40 resultados para População em Situação de Rua
em RUN (Repositório da Universidade Nova de Lisboa) - FCT (Faculdade de Cienecias e Technologia), Universidade Nova de Lisboa (UNL), Portugal
Resumo:
RESUMO - Enquadramento: As mudanas demogrficas e na estrutura social das famlias precipitaram reformas das polticas dos cuidados de longa durao da população idosa no continente Europeu. Aps um perodo em que as mulheres assumiam o papel de principais cuidadoras dos membros mais idosos, o aumento da sua incluso no mercado de trabalho, assim como o envelhecimento geral da população introduziu mudanas no enquadramento dos cuidados a idosos. Estas mudanas tm particular impacte nos pases da Europa do Sul, visto que tradicionalmente o cuidado a idosos prestado maioritariamente pelo sector informal. Finalidade/objectivos: O presente estudo tem como finalidade conhecer as caractersticas dos cuidadores informais e dos idosos dependentes em Portugal. Definiram-se trs objectivos principais. O primeiro compreender a realidade demogrfica, de sade e dependncia funcional dos idosos alvo de cuidados informais em Portugal. Em segundo pretende-se conhecer a situação actual dos prestadores informais de cuidados de longa durao em Portugal. Em terceiro, discutem-se os aspectos que mais influenciam a acessibilidade a cuidados informais entre os idosos dependentes em Portugal. Metodologia: Para concretizar estes objectivos, para alm de se proceder a uma sistematizao bibliogrfica da literatura mais relevante nesta rea, recorre-se anlise descritiva e regresso logstica binria. Utilizando os dados do inqurito Survey of Health, Ageing and Retirement in Europe descreve-se a realidade nacional dos idosos dependentes e seus cuidadores informais e estimam-se modelos de acessibilidade aos cuidados informais em Portugal. Resultados/concluses: Este estudo contribui para o conhecimento de trs aspectos fundamentais sobre os cuidados informais em Portugal: o primeiro prende-se com a quantificao da realidade nacional dos idosos dependentes em Portugal; o segundo relaciona-se com a quantificao da situação portuguesa dos cuidadores informais; e, por ltimo, estima-se modelos explicativos sobre a acessibilidade a cuidados informais. Para alm da quantificao da realidade nacional, o principal contributo deste trabalho reside na demonstrao de que o actual modelo de prestao de cuidados (baseado nos cuidados informais prestados por membros da famlia) deixa de fora uma parte significativa dos idosos dependentes. Na verdade, este estudo demonstra que uma parte significativa dos idosos no tem acesso a cuidados e que, embora sejam os elementos da famlia que maioritariamente prestam os cuidados informais, esse facto, por si s, no explica o acesso aos cuidados.
Resumo:
Esta tese sobre os Recursos Humanos da Sade (RHS) em Moambique, sem os quais no possvel haver prestao de cuidados de sade. Moambique gasta a maioria do seu Produto Interno Bruto (PIB) na sade pblica (4 por cento), mas apesar de ter registado melhorias significativas dos seus indicadores de sade nos ltimos anos (OMS, 2010), continua a enfrentar o desafio de um Sistema de Sade (SS) debilitado (MSF, 2007), com fraca capacidade de resposta s necessidades de sade da população. Actualmente a ateno do Governo moambicano centra-se na expanso, fortalecimento e melhoria do Servio Nacional de Sade (SNS), mas os problemas existentes com os RHS continuam a ser a maior barreira para alcanar estes objectivos (OMS, 2010). O SS enfrenta problemas de densidade, distribuio e desempenho destes recursos (Ferrinho & Omar, 2006). Finalidade e objectivos Esta tese tem como finalidade obter contributos para o planeamento de uma poltica de Recursos Humanos da Sade para Moambique. Com o objectivo geral de conhecer as percepes que os responsveis pela gesto de nvel provincial tm dos processos de gesto utilizados e o que consideram ser os temas mais importantes a contemplar no planeamento de uma poltica de RHS, a tese foi desenhada para responder aos seguintes objectivos especficos: 1.Descrever as estruturas organizacionais de nvel provincial e explorar a percepo dos responsveis pela gesto sobre a adequao destas; 2.Descrever as funes das Direces Provinciais de Sade, Departamentos de Recursos Humanos e Departamentos de Formao e explorar consideraes importantes decorrentes da experincia dos gestores responsveis por aquelas; 3.Descrever os instrumentos de gesto utilizados na organizao e no planeamento pelos responsveis pela gesto e o eventual envolvimento destes na sua elaborao; 4.Descrever o processo de monitoria e avaliao existente e explorar consideraes importantes decorrentes da percepo dos responsveis pela gesto; 5.Explorar a percepo dos responsveis pela gesto sobre questes relacionadas com os Recursos Humanos da Sade da Provncia, nomeadamente aspectos como temas prioritrios a considerar, a sua dotao, formao e sistemas de gesto de informao existentes; 6. Obter recomendaes e propostas dos responsveis pela gesto para os aspectos que devero ser considerados numa poltica de RHS para Moambique. Mtodos Para alcanar a finalidade e os objectivos enunciados foi efectuado um estudo descritivo por inqurito, no mbito do qual foram aplicadas entrevistas semi-estruturadas a um conjunto de sujeitos seleccionados por amostragem intencional. Os sujeitos que integram a amostra so responsveis pela gesto de nvel provincial em quatro provncias de Moambique (Maputo Cidade, Maputo Provncia, Nampula e Niassa). Resultados Foi constatada uma variabilidade de funes, autonomia e envolvimento dos entrevistados na prossecuo das suas actividades, tendo sido identificadas diferentes sinergias ao nvel do planeamento nas quatro provncias. A insuficincia de recursos financeiros, a libertao tardia de fundos e a sobreposio de actividades, foram identificados como problemas sobre os quais os entrevistados no tm poder de controlo e que afectam negativamente as actividades da provncia. Factores como a formao, a necessidade de criao de mecanismos de motivao e envolvimento dos RHS, bem como, a necessidade de desbloqueio dos processos administrativos com impacto directo na carreira dos RHS, foram identificados como problemas que afectam a provncia. Em relao aos RHS das provncias foram ainda identificados problemas de densidade, distribuio, fracas capacidades tcnicas, desmotivao e fuga de capital humano para outros sectores. Concluses O trabalho aqui apresentado permitiu revelar os principais problemas relacionados com os RHS enfrentados pelo Ministrio da Sade (MISAU), conforme estes so percepcionados por um grupo de responsveis pela gesto de nvel provincial. Os principais problemas referidos pelos entrevistados referem-se densidade, distribuio e desempenho, mas tambm, alguns problemas transversais. No mbito deste estudo, e como pontos de partida principais, reala-se a importncia de potenciar o planeamento com base em evidncia e minimizar o por vezes fraco envolvimento de todos os stakeholders chave do MISAU no planeamento estratgico, directamente relacionado com os RHS. Dada a realidade de parcos recursos financeiros, humanos e de infra-estruturas de que Moambique dispe, afigura-se de primordial importncia um planeamento coerente, que permita ao nvel central a tomada de deciso e delineao de planos de aco baseados em evidncias. Por outro lado, o envolvimento de todos os stakeholders chave propicia o alinhamento entre os planos estratgicos e os planos operacionais elaborados ao nvel da provncia e dos distritos.
