13 resultados para Aesthetics


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A presente tese intitulada A cor como abrigo: a arquitectura como cuidado tem por objectivo fortalecer a ligao entre a Teoria das Cores de Goethe e a arquitectura. Para isso a nossa estratgia foi recuperar os conceitos de espao e corpo. Ambos comeam por ser tomados como realidades fsicas mas pouco a pouco vai-se mostrando que tal coisa como uma abordagem puramente fsica do espao e do corpo no possvel - talvez porque no exista. Mesmo a medicina (ao contrario do que possamos pensar primeiro) uma cincia que no s reconhece o carcter difano do corpo como diariamente luta para ir alm de uma concepo do corpo enquanto coisa fsica por perceber que o corpo determinado por formas e funes mas sobretudo como tomado por foras. Um exemplo extremo desta interaco entre espao e corpo (ligados atravs da arquitectura), onde o carcter difano de ambos ganha evidncia, na arquitectura de hospitais, que abordamos por ltimo: o que um espao vivido que tem por principal funo restaurar o corpo do seu estado de doena? As referencias principais so J.W. Goethe, Ludwig Wittgenstein, Edmund Husserl, Gilles Deleuze, Christian Norberg- Schulz, Frank Lloyd Wright and Tadao Ando. *********************************************************************This PhD research thesis titled: "Colour as shelter: architecture as care" has as its main goal to strengthen an existing relation between Goethe's Theory of Colours and Architecture. In order to do that our strategy was to use space and body as guiding concepts. Both start as being considered from a pure physical point of view but as our theme develops we see that a pure physical point of view concerning space and body it is not possible perhaps because it does not exist. Medicine (unlike we may think at first) it is a science that not only acknowledges the diaphanous character of the body as daily, tries to go beyond the conception of body as physical thing understanding that the body is determined by forms and functions but mostly taken by forces. An extreme example of the interaction between space and body (linked through architecture), where the diaphanous character of both is evident, is Healthcare architecture: "what is a lived space that has as main function to restore the body of its illness"? Main references are: J.W. Goethe, Ludwig Wittgenstein, Edmund Husserl, Gilles Deleuze, Christian Norberg-Schulz, Frank Lloyd Wright and Tadao Ando.

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The widespread use of mobile devices has made known to the general public new areas that were hitherto confined to specialized devices. In general, the smartphone came to give all users the ability to execute multiple tasks, and among them, take photographs using the integrated cameras. Although these devices are continuously receiving improved cameras, their manufacturers do not take advantage of their full potential, since the operating systems normally offer simple APIs and applications for shooting. Therefore, taking advantage of this environment for mobile devices, we find ourselves in the best scenario to develop applications that help the user obtaining a good result when shooting. In an attempt to provide a set of techniques and tools more applied to the task, this dissertation presents, as a contribution, a set of tools for mobile devices that provides information in real-time on the composition of the scene before capturing an image. Thus, the proposed solution gives support to a user while capturing a scene with a mobile device. The user will be able to receive multiple suggestions on the composition of the scene, which will be based on rules of photography or other useful tools for photographers. The tools include horizon detection and graphical visualization of the color palette presented on the scenario being photographed. These tools were evaluated regarding the mobile device implementation and how users assess their usefulness.

