti fundamentalmsnte centrada no indivdtioiiolgico, mas sim em suas rela5es com o mundo, isto } no relaciona- mento de seu potencial bio-psquico com o social. i ~ Entre to~o~ os animais o homem aquele que possui relativamente ao perodo total de vida, a mais longa : infn cia e portanto o que atravessa o maior perodo de aprendiz~ ~. gem social. Nele, a educabilidade vem sobrepondo-se aos ins tintos. Na realidade, o homem inicia, ao nascer, um proce~ so de tomada de conscincia mediatizado por sua relao com os objetos e as pessoas que o cercam, reconstruindo o mun do e elaborando gradativamente sua identidad~. I" I Nesse processo de conscientizao ~~antitativa e qualitativa da realidade 6bjetiva e de si prprio, a escola ocupi um importante papel, no s como um lugar de transmis I so d~, conhecimento mas uma agncia de socializao de gra~ de significado. Examinar teoricamente a importncia desse processo de escolarizao veiculado pela relao do professor com seu aluno, par:l a elaborao da idcntid:Hlc da criana da clas- se po~ular objetivo desse trabalho. A escola como processo de difuso de cultura influ '! encia na v1so de mundo que o aluno tem de si e dos outros, interferindo em certa medida nas suas prprias atitudes fren te a vida. A escola assume um significado mui to importante f~ cionando como ponte entre a identificao da famlia e o gru po social mais amplo. A discriminao econmica que sofre a criana da classe popular' ~ revivida na relao direta com seu profes- sor que valoriza a cultura da classe dominante, menospreza a, cultura popular. criando na criana pobre um sentimento de ihcapacidade que s6 serve para justificar a dominao. Na relao professor-aluno a criana revive seus cc:>nflitos sociais revestidos de seus conflitos familiares. Nesse sentido o exame da questo ideol6gica para o estudo da influncia do processo de escolarizao na forma- ao da identidade da criana da classe popular passa tambm por uma compreenso dos aspectos afetivos que estruturam a relao professor-aluno e que lhe servem de suporte.
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Esta pesquisa de natureza qualitativa teve como objetivo contribuir para o entendimento do processo de construo da identidade gerencial dos gestores de empresas norte americana, bem como as possveis implicaes da cultura organizacional na construo dessa identidade. Para tanto, adotou-se a tcnica histria de vida para entrevistar dois executivos da alta administrao, de dois seguimentos distintos. Na mesma faixa etria, porem de diferente gnero. Questes como formao profissional; processo de aprendizagem; competncias, funes, habilidades e papis gerenciais; alm de identidade, foi investigado junto aos sujeitos de pesquisa, por meio de entrevista semi-estruturada e observao assistemtica. Os dados foram analisados por intermdio da anlise de contedo, que consiste em identificar possveis relaes entre os fenmenos que se fizerem presentes. Os resultados do estudo apontaram que a construo da identidade gerencial dos gestores da alta gerencia, vem da cultura organizacional e da adaptao do individuo. Aps muita determinao, curiosidade, dedicao, fora de vontade, responsabilidade, confiana, e sacrifcios, conquistam o lugar mais alto. A carga horria elevada, mas parece detalhe, sentem-se realizados profissionalmente. No pensam em mudar de empresa, mesmo para ganhar mais.