Resumo:
RESUMO - Introduo O presente estudo descreve os cenrios de impacto que uma eventual pandemia de gripe poder ter na população portuguesa e nos servios de sade. Trata-se de uma verso actualizada dos cenrios preliminares que tm vindo a ser elaborados e discutidos desde 2005. Material e mtodos Os cenrios assumem que a pandemia ocorrer em duas ondas das quais a primeira (taxa de ataque: 10%) ser menos intensa do que a segunda (taxas de ataque: 20%, 25% ou 30%). Neste trabalho so descritos apenas os cenrios respeitantes situação mais grave (taxa de ataque global = 10% + 30%). A elaborao dos cenrios utilizou o mtodo proposto por Meltzer, M. I., Cox, N. J. e Fukuda, K. (1999) mas com quase todos os parmetros adaptados população portuguesa. Esta adaptao incidiu sobre: 1. durao da pandemia; 2. taxa de letalidade; 3. percentagem da população com risco elevado de complicaes; 4. percentagem de doentes com suspeita de gripe que procurar consulta; 5. tempo entre o incio dos sintomas e a procura de cuidados; 6. percentagem de doentes que ter acesso efectivo a antiviral; 7. taxa de hospitalizao por gripe e tempo mdio de hospitalizao; 8. percentagem de doentes hospitalizados que necessitaro de cuidados intensivos (CI) e tempo de internamento em CI; 9. efectividade de oseltamivir para evitar complicaes e morte. Resultados Os cenrios correspondentes situação mais grave (taxa de ataque global: 10% + 30%) so apresentados sem qualquer interveno e, tambm, com utilizao de oseltamivir para fins teraputicos. Os resultados sem interveno para o cenrio provvel indicam: nmero total de casos 4 142 447; nmero total de indivduos a necessitar de consulta 5 799 426; nmero total de hospitalizaes 113 712; nmero total de internamentos em cuidados intensivos 17 057; nmero total de bitos 32 051; nmero total de bitos, nas semanas com valor mximo 1.a onda: 2551, 2.a onda: 7651. Quando os cenrios foram simulados entrando em linha de conta com a utilizao de oseltamivir (considerando uma efectividade de 10% e 30%), verificou-se uma reduo dos valores dos bitos e hospitalizaes calculados. O presente artigo tambm apresenta a distribuio semanal, no perodo de desenvolvimento da pandemia, dos vrios resultados obtidos. Discusso Os resultados apresentados devem ser interpretados como cenrios e no como previses. De facto, as incertezas existentes em relao doena e ao seu agente no permitem prever com rigor suficiente os seus impactos sobre a população e sobre os servios de sade. Por isso, os cenrios agora apresentados servem, sobretudo, para fins de planeamento. Assim, a preparao da resposta eventual pandemia pode ser apoiada em valores cujas ordens de grandeza correspondem s situaes de mais elevada gravidade. Desta forma, a sua utilizao para outros fins inadequada e vivamente desencorajada pelos autores.
