78 resultados para Avaliação de serviços de saúde
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RESUMO: Os programas psicoeducacionais para cuidadores de pessoas com esquizofrenia so muitas vezes construdos sem terem em conta as necessidades educacionais destes utilizadores dos serviços de saúde mental. Apresenta-se uma reviso da literatura sobre esquizofrenia, famlia, intervenes familiares e avaliação de necessidades educacionais. Conduziu-se um estudo transversal descritivo com caractersticas exploratrias numa amostra de convenincia de principais cuidadores (N=74) de pessoas com esquizofrenia em tratamento no Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental do Hospital de S. Francisco Xavier. A metodologia utilizada do tipo qualitativo e quantitativo. Objectivos: Descrever as caractersticas de uma amostra de principais cuidadores de pessoas com esquizofrenia e as suas necessidades educacionais, bem como contribuir para a validao do Educational Needs Questionnaire (ENQ). Instrumentos: Educational Needs Questionnaire (ENQ) e Inventrio Scio-Demogrfico para Familiares (RSDS). Resultados: O doente com esquizofrenia cuidado sobretudo pela famlia, sendo as mes os cuidadores por excelncia. Trata-se de mulheres idosas que cuidam do doente h muitos anos e que necessitam saber mais sobre como obter ajuda dos serviços de saúde mental. Concluses: Os cuidadores sentem que os serviços de saúde mental no lhes do o apoio de que necessitam e esto preocupados sobretudo com o estigma e com o que acontecer aos seus doentes aps a sua morte. A verso portuguesa do ENQ mostrou possuir boa fiabilidade, recomendando-se o desenvolvimento de estudos que dem continuidade ao esforo de validao aqui iniciado.-------------ABSTRACT: The psychoeducational programs for caregivers of people with schizophrenia are often built without regard for the educational needs of users of mental health services. We present a review of the literature on schizophrenia, family, family interventions and evaluation of educational needs. We conducted a cross-sectional study with exploratory characteristics in a convenience sample of primary caregivers (N = 74) of people with schizophrenia being treated in the Department of Psychiatry and Mental Health at the Hospital of St. Francisco Xavier. We used a qualitative and quantitative methodology. Objectives: To describe the characteristics of a sample of primary caregivers of people with schizophrenia and their educational needs, as well as contribute to the validation of the Educational Needs Questionnaire (ENQ). Instruments: Educational Needs Questionnaire (ENQ) and Inventrio Scio-Demogrfico para Familiares (RSDS). Results: Patients with schizophrenia are cared by the family, mothers are the caregivers for excellence. They are older women who take care of the patient for many years and they need to know more about how to get help from mental health services. Conclusions: Caregivers feel that mental health services dont give them the support they need and they are especially worried about the stigma and what will happens to their patients after their death. The Portuguese version of the ENQ proved to have good reliability and we recommend the development of studies that give continuity to the validation effort here started.
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RESUMO: O envelhecimento populacional est associado a necessidades de saúde, incluindo aspectos ligados realizao das actividades quotidianas e vertente ocupacional em geral.O presente estudo procurou identificar as necessidades ocupacionais de uma amostra de idosos institucionalizados e avaliar alteraes no desempenho ocupacional e na satisfao aps participao num programa de actividades teraputicas. A amostra foi constituda por 20 indivduos, com uma mdia de idades de 86,2 anos (DP=6,0), maioritariamente do sexo feminino e vivos, com nveis de escolaridade diversos, sem dfice cognitivo grave, provenientes de duas instituies para idosos em Lisboa. Os instrumentos utilizados foram entrevista de caracterizao scio-demogrfica. Mini- Mental State Examination. ndice de Katz e Medida Canadiana de Desempenho Ocupacional. Aps a participao no programa de actividades, oito indivduos mantiveram as notas de desempenho e de satisfao na Medida Canadiana; cinco apresentaram aumento em ambas as notas; para dois, o desempenho permaneceu inalterado e o grau de satisfao diminuiu; finalmente, trs deixaram de ter pelo menos um problema no desempenho, destacando-se um indivduo que deixou de ter problemas para se alimentar, tornando-se independente nesta rea. Comparando as avaliaes iniciais e as reavaliaes psinterveno, no se registaram diferenas significativas nas pontuaes de desempenho nem de satisfao da Medida Canadiana. Em concluso, muitos dos participantes do estudo referiram um desempenho deficiente em muitas actividades ocupacionais que valorizavam, assim como um grau elevado de insatisfao em relao a esse desempenho. Apesar de ter tido algum impacto nas necessidades ocupacionais dos participantes, o programa de actividades no pareceu trazer benefcios generalizados nesta pequena amostra.------------ABSTRACT:The aging process in institutionalized populations has implications that encompass various issues related to health, including occupational development and the performance of daily activities. It was this studys objective to identify the occupational needs of a sample of institutionalized elderly and to identify the existence of changes in occupational performance and satisfaction after participation in a program of therapeutic activities. The sample consisted of 20 individuals (mostly female and widowed) from two nursing homes in Lisbon, having various levels of education and an average age of 86,2 years (SD=6,0) as well as the ability of verbal expression without severe cognitive deficit. The instruments used were a structured interview for socio-demographic characterization, the Mini Mental State Examination, the Katz Index and the Canadian Occupational Performance Measure. We found that older respondents claimed that the performance of daily activities constituted a problem. They stated that the activities of self-care and leisure were the most problematic, that they had negative self-perceptions regarding their own performance, and that they were dissatisfied with this performance of their daily activities. After participating in program activities, eight respondents experienced no change in their respective grades of performance and satisfaction, five showed increases in both grades and, for two respondents, the performance remained unchanged while the satisfaction level showed a decline. Three stopped having at least one problem in performance, and one participant even stopped referring feeding problems, having become independent in this area. Regarding the evolution of the Canadian Measure performance and satisfaction scores (before versus after the intervention), we found no significant differences. In conclusion, most participants stated that they were performing badly in what concerned the occupational activities they valued the most. The same applies to low levels of satisfaction regarding that performance. In this small sample, and despite some benefits, the program of therapeutic activities did not prove to be significantly effective.
