3 resultados para Agaricus blazei (Murril) ss. Heinemann
em Portal do Conhecimento - Ministerio do Ensino Superior Ciencia e Inovacao, Cape Verde
Resumo:
A presente investigação tem como principal objectivo averiguar o impacto da imigração sobre a percepção de suporte social. A amostra de imigrantes é constituÃda por 48 participantes, oriundos de paÃses como a Ucrânia, Geórgia, Moldávia, Rússia, Brasil, China e Cabo-Verde. A média das idades é 34,67 anos e a média do tempo de permanência em Portugal é 50,38 meses. Dos participantes, 21 são do sexo feminino e 27 do sexo masculino. A percepção de suporte social foi avaliada através da EPS (Escala de Provisões Sociais, Cutrona e Russel, 1990). Avaliou-se a percepção de suporte social antes da imigração, retrospectivamente, através de uma adaptação da EPS, assim como depois da imigração. Os resultados indicam que a percepção de suporte social difere significativamente antes e depois da imigração, sendo maior na última situação. Os resultados indicam ainda, que a percepção de suporte social é independente dos anos de permanência em Portugal. Quando analisada isoladamente, a amostra de Leste não apresenta uma diferença significativa na percepção de suporte social global, antes e depois da imigração.
Resumo:
Resumindo, podemos dizer que, “as palavras hão-de entender-se na sua conexão, isto é, o pensamento da lei deve inferir-se do complexo das palavras usadas e não de fragmentos destacados, deixando-se no escuro uma parte da disposição. Deve-se partir do conceito de que todas as palavras têm no discurso uma função e um sentido próprio, de que neste não há nada de supérfluo ou contraditório, e por isso o sentido literal há-de surgir da compreensão harmónica de todo o contexto
Resumo:
Depois de 1991, as polÃticas de comunicação desenvolvidas em Cabo Verde estiveram assentes numa contrariedade entre os planos do discurso e os planos da acção: se a nÃvel discursivo, a liberdade de imprensa foi encarada como o pilar das opções do regime, a nÃvel das práticas da governação um conjunto de acções e inacções dificultaram a implementação de um ambiente de liberdade no seio dos profissionais da comunicação social. Desde logo, o processo de transição de regime empurrou os jornalistas e os actores polÃticos no poder para uma situação de colisão eminente, resultando numa acumulação de processos judiciais contra os profissionais da comunicação social; também, o monopólio público do sector da televisão, para além de provocar a desregulação do sector – com as autarquias a instalarem antenas parabólicas para satisfazer a população com conteúdos de canais internacionais –, dificultou o pluralismo de opinião, já que sobre a estação pública recaem crÃticas constantes que apontam para a intervenção dos governos na sua actuação; ainda, regista-se, entre 1991 e 2009, uma polÃtica de desinvestimento dos sucessivos governos no sector mediático, relegando-o para um plano secundário das opções de governação. Se, nos primeiros anos da democracia pluralista, houve um aumento significativo do investimento no sector da comunicação social, cedo verificou-se uma quebra do investimento, que não deu espaço aos media estatais para crescerem e contribuÃrem efectivamente na solidificação do sistema democrático. Na correlação das polÃticas de comunicação com a liberdade de imprensa, resultam duas fases no percurso de Cabo Verde: a) fase de insatisfação generalizada (sobretudo na década de 90), em que, a par da fraca qualidade dos produtos mediáticos disponibilizados aos cidadãos, os jornalistas e a classe polÃtica entraram em rota de colisão; a classe jornalÃstica dividiu-se, passando a haver os considerados ‘jornalistas próximos do PAICV’ e ‘jornalistas próximos do MpD’ (devemos levar em consideração que o MpD e o PAICV são os dois únicos partidos polÃticos virtualmente ilegÃveis na arena polÃtica caboverdiana). Assim, a conivência entre os profissionais da comunicação social e os actores polÃticos fez com que alguns jornalistas passassem a ser apelidados de ‘comissários polÃticos’; b) fase de satisfação conveniente ou precária: instalou-se depois dos perÃodos mais conturbados da transição polÃtica, sobretudo a partir do inÃcio do novo milénio, com a substituição do partido no poder e uma mudança de atitude dos governantes em relação à s actividades da comunicação social. A mudança de regime levou a uma redefinição do posicionamento dos jornalistas face aos partidos polÃticos, passando a haver profissionais que trabalham mais alinhados com o governo e profissionais que trabalham mais alinhados com a oposição. Esta situação resultou de uma má concepção de democracia instalada em Cabo Verde em que os partidos polÃticos figuram como as únicas entidades que gozam efectivamente de uma liberdade de actuação. Associado aos partidos polÃticos, encontramos uma concentração de poderes: o poder polÃtico (através do escrutÃnio público), o poder económico (grande parte dos empresários cabo-verdianos nasceram no seio dos partidos polÃticos que estiveram no governo, o que faz com que haja uma certa politização da vida económica do paÃs), o poder cultural (a maior parte dos intelectuais está associada aos partidos polÃticos que, quando estão no governo, subsidiam os seus projectos e a sua aspiração de realização pessoal e profissional) e o poder de influência social (quase todos os órgãos de comunicação social nacionais estão conotados com os partidos polÃticos e a fraca liquidez do mercado publicitário faz com que não haja empresas auto-sustentáveis no sector mediático). Todos esses condicionalismos sociológicos acabam por dificultar a implementação de um ambiente de liberdade no seio da comunicação social cabo-verdiana. Apesar de, hodiernamente não haver uma insatisfação generalizada como na década de 90, a aparente normalidade que se regista na relação entre a classe polÃtica e os jornalistas é assegurada por uma informação que evita provocar incómodo nos partidos aos quais os órgãos de comunicação social se encontram associados ou com os quais são conotados. Desta forma, a auto-censura torna-se num mecanismo inibidor da liberdade de imprensa. Assim, encontra-se um jornalismo que, por um lado, procura ser incisivo para o partido encarado como oposição e, por outro lado, é cómodo, domesticado e amorfo para o partido ao qual o órgão de comunicação social em causa se encontra vinculado. Neste caso, não sobram condições para falar-se na isenção das práticas jornalÃsticas, nem no rigor das mensagens que são difundidas no seio da sociedade. Notamos que as polÃticas de comunicação adoptadas em Cabo Verde, depois de 1991, não provocaram uma revolução nas práticas jornalÃsticas. Se antes, os jornalistas eram considerados de ‘comissários polÃticos’ por se entender que estavam vinculados ao Partido Único, depois da abertura de regime registou-se uma divisão da classe jornalÃstica entre os dois partidos polÃticos com mais expressão na sociedade cabo-verdiana. Assim, a concepção jurÃdica da liberdade de imprensa revestiuse de uma formalidade que não encontrou correspondência nas práticas do dia-a-dia dos jornalistas e, desta forma, perdura uma distância entre a concepção jurÃdico-formal e a concepção jurÃdico-material da liberdade de imprensa. Muito caminho preciso de ser feito nesta matéria para que a comunicação social possa vir a ser a voz da sociedade