Resumo:
Esta tese aborda as prticas e as representaes de mulheres em idade frtil, que vivem em contextos sociais de pobreza. As prticas sobre o acesso e as formas de utilizao dos cuidados de sade reprodutiva. As representaes das mulheres relativamente maternidade e/ou fecundidade, verificando de que forma estas influenciam a utilizao de cuidados de sade reprodutiva (sade materna e planeamento familiar). E as representaes dos profissionais de sade e tcnicos de servio social sobre os comportamentos de fecundidade e as formas como as mulheres (pobres e no pobres) utilizam os cuidados de sade reprodutiva. Devido natureza do objecto de estudo e complexidade inerente, optou-se por utilizar uma combinao de mtodos qualitativos e quantitativos e respectivas tcnicas de recolha e anlise de dados, num mesmo desenho de estudo, tendo em vista a triangulao metodolgica, que ajudou compreenso mais profunda da realidade em estudo. Como tal dividiu-se a investigao em trs estudos: 1) o estudo exploratrio; que apoiou nas decises, nomeadamente na delimitao do objecto de estudo, dos objectivos gerais e especficos, das hipteses centrais de investigao e dos aspectos metodolgicos relacionados com o estudo de caso-controlo e o estudo qualitativo; 2) o estudo de caso-controlo (quantitativo); 3) o estudo qualitativo. Estudo de caso-controlo O estudo de caso-controlo foi realizado com mulheres em idade frtil, em que os casos so mulheres consideradas muito pobres, havendo dois controlos para cada caso: os controlos 1, que so mulheres consideradas pobres e os controlos 2, que so mulheres consideradas no pobres. Este estudo foi planeado com uma amostra de 1513 mulheres em idade frtil, com 499 casos seleccionados segundo um esquema de amostragem estratificada proporcional (de mulheres consideradas muito pobres) seleccionados da base de dados de beneficirios de RSI, da SCML. E 1014 controlos (de mulheres no consideradas como muito pobres): os controlos 1 foram seleccionados tambm segundo um esquema de amostragem estratificada proporcional dos restantes beneficirios da SCML; os controlos 2 foram seleccionados de forma bi-etpica, primeiro procedeu-se a uma amostragem aleatria simples de quatro Centros de Sade e de seguida optou-se por uma regra sistemtica de seleco das utentes desses Centros de Sade, mediante a aplicao de um formulrio de critrios de incluso. Os dados foram recolhidos atravs de um questionrio semi-quantitativo aplicado por entrevista. Responderam ao questionrio um total de 1054 mulheres, sendo que o total de respondentes distribui-se pelos grupos em estudo, isto , 304 referentes aos casos (muito pobres), e 750 respeitantes aos controlos [293 pertencentes ao grupo de controlos 1 (pobres) e 457 provenientes do grupo de controlos 2 (no pobres)]. Os dados foram analisados utilizando tcnicas estatsticas bivariadas e multivariadas. Concretamente, comeou-se pela anlise descritiva (frequncias absolutas e relativas; medidas de tendncia central: moda, mdia, mediana, mdia aparada a 5%) das variveis demogrficas e das variveis de fecundidade (representaes, tenses, prticas e controlo de fecundidade) em funo das variveis de condio social (gradientes de pobreza segundo os grupos em estudo). Seguiu-se a anlise de comparao e associao - o teste de Qui-quadrado para testar a homogeneidade e para testar a homogeneidade de varincias aplicou-se o teste de Levene e a normalidade da varivel quantitativa, nos grupos em estudo, foi testada atravs do teste de Kolmogorov Smirnov e o teste de Shapiro-Wilk. Sempre que as condies de aplicao da ANOVA no se verificaram, aplicou-se a alternativa no paramtrica: o teste de Kruskal-Wallis. O clculo do odds ratio da varivel ter gravidez e filhos foi efectuado de acordo com o proposto por Mantel-Haenszel aplicado nas situaes em que existem dois controlos por caso. Foram ainda utilizados modelos de regresso logstica (pelo mtodo Forward: LR) para avaliar a probabilidade de ser do grupo de casos (muito pobre), relativamente a ser do grupo de controlos 1 (pobre) e ser do grupo de controlos 2 (no pobre). E dois modelos de regresso logstica multinomial para estudar a relao entre uma varivel dependente de resposta qualitativa no binria [no presente estudo com trs classes - os trs grupos em estudo: casos (muito pobres), controlos 1 (pobres) e controlos 2 (no pobres)] e um conjunto de variveis explicativas (predictor variables), que podem ser de vrios tipos. A anlise efectuada confirma a existncia de gradientes de pobreza e a sua associao a gradientes de fertilidade, que se reflectem em termos de acesso sade e nos padres de utilizao de cuidados de sade reprodutiva. O facto de as mulheres terem tido filhos (varivel ter gravidez e filhos) aumenta a probabilidade (OR=1,17; p<0,001; IC = 1,08 1,26) de serem muito pobres, comparativamente a serem pobres e no pobres. Isto , a maternidade configura-se como um factor explicativo da pertena social das mulheres, sobretudo quando interligado com outros factores. Concretamente, verifica-se atravs da anlise dos modelos de regresso logstica que existe uma interligao entre a condio social das mulheres e um conjunto de caractersticas sciodemogrficas, que se configuram como factores de risco de pobreza, como sejam o baixo rendimento dos agregados, a dimenso dos agregados familiares, a baixa escolaridade e as pertenas tnicas. Quanto ao acesso econmico, constata-se que as mulheres muito pobres apresentam incapacidades financeiras para comportar custos com a compra de medicamentos muito superiores s restantes, constituindo-se esta como uma caracterstica forte para explicar a sua condio social actual. Em termos de utilizao de cuidados de sade reprodutiva percebe-se que as mulheres muito pobres so caracterizadas por baixa frequncia das consultas de reviso do parto, com todas as eventuais implicaes no seu estado de sade. Um aspecto pertinente prende-se com a sistemtica aproximao das mulheres pobres s muito pobres, distanciando-se em quase tudo das mulheres no pobres. Ou seja, existe um nmero considervel da nossa população mdia com vulnerabilidades, que deveriam merecer uma ateno prioritria em termos de polticas sociais (nomeadamente, na rea da sade, do trabalho e do apoio social). Assim, de enfatizar a importncia de haver uma adequao das polticas de sade no sentido de assegurar que as populaes mais vulnerveis consigam utilizar de forma apropriada os cuidados de sade reprodutiva. Estudo Qualitativo Foi efectuado um estudo qualitativo, atravs de realizao de entrevistas e grupos focais. Concretamente, foram feitas oito entrevistas e dois grupos focais a mulheres provenientes de diferentes contextos socioeconmicos (pobreza e no pobreza), num total de 18 indivduos. Foram conduzidos dois grupos focais a profissionais de sade (enfermeiros e mdicos), num total de 15 participantes. E realizados quatro grupos de discusso a tcnicos de servio social, num total de 36 participantes. Todas as entrevistas e grupos focais foram gravados, seguindo-se a sua transcrio integral. Os dados foram analisados com base nos procedimentos de anlise de contedo habituais no mbito de abordagens qualitativas. No que diz respeito aos grupos focais, procedeu-se a uma anlise categorial temtica. Atravs da anlise das representaes de fecundidade percebe-se que para as mulheres, independentemente do grupo socioeconmico a que pertencem, o melhor e o pior dos filhos, envolve trs nveis: os sentimentos, o desempenho das funes parentais e as privaes. E a maioria das mulheres assume que foi atravs de amigos, dos media e/ou de vizinhos que obteve as primeiras informaes sobre os mtodos contraceptivos. Revelando ainda a inexistncia de influncia familiar, especialmente das mes, na transmisso desses conhecimentos e informaes sobre contracepo, em todos os grupos socioeconmicos. Alis, a percepo generalizada de que o sexo foi um assunto tabu na educao destas mulheres. Muitas das mulheres no estudo descrevem uma preparao inadequada para o sexo e contracepo na primeira gravidez, acontecendo esta como resultado de impreparao e no de planeamento. Encontram-se semelhanas entre as mulheres provenientes de diferentes gradientes sociais, mas tambm se encontram diferenas, nomeadamente, acerca do papel do parceiro masculino no planeamento familiar e no planeamento das gravidezes. Existe uma diferena entre mulheres provenientes de grupos socioeconmicos distintos (muito pobres e pobres vs. no pobres) relativamente ao papel do parceiro na contracepo: no utilizao do preservativo porque companheiros no aceitam vs. as mulheres que assumem que as decises quanto contracepo so e foram sempre da sua responsabilidade. Os resultados vm mostrar a importncia atribuda ao sexo do mdico e a vergonha envolvida na utilizao dos cuidados de sade materna, cujas consequncias se revelaram impeditivas de realizao das consultas ps-parto. Vrios estudos j apontaram o desconforto durante o encontro biomdico nos cuidados pr-natais resultando de uma incapacidade da mulher para lidar com certas caractersticas do profissional de sade, que podem incluir idade, gnero e linguagem (cfr. nomeadamente, Whiteford e Szelag, 2000). Um outro aspecto em que h diferenas entre grupos socioeconmicos nos resultados do estudo de caso-controlo, e que vem ser ainda mais aprofundado atravs do estudo qualitativo, est relacionado com os apoios recebidos quando os filhos nascem e quando existe uma situação de doena. As mais pobres encontram-se numa posio de vulnerabilidade acrescida, porque no podem colmatar a falta de apoios, por exemplo com amas para tomar conta dos filhos, como admitido, por exemplo, por uma mulher de etnia cigana. Mas emerge uma semelhana entre as mulheres dos diferentes grupos socioeconmicos, quando reivindicam a necessidade de existir mais apoio, nomeadamente uma rede de creches. Os profissionais (sade e social) demonstram nas suas representaes as influncias do modelo biomdico de sade. Quanto s mulheres, consoante o seu contexto cultural, elas tendem a integrar num modelo prprio a sua relao com os cuidados de sade, especificamente com os cuidados pr-natais. Modelo esse que no exclui o uso dos servios biomdicos durante a gravidez, o que acontece que as mulheres conservam as suas crenas e algumas prticas tradicionais em face de novas. Deixando em aberto a possibilidade de negociao e transmisso de conhecimentos por parte dos profissionais de sade, processo facilitado com existncia de dilogo e abertura dos profissionais de sade para as especificidades culturais (cfr. outros estudos, nomeadamente, Atkinson e Farias, 1995; Whiteford e Szelag, 2000). Os profissionais atribuem ao pobre uma caracterstica-tipo: o imediatismo. Este condiciona a actuao dos indivduos pobres nas prticas de planeamento familiar e nas formas de utilizao de cuidados de sade reprodutiva. Por exemplo, para os profissionais de sade e tcnicos de servio social a utilizao correcta da contracepo depender do nvel educacional da mulher. Mas no se comprova tal facto nos estudos, havendo mesmo indcio de uma certa transversalidade nas falhas de utilizao, por exemplo da plula. Atravs do estudo de caso-controlo comprovase que a plula era o contraceptivo mais usado no momento em que as mulheres engravidaram do ltimo filho, sendo que aparentemente algo ter falhado (dosagem, esquecimento, toma simultnea de antibitico), no existindo diferenas entre os grupos socioeconmicos. A anlise reflecte a existncia de representaes nem sempre coincidentes entre mulheres e profissionais de sade, no que diz respeito maternidade, gravidez e fecundidade, mas tambm s necessidades e formas de utilizao dos cuidados de sade reprodutiva (sade materna e planeamento familiar). Chama-se a ateno para a importncia dos decisores terem estes factos em ateno de forma a adequar as polticas de sade s expectativas e percepes de necessidade por parte das populaes vulnerveis, procurando atingir o objectivo de utilizao adequada de cuidados de sade reprodutiva e, em ltima anlise, promover a equidade em sade. Concluses Gerais Esta investigao insere-se numa lgica de perceber as caractersticas associadas no continuum de pobreza, procurando-se os factores que explicam a posio relativa dos grupos nesse mesmo continuum. Em termos de sade, contata-se existir uma associao entre a no realizao de consultas de reviso do parto e as chances