Da igualdade perante a lei ao imposto per capita na teoria de Thomas Hobbes

pp. 281-295

Thomas Kuhn e o relativismo

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Hist��ria e Filosofia das Ciências

O SUJEITO DE SI NO DISCURSO MEDIEVAL - EM TORNO DO SOLILÓQUIO (DE SANTO AGOSTINHO AO ROMAN DE TRISTAN DE THOMAS D'ANGLETERRE)

Agostinho parece ter sido o primeiro a utilizar o termo solilóquio para designar uma forma específica do diálogo interior da alma que coloca como interlocutores o eu e si próprio. De certa forma, esta estrutura dialógica do solilóquio prolonga os diálogos socráticos, mas situando a interrogação do eu sobre si mesmo no interior do eu, ou seja, tornando-a um exercício preponderantemente mental ainda que passe pelo discurso verbal. O objectivo é fazer desenrolar um diálogo interior em que o indivíduo se vai dando conta progressivamente da ignorância em que est�� acerca de si mesmo. O Soliloquium1 , atribuído a Agostinho, aprofunda e insiste nesta vertente do discurso interior que constituía já o modo discursivo nas Confissões. Com a utilização desta t��cnica cria-se um novo procedimento ético segundo o qual a literatura é posta ao serviço da filosofia.

O ensino e a investigação em Zoologia e em Bot��nica na Escola Polit��cnica de Lisboa (1837-1911)

A presente dissertação tem por objectivo o estudo do estabelecimento e da evolução das cadeiras de zoologia e de bot��nica da Escola Polit��cnica de Lisboa (EPL), desde a sua fundação, em 1837, at�� à reforma republicana do ensino de 1911, situando-a no meio cient��fico da época e no contexto sociopolítico do Liberalismo português. Através de uma análise contextualista, explora-se o modo como a definição de um espaço físico próprio foi condição essencial à legitimação e à afirmação do ensino e da investigação em cada uma das áreas cient��ficas em estudo. A criação de uma instituição de estatuto nacional, o Museu de Lisboa, foi fundamental para que a investigação cient��fica em zoologia e em bot��nica encontrasse um lugar próprio na EPL e se projectasse internacionalmente, o que constituiu um passo importante para a sua consolidação no meio cient��fico nacional. O ensino também desempenhou um papel neste processo, ao permitir a circulação de novas teorias cient��ficas, incluindo o evolucionismo de Darwin e Haeckel e o neolamarckismo de diversos naturalistas franceses, por sucessivas gerações de alunos. A criação das cadeiras de zoologia e de bot��nica teve, ainda, um impacte a nível político, ao permitir que alguns dos seus professores alcançassem, através da autoridade cient��fica adquirida nas suas áreas de especialidade, um lugar de destaque na definição de políticas dos governos liberais, quer ao nível da organização do territ��rio agrícola nacional e da modernização das práticas agrícolas existentes, quer na mobilização de esforços para a defesa de pretensões colonialistas em África. A presente dissertação mostra que a análise da institucionalização da zoologia e da bot��nica na EPL é fundamental para compreender a evolução do meio cient��fico português, bem como a implementação de reformas pelos governos liberais, ao longo do século XIX.