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RESUMO - A OMS estima que dezenas de milhares de doentes em todo o mundo sofrem consequncias ou morrem devido a cuidados e prticas mdicas pouco seguras (JHA, A., ed. lit., 2008). Este estudo surge com o intuito de gerar conhecimento acerca dos EA e promover a melhoria da gesto do risco com base na perspectiva do doente, obtida atravs das reclamaes. As reclamaes contm informao primordial acerca das necessidades reais, manifestas e sentidas pelo doente e as pessoas que lhes esto prximas (familiares, cuidadores informais). Elas podem reportar EA e constituir um veculo importante da melhoria da qualidade. O objectivo geral do estudo contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços de saúde, particularmente no que diz respeito melhoria da segurana do doente. Para tal, ser desenvolvida metodologia de anlise de reclamaes, para avaliação da ocorrncia de EA. O instrumento de colheita de dados consiste numa checklist de verificao de variveis, para posterior caracterizao e realizao de testes estatsticos. ----------ABSTRACT - The WHO estimate that tens of thousands customers around the world suffer or die due to Care and unsafe medical practices consequences (JHA, A., ed. lit., 2008). The aim of this research is to generate knowledge about the adverse events and promote the improvement of risk management based on patient perspective, obtained through complaints. Claims/Complaints contain vital information about the real needs, perceived and manifest by the patient and those close to them (families, informal caregivers). They can report adverse events and provide an essential vehicle to quality improvement. The study overall objective is to contribute to health services quality improvement, particularly as regard to improving the patient safety. For this will be developed methodology of complaints analysis, to adverse events occurrence assessment. The instrument for data collect consists in a checklist to variables verification toward further characterizati
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O processo de tomada de deciso familiar de institucionalizar um parente idoso com demncia e as equipas de cuidados primrios de saúde FILIPA JOAQUIM PALAVRAS CHAVE: Doente, Idoso, Demncia, Famlia, Processo de Tomada de Deciso, Equipa de Cuidados Primrios de Saúde, Cuidados de Longa Durao Pretende se com a proposta de investigao, estudar a gesto de transferncia de um doente idoso com demncia, para os cuidados de longa durao, atravs da anlise do processo de tomada de deciso, levado a cabo pelas famlias destes pacientes, tendo como referncia o Modelo Multidisciplinar de Avaliação e Tomada de Deciso de Beckingham e Baumann (1990) e Modelo de Utilizao de Serviços de Saúde de Dutton (1986). Ir-se- explorar como as famlias experienciam este processo de gesto de transferncia de cuidados, e o papel desempenhado pela equipa de cuidados primrios de saúde. Optou-se por uma abordagem qualitativa, com desenho de estudo de caso inclusivo, a realizar na Instituio Particular de Solidariedade Social (IPSS), Lar de S. Cristvo, situada no concelho de Leiria, com duas unidades de anlise embutidas: famlias (representadas pelos cuidadores principais do familiar doente) e equipas de cuidados de saúde primrios. Os mtodos de recolha de dados utilizados so a entrevista semi-estruturada e focus-grupo. A anlise dos dados efectuada atravs dos mtodos de anlise de contedo e anlise estatstica. A todos os participantes ser pedido o seu consentimento livre e esclarecido, atravs de documento escrito, garantindo a sua privacidade e o sigilo das informaes cedidas. Com a presente investigao, pretende-se dar um contributo para a introduo de novas prticas de colaborao, acesso e melhoria da qualidade dos serviços, centrados na perspectiva do paciente, a fim de facilitar a transio entre os diferentes nveis de cuidados de saúde.
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Dissertao para obteno do Grau de Mestre em Tecnologia e Segurana Alimentar - Perfil Qualidade Alimentar
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Resumo: A crie dentria, um problema que tem atingido populaes em grande parte do mundo, a doena de maior prevalncia da cavidade oral, gerando graves consequncias econmicas e sociais. Esta doena tem sido estudada ao longo do tempo em diferentes pases com o emprego de diversos ndices, geralmente para o estudo da sua prevalncia, a avaliação de medidas preventivas e o adequado planeamento das aces e serviços de saúde oral. O objectivo deste Projecto foi determinar se a escovagem quando realizada na escola com pasta fluoretada, e supervisionada pelos professores, duas vezes por dia, seria ou no eficaz na diminuio das populaes microbianas de Streptococcus mutans e Lactobacillus e na consequente diminuio da incidncia de crie dentria. Material e mtodos: Foram seleccionadas todas as crianas (universo = 178), com idades compreendidas entre os 5, 6 e 7 anos, residentes no Concelho de Aljustrel e a frequentar o pr-escolar e o primeiro ciclo do ensino bsico oficial. Foi realizada a escovagem bi-diria com pasta fluoretada a 500 ppm F-, na escola, segundo o mtodo de Bass modificado, supervisionado pelos professores titulares de turma, que tiveram formao da tcnica de escovagem utilizada. Durante os 3 anos de estudo foram realizadas 6 observaes dentrias e recolhas salivares para contagem de Streptococcus mutans e Lactobacillus e avaliação da capacidade tampo da saliva. Resultados: O grupo de estudo no incio da interveno apresentava valores dos ndices de crie dentria mais elevados do que os do grupo de controlo (mais 0,109 no CPO-S, 0,0749 no CPO-D, 1,505 no cpo-s e 0,831 no cpo-d), porm sem diferenas de significncia estatstica. A anlise estatstica dos resultados no veio confirmar este pressuposto uma vez que o grupo de estudo apresentou um aumento percentual ligeiramente maior do ndice CPO-D (12,5%) do que o grupo de controlo (11,6%). Para alm deste aspecto, ao contrrio do que seria de esperar, no foi possvel detectar nenhuma diferena estatisticamente significativa em nenhum dos ndices de crie dentria (cpo-s, cpo-d, CPO-S e CPO-D) entre o grupo de estudo e grupo de controlo entre a 1 e ltima observao.Ainda que os resultados do estudo aqui apresentado tenham ficado aqum do esperado, deveria ser efectuada a escovagem diria na escola, uma vez por dia, com pasta fluoretada a 1000 ppm F-, atendendo a que esta medida contribui para a promoo da saúde e preveno da doena e facilitadora da construo de estilos de vida saudveis.-------ABSTRACT: Dental caries, a problem that has affected populations worldwide, is one of the most prevalent diseases of the oral cavity, causing severe economic and social consequences. This disease has been studied over time in different countries with the use of various indices, usually for the knowledge of its prevalence, evaluation of preventive measures and appropriate planning of actions and oral services. The aim of this study was to determine whether toothbrushing when performed in schools, with fluoride toothpaste, and supervised by teachers twice a day, was effective in reducing microbial populations of Streptococcus mutans and Lactobacillus with consequent reduction in the incidence of dental caries. Material and Methods: All children aged 5, 6, and 7 years, from Aljustrel County, attending official pre-school and first cycle of basic educatio were selected. Toothbrushing was performed twice a day with toothpaste with 500 ppm F-,in the school, according to the modified Bass method, supervised by professors in the class, who were trained in the brushing technique used. During the study period were performed 6 observations of the dental status, and were also collected saliva for the count of Streptococcus mutans and Lactobacillus, and assessment of buffering capacity of saliva. Results: The study group at the beginning of the intervention had higher values of dental caries than the control group (more than 0,109 in DMF-S, 0, 0749 in DMF, dmf-s 1,505 and 0,831 in dmf-t) although without statistical significance. The expected results were not confirmed, since the study group had a slightly higher percentage increase of the DMF-T (12,5%) than the control group (11,6%). Apart from that, contrary to what one would expect, we could not detect any statistical significant difference in any of the indices of dental caries (dmf-s, dmf-t and DMF-S, DMF-T) between the study and the control group in all study periods. Although the study results were not has expected, toothbrushing should be performed daily at school, once a day with fluoride toothpaste with 1000 ppm F-, since this measure contributes to health promotion and disease prevention and encourages healthy lifestyles.