superiores de pertencer a um grupo socioeconmico mais pobre. Haver aqui lugar a um cuidado acrescido em termos de organizao de cuidados de sade para que estas mulheres, com vulnerabilidades de vria ordem, sejam devidamente acompanhadas, orientadas, apoiadas para a realizao deste tipo de consultas, envolvendo uma sensibilizao para gostar de si prpria, de valorizao individual, mesmo depois do nascimento dos filhos. As redes de sociabilidade so distintas consoante a posio que a mulher ocupa em termos de gradiente social, sendo que a posio mais vulnervel para as mulheres muito pobres e pobres, quer em situação de doena, quer em situação de apoio para os filhos e ainda em termos de privao material existe um efeito em termos de diluio das sociabilidades para grupos j to fragilizados a outros nveis. Ao descrever, analisar e caracterizar os gradientes de pobreza e privao mltipla entre os grupos de mulheres em estudo posso concluir que existem aspectos diferenciadores das mulheres pobres relativamente s mulheres no pobres.Mas elas manifestam sobretudo caractersticas que as aproximam das mulheres muito pobres. Ou seja, este grupo de pessoas est particularmente envolta numa multiplicidade de riscos sociais, uma vez que so mulheres que tm filhos, trabalham, tm redes de sociabilidade enfraquecidas e no podem contar com a ajuda do Estado em termos de medidas de apoio social, no sendo elegveis, por exemplo, para o RSI. Urge rever as condies de atribuio de medidas, no necessariamente com a configurao actual, mas que tenham em ateno este conjunto populacional. A actividade sexual comea muito cedo nas vidas das jovens, independentemente da provenincia socioeconmica, pelo que esse um aspecto que, penso, dever continuar a ser considerado em termos de sade sexual e reprodutiva por parte das diferentes entidades no que se refere educao e promoo para a sade. As questes relacionadas com a incapacidade para comportar custos de sade - deixar de comprar medicamentos, sobretudo, para as prprias mulheres, no poder pagar consultas em mdicos especialistas e dentistas - revelam-se srias, na medida em que fazem emergir as diferenas em termos de grupos socioeconmicos, constituindo-se como um factor associado com as iniquidades em sade ainda existentes em Portugal. Como sabido pelos estudos realizados, estas so tambm causas de pobreza. Assim, esta uma das reas a merecer actuao prioritria no sentido de contribuir para que caminhemos para uma sociedade com mais equidade. A existncia de diferenas na acessibilidade e no acesso geogrfico e econmico, marcada pelas diferenas em termos de gradientes sociais, deixa em aberto a necessidade de actuar no sentido de que o sistema de sade tenha polticas de promoo da equidade, nomeadamente a equidade de acesso econmico, na investigao desenvolvida sobre sistemas de sade. Parece que fica evidente a necessidade de monitorizar quais as interaces entre as polticas, de sade e sociais, e a variabilidade nas desigualdades sociais ao longo do tempo, ou seja, a importncia de monitorizar os efeitos das polticas nos grupos vulnerveis. S avaliando poderemos saber se as medidas devem continuar com contedo e formas de implementao actuais ou se, pelo contrrio, devero acontecer mudanas nas medidas de apoio para melhorar as condies sociais e de sade das populaes.
Resumo:
Trabalho de projecto apresentado para cumprimento dos requisitos necessrios obteno do grau de Mestre em Prticas Culturais para Municpios.
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RESUMO Nos pases industrializados observam-se elevadas prevalncias de pr- obesidade e obesidade em jovens e adolescentes, com consequncias negativas para a sade. A obesidade apontada como o distrbio nutricional mais frequente em crianas e adolescentes nos pases desenvolvidos e resultado da acumulao excessiva ou anormal de gordura no tecido adiposo. Segundo a I.O.T.F. considera- se que uma criana tem pr-obesidade quando o seu percentil de I.M.C. est entre o p88 e p99 para as raparigas e entre o p90 e o p99 para os rapazes. Considerase que tem obesidade quando o percentil de I.M.C. superior ao p99, para ambos os sexos. A prevalncia de pr-obesidade e obesidade em crianas e adolescentes tem vindo a aumentar a nvel mundial a um ritmo alarmante, sobretudo nos pases desenvolvidos e em alguns segmentos de pases em desenvolvimento. Estudos demonstram que a obesidade em crianas e adolescentes se encontra fortemente correlacionada com o aumento da morbilidade e mortalidade, reflectindo-se numa variedade de situaes patolgicas com risco de persistncia no adulto. Dada a sua extrema importncia em termos de Sade Pblica, as tendncias para a pr- obesidade e obesidade em crianas e adolescentes devem ser monitorizadas com especial ateno. Os hbitos alimentares e o gasto energtico so factores que influenciam a obesidade e o seu controlo. H estudos que concluem que existe uma associao directa entre estes factos e a presena de obesidade e outros apresentam concluses contrrias. Pretendeu-se determinar a prevalncia de excesso de peso (pr-obesidade e obesidade) infantojuvenil em Portugal e associ-la com os hbitos alimentares, actividade fsica e comportamentos sedentrios dos adolescentes. A população em estudo todos os adolescentes, de ambos os sexos, que frequentam o ensino bsico (2 e 3 ciclos) e secundrio oficial de Portugal Continental (n=5708). Todos os elementos em estudos foram avaliados antropometricamente (peso e altura) e responderam a um questionrio de hbitos alimentares e frequncia alimentar, actividade fsica e comportamentos sedentrios. Como resultados do estudo verificou-se que a prevalncia de pr- obesidade infanto-juvenil em Portugal de 22,6% e a prevalncia de obesidade de 7,8%. Quer a obesidade quer a pr-obesidade apresentam indicadores superiores nos rapazes (p=0,01) e nos adolescentes mais jovens (p=0,00). Em relao aos hbitos alimentares estudados de referir que a frequncia de consumo de refeies fora de casa muito similar entre o grupo normoponderal e o grupo com excesso de peso sendo a refeio da ceia consumida por um nmero muito superior de adolescentes normoponderais comparativamente com os que apresentam