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Este trabalho procura elucidar alguns conceitos tericos de identidade, como entendida por diferentes autores, como ns a interpretamos e como o processo educacional influencia o desenvolvimento da identidade dos adolescentes. Para isso recorremos ao fenmeno da identificao, aos conflitos intra-psquicos, particularmente no perodo da adolescncia, e aos vnculos de integrao espacial, temporal e social. Consideramos a identidade estruturada por trs nveis fundamentais: pelas estruturas mais desenvolvidas da personalidade, caracterizada pela relao interpessoal, baseada nos mecanismos de projeo e introjeo; pelos mecanismos de identificao projetiva-introjetiva e pela persistncia da fuso ou estrutura sincicial primitiva que caracteriza a sociabilidade sincrtica. Partimos da concepo de identificao como a forma mais primitiva de ligao afetiva. Tomamos a conquista da identidade corporal e sexual como a base das demais identidades parciais. A formao da identidade como um todo, que pressupe uma crise na adolescncia, baseia-se na problemtica mais especfica da formao de uma identidade sexual. Enquanto a identificao se opera atravs de introjees, a identidade resulta da oposio de identificaes anteriores. O processo dialtico. Somos de opinio que a identidade formada por processos eminentemente sociais. Uma vez formada, mantida, modificada ou mesmo remodelada pelas relaes sociais. Nossa preocupao centralizou-se no processo de formao de identidade, considerado em estreita relao om a famlia, a escola e a sociedade e em contnua interaao professor-aluno, ensino-aprendizagem. Tentamos detectar as influncias da educao sistematizadas no processo de formao da identidade e em especial visualizar o papel do professor no referido processo, atravs de pesquisa de campo. Para isso elaboramos um questionrio composto de duas partes. A primeira contendo dados de identificao do aluno, da famlia e da escola. A segunda, composta de 40 perguntas consideradas, inferencialmente, como indicadores dos vnculos de integrao espacial, temporal e social. Os sujeitos de nossa pesquisa constituiram-se de 176 alunos, na faixa etria de 14 anos, masculinos e femininos, de 5 e 8 series, do ensino de 1 grau das escolas da rede estadual de Divinopolis, M.G., em 1978. A anlise dos dados obtidos evidenciou o desenvolvimento de nossos sujeitos em termos de identificao com os grupos primrios, predominando a dependncia em nvel infantil.
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Segundo o Cdigo de Processo Penal brasileiro, a Percia imprescindvel, e no pode ser substituda pela confisso do acusado, nos crimes que deixem vestgios. Esta pesquisa inicia um estudo acerca da construo da identidade profissional do Perito Criminal Federal, o Perito que atua no mbito da Polcia Federal no Brasil. A abordagem acadmica foi adotada no sentido de serem identificadas as principais questes que contribuem na construo da identidade desse profissional. O objetivo principal do trabalho o reconhecimento pelo Perito Criminal Federal do seu papel para a sociedade, de modo que se vislumbrem iniciativas que possam incentivar a busca de melhorias, de aprimoramento na formao e evoluo dos profissionais, beneficiando no apenas a motivao e satisfao profissional, mas, sobretudo, a resposta que este produz para a sociedade. O resultado da pesquisa revelou que sua identidade, como a de qualquer profissional, est em constante metamorfose, e sofre a influncia de sua histria e verdades individuais e das influncias do ambiente social e profissional. O estudo demonstrou que existem lacunas a serem preenchidas na viso do prprio profissional com relao ao retorno quanto ao resultado efetivo do seu trabalho, alm da preocupao com o equilbrio entre quantidade e qualidade na produo de Laudos Periciais Criminais. Observou-se ainda a existncia de um ambiente organizacional desfavorvel quanto ao cumprimento de leis e recomendaes, internacionais e nacionais, que preconizam a necessidade de autonomia para a realizao do trabalho pericial, de forma a garantir a prova isenta e neutra em busca da justia. Tambm ficou ntida a necessidade de maior comunicao e discusso interna acerca da viso de futuro da profisso. primordial para a efetivao de uma sociedade democrtica, que respeita os direitos humanos e zela pela segurana pblica, uma Percia Criminal Federal consciente de sua identidade, efetiva, que possa atuar com motivao, celeridade e qualidade em prol da justia para os cidados brasileiros.