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A recusa da estratificao do tempo, que surge na segunda metade do sculo XX, resulta da perda de f numa grande narrativa e modifica a percepo do tempo cronolgico: os acontecimentos j no se sucedem ordeiramente, manifestam-se em simultneo no presente ou so criteriosamente convocados a partir do presente. Esta reformulao do tempo implica a reformulao do conceito de contemporneo, permitindo questionarmo-nos, tal como Giorgio Agamben: De quem e do que somos contemporneos? E, antes de tudo, o que significa ser contemporneo? Com esta dissertao pretende-se analisar algumas formulaes do conceito de contemporneo, especialmente a partir de Giorgio Agamben, Walter Benjamin, Hannah Arendt e Georges Didi-Huberman, com a inteno de compreender as implicaes da temporalidade na experincia esttica e as possibilidades que as conceptualizaes elaboradas oferecem constituio de uma comunidade humana. Na segunda parte do trabalho, relaciona-se a problemtica da contemporaneidade com as reflexes sobre arte e esttica do escultor Rui Chafes atravs do seu texto A Histria da Minha Vida, um relato das principais influncias da formao artstica do narrador. Este relato ultrapassa os limites cronolgicos, onde o artista olha para trs definindo o seu prprio tempo presente e o seu passado. O presente surge como a inteireza que resume a ateno do artista e nos descreve a sua caminhada atravs do tempo artstico. O narrador revive na primeira pessoa o percurso dos artistas que desde a Idade Mdia ao Barroco trabalharam anonimamente a pedra e a madeira em nome dos mestres e ao faz-lo assume-se como o escultor-aprendiz que recusa a promoo a mestre, e revela em si, atravs dos valores supremos do trabalho, da sabedoria e da experincia, toda a arte que o precedeu.

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Nos ltimos trinta anos da imprensa nacional, assiste-se a inmeras mudanas no papel que a fotografia assume nas prticas editoriais dos jornais, influncia da crescente generalizao da fotografia digital. No final da dcada de 80 e incio de 90 do sculo XX, investe-se na fotografia e compreende-se porqu. Ela uma ferramenta poderosa para a criao de uma identidade editorial e para fidelizar leitores. Nunca a autoria do fotgrafo fora to reconhecida nas redaes como neste perodo, geralmente, sem comprometer o ideal do rigor jornalstico. A partir do sculo XXI, assiste-se a uma regresso. Esta tese pretende investigar a importncia que foi atribuda fotografia e ao fotojornalismo na imprensa, nas ltimas trs dcadas, procurando determinar qual o grau de conscincia que o fotgrafo tem das escolhas assumidas no ato fotogrfico; como que as opes do autor interferem na imagem final e como que a fotografia jornalstica lida com a questo do real e do verosmil? Para responder a estas e outras perguntas realizou-se noventa entrevistas que foram depois submetidas a uma anlise qualitativa. Por mais conscincia que o fotgrafo tenha da necessidade de ser objetivo e de retratar a verdade do acontecimento, pessoa ou lugar, a fotografia de imprensa sempre a perspetiva de algum que escolhe fragmentos da realidade para reportar ou documentar um acontecimento. O observador, com um olhar ingnuo e sem adotar uma atitude crtica perante a mimese do real, recebe a imagem como sendo a prova irrefutvel de um momento que o texto, por si s, no consegue autentificar. como se o Homem precisasse da legitimao visual para encontrar o seu lugar no mundo e nem a facilidade de edio na era do digital parece retirar fotografia a crena numa verdade que os olhos no puderam testemunhar. Ironicamente e contra a ideia do senso-comum, a Histria prova que a dupla essncia da fotografia de ser espelho e construo do real - mesmo na imprensa - no resiste adulterao. Seja instrumentalizada pelo poder, seja para criar dramatismo ou atribuir heroicidade em determinadas cenas, em vez do registo da realidade, a fotografia mostra uma realidade verosmil. A Histria tambm demonstra que essa subverso acontece, mas no um procedimento consciente. Isto porque o fotgrafo de imprensa assume diversas escolhas subjetivas de enquadramento, foco e composio sobre uma cena, no com o intuito de manipular, mas para arrumar o seu olhar sobre o mundo e mostrar o acontecimento numa moldura talhada pelo cdigo tico e deontolgico da profisso e pela linha editorial do rgo de comunicao onde exerce funes. Acima de tudo, esta investigao ambiciona confirmar se a confiana que o pblico deposita na imagem jornalstica lhe merecida