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RESUMO: O desenvolvimento de serviços locais adequados deve ser baseado numa avaliação sistemtica das necessidades e resultados obtidos nos cuidados a uma populao de indivduos identificados como apresentando uma doena mental na rea de referenciao do servio. Neste sentido foram utilizados os seguintes mtodos: dados epidemiolgicos acerca das necessidades locais e taxas de utilizao de serviços a nvel nacional e local, este ltimo com base no case-register. Os diagnsticos de maior prevalncia em ambulatrio so as perturbaes de humor e as perturbaes neurticas de stress ou somatoformes, com uma preponderncia de doenas mentais comuns (depresso e ansiedade) em serviços de psiquiatria. Constatam-se baixas taxas de abandono da consulta (12%). A idade, a doena e a escolaridade esto correlacionados com o risco de drop-out, mas utilizada a regresso logstica, a idade e a escolaridade perdem o seu significado estatstico. Encontram-se taxas reduzidas de drop-out dos indivduos com psicose ou perturbaes bipolares, em virtude da interveno activa da equipa. Os custos de transporte, a distncia ao local de consulta e o tempo de espera para a primeira consulta so barreiras no acesso aos cuidados a nvel local. Os cuidadores no se sentem apoiados pela rede de suporte social e queixam-se sobretudo da acessibilidade, mas exibem elevadas taxas de satisfao com os serviços prestados. Decidiu-se apostar numa organizao do servio baseada na comunidade, com intervenes baseadas na evidncia, dando prioridade ao doente mental grave e qualidade dos cuidados.----------- ABSTRACT: The development of appropriate local services should be based on a systematic assessment of the needs and outcomes of the population of individuals identified as mentally ill within the services catchment area. A number of methods may be used as proxies in assessing local needs for services, such as service utilization rates found nationally and locally, by case-register. The most prevalent diagnoses in ambulatory care are mood disorders and neurotic, stress and somatoform disorders, with a majority of common mental disorders (depression and anxiety) in psychiatric services. Low dropout rates (12%) are found in ambulatory care. Age, disease and education are correlated with the risk of drop-out, but after using logistic regression, age and education lose their statistical significance. Low drop-out rates are found in individuals with psychosis or bipolar disorders, because the active intervention from the team. The costs of transportation, distance and the waiting time for the first consultation are barriers in access of care locally. Carers do not feel supported by the network of social support and complain primarily of accessibility, but exhibit high levels of satisfaction with the services provided. It was decided to invest in a service organization based in the community with evidence-based interventions, giving priority to severe mental illness and quality of care.
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RESUMO: A avaliação da satisfao dos utentes tem tido uma importncia crescente na avaliação da qualidade em saúde e na orientao do planeamento e da gesto dos processos e dos recursos da saúde. Os Hospitais de Dia, unidades funcionais que se assumem como uma alternativa moderna hospitalizao tradicional, com maior eficincia e ganhos na qualidade assistencial dos utentes, devem tambm ser capazes de se auto-avaliar, de forma a detectarem os aspectos menos correctos da sua actuao e a procurar o aperfeioamento permanente de todos os aspectos do seu funcionamento. Este trabalho pretendeu avaliar o grau de satisfao dos utentes do Hospital de Dia das Especialidades Mdicas do Hospital de Egas Moniz (HDEM), Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental. O estudo, que obteve parecer favorvel por parte da Comisso de tica e foi autorizado pelo Conselho de Administrao do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, foi um estudo descritivo transversal, utilizando uma perspectiva quantitativa. A amostra seleccionada foi de convenincia, constituda pelos utentes que utilizaram o HDEM num perodo de 14 dias teis, 3 a 24 de Junho de 2011. As dimenses da satisfao que foram avaliadas foram a satisfao global, a qualidade global, a satisfao relativa aos profissionais de saúde, a satisfao relativa s instalaes, a satisfao relativa aos serviços prestados e ainda a recomendao do servio a familiares e amigos e os aspectos scio-demogrficos dos utentes do HDEM. Foi construdo um questionrio com 39 itens (38 de resposta fechada e uma de resposta aberta), agrupados em 13 questes. Para a sua construo foram consultados muitos outros questionrios destinados a avaliar a satisfao dos utentes com a prestao dos serviços de saúde. O questionrio foi submetido apreciao por investigadores e outros profissionais, aperfeioado e pr-testado antes da sua utilizao. A validao do questionrio incluiu a determinao da consistncia interna atravs do coeficiente alfa de Cronbach, que foi boa ou muito boa, e a determinao da validade, atravs do mtodo de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO), que foi boa ou muito boa. A amostra foi constituda por 136 indivduos, 61,8% dos quais eram do sexo feminino. O grupo etrio mais representado foi o das idades entre os 35 e os 44 anos, seguido dos grupo etrio entre os 45 e os 54 anos e entre os 55 aos 64 anos. A maioria dos participantes eram casados ou a viver em unio de facto, tinham o ensino secundrio ou uma licenciatura e eram trabalhadores no activo. Os resultados do estudo permitiram concluir que os utentes do HDEM que fizeram parte do estudo apresentaram nveis elevados de satisfao em todos os aspectos avaliados. Os maiores nveis de satisfao dos utentes disseram respeito actuao dos profissionais de saúde e os mais baixos, apesar de positivos, tiveram a ver com aspectos muito particulares das instalaes fsicas do HDEM, como as condies da sala de espera e as instalaes sanitrias. Outro aspecto que motivou algumas crticas por parte dos utentes foi o horrio de funcionamento, tendo havido sugestes para o seu alargamento.
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INTRODUO Os profissionais dos cuidados de saúde so essenciais ao desempenho de excelncia dos sistemas de saúde pelo que devem ser capazes de funcionar em plenitude. A saúde um activo para esse pleno funcionamento. Os enfermeiros representam o grupo profissional mais numeroso dos profissionais dos cuidados de saúde. Como tal, tm um importante papel a desempenhar no sistema de saúde e na determinao da saúde da populao. O desempenho dos enfermeiros, mas tambm as condies em que trabalham e o impacto destas na sua saúde, devem, assim, ser estudados. Tem sido sugerido que os enfermeiros tm um perfil de saúde diferente do da restante populao, com problemas de saúde especficos. So vrios os factores que influenciam a saúde: caractersticas e comportamentos dos indivduos, ambiente econmico e social e ambiente fsico. A saúde entedida como um activo para a vida social e laboral plena e eficiente. Compreende-se que mais do que o somatrio das diferentes dimenses, a saúde a interaco e simbiose entre saúde fsica e mental, auto-percepo do estado de saúde e qualidade de vida e bem estar. A saúde dos enfermeiros determinada pelo sistema de saúde onde trabalham e, em ltima anlise, pelos problemas e desafios que este enfrenta. O impacto destes desafios pode resultar no aumento do trabalho em tempo parcial, para alm do tempo integral, do duplo emprego e insegurana laboral. Concomitantemente, os enfermeiros esto expostos a uma variedade de riscos ocupacionais que podem resultar numa srie de problemas de saúde agudos e crnicos. Trabalhar em ambientes particularmente stressantes, em equipas com manifestas