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O presente estudo visa ampliar a compreenso da formao da identidade. Quer dimensionar os mecanismos, envolvidos no paradoxo, que operam no desenvolvimento do indivduo, permitindo que o mesmo seja nico. Neste sentido, avalia a concepo de homem e delimita a definio de identidade, que apoiam o estudo. Em seguida, define o paradoxo e situa o papel que desempenha na formao da identidade. A justificativa deste estudo, entre outras, est inserida na necessidade de compreender a estruturao da identidade e dos agentes que operam a mesma, oferecendo subsdio para uma atuao adequada dos profissionais que lidam, mais diretamente, com a conformao do indivduo, tarefa to perigosa quanto preciosa e difcil. A identidade insere a mudana na continuidade, desconhecer suas interaes bsicas conduzi-la rumos aleatrios, e, de qualquer modo, evitar considerar as questes de ordem filosfica, antropolgica e tica que comporta. Entre as concluses fundamentais, cita-se: a) o indivduo estrutura-se como tal ao fazer frente aos paradoxos; b) o conceito de identidade transcende as definies que lhes so emprestadas nas designaes de mesmidade, singularidade, auto conceito, etc, devendo integr-los num conceito de "identidade social"; c) o paradoxo tanto pode ser construdo como desintegrado vivencialmente; d) a identidade expressa, em sua integridade, quando h integrao entre os elementos do paradoxo.
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Partindo do pressuposto de que os mitos sociais femininos participam da construo da identidade e da auto-estima da mulher, buscamos levantar questes pertinentes a estes aspectos. Consideramos, especificamente, neste trabalho uma etapa singular da vida da mulher, na qual ela se sente confinada ao universo domstico, no mais desempenhando as funes femininas engendradas a partir do imaginrio social. Observa-os que em alguns casos esta situao caracteriza um momento de crise, no qual a mulher, frequentemente perde a perspectiva do futuro, o que vai influenciar seu modo de estar" e "atuar" no mundo, ficando ameaados seu sentimento de identidade e auto-stima. Para uma melhor compreenso do mundo da mulher, incluimos um capitulo sobre algumas contribuies existentes nas diferentes disciplinas (Biologia, Sociologia, Antropologia, Histria e Psicologia), pois consideramos fundamental uma abordagem multidisciplinar para o estudo proposto. Ao longo do desenvolvimento deste tema, confirmamos a importncia e pertinncia deste estudo, principalmente neste momento de profundas transformaes sociais. Por isso, justificamos a continuidade do nosso trabalho, sugerindo a realizao de uma pesquisa emprica a fim de ampliar as colocaes aqui feitas, alm de contribuir para a prxis do psiclogo neste campo.
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O objetivo desta dissertao identificar de que forma o pertencimento subcultura de MMA influencia na formao da identidade de seus membros, explorando os aspectos relacionados ao consumo como veculo de transmisso de significados simblicos. O embasamento terico que deu sustentao pesquisa aborda questes discutidas pela literatura no que diz respeito cultura e consumo (Barbosa e Campbell, 2006; McCracken, 2003), s subculturas de consumo (Kozinets, 2001; Schouten e McAlexander, 1995) e ao processo de formao da identidade por meio do consumo (Barbosa e Campbell, 2006; McCracken, 2003). Este estudo tem carter explicativo e exploratrio, buscando, atravs do mtodo etnogrfico, explorar o universo cultural que funciona como pano de fundo das questes abordadas para ento identificar os fatores que determinam ou contribuem para o processo de formao de identidade em uma subcultura de consumo. Os dados foram coletados ao longo de 1 ano de pesquisa de campo, realizada em uma academia de artes marciais no Rio de Janeiro. Ao longo da pesquisa, foi possvel coletar informaes sobre o dia-a-dia dos membros desta subcultura e das relaes que se formam a partir desta atividade. Tambm foram realizadas entrevistas individuais por meio de um roteiro semi-estruturado, visando a compreenso da forma como estes consumidores se vem dentro da subcultura e como interpretam o MMA enquanto estilo de vida e provedor de valores. Foram realizadas 14 entrevistas junto a consumidores, tanto do sexo feminino quanto do masculino, entre idades de 19 e 45 anos, residentes na cidade do Rio de Janeiro, entre janeiro e novembro de 2011. Para que se pudesse atingir os objetivos propostos, optou-se por um mtodo de pesquisa qualitativa, privilegiando assim a compreenso dos significados dos fatos, por meio da anlise de pequenas amostras da populao, procurando entender os fatos sem necessariamente mensur-los. Os resultados demonstraram que fazer parte de uma subcultura no implica, necessariamente, na constituio de uma identidade baseada no objeto de consumo. Para tanto, algumas etapas precisam ser cumpridas, e no caso do MMA, no basta o empenho: ser aceito pelo grupo, demonstrar habilidades especficas e fazer um uso adequado da luta so, por exemplo, requisitos bsicos para alcanar novas posies dentro da subcultura, e consequentemente, conquistar uma identidade representativa deste grupo.