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A presente dissertao de doutoramento prope-se a analisar criticamente a noo de obra de arte participativa, traduzida pela designao de obra faa-voc- -mesmo, que apela participao ativa e ao agenciamento do pblico que se tornam parte integrante do processo criativo engendrado pela obra. A nossa reflexo sobre a obra faa-voc-mesmo insere-se no contexto da cultura da participao e da expanso dos media sociais e tem como principal objeto de estudo a obra participativa nas artes digitais. Esta tese postula uma anlise das prticas participativas nas artes digitais luz de uma genealogia artstica e crtica que atravessa o sculo XX e marcada pela experimentao com a ativao do pblico e a abertura da obra, traduzindo-se numa instabilizao de limites entre arte, quotidiano e sociedade. A nossa abordagem metodolgica enraza-se numa tradio de pensamento crtico e interdisciplinar prprio das humanidades sendo que recorremos articulao entre teoria crtica e anlise de casos concretos. Assim, de modo a compreender a experincia do pblico com a obra participativa, elabormos um conjunto de conceitos que nos permitem conceber uma esttica da participao nas artes digitais. Paralelamente, de forma a conhecermos o universo temtico das prticas participativas nas artes digitais, crimos uma proposta de trs linhas temticas no mbito das quais analismos mltiplas obras concretas, colocando-as em relao com os seus contextos sociais, culturais e polticos. As obras faa-voc-mesmo, descritas nesta dissertao, tendem a situar-se numa posio intermdia entre os dois extremos das prticas artsticas autnomas auto- -reflexivas e dos projetos artsticos comunitrios, que visam facilitar discusses e sugerir solues para problemas concretos. Algumas das obras participativas discutidas neste estudo possuem caratersticas em comum com a atitude faa-voc-mesmo preconizada por determinadas formas de ativismo poltico, nomeadamente, a organizao no-hierrquica, a autonomia e a participao direta dos voluntrios. Ao convocar a participao do pblico, a obra faa-voc-mesmo constitui-se como um projeto dialgico de experimentao criativa que se pode articular com uma dimenso poltica. Porm, este estudo salienta que a obra de arte participativa deve ser vista luz de uma tenso entre disrupo e incorporao, liberdade e controlo que carateriza a dinmica das redes digitais e do capitalismo contemporneo. A presente dissertao prope de modo fundamentado trs linhas de investigao futura. Primeiramente, a explorao do campo das prticas curatoriais e museolgicas em ambientes participativos. Seguidamente, a anlise do modo como o campo da arte contempornea e a condio do artista vo evoluir sob a influncia do acesso generalizado aos meios de produo e distribuio artstica nomeadamente atravs da World Wide Web. Por fim, o estudo dos novos regimes de interao e expressividade das imagens nas redes digitais.

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Contm artigos apresentados na International Conference Uncertain Spaces: Virtual Configurations in Contemporary Art and Museums, na Fundao Calouste Gulbenkian (Lisboa), 31 Outubro - 1 de Novembro de 2014) de: Helena Barranha e Susana S. Martins - Introduction: Art, Museums and Uncertainty (pp.1-12); Alexandra Bounia e Eleni Myrivili - Beyond the Virtual: Intangible Museographies and Collaborative Museum Experiences (pp.15-32); Annet Dekker - Curating in Progress. Moving Between Objects and Processes (pp.33-54); Giselle Beiguelman - Corrupted Memories. The aesthetics of Digital Ruins and the Museum of the Unfinished (pp.55-82); Andrew Vaas Brooks - The Planetary Datalinks (pp.85-110); Sren Meschede - Curators Network: Creating a Promotional Database for Contemporary Visual Arts (pp.11-130); Stefanie Kogler - Divergent Histories and Digital Archives of Latin American and Latino Art in the United States Old Problems in New Digital Formats (pp.131-156); Luise Reitsttter e Florian Bettel - Right to the City! Right to the Museum!(pp.159-182); Roberto Terracciano - On Geo-poetic systems: virtual interventions inside and outside the museum space (pp.183-210); e, Catarina Carneiro de Sousa e Lus Eustquio - Art Practice in Collaborative Virtual Environments (pp.211-240).