insuficincias, com pouco controlo e muita responsabilidade, muitas horas seguidas, com conflitos entre os diferentes papis sociais, parece contribuir para o aumento da morbilidade dos enfermeiros. A relao com o outro, e o servir-se dessa relao para ajudar, coloca uma forte presso emocional nos enfermeiros. A presente investigao tem como objectivo contribuir para a compreenso do perfil de saúde dos enfermeiros e do papel que o trabalho de enfermagem, e no sector de saúde, tm no perfil de saúde. A inteligibilidade desse contributo faz-se por analogia com os outros profissionais dos cuidados de saúde e com os outros profissionais e/ou populao em geral.Inclui uma reviso sistemtica da literatura onde se revem as evidncias existentes sobre a saúde dos enfermeiros, o estudo dos Inquritos Nacionais de Saúde de 1998/1999 e 2005/2006 e um estudo de mortalidade proporcional. Nestes dois ltimos estudos faz-se a comparao entre enfermeiros, outros profissionais dos cuidados de saúde e outros profissionais, utilizando a Classificao Nacional das Profisses na sua verso de 1994. HIPTESES E OBJECTIVOS GERAIS Foram enunciadas 7 hipteses de estudo que versaram sobre o conhecimento cientfico sobre o perfil de saúde dos enfermeiros, o estudo do perfil de saúde (percepo do estado de saúde, morbilidade, consumo de medicamentos, utilizao dos serviços de saúde e despesas com a saúde e comportamentos ligados saúde) e as causas de morte dos enfermeiros portugueses: H1: As evidncias cientficas, baseadas em estudos experimentais e observacionais, demonstram que os enfermeiros possuem um perfil de saúde diferente do da restante populao e dos restantes profissionais cuidados de saúde. H2: Os enfermeiros, os outros profissionais dos cuidados de saúde e os outros profissionais percepcionam o seu estado de saúde de forma diferente; H3: Os enfermeiros, os outros profissionais dos cuidados de saúde e os outros profissionais tm perfis de morbilidade diferentes; H4: Os enfermeiros, os outros profissionais dos cuidados de saúde e os outros profissionais utilizam os serviços de saúde de formas diferentes e tm diferentes despesas com a saúde; H5: Os comportamentos relacionados com a saúde dos enfermeiros, outros profissionais dos cuidados de saúde e outros profissionais so diferentes. H6: A exposio ao trabalho no sector da saúde causa determinadas doenas que levam a que, proporcionalmente, existam mais mortes por essas doenas nos outros PCS do que nos outros profissionais; H7: A exposio ao trabalho de enfermagem causa determinadas doenas que levam a que, proporcionalmente, existam mais mortes por essas doenas nos enfermeiros do que nos outros PCS e do que nos outros profissionais. Definiram-se os seguintes objectivos gerais: 1. Rever a evidncia existente, publicada e no publicada, sobre a saúde dos enfermeiros (nas vertentes de saúde fsica, mental, auto-percepo do estado de saúde, estilos de vida e comportamentos ligados saúde) e sua comparao com a dos outros profissionais dos cuidados de saúde e a da restante populao. 2. Compreender se existem diferenas entre enfermeiros, outros profissionais dos cuidados de saúde e outros profissionais relativamente auto-percepo do estado de saúde, morbilidade, utilizao dos serviços de saúde e despesas com a saúde e comportamentos relacionados com a saúde; 3. Compreender se existe excesso de mortes por causas especficas nos enfermeiros falecidos entre Junho e Setembro de 2003, em Portugal, quando comparados com os outros PCS e os outros profissionais. MATERIAL, POPULAO E MTODOS Reviso sistemtica da literatura Estudo observacional, retrospectivo e descritivo. Identificaram-se as bases de dados a pesquisar tendo em conta o assunto em estudo, o tipo de documentos pretendidos e o intervalo de tempo da RSL. Convencionou-se que, em todas, deveria ser possvel fazer a pesquisa on-line. Ao todo, foram pesquisadas 43 bases de dados, utilizando palavraschave em portugus e ingls (incluindo termos DeCS). A pesquisa limitou-se a documentos em ingls, francs, portugus, espanhol e italiano. No foi estabelecido limite temporal e no foi feita pesquisa manual de bibliografia ou de referncias. Identificaram-se 2 692 documentos a cujos resumos se aplicaram trs critrios de elegibilidade (teste de relevncia). Dos 2 692 documentos, 204 (7,6%) foram excludos por no terem resumo e 1 428 (57,4%) por no cumprirem pelo menos um dos critrios de elegibilidade para esta fase. Passaram fase de avaliação do texto integral um total de 1 060 documentos. Destes 76 eram duplicados pelo que foram excludos. A fiabilidade da aplicao do teste de relevncia foi avaliada por um segundo revisor que aplicou os 3 critrios de elegibilidade a uma amostra aleatria simples dos documentos seleccionados a partir das bases de dados (coeficiente de Kappa=0,9; erro padro=0,05; p<0,01). Aplicou-se um formulrio de colheita de dados aos documentos seleccionados para avaliação do texto integral que continha uma srie de critrios de elegibilidade baseados no STROBE e CONSORT statement e numa extensa reviso de literatura. Dos 984 documentos vrios foram sendo excludos por no se cumprirem critrios de elegibilidade do teste de relevncia e metodolgicos, acabando-se com 187 estudos sobre os quais foram colhidos dados sobre o local, contexto, participantes, resultados,interveno, exposio, efeito e condio de interesse. Os estudos foram avaliados quanto validade interna e externa. Na anlise dos dados utilizou-se a sntese narrativa. No foi feita meta-anlise dada a heterogeneidade encontrada. Como sistema de classificao das evidncias utilizou-se o Scotish Intercollegiate Guidelines Network. Estudo dos Inquritos Nacionais de Saúde de 1998/1999 e 2005/2006: Auto-percepo do estado de saúde, morbilidade, utilizao dos serviços de saúde e despesas com a saúde e comportamentos relacionados com a saúde dos enfermeiros. Estudo observacional, transversal e analtico Utilizaram-se como fontes de dados o 3 e o 4 Inqurito Nacional de Saúde. Definiram-se variveis dependentes, independentes e de potencial confundimento. Os dados do 4 INS foram analisados pelo Instituto Nacional de Estatstica, aps redaco das sintaxes pela autora. Neste caso realizou-se, apenas, anlise estatstica descritiva dado no ter sido possvel aceder s variveis de clustering e de estratificao. Recorreu-se s frequncias relativas ponderadas (estimativas) para descrever as variveis de escala nominal e ordinal e mdia, mediana, amplitude do intervalo de variao e amplitude interquartlica para descrever as variveis numricas. Os dados do 3 INS foram analisados tendo em conta o efeito de clustering e a estratificao, para controlar o efeito do desenho do estudo e para evitar erros tipo II, respectivamente. Utilizaram-se contagens no ponderadas, estimativas das propores e mdias populacionais. Apresentaram-se, conjuntamente, os intervalos de confiana a 95%. Na anlise inferencial considerou-se o nvel de significncia a 95%. Consideraram-se, no processo de deciso estatstica, os intervalos de confiana a 95% para a diferena entre as estimativas de cada uma das sub-amostras. O teste Qui-quadrado de Pearson com correco de segunda ordem de Rao-Scott foi utilizado para testar diferenas entre variveis de escala nominal ou ordinal em cada uma das sub-amostras. Utilizou-se o odds ratio e respectivo intervalo de confiana para a tomada de deciso sobre eventuais relaes de dependncia e para avaliar a fora e direco da associao. O teste F corrigido para o efeito do desenho pela estatstica de Wald foi utilizado na anlise da diferena da distribuio de uma varivel de escala numrica e uma de escala nominal ou ordinal. Utilizou-se a anlise de regresso linear e logstica binria, multinominal e ordinal para avaliar a existncia de associao entre as variveis dependentes e independentes controlando para o efeito das variveis de potencial confundimento. Na