excesso de peso (p=0,01). Em relao ingesto de determinados alimentos ou grupos alimentcios, verificou-se que, regra geral, o consumo de alimentos de caractersticas nutricionais de baixa qualidade (gordura saturada, sal e aucares simples) era superior no grupo normoponderal comparativamente ao grupo com excesso de peso (refrigerantes, snacks, fast-food, cereais aucarados, sobremesas doces) (p<0,05). Em relao actividade fsica, o nmero de horas semanais de actividade fsica diminui do grupo normoponderal para o grupo com excesso de peso. Dentro do grupo com excesso de peso, os obesos apresentam ainda uma mdia inferior em relao aos pr-obesos. Poderemos afirmar que quanto maior o ndice de actividade fsica menor o percentil de I.M.C., mostrando-se assim a actividade fsica como um factor protector de um peso saudvel (p<0,05). Quando solicitado que caracterizassem o estilo de vida e a habilidade desportiva, verificou-se que nos grupos com excesso de peso se caracterizavam em indicadores mais baixos do que os normoponderais (p<0,05). No que diz respeito aos comportamentos sedentrios, verifica-se que so mais prevalentes nos grupos com excesso de peso do que no grupo normoponderal (p<0,05). Em concluso, os resultados da prevalncia de obesidade obtidos assemelham-se aos resultados obtidos noutros estudos, constituindo um dado revelador de uma situação bastante preocupante em termos de Sade Pblica. Em relao aos hbitos alimentares as diferenas no so significativas entre os diferentes grupos (normoponderal, pr-obesidade e obesidade). A actividade fsica apresentou-se como um factor protector do aumento de peso com uma associao directa com o estado nutricional (I.M.C.). Verificou-se que os adolescentes em Portugal que apresentavam indicadores mais elevados de actividade fsica eram aqueles que se encontravam com peso normal. Os comportamentos sedentrios apresentaram-se como um factor propcio ao desenvolvimento do excesso de peso estando directamente relacionados com o percentil de I.M.C. Os comportamentos sedentrios mais frequentes so o visionamento televisivo e o computador/internet. Assim, poder-se- fundamentar a necessidade de medidas interventivas a este nvel com o intuito de controlar os indicadores encontrados. ABSTRACT In the industrialized countries high prevalences of pre-obesity and obesity are observed in youngsters and adolescents, with negative health consequences. Obesity is pointed as the most frequent nutritional disturbance in children and adolescents in developed countries and results from the excessive or abnormal accumulation of fat in the adipose tissue. According to the IOTF a child is pre-obese when the BMI percentile is between p88 and p99 for girls and between p90 and p99 for boys. Obesity is considered when the BMI percentile is above p99 for both sexes. The prevalence of pre-obesity and obesity in children and adolescents has been rising alarmingly worldwide, especially in developed countries and some segments of developing countries. Studies indicate that obesity in children and adolescents is strongly associated with increased morbidity and mortality resulting in a variety of pathological situations with risk of persistence in adulthood. Given its major Public Health importance, pre-obesity and obesity trends in children and adolescents should be monitored with special attention. Eating habits and energy expenditure are factors that influence obesity and its control. Some studies conclude that there is a direct association between these factors and the presence of obesity and others present opposite conclusions. It was intended to determine the prevalence of overweight (pre-obesity and obesity) in children and youth in Portugal and to associate it with eating habits, physical activity and sedentary behaviors of adolescents. The population in study is constituted by all adolescents of both sexes that attend basic (2nd and 3rd grade) and secondary official education of continental Portugal (n=5708). All participants in study were anthropometrically evaluated (weight and height) and answered a questionnaire of eating habits and food frequency, physical activity and sedentary behaviors. The study results indicate a prevalence of pre-obesity in children and youth in Portugal of 22.6% and a prevalence of obesity of 7.8%. Both obesity and pre-obesity present higher indicators in boys (p=0.01) and younger adolescents (p=0.00). In relation to the studied eating habits it should be noted that the frequency of consumption of meals away from home is very similar between the normal weight group and the overweight group. Moreover, the supper meal is consumed by a much larger number of normal weight adolescents as compared to the ones with overweight (p=0.01). Regarding the intake of certain foods or food groups, it was found that, in general, the consumption of foods with characteristics of low nutritional quality (saturated fat, salt and simple sugars) was higher in the normoponderal group compared with the overweight group (soft drinks, snacks, fast-food, sugary cereals, desserts) (p<0.05). In respect to physical activity, the number of weekly hours of physical activity decreases from the normoponderal group to the group with overweight. Within the group with overweight, obese subjects also present a lower average than pre-obese subjects. As we can affirm that the higher the physical activity index the lower the BMI percentile, physical activity appears as a protective factor for a healthy weight (p<0.05). When they were asked to characterize their lifestyle and sports ability, it was found that overweight groups characterized themselves with lower indicators than the normoponderal group (p<0.05). Regarding sedentary behaviors, it appears that they were more prevalent in groups with overweight than in the normoponderal group (p<0.05). In conclusion, the results of the obesity prevalence attained are similar to the results obtained in other studies, revealing a very worrying situation in terms of Public Health. In relation to the eating habits there were no significant differences between the groups (normoponderal, pre-obesity and obesity). Physical activity appears as a protective factor from weight gain with a direct association with nutritional status (BMI). It was found that young people in Portugal who had the highest indicators of physical activity were those who presented normal weight. The sedentary behaviors were presented as a factor conducive to the development of overweight being directly related to the BMI percentile. The most frequent sedentary behaviors were television viewing and computer/internet