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A dissertao sobre a obra-de-arte. Com vista ao bom esclarecimento do que est a em causa, o termo tomado em exclusividade. A indagao constitui-se em trs captulos mais introduo e concluso. Na introduo consideram-se algumas questes de terminologia e linguagem. No primeiro captulo faz-se o enquadramento do que se consideram os pontos decisivos na transformao do pensamento sobre a obra-de-arte ao longo das vrias pocas. No segundo captulo trata-se da ontologia, dos modos da definio de obra-de-arte. No ltimo captulo so as questes da relao com a obra-de-arte que constituem o assunto. A concluso sintetiza a posio terica que resulta da indagao realizada e aponta a necessidade de um aprofundamento, luz da antropologia filosfica, da relao entre a potica e a auto-formao do homem.

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A sample of 445 consumers resident in distinct Lisbon areas was analyzed through direct observations in order to discover each lifestyles current proportion, applying the Whitaker Lifestyle Method. The findings of the conducted hypothesis tests on the population proportion unveil that Neo-Traditional and Modern Whitaker lifestyles have the significantly highest proportion, while the overall presence of different lifestyles varies across neighborhoods. The research further demonstrates the validity of Whitaker observation techniques, media consumption differences among lifestyles and the importance of style and aesthetics while segmenting consumers by lifestyles. Finally, market opportunities are provided for firms operating in Lisbon.

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Nesta dissertao procuraremos pensar os actos estticos, entendidos aqui como configuraes da experincia, que induzem novos modos de sentir e novas formas de subjectividade poltica. Trata-se de pensar a emancipao na experincia contempornea, a partir de um entendimento ontolgico do poltico e da arte, atravs de percurso terico que pretende dialogar com a obra do artista brasileiro Hlio Oiticica (1937-1980).

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The paper will address George Kublers Portuguese Plain Architecture [PPA] (1972) and its effect in Portuguese architectural practice. Kublers philosophy of art history implied that closed sequences of objects could be opened by several reasons. Thus, it will be argued that there is an effect upon Portuguese architecture post 1974, that is apparent by the reemergence of some of the form classes treated by Kubler. This was mostly achieved through the popularity of Kublers book within architectural practice, scholarship and moreover by the establishment of the term Plain Architecture in portuguese architectural vocabulary. Plain Architecture of the seventeenth and eighteenth centuries shared some qualities with the architecture to be built in postrevolutionary Portugal, most importantly the effect that could be achieved with low budget buildings that were responding to a situation of crisis, and simultaneously exhaled aristocratic sparsity. The connection of PPA with the ideological attributes of early modernism and the political context of the time catalysed the reemergence of a new order of Portuguese Plain that resonates still in contemporary architecture.

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Esta tese de doutoramento tem como campo de estudo o grafismo e a ilustrao produzidos em Portugal durante os anos 40 do sculo XX. Ela foca a sua anlise em quatro reas de investigao: a) publicidade; b) grafismo e ilustrao de jornais, revistas e livros; c) grafismo editorial produzido pelo Secretariado da Propaganda Nacional; d) grafismo de algumas publicaes editadas por ocasio das exposies de Paris (1937), Nova Iorque e So Francisco (1939), e a Exposio do Mundo Portugus (1940). Atravs da pesquisa de fontes primrias jornais, revistas, livros, anncios, cartazes, material publicitrio vrio em conjuo com textos e artigos da poca procurmos fazer uma Histria do Design Grfico em Portugal que tivesse em considerao no s a esttica do material grfico criado mas tambm a conjuntura histrica, econmica, sociolgica e ideolgica em que esse material apareceu. Comparmos o grafismo realizado para as instituies pblicas e aquele feito para as empresas privadas para concluir que h pontos de contacto entre os dois no s por os artistas serem quase sempre os mesmos mas tambm porque o mesmo discurso ideolgico permeava tanto a propaganda do Estado Novo quanto a produo comercial ainda que houvesse a resistncia de outras propostas estticas e imaginrios, como o surrealismo e o neo-realismo. Antnio Ferro, director do Secretariado da Propaganda Nacional, soube aproveitar o talento de um ncleo de artistas para a criao de uma identidade visual para Portugal, uma identidade que sintetizasse elementos da arte popular com um enquadramento moderno. Atravs de mltiplas actividades essa identidade foi sendo desenvolvida e replicada mas nas oportunidades de trabalho e experimentao dadas aos artistas modernistas portugueses que reside o verdadeiro legado de Antnio Ferro para o Design Grfico portugus.