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Este trabalho tem como objetivo a anlise da poltica cultural de cinema e sua relao com a identidade nacional, que se desenvolveu entre o final dos anos cinquenta e o incio dos anos oitenta. Os principais agentes desse processo so os cineastas vinculados ao Cinema Novo e o Estado autoritrio, implantado a partir de 1964, tendo como pano de fundo o intenso processo de modernizao sofrido pela sociedade brasileira no perodo. Dentre as fontes utilizadas, destaca-se a produo cinematogrfica do perodo, importante para compreender as ideias formuladas sobre a identidade nacional e as contradies inerentes a esse processo. No primeiro captulo, analisamos a gnese do Cinema Novo, reconhecendo-o como movimento poltico e cultural, estabelecendo suas redes de sociabilidade e caracterizando seus aspectos estticos e polticos comuns aos cineastas que dele faziam parte. Esta anlise considerou trs momentos distintos: o primeiro, entre 1955 e 1964, quando ocorreu a gnese do Cinema Novo; o segundo, entre 1964 e 1968, quando o Cinema Novo conheceu seu apogeu e se consolidou como proposta poltica e cultural; e o terceiro, entre 1969 e 1973, quando a proposta esttica se esgotou, dando espao s articulaes polticas e s propostas individuais que caracterizaram esse movimento cultural at o incio dos anos oitenta. No segundo captulo, o objeto principal da anlise a ao do Estado autoritrio, estabelecido a partir de 1964, no campo da cultura. Realizamos um retrospecto das intervenes do Estado brasileiro nesse campo at 1964, discorremos sobre a postura do Estado autoritrio em relao produo cultural e destacamos a Poltica Nacional de Cultura, proposta no final de 1975, a principal referncia para se compreender o processo de construo da identidade nacional em tempos de transio. No terceiro captulo, analisaremos especificamente a poltica cultural cinematogrfica a partir de 1974, seus pontos em comum com a Poltica Nacional de Cultura e suas contradies em relao ao do Estado autoritrio na rea cultural e ao processo de modernizao pelo qual passou a sociedade brasileira. Por meio dessa anlise, procuramos entender a forma como cinemanovistas e representantes dos rgos oficiais da rea cultural perceberam a gestao de uma poltica cultural de cinema que contemplasse as necessidades desses tempos de transio e fornecesse os elementos para a construo da identidade nacional. No quarto captulo, analisamos a trajetria de Joaquim Pedro de Andrade, como intelectual cinemanovista, profundamente influenciado pelos ideais modernistas dos anos vinte e trinta, e crtico do processo de modernizao autoritria posto em prtica a partir de 1964. Consideramos a trajetria e a obra desse cineasta como paradigmticas, tanto no que se refere s complexas relaes polticas e culturais desenvolvidas pelo Cinema Novo, quanto s profundas transformaes vividas pela sociedade brasileira no perodo. Entre 1955 e 1982, desenvolveram-se vrias propostas polticas para a rea cultural, destacando-se duas: aquela formulada e apresentada pelo Cinema Novo e aquela referente interveno do Estado autoritrio nessa rea. A atuao dos intelectuais cinemanovistas e o dilogo estabelecido entre estes e seus interlocutores, representantes do Estado autoritrio no campo da cultura, possibilitaram a construo de uma identidade nacional em tempos de transio, corroborando o processo de redemocratizao e construindo novas formas de se ver, analisar e compreender a sociedade brasileira.