Resumo:
PLAVRAS CHAVE: Tinea capitis, colheita de amostras, diagnstico laboratorial, questionrio, estratgias de interveno Os fungos dermatfitos esto entre os mais disseminados e prevalentes das doenas causadas por fungos, afectam milhes de pessoas em todas as partes do mundo. A tinea capitis a infeco fngica mais comum na idade peditrica, contagiosa, havendo aumento do risco de infeco quando existe partilha de objectos e poucos cuidados de higiene. uma infeco que afecta essencialmente crianas e pr-adolescentes, sendo que estes apresentam mais susceptibilidade e exposio infeco. uma infeco com distribuio mundial, sendo muito comum em frica. Anteriormente as reas endmicas estavam mais definidas, mas com o aumento das viagens inter-continentais e da imigrao novas doenas tm-se expandido nos pases de acolhimento, da o aumento da prevalncia desta infeco nos pases Europeus. Para alm de ser uma doena com um impacto social marcado, levando as crianas restrio de actividades sociais, como a ida escola e todas as consequncias que da advm, como por exemplo a excluso. Perante esta situação, realizou-se um estudo de forma a identificar a prevalncia da tinea capitis em crianas com idades entre os 1-14 anos no Bairro de Santa Filomena, Concelho da Amadora, Portugal, e os conhecimentos (definio, diagnstico e tratamento) dos encarregados de educao/responsveis pela criana sobre a doena, para se poderem traar estratgias de interveno. A população era composta por 127 crianas, que frequentavam a Associao da Encosta Nascente e o Centro de Catequese leccionado no Bairro de Santa Filomena, sendo 44,9% do Sexo Masculino e 55,1% do sexo Feminino, com idades pr-escolar e escolar. Utilizaram-se trs tcnicas de diagnstico, observao clnica, microscopia e exame cultural. As amostras do couro cabeludo das crianas foram analisadas no Laboratrio de Micologia do Instituto de Higiene e Medicina Tropical. A prevalncia de crianas com doena activa foi de 17,3% e de portadoras 19,7%. Foram identificados dois agentes etiolgicas, Microsporum audouinii e o Tricophyton soudanense (fungos de origem Africana). Aos encarregados de educao/responsveis pelas crianas aplicou-se um questionrio sobre aspectos relacionados com a infeco por tinea capitis. Os respondentes mostraram poucos conhecimentos, alguns at incorrectos. Tendo em vista o controlo da infeco, necessrio envolver vrios parceiros, como os Centros de Sade e Centros de Educao (Creches /Escolas/Catequese), para alm dos encarregados de educao, intervindo na sua formao com Sesses de Educao, rastreios, diagnstico e tratamento, medidas preventivas e melhorias das condies de higiene pessoal e ambiental.
Resumo:
Dissertao para a obteno do grau acadmico de doutor em Cincias da Engenharia do Ambiente na especialidade de Planeamento e Ordenamento do Territrio
Resumo:
Tese apresentada para cumprimento dos requisitos necessrios obteno do grau de Doutor em Geografia e Planeamento Regional, rea da Deteco Remota e Sistemas de Informao Geogrfica
Resumo:
Tese apresentada para cumprimento dos requisitos necessrios obteno do grau de Doutor em Histria da Arte
Resumo:
Dissertao apresentada para cumprimento dos requisitos necessrios obteno do grau de Mestre em Histria, especialidade de Histria Medieval
Resumo:
Dissertao para obteno do Grau de Mestre em Engenharia Civil Perfil Construo
Resumo:
O sector da comunicao social portugus sofreu importantes transformaes nas ltimas dcadas, destacando-se a intensificao dos nveis de concentrao, a ancoragem nas tecnologias e a maior orientao para a maximizao dos lucros. Neste trabalho, so analisadas as tendncias acima mencionadas, com destaque para as causas e efeitos associados criao de grupos de Media fortemente integrados horizontalmente, verticalmente e diagonalmente. A constituio de grandes grupos empresariais no mercado portugus o objecto de estudo central, mas o enquadramento econmico e poltico europeu um ponto de referncia permanente. Os mercados de imprensa (jornais de cobertura nacional) so alvo de uma ateno especial. O estudo das polticas dos Media na Unio Europeia coloca em relevo a inaco da Comisso Europeia ao nvel das leis anti concentrao. As polticas (ou as no-polticas) supranacionais da UE contriburam para a liberalizao dos mercados dos Media europeus, abrindo as portas a importantes movimentos de concentrao. Nas Indstrias dos Media, mas tambm no campo poltico, o modelo do Mercado assumiu predominncia sobre o modelo do Espao Pblico. Os outputs dos Media so frequentemente vistos como meros bens de consumo privados. Mas existem argumentos slidos para considerar os contedos informativos como bens-de-mrito. Em Portugal, o sector dos Media revela sinais de vulnerabilidade econmica. A imprensa atravessa uma grave crise, que revelada por uma deteriorao financeira acentuada, mas tambm por um conjunto de sinais de alarme do ponto de vista da proteco do pluralismo. Um primeiro desses sinais de alarme a inexistncia de uma legislao especfica sobre concentrao dos meios de comunicao social. Este tipo de legislao pode ser uma forma eficaz de articular objectivos microeconmicos com diversidade de projectos e outputs. Um segundo sinal de alarme a integrao progressiva dos principais ttulos da imprensa de cobertura nacional num nmero reduzido de grupos, nomeadamente Cofina, Controlinveste e Impresa. Os grandes grupos presentes no segmento dos jornais tm hoje participaes muito relevantes noutros mercados de Media ou Telecomunicaes. Um terceiro sinal de alarme prende-se com as importantes ameaas viabilidade econmico-financeira dos jornais. A austeridade e a grave recesso econmica amplificaram as dificuldades estruturais do sector.