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Este trabalho de investigao comeou por ser estruturado em torno de quatro grandes captulos (quatro grandes linhas de orientao temtica), todos eles amplamente desenvolvidos no sentido de podermos cartografar alguns dos principais territrios e sintomas da arte contempornea, sendo certo tambm, que cada um deles assenta precisamente nos princpios de uma estrutura malevel que, para todos os efeitos, se encontra em processo de construo (work in progress), neste caso, graas plasticidade do corpo, do espao, da imagem e do uso criativo das tecnologias digitais, no mbito das quais, alis, tudo se parece produzir, transformar e disseminar hoje em dia nossa volta (quase como se de uma autntica viagem interactiva se tratasse). Por isso, a partir daqui, todo o esforo que se segue procurar ensaiar uma hiptese de trabalho (desenvolver uma investigao) que, porventura, nos permita desbravar alguns caminhos em direco aos interminveis tneis do futuro, sempre na expectativa de podermos dar forma, funo e sentido a um desejo irreprimvel de liberdade criativa, pois, a arte contempornea tem essa extraordinria capacidade de nos transportar para muitos outros lugares do mundo, to reais e imaginrios como a nossa prpria vida. Assim sendo, h que sumariar algumas das principais etapas a desenvolver ao longo desta investigao. Ora, num primeiro momento, comearemos por reflectir sobre o conceito alargado de crise (a crise da modernidade), para logo de seguida podermos abordar a questo da crise das antigas categorias estticas, questionando assim, para todos os efeitos, quer o conceito de belo (Plato) e de gosto (Kant), quer ainda o conceito de forma (Foccilon), no s no sentido de tentarmos compreender algumas das principais razes que tero estado na origem do chamado fim da arte (Hegel), mas tambm algumas daquelas que tero conduzido estetizao generalizada da experincia contempornea e sua respectiva disseminao pelas mais variadas plataformas digitais. Num segundo momento, procuraremos reflectir sobre alguns dos principais problemas da inquietante histria das imagens, nomeadamente para tentarmos perceber como que todas estas transformaes tcnicas (ligadas ao aparecimento da fotografia, do cinema, do vdeo, do computador e da internet) tero contribudo para o processo de instaurao e respectivo alargamento daquilo que todos ns ficaramos a conhecer como a nova era da imagem, ou a imagem na era da sua prpria reprodutibilidade tcnica (Benjamin), pois, s assim que conseguiremos interrogar este imparvel processo de movimentao, fragmentao, disseminao, simulao e interaco das mais variadas formas de vida (Nietzsche, Agamben). Entretanto, chegados ao terceiro grande momento, interessa-nos percepcionar a arte contempornea como uma espcie de plataforma interactiva que, por sua vez, nos levar a interpelar alguns dos principais dispositivos metafricos e experimentais da viagem, neste caso, da viagem enquanto linha facilitadora de acesso arte, cultura e vida contempornea em geral, ou seja, todo um processo de reflexo que nos incitar a cartografar alguns dos mais atractivos sintomas provenientes da esttica do flneur (na perspectiva de Rimbaud, Baudelaire, Long e Benjamin) e, consequentemente, a convocar algumas das principais sensaes decorrentes da experincia altamente sedutora daqueles que vivem mergulhados na rbita interactiva do ciberespao (na condio de ciberflneurs), quase como se o mundo inteiro, agora, fosse to somente um espao potico inteiramente navegvel (Manovich). Por fim, no quarto e ltimo momento, procuraremos fazer uma profunda reflexo sobre a inquietante histria do corpo, principalmente com o objectivo de reforar a ideia de que apesar das suas inmeras fragilidades biolgicas (um ser que adoece e morre), o corpo continua a ser uma das categorias mais persistentes de toda a cultura ocidental (Ieda Tucherman), no s porque ele resistiu a todas as transformaes que lhe foram impostas historicamente, mas tambm porque ele se soube reinventar e readaptar pacientemente face a todas essas transformaes histricas. Sinal evidente de que a sua plasticidade lhe iria conferir, principalmente a partir do sculo XX (o sculo do corpo) um estatuto terico e performativo verdadeiramente especial. To especial, alis, que basta termos uma noo, mesmo que breve, da sua inquietante histria para percebermos imediatamente a extraordinria importncia dalgumas das suas mais variadas transformaes, atraces, ligaes e exibies ao longo das ltimas dcadas, nomeadamente sob o efeito criativo das tecnologias digitais (no mbito das quais se processam algumas das mais interessantes operaes de dinamizao cultural e artstica do nosso tempo). Em suma, esperamos sinceramente que este trabalho de investigao possa vir a contribuir para o processo de alargamento das fronteiras cada vez mais incertas, dinmicas e interactivas do conhecimento daquilo que parece constituir, hoje em dia, o jogo fundamental da nossa contemporaneidade.