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Nos ltimos anos o Brasil tem avanado no sentido de enfrentar as desigualdades raciais. Em 1995, o ento Presidente da Repblica Fernando Henrique Cardoso reconheceu oficial e publicamente no apenas a existncia da discriminao racial e do preconceito de cor no Pas, mas tambm a necessidade de se adotar medidas pblicas e privadas para fazer face ao problema. Naquele mesmo ano foi criado o Grupo de Trabalho Interministerial, que teve por incumbncia propor aes integradas de combate discriminao racial e recomendar polticas para a consolidao da cidadania da populao negra. Para encaminhar as aes relacionadas ao mercado de trabalho, foi criado em 1996, no mbito do Ministrio do Trabalho, o Grupo de Trabalho para a Eliminao da Discriminao no Emprego e na Ocupao, cuja misso foi definir programas de aes que visassem ao combate da discriminao no emprego e na ocupao. Desde ento, temos presenciado uma maior permeabilidade do Estado s demandas e proposies dos movimentos sociais negros. Marcos nesta trajetria foram a criao da SEPPIR Secretaria de Promoo da Igualdade racial, em 2003, a aprovao do Estatuto da Igualdade Racial, em 2010, e a aprovao, por unanimidade, do sistema de cotas para negros no ensino superior brasileiro, pelo Superior Tribunal Federal, em 2011. Essas, dentre outras, so conquistas inquestionveis e que revelam que o Pas vive um perodo de inflexo no encaminhamento de solues para os problemas raciais que o assolam. Mas, se por um lado essas conquistas representam grandes vitrias, especialmente quando analisadas sob uma perspectiva retroativa, visto que desde a abolio da escravatura nenhuma ao estatal havia sido direcionada soluo de desigualdades raciais, por outro, muito ainda temos que avanar. Um olhar prospectivo revelar que o fosso criado ao longo desses sculos no poderia ser superado em apenas 20 anos. Muita desigualdade racial ainda resta. E muito ainda resta a ser feito para o seu enfrentamento. Ao mobilizar conhecimento para a resoluo de problemas sociais relevantes (FARAH, 2012) esta tese busca contribuir para o avano das polticas de igualdade racial no Pas, particularmente daquelas voltadas para o mercado de trabalho. Ela se constitui em um estudo de caso do Programa de Promoo da Igualdade de Oportunidade para Todos, uma iniciativa do Ministrio Pblico do Trabalho, que teve por objetivo levar as organizaes privadas a adotar aes afirmativas para o enfrentamento das desigualdades de gnero e raa nas relaes de trabalho. Para a conduo do estudo de caso nico, empreendemos uma pesquisa qualitativa, adotando diversas tcnicas de pesquisa, como a observao participante, conversas, entrevistas semiestruturadas e anlise de documentos e outras materialidades, tendo o ps-construcionismo como sua perspectiva epistemolgica (SPINK, 2005). Analisamos o Programa da Promoo da Igualdade de Oportunidade para Todos a partir das seguintes variveis: sua concepo, implantao e primeiros resultados. Essa anlise conduziu-nos a uma reviso da literatura nacional e estrangeira sobre a gesto da diversidade, e da literatura sobre desigualdade categrica durvel. Os resultados deste estudo sugerem que, em que pesem as resistncias enfrentadas para a sua implantao, o Programa j produziu efeitos positivos, embora tambm apontem seus limites e ajustes necessrios para futuras polticas que visem reduo de desigualdade racial no mercado de trabalho no Pas.