Resumo:
A Fibrilhao Auricular uma alterao do ritmo cardaco designada por arritmia. Esta patologia considerada a forma de arritmia mais frequentemente observada na prtica clnica e que constitui uma importante causa de morbilidade pelo risco inerente de desenvolvimento de AVC. Em 2010 foi realizado um estudo epidemiolgico na população Portuguesa com o objectivo determinar a prevalncia de Fibrilhao Auricular na população portuguesa com idade igual ou superior a 40 anos, sob o acrnimo de FAMA. Os dados publicados indicaram uma estimativa de prevalncia de 2,5%, com um aumento da prevalncia em funo da classe etria. A nvel regional no foram observadas diferenas na taxa de prevalncia. Estudos de mapeamento de doenas mostraram que a determinao de taxas de prevalncia por regio, quando o nmero de casos observados relativamente baixo, apresentam sobredisperso e, consequentemente, uma falta de preciso nas estimativas obtidas atravs um mtodo frequencista clssico. A utilizao de modelos Bayesianos hierrquicos no mapeamento de doenas tem apresentado vantagem na estimao de valores de risco da doena comparativamente abordagem clssica. Assim, objectivo deste trabalho determinar a prevalncia de Fibrilhao Auricular na população Portuguesa por regio, ao nvel da NUTS III, usando modelos hierrquicos Bayesianos. Os dados utilizados neste estudo so os dados referentes ao estudo FAMA, ps-estratificados para correco dos ponderadores. O modelo Bayesiano proposto por Besag, York e Molli (1991) foi usado para modelar os dados, covariando para a idade e ndice de massa corporal. A reviso do desenho do estudo e o reclculo dos ponderadores foi realizado com recurso ao software R, survey, e a anlise Bayesiana efectuada atravs do WinBugs. iii Os resultados deste estudo demonstram que o uso de modelos Bayesianos so uma melhor opo para a estimao de valores risco relativo e prevalncia da doena. Contudo, a utilizao de covariveis no resultou numa melhoria considervel ao contrrio do que seria esperado. Conclui-se que a Fibrilhao Auricular apresenta variaes regionais significativas, a nvel de NUTS III, que no devem ser desvalorizadas na determinao de polticas de sade pblica para controle da doena.
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RESUMO: Os indivduos com doena mental grave, assim como os seus familiares, podem ser caracterizados como uma população em que ocorre uma combinao complexa de necessidades mdicas e psicossociais, nomeadamente a nvel do diagnstico e do acesso aos servios de sade mental. A avaliao de necessidades pode fornecer informaes importantes para o desenvolvimento de intervenes eficazes, tanto a nvel da população como a nvel individual. Este estudo teve como objetivo determinar as diferentes necessidades reportadas pelos pacientes com doena mental grave e seus familiares , assim como investigar as possveis relaes entre o estado de necessidades e as variveis scio-demogrficas e clnicas. Simultaneamente, o estudo teve como objetivo avaliar a sobrecarga familiar e a satisfao dos utentes com os servios de sade mental. Foi elaborado um estudo transversal, realizado numa amostra de convenincia de cinquenta dades de paciente/membro da famlia, seguidos em regime de ambulatrio no Centro Nacional de Sade Mental. Foram utilizados como instrumentos de avaliao um questionrio sociodemogrfico, a Escala Breve de Avaliao Psiquitrica (BPRS), o questionrio de Avaliao de Necessidades de Camberwell (CAN), o Questionrio de Avaliao do Envolvimento (IEQ) e a Escala de Verona de Satisfao com os Servios (VSSS). As mais frequentes necessidades no-satisfeitas foram o sofrimento psicolgico, as atividades sociais e os benefcios sociais. O estudo mostrou uma sobrecarga significativa nas famlias que cuidam de pessoas com doena mental grave, que se correlacionou com as suas opinies sobre as necessidades dos pacientes e teve um impacto negativo sobre o bem-estar psicolgico. Os trs mais importantes predictores de sofrimento psquico em familiares foram o sexo, a situação laboral e a relao com o paciente. A avaliao da satisfao com os servios revelou a existncia de um hiato significativo entre os servios prestados e os servios desejados, reportados pelos pacientes e seus familiares. A maioria dos participantes do estudo desejavam ter um trabalho protegido, ou receber ajuda para encontrar emprego. Os resultados deste estudo podero ser usados para fins de planeamento desenvolvimento e avaliao de servios de sade mental no Azerbeijo. Algumas recomendaes sobre a melhoria dos servios de sade mental para pacientes com doena mental grave e suas famlias so feitas na seco final do trabalho.----------ABSTRACT: Patients suffering from severe mental illness, in addition to their family members, may be characterized as a population with a complex combination of medical and psychosocial needs, which are under-recognized and under-addressed by mental health services. At the same time, needs assessment provides important information necessary for developing effective interventions at both population and individual level. The study was aimed to determine various needs perceived by patients with SMI and their family members, as well as to find out possible relations between the needs and socio-demographic and clinical variables. Similarly the study was intended to evaluate family burden and users satisfaction with services. This was a cross-sectional study conducted on a convenience sample. Fifty dyads of a patient and family member applying for out-patient services to the National Mental Health Centre participated in the study. Sociodemographic questionnaire, Brief Psychiatric Rating Scale, Camberwell Assessment of Need, Involvement Evaluation Questionnaire, and Verona Service Satisfaction Scale were used as assessment tools. The most prominent unmet needs reported by people with SMI and their relatives were psychological distress, social activities and welfare benefits. The study showed significant burden in families caring for people with SMI, which correlated with their views about patients needs and had a negative impact on the psychological well-being. The three most important predictors of psychological distress in family members were gender, employment status and relationship to patient. Evaluation of satisfaction with services pointed out the gap between provided and desired services reported by patients and their relatives. Most of study participants wished to have sheltered work, or receive help in finding employment. The results of this study may be used for the purposes of mental health service planning, development and evaluation in our country. Some recommendations on improvement of mental health services for patients with SMI and their families have been made in the conclusion.