anlise, os dados com omisso foram considerados eventos aleatrios. Mortalidade nos enfermeiros e outros PCS entre Junho e Setembro de 2003 Estudo observacional, transversal e analtico. A populao em estudo correspondeu populao residente em Portugal Continental e Ilhas dos Aores e da Madeira que faleceu entre 1 de Junho e 30 de Setembro de 2003 no tendo sido feita qualquer amostra. Utilizou-se a base de dados dos certificados de bitos ocorridos em territrio nacional entre 30 de Maio e 30 de Setembro de 2003, fornecida pela Direco Geral da Saúde. O estudo dos dados omissos revelou que estes eram eventos aleatrios pelo que era possvel realizar a anlise recorrendo a tcnicas de dados completos. Na anlise das variveis qualitativas nominais foram usadas frequncias absolutas e relativas e moda. A varivel quantitativa numrica idade foi analisada recorrendo mdia e mediana, primeiro e terceiro quartil, amplitude interquartlica e total e desvio padro, coeficiente de assimetria e curtose. Realizou-se anlise de correspondncia mltipla de modo a definir perfis de mortalidade para os indivduos falecidos no perodo em estudo que no tinham dados com omisso para a profisso. Calcularam-se as propores de mortalidade e a razo de mortalidade proporcional de modo a comparar as propores de mortalidade observadas e esperadas por causa e grupo profissional. RESULTADOS Reviso sistemtica da literatura Existe evidncia de nvel 2+ de que as enfermeiras esto em maior risco de desenvolver cancro da mama quando comparadas com outras profissionais dos cuidados de saúde; no tm maior risco de desenvolver doena de Hodgkin; no tm um excesso de risco de cancro (independentemente da localizao), cancro do estmago, clon, recto, pncreas, ovrio, rim, bexiga, crebro, tiride ou linfossarcoma. Existe evidncia de nvel 2- de que os enfermeiros: Os enfermeiros esto entre os grupos profissionais mais afectados por problemas msculoesquelticos; Os enfermeiros esto mais expostos a agentes patognicos sanguneos do que a restante populao; Os enfermeiros esto em maior risco de adquirir Tuberculose (TB) quando comparados com a populao em geral; Os enfermeiros, quando trabalham em enfermarias com doentes infectados com TB, tm maior risco de desenvolver TB comparativamente com os que no trabalham nestas enfermarias; As enfermeiras tm um excesso de mortalidade por cancro no geral, leucemia e cancro do pncreas quando comparadas com as outras mulheres trabalhadoras; Existe um excesso de mortalidade por suicdio nas enfermeiras e os enfermeiros sofrem mais acidentes de origem ocupacional que no com corto-perfurantes do que os restantes PCS (excepto internos) e outros grupos profissionais. Existe evidncia de nvel 3 de que os enfermeiros; Esto mais expostos ao vrus da hepatite B do que os mdicos, estudantes de enfermagem e administrativos; No tm nveis de burnout diferentes dos restantes PCS. No se encontraram evidncias sobre: Ocorrncia de infeco por CMV, hepatite A ou C; Risco de cancro da mama nas enfermeiras comparativamente com as outras mulheres no enfermeiras; Risco de melanoma cutneo, risco de cancro do fgado, pulmo, colo do tero, tero ou leucemia, ocorrncia de HTA nos enfermeiros; Excesso de mortalidade por hepatite viral, cancro do clon, crebro, sistema nervoso, quedas acidentais ou morte relacionada com drogas nas enfermeiras em comparao com as mulheres trabalhadoras; Diferenas nas taxas de mortalidade por diabetes mellitus das enfermeiras e das mulheres trabalhadoras de colarinho branco; Ocorrncia de alergias de origem ocupacional, obesidade, asma de origem ocupacional, problemas de sono e hbitos de sono, problemas cardiovasculares, saúde mental dos enfermeiros; Ocorrncia de ansiedade, stress ou depresso nos enfermeiros; Ocorrncia de acidentes com corto-perfurantes nos enfermeiros, absentismo nos enfermeiros, abuso de substncias e ingesto de bebidas alcolicas pelos enfermeiros; Prtica de vacinao ou de exerccio fsico, auto-exame da mama, rastreio do cancro do colo do tero, hbitos tabgicos, consumo de medicamentos, hbitos alimentares, autopercepo do estado de saúde ou qualidade de vida e bem-estar dos enfermeiros. Estudo dos Inquritos Nacionais de Saúde de 1998/1999 e 2005/2006: auto-percepo do estado de saúde, morbilidade, utilizao dos serviços de saúde e despesas com a saúde e comportamentos relacionados com a saúde dos enfermeiros. Os resultados obtidos em 1998/1999 e em 2005/2006 so bastante semelhantes. Em 1998/1999, no existia diferena na prevalncia de doena aguda, doena crnica, incapacidade de longa durao ou IMC entre os enfermeiros, os outros PCS e os outros profissionais, nada levando a supor que em 2005/2006 os resultados seriam diferentes. H, nos enfermeiros e nos outros PCS, um claro predomnio dos indivduos que percepcionam a saúde como muito boa ou boa. Os dados de 1998/1999, demonstram que os outros profissionais, quando comparados com os PCS, tm 52% maior possibilidade de percepcionar o seu estado de saúde como razovel relativamente a percepcion-lo como muito bom ou bom. Embora a pontuao mdia e a mediana da pontuao do Mental Health Index no sugira sofrimento psicolgico provvel, os enfermeiros so o grupo profissional com menor pontuao e, como tal, com saúde mental mais pobre. Tal , de alguma forma, confirmado por uma maior prevalncia de doena mental nos enfermeiros, comparativamente com os restantes grupos profissionais. A realizao de consulta de saúde oral nos 12 meses que antecederam o inqurito diferente entre enfermeiros e outros profissionais. Os enfermeiros tm menor possibilidade de ter feito uma consulta de saúde oral nos 12 meses anteriores ao inqurito comparativamente com os no profissionais dos cuidados de saúde. Esta diferena encontrada em 1998/1999 provavelmente j no se verifica em 2005/2006 j que, neste perodo, a prevalncia de consulta de saúde oral aumentou consideravelmente nos enfermeiros, passando a ser superior verificada nos outros PCS. Os enfermeiros tm menor possibilidade de terem consultado um mdico nos 3 meses anteriores ao inqurito quando comparados com os outros profissionais. Os outros PCS tm, tambm, menor possibilidade de terem consultado um mdico nos 3 meses que antecederam o inqurito quando comparados com os outros profissionais. Os enfermeiros, outros PCS e outros profissionais no so diferentes no que concerne aos gastos com consultas de urgncia ou outras, gastos com medicamentos ou outros gastos com a saúde nas duas semanas anteriores ao inqurito. Conclui-se, tambm, que os enfermeiros, os outros PCS e os outros profissionais no diferem no consumo de medicamentos para dormir, no nmero de dias de toma destes medicamentos ou nos anos de toma. Ser enfermeiro comparativamente com ter outra profisso que no dos cuidados de saúde diminui as chances de ser ex-fumador relativamente a nunca ter fumado em 42%. Ser outro PCS que no enfermeiro, e comparativamente com os outros profissionais, aumenta as chances de ter consumido bebidas alcolicas na semana anterior ao inqurito. Quer os enfermeiros quer os outros PCS tendem a no beber sozinhos, sendo mais frequente beberem em estabelecimentos comerciais. A percentagem de enfermeiros e outros PCS que ingeria bebidas alcolicas antes de conduzir era menos de metade da dos outros profissionais. Os enfermeiros, outros PCS e outros profissionais no diferiam relativamente realizao de actividade fsica pelo menos uma vez por semana. A grande maioria dos enfermeiros estava a fazer algum mtodo contraceptivo. A menor percentagem de indivduos a fazer contracepo verificava-se nos outros PCS. A vacinao contra a gripe era mais frequente nos enfermeiros. Por seu lado, a realizao de pelo menos uma citologia era mais frequente nos outros PCS e bastante superior nos enfermeiros e outros PCS do que nos outros profissionais. O mesmo acontecia relativamente avaliação da tenso