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Muitos so os maons que se destacaram como lderes nas mais diferentes pocas e nos mais diversos setores da sociedade. Tendo a experincia e formao manica como caracterstica comum entre tais lderes, a compreenso da relao entre a Maonaria e a liderana e a mensurao da influncia dos lderes manicos sobre seus liderados, os quais podem tambm serem lderes em suas atividades sociais e profissionais, tornam-se de grande relevncia para a cincia da administrao e a sociedade, de uma forma geral. Tomando por base as teorias de aprendizagem social, de troca social e de identidade social, e partindo da premissa da liderana tica, referenciada pela literatura manica, o objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da liderana tica na identidade moral e na identificao com a organizao, considerando ainda as respectivas consequncias nos comportamentos dos liderados dentro e fora da organizao manica. Ao todo, 13 hipteses foram formuladas, gerando dois modelos de pesquisa que foram testados empiricamente por meio de estudo quantitativo realizado com 1571 maons de todas as Unidades Federativas do Brasil. A discusso dos resultados foi enriquecida com a anlise de contedo de uma questo aberta presente no questionrio, respondida por 933 participantes. Os resultados indicam uma influncia positiva da liderana tica sobre a identidade moral simbolizada e internalizada dos maons, sobre seu comportamento prsocial, sua identificao com a Loja Manica, sua satisfao com a vida e com a conscincia e voz de grupo. Por fim, as implicaes tericas e prticas dos resultados obtidos so discutidas e sugestes para futuras pesquisas so apresentadas.
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Essa pesquisa explora a identidade do jovem da periferia paulistana retratada pelo movimento Funk Ostentao, que foi contextualizado e analisado sob a perspectiva terica da Consumer Culture Theory (CCT), com foco nas teorias de identidade relacionadas ao consumo, como self estendido, self expandido, consumo aspiracional e consumo compensatrio. Entrevistas e grupo de foco com jovens frequentadores de bailes funk (chamados funkeiros) somaram-se s transcries de videoclipes de Funk Ostentao e programas com participao de MCs (cantores de funk) e foram analisados e codificados de forma livre, seguindo os preceitos de Strauss e Corbin (2008). Como resultado, foi desenvolvido um modelo terico no qual os MCs expressam sua identidade por meio de marcas, objetos, lugares e pessoas (self estendido) e expandem aspectos de sua identidade para os funkeiros (self expandido), principalmente pelos videoclipes disponibilizados no YouTube. As relaes de fama, admirao e inveja, encontradas nos videoclipes e reforadas pelo discurso dos entrevistados, mostram aspectos da identidade dos MCs e funkeiros enquanto grupo. Enquanto para os MCs o consumo mostrado nos videoclipes algo real, os funkeiros afirmam que consomem somente as roupas, acessrios e bebidas, sendo que automveis, motos, joias e grandes casas fazem parte de suas aspiraes de consumo. Foi encontrada diferena na expresso do self masculino e feminino, sendo que o consumo e exibio dos objetos de desejo esto relacionados identidade masculina e as garotas apenas demonstram interesse em estar com rapazes que possuam os itens desejados, no em adquiri-los. Concluiu-se que o consumo e exibio dos objetos e marcas est relacionado ao consumo compensatrio. Os jovens tm no consumo uma forma de preencher alguns aspectos frgeis de seu self e validar seu acesso a determinados locais que antes no se achavam aptos a frequentar, como shoppings centers. Nenhum deles mostrou interesse no consumo ou utilizao de produtos no cantados pelo Funk Ostentao, ainda que relacionados ao entretenimento, como itens para prtica de esportes e videogames, o que evidencia o consumo compensatrio como substituto ao consumo de objetos no relacionados simbolicamente s fragilidades do self dos indivduos. Tambm no demonstraram interesse em consumir outros itens que podem lhes trazer aumento de renda, como o investimento em educao, de forma que o consumo compensatrio, que remedia os efeitos da excluso social que sentem, parece substituir a real resoluo do problema.