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Fenmeno assinalvel no nosso sculo foi a emergncia da chamada arte global (Belting), dando conta da crise do mundo da arte e a disseminao generalizada das prticas artsticas. Neste contexto a obra de Rothko ganha uma fora inesperada. Sendo usualmente inscrito no modernismo com os seu valores de pureza e especificidade do meio, neste caso a pintura, a nossa investigao revela que o gesto Rothkoniano excede largamente esta representao, que levaria a distinguir radicalmente entre uma fase mtica e surrealista, uma fase abstracionista dos colour field e finalmente uma fase sublime das pinturas da Capela Ecumnica de Rothko. Existe uma continuidade evidente que remete para uma geoesttica, onde a terra e a sua habitabilidade desempenham um papel crucial. Da a necessidade de inscrever a obra de Rothko na geofilosofia contempornea, tal com foi delineada por Gilles Deleuze e Flix Guattari. Procedeu-se, assim, a uma anlise crtica da obra e da esttica de Rothko, que profeticamente, mas inconscientemente, parece abrir o caminho para o pensamento de uma arte da terra. Trata-se de uma linha de continuidade que atravessa toda a obra de Rothko, refletindo uma picturao do mundo e a vontade de criar de um mundo pictrico e potico, reduzido a elementos mnimos, ps-figurativos mas onde se reconhece a incidncia dos motivos como frame e abertura, linha de horizonte e prticos e passagens. Num segundo momento, explora-se essa dimenso inconsciente num projeto artstico pessoal, que se desdobra em abordagens picturais, de pintura, de instalao e de vdeo, que denominamos por A Terra como Acontecimento. Este projeto prolonga o esforo Rothkoniano, ao mesmo tempo que o altera profundamente, nomeadamente pelo uso dos materiais, pela mutao no uso da cor, bem como pela maneira como os elementos figurativos so radicalmente alterados pela mera transposio da perspetiva usada. Se a ressonncia rothkoniana est bem presente, no menos presente est a inteno de um confronto dialogante com a Obra de Mark Rothko. Aquilo que neste importante artista, era o inconsciente, marcado pelo mito e teologia, pela delimitao da linha de horizonte, bem clssica, e, acima de tudo, pela sua verticalidade marcadamente teolgica, A Terra como Acontecimento a matria que profundamente radicalizada, bem como a lgica concetual, a qual preferentemente circular, sem orientao absoluta, e incompleta, o que implica uma outra viso da abertura/fecho, to essencial na obra de Rothko. Desta investigao espera-se um contributo significativo para os debates atuais sobre a arte na contemporaneidade.