arterial. Mortalidade nos enfermeiros e outros PCS entre Junho e Setembro de 2003 Entre Junho e Setembro de 2003 tinham ocorrido mais bitos em mulheres enfermeiras do que nos homens com a mesma profisso. J nos PCS como um todo, ou naqueles que no eram enfermeiros, existia maior proporo de mortes de indivduos do sexo masculino. Os PCS, considerados como um todo ou separadamente em enfermeiros e outros PCS, faleciam mais tarde do que os restantes profissionais. No entanto, para todos os grupos profissionais estudados a maior proporo de bitos ocorria depois dos 74 anos de idade. O mais frequente, em todos os grupos profissionais, era os bitos de causa natural, no domiclio. As duas principais causas de morte no diferiam entre PCS (todos, enfermeiros ou outros PCS) e outros profissionais, embora se verificassem alteraes na posio (primeira ou segunda) de acordo com o grupo profissional. J a terceira principal causa de morte variava entre os grupos estudados: nos PCS (e nos outros PCS) era as doenas do aparelho respiratrio, nos enfermeiros as doenas do sistema nervoso e nos outros profissionais as doenas do aparelho circulatrio, tumores, sintomas, sinais e resultados anormais de exames clnicos e de laboratrio, no classificados em outra parte. A anlise de correspondncias mltiplas veio, em parte, confirmar esta similitude. Permitiu identificar quatro perfis de mortalidade: dois determinados pelo tipo de bito, o grupo etrio e a causa de morte e dois definidos tambm pelo grupo etrio, causa de morte, estado civil e profisso (sem que, contudo, existisse um poder discriminatrio das profisses dos cuidados de saúde). Os PCS, comparativamente com os outros profissionais, apresentavam um excesso de mortalidade por doenas do sistema nervoso e um dfice de mortalidade por doenas do aparelho geniturinrio. Os enfermeiros, por seu lado, quando comparados com os outros profissionais, tinham um excesso de mortalidade por doenas do sistema nervoso e um dfice de mortalidade por doenas do aparelho respiratrio e por sintomas, sinais e resultados anormais de exames clnicos e de laboratrio, no especificados em outra parte. Ao comparar a proporo de mortalidade por causa especfica dos enfermeiros com a dos outros PCS verificou-se existir um excesso de mortalidade por algumas doenas infecciosas e parasitrias, doenas endcrinas, nutricionais e metablicas, doenas do sistema nervoso e causas externas de morbilidade e de mortalidade. Verificou-se, tambm, um dfice de mortalidade por doenas do aparelho respiratrio. Os outros PCS, quando comparados com os outros profissionais, apresentavam um excesso de mortalidade por doenas do sistema nervoso e por doenas do aparelho respiratrio e um dfice de mortalidade por causas externas de morbilidade e de mortalidade. DISCUSSO E RECOMENDAES Das opes metodolgicas A reviso sistemtica da literatura revelou-se um importante instrumento metodolgico, til e adequado no desiderato de responder questo de investigao. Tornou-se bvio que a avaliação da qualidade do estudo essencial para que, no final, se possa discernir sobre as evidncias encontradas. A inexistncia de gold standards para os estudos observacionais levou a que se tivessem de estabelecer padres especficos para esta reviso que se revelaram adequados ao problema em estudo e que permitiram, no final, estabelecer o nvel das evidncias encontradas. A opo pelo sistema SIGN de classificao das evidncias mostrou-se adequada aos objectivos da reviso. A anlise dos 3 e 4 INS colocou vrios desafios que resultaram do facto de ambos utilizarem um desenho amostral multietpico com probabilidades diferenciais das unidades amostrais que englobou estratificao, clustering e ponderao. Este tipo de amostragem implicou uma anlise complexa que contemplou o efeito do desenho da amostra que s foi possvel no caso dos dados do 3 INS. Apesar das limitaes que um estudo de mortalidade proporcional pode apresentar considera-se que, no presente caso, as vantagens superaram as desvantagens. Para alm disso, foi possvel, atravs dos resultados obtidos, discernir acerca das hipteses estipuladas e, assim, contribuir para futuras linhas de investigao. Da saúde dos enfermeiros Determinantes Em 1998/1999 ser enfermeiro, comparativamente com outra profisso que no dos cuidados de saúde diminua a possibilidade de ser ex-fumador relativamente a nunca ter fumado o que pode reflectir a contribuio do conhecimento sobre os efeitos nocivos do tabaco para a tendncia para no fumar. Os outros PCS, comparativamente com os no PCS, tm maior possibilidade de terem consumido bebidas alcolicas na semana anterior ao inqurito mas o padro de consumo no diferia. Os enfermeiros e os outros PCS consumiam menos bebidas ao almoo e ao jantar do que os outros profissionais. Por outro lado, tambm tendiam a beber menos sozinhos optando por beber em estabelecimentos comerciais (mas em menor percentagem do que os outros profissionais) ou em eventos desportivos. A percentagem de enfermeiros e de outros PCS que tinham ingerido bebidas alcolicas antes de conduzir era cerca de metade da verificada nos outros profissionais. De acordo com a RSL realizada, no existiam evidncias sobre o consumo de medicamentos pelos enfermeiros. A anlise dos INS revelou, igualmente, no existirem diferenas entre enfermeiros, outros PCS e outros profissionais no consumo de medicamentos para dormir, mesmo relativamente ao nmero de dias, nas 2 semanas anteriores ao inqurito ou o nmero de anos de toma. De acordo com os dados do 4INS, os enfermeiros e os outros PCS tinham tomado mais medicamentos receitados nas duas semanas anteriores ao inqurito, sendo que nos enfermeiros a percentagem era cerca de 10% superior dos outros PCS. Os resultados parecem indiciar um provvel acesso privilegiado dos PCS a medicamentos para os quais necessrio receita mdica. Por outro lado, a baixa diferena na toma de medicamentos no receitados sugere que no existe uma padro muito marcado de auto-medicao o que seria de esperar num grupo profissional com um conhecimento teraputico privilegiado. A RSL demonstrou no existirem evidncias sobre a prtica de vacinao nos enfermeiros. A anlise descritiva do 4 INS permitiu verificar que a percentagem de enfermeiros que j tinha, alguma vez, vacinado contra a gripe era superior dos outros PCS ainda que fosse inferior dos outros profissionais. Estes dados podem indicar um padro diferente de vacinao contra a gripe nos enfermeiros. A diferena encontrada na realizao de pelo menos uma mamografia durante a vida entre as PCS e as outras profissionais pode, eventualmente, ser explicada pela diferena na idade das primeiras (mais novas) e das segundas. Na RSL no existiam evidncias sobre a prtica de mamografia. A percentagem de mulheres PCS que j tinha feito pelo menos um rastreio do cancro do colo do tero era superior verificada nas outras profissionais. Vrios estudos demonstraram que os PCS parecem vigiar mais amide a sua saúde reprodutiva, nomeadamente, realizando rastreios do cancro do colo do tero e da mama mais frequentemente. Os enfermeiros eram os que apresentavam maior percentagem de indivduos a fazerem um mtodo contraceptivo, seguiam-se os outros PCS e os outros profissionais. Poder-se- colocar a hiptese que as diferenas observadas derivam da diferena de idade entre os grupos profissionais. A contracepo no foi estudada na RSL. A percentagem de outros PCS e de outros profissionais que tinham avaliado a TA nos 3 meses anteriores ao 4 INS era inferior dos enfermeiros. Achado idnticos aos descritos por outros autores. Esta diferena poder ser explicada pelo facto de a avaliação da TA ser uma actividade habitualmente realizada pelos enfermeiros (e por outros PCS) o que lhes facilitaria o acesso mesma e lhes permitiria a auto-avaliação. Em 1998/1999 os enfermeiros tinham menor possibilidade de ter feito uma consulta de saúde oral do que os outros PCS. No entanto, e mesmo tendo em conta as limitaes de anlise dos dados de 2005/2006, esta tendncia parecia ter-se alterado. Os enfermeiros tinham menor possibilidade de terem consultado um mdico nos 3 meses anteriores ao INS comparativamente com os outros profissionais. Tal pode indicar uma utilizao de corredor dos serviços de saúde decorrente da proximidade com o mdico e que se efectivaria em consultas informais. Morbilidade Com a anlise dos INS, verificou-se que o perfil de morbilidade dos enfermeiros, outros PCS e outros profissionais, nas dimenses consideradas, no era diferente. A inexistncia de diferenas entre os grupos profissionais, encontrada a partir dos dados do INS, pode ser explicada por se ter agregado todas as doenas crnicas (diabetes, asma ou bronquite crnica, alergia, hipertenso arterial e lombalgias) numa s varivel (doena crnica). Esta categorizao pode ter mascarado prevalncias superiores de doenas que se sabem estar associadas ao trabalho de enfermagem, como o caso das lombalgias. No se verificaram diferenas entre os grupos profissionais relativamente ao valor mdio de IMC aps controlar para o efeito de potenciais confundimentos. Resultados semelhantes foram descritos por vrios autores. Os enfermeiros aparentavam ter estados mais pobres de saúde mental que os outros PCS mas melhores que os outros profissionais. Pode-se postular que a eventual diferena entre enfermeiros e outros PCS deriva da singularidade do cuidar em enfermagem, da ateno especial que o caracteriza. Pode ser reflexo da complexidade emocional do trabalho em enfermagem. Auto-percepo do estado de saúde Verificou-se que os PCS, considerados como um todo, ou separadamente em enfermeiros e outros PCS, tendiam a percepcionar a saúde de forma mais positiva que os outros profissionais. Vrios autores referem como determinantes da auto-percepo do estado de saúde, o estado fsico, a doena crnica, o estatuto scio-econmico e os estilos de vida. No estudo da auto-percepo do estado de saúde controlaram-se os efeitos destes determinantes. Contudo, as diferenas entre os grupos profissionais mantinham-se. A disponibilidade de serviços de saúde um importante determinante da percepo do estado de saúde. Este factor no foi tido em conta o que poder, eventualmente, explicar a variao obtida. Outro factor no medido foi a saúde mental e outros factores psico-sociais como o apoio emocional, o stress e a auto-estima que influenciam, igualmente, a auto-percepo do estado de saúde. Mortalidade Trs aspectos caracterizavam a mortalidade dos PCS: morriam mais tarde do que os no profissionais de saúde, tinham um dfice de mortalidade na maioria das causas consideradas at aos 54 anos de idade, apresentavam um excesso de mortalidade por doenas do sistema nervoso e um dfice de mortalidade por doenas do aparelho geniturinrio. Na base do dfice de mortalidade podem estar diversos factores. Os PCS podem beneficiar dos seus prprios conhecimentos e, assim, terem estilos de vida mais saudveis e comportamentos relacionados com a saúde que lhes permita viver mais tempo. O trabalho no sector da saúde, e mais precisamente o trabalho dos PCS (enfermeiros e outros) era relativamente estvel, seguro e no existia desemprego, nos restantes grupos profissionais existiriam profisses para as quais tal no se verificava. Assim, em algumas delas, os indivduos podero ter sido vtimas de desemprego ou de condies precrias de trabalho (subemprego) que, cumulativamente com outras desvantagens adquiridas ao longo da vida, podem ter influenciado fortemente a saúde do indivduo e consequentemente, a sua morte. O excesso de mortalidade por doenas do sistema nervoso nos PCS foi j descrito noutros estudos. Uma das possveis explicaes pode advir dos PCS terem falecido mais tarde do que os indivduos com outras profisses e, como tal, terem desenvolvido estas patologias devido a um processo natural de envelhecimento. Outra das explicaes, e, neste caso especificamente para os enfermeiros, pode ter a ver com a elevada prevalncia do sexo feminino. Na presente investigao, detectou-se, tambm, um excesso de mortalidade por tumores nas mulheres PCS quando comparadas com as mulheres dos outros grupos profissionais. Este padro mantinha-se quando se comparavam as enfermeiras ou as outras PCS com as restantes mulheres. O excesso de mortalidade por tumores mantinha-se nas enfermeiras quando se utilizava, como grupo de comparao, as outras PCS. O conhecimento actual que existe sobre a etiologia dos tumores malignos est condicionado pela noo desta complexa teia de causalidade e pelos mtodos epidemiolgicos que so utilizados para a estudar. Os profissionais dos cuidados de saúde, durante o seu exerccio profissional so expostos a uma srie de substncias qumicas entre as quais se encontram frmacos, gases anestsicos, agentes de limpeza e de esterilizao, solventes, sabes e reagentes com potenciais efeitos mutagnicos, carcinognicos e teratognicos. Os resultados obtidos com a presente investigao no justificam recomendaes sobre intervenes. O conhecimento sobre a saúde dos enfermeiros e a influncia que o trabalho de enfermagem tem sobre esta , ainda, lacunar. Assim, recomenda-se: O desenvolvimento de programas de vigilncia de saúde dos enfermeiros e dos outros profissionais dos cuidados de saúde; A melhoria da declarao e codificao da profisso nos certificados de bito; A anlise sistemtica das causas de bito por grupo profissional; A criao de mecanismos de acesso aos dados dos Inquritos Nacionais de Saúde que, sem colocar em causa o anonimato dos respondentes, permita a anlise de dados exaustiva e inferencial.
Resumo:
RESUMO: Enquadramento terico - Os estudos epidemiolgicos demonstram que apesar de todo o progresso cientfico, muitas pessoas continuam sem acesso aos Serviços de Saúde Mental (SSM) e que, em muitos casos, os cuidados no tm a qualidade suficiente. A experincia de vrios pases mostra que os processos de implementao de modelos de interveno teraputica, como o da Gesto de Cuidados, so lentos e complexos, no dependendo somente do grau de efectividade ou da complexidade das prticas a implementar. O Modelo de Gesto de Cuidados (MGC), definido como uma prtica baseada na evidncia, utilizada para ajudar os doentes nos seus processos de recuperao. As estratgias para implementar prticas baseadas na evidncia so crticas para a melhoria dos serviços. Existem, apesar de toda a evidncia, muitas barreiras implementao. Ao constatarmos que as prticas validadas pela cincia esto longe de estar claramente disseminadas nos serviços de saúde mental, fundamentamos a necessidade de utilizar metodologia de implementao que, alm da efectividade das prticas, permita uma efectividade da implementao. Para responder s necessidades de formao e no mbito da implementao do Plano Nacional de Saúde Mental, foram formados, em Portugal, 170 profissionais de saúde mental provenientes de serviços pblicos e do sector social, de todas as regies de Portugal Continental. Considerando que estes profissionais adquiriram competncias especficas no MGC, atravs de um programa de formao nacional idntico para todos os serviços de saúde mental, investigmos o grau de implementao deste modelo, bem como os facilitadores e as barreiras sua correcta implementao. Existem vrios estudos internacionais sobre as barreiras e os facilitadores implementao de prticas baseadas na evidncia, embora a maior parte desses estudos seja baseado em entrevistas semi-estruturadas a profissionais. Por outro lado, no existem, em Portugal, estudos sobre as barreiras e os facilitadores implementao de prticas de saúde mental. Objectivos 1. Estimar o grau da implementao do MGC nos serviços de saúde mental portugueses 2. Caracterizar as regies onde a implementao do MGC tenha ocorrido em maior grau. 3. Identificar os factores facilitadores e as barreiras implementao do MGC, entre as regiesde saúde do pas. 4. Explorar as relaes entre a fidelidade da implementao, as barreiras e os facilitadores da implementao, a cultura organizacional e as caractersticas dos serviços de saúde mental. Metodologia Estudo observacional, transversal e descritivo, com caractersticas exploratrias. Populao: profissionais dos serviços de saúde mental pblicos e do sector social que frequentaram o Programa Nacional de Formao em Saúde Mental Comunitria no curso Cuidados Integrados e Recuperao, da Coordenao Nacional para a Saúde Mental / Ministrio da Saúde, entre Outubro de 2008 e Dezembro de 2009, (n=71). Avaliação Fidelidade de implementao do Modelo de Gesto de Cuidados - IMR-S (Illness Management and Recovery Scale); Qualidade das guidelines utilizadas na implementao do Modelo de Gesto de Cuidados - AGREE II-PT (Appraisal of Guidelines, for Research and Evaluation); Avaliação das Barreiras e Facilitadores implementao do MGC - BaFAI (Barriers and Facilitators Assessment Instrument); Avaliação da Cultura Organizacional dos serviços de saúde mental - CVF-I (Competing Values Framework Instrument). Anlise Estatstica Para a descrio dos dados foram aplicados mtodos de estatstica descritiva. Para a comparao de subgrupos foram utilizados os testes de Mann Whitney e Kruskall-Wallis. Para a investigao de associaes foram utilizados os mtodos de correlao de Spearman e a Regresso Mltipla. O tratamento e anlise dos dados foram realizados utilizando o programa estatstico IBM SPSS Statistics para Mac/Apple nas verses 19 e 20. Resultados Serviços: A articulao com os cuidados de saúde primrios existe na maioria dos serviços (56.34%) e 77.46% dos serviços tm autonomia para definir os cuidados a prestar. A maioria dos serviços (63.38%) realiza duas ou mais reunies clnicas por ms e a quase totalidade (95.77%) recebe estagirios e/ou internos. A rea da investigao tem nveis considerados baixos, quando comparados com outros pases da Europa, tanto para a globalidade das reas de investigao (25.35%), como para as reas psicossociais (22.54%). Considerando componentes fundamentais para a implementao de modelos de gesto de cuidados, os resultados nacionais indicam que 66.20% dos serviços fazem registos em processo clnico nico. As percentagens de utilizao de planos individuais de cuidados so globalmente baixas (46.48%). Por seu turno, a utilizao de guidelines, nos serviços do pas, tem uma percentagem mdia nacional de 57.75%. Profissionais: So, na sua maioria, do sexo feminino (69.01%), com idades entre os 25 e os 56 anos (mdia 38.9, 7.41). Pertencem, maioritariamente, aos grupos profissionais da enfermagem (23.94%) e da psicologia (49.30%). A formao dos profissionais de nvel superior em todos os grupos, com uma percentagem total de licenciados de 80.3%, tendo os restantes uma formao ao nvel do mestrado. Apesar dos valores baixos (17%) de formao prvia em modelos de gesto de cuidados, 39% dos profissionais indicou utilizar algumas vertentes destes modelos na sua prtica. Apesar de 97,18% dos profissionais ter participado em dois ou mais encontros cientficos, num perodo de dois anos, apenas 38.03% apresentou alguma comunicao cientfica no mesmo intervalo. Guideline: Os resultados da avaliação da guideline do MGC indicaram percentagens mais altas, quanto qualidade do seu desenvolvimento, nos Domnios 1 (Objectivo e finalidade, com 72.2%) e 4 (Clareza de Apresentao, 77.7%). O Domnio 5 (Aplicabilidade) foi pontuado no limite inferior do desenvolvimento com qualidade suficiente (54.1%), ao passo que a guideline obteve uma pontuao negativa nos Domnios 2 (Envolvimento das partes interessadas, com 41.6%) e 3 (Rigor do Desenvolvimento, com 28.1%). Adicionalmente no foi possvel s avaliadoras cotar o Domnio 6 (Independncia editorial), por ausncia de referncias neste contexto. A guideline teve uma avaliação global positiva (66%), com recomendao de aceitao com modificaes. Cultura Organizacional: O perfil de liderana com maior frequncia nos serviços de saúde mental portugueses foi o de Mentor (45.61%). As percentagens mais baixas pertenceram aos perfis Monitor e Inovador (3.51%). Na perspectiva da cultura organizacional dos serviços, apontuao mais alta foi a da Cultura das Relaes Humanas (74.07%). A estratgia de liderana, com predomnio em todas as regies, foi a estratgia de Flexibilidade (66.10%). Os resultados mostram que a nica associao positivamente significativa com o grau da implementao do MGC a do perfil Produtor, com um peso especfico de 14.55% na prevalncia dos perfis de liderana nos serviços de saúde mental portugueses. Barreiras: As barreiras implementao da prtica do MGC, identificadas pelos profissionais dos serviços de saúde mental, com percentagens mais altas nos totais do pas, foram: o tempo (57.7%), o conhecimento sobre o modelo e a motivao (40.8%), a colaborao dos outros profissionais (33.7%), o nmero de contactos reduzidos com os doentes (35.2%), as insuficincias do ponto de vista dos espaos (70.4%) e dos instrumentos disponveis (69%) para implementar o MGC. Existiu uma variao entre as regies de saúde do pas. Os resultados mostram que houve uma correlao negativa, de forma significativa, entre a implementao do MGC e as barreiras: da resistncia utilizao de protocolos, do formato da prtica, da necessidade de mais treino e da no cooperao dos profissionais. Foram encontradas diferenas estatisticamente significativas entre as barreiras implementao e as caractersticas dos serviços, dos profissionais e da cultura organizacional. Implementao: A mdia nacional da fidelidade de implementao do MGC (41.48) teve valores aproximados aos de estudos similares. Na pontuao por regies, a implementao com maior fidelidade ocorreu no Alentejo. Se considerarmos a implementao com fidelidade esta ocorreu em 57.75% dos serviços e uma boa implementao em 15.49%. Os mtodos de regresso permitiram confirmar a capacidade preditiva das barreiras e da cultura organizacional quanto fidelidade da implementao do MGC. Discusso: No universo das hipteses inicialmente colocadas foi possvel verificar a variao da implementao do MGC entre as regies do pas. O estudo permitiu, adicionalmente, concluir pela existncia de denominadores comuns de maior sucesso da implementao do MGC. Foi ainda possvel verificar uma relao significativa, existente entre o grau de implementao e as dimenses das barreiras, a cultura organizacional e os recursos dos SSM (aqui definidos pelas caractersticas dos serviços e dos profissionais). De uma forma mais conclusiva podemos afirmar que existem outros factores, que no esto relacionados com a avaliação restrita dos recursos financeiros ou humanos, associados qualidade da implementao de prticas baseadas na evidncia, como o MGC. Exemplo disso so os achados referentes regio de saúde do Alentejo, onde a distncia dos grandes centros urbanos e as conhecidas dificuldades de acessibilidade, combinadas com os problemas conhecidos da falta de recursos, no impediram que fosse a regio com os valores mais altos da fidelidade de implementao. Concluses: Foram encontradas inmeras barreiras implementao do MGC. Existem barreiras diferentes entre regies, que resultam das caractersticas dos serviços, dos profissionais e da cultura organizacional. Para existir implementao necessria a considerao de metodologias prprias que vo para alm dos tradicionais programas de formao. As prticas baseadas na evidncia, amplamente defendidas, exigem implementaes baseadas na evidncia.-------------ABSTRACT: Introduction - Several epidemiological studies show that, despite all scientific progress, many people still continue to have no access to mental health services and in many situations the quality of care is poor. The experiences of several countries show that progress towards case management implementation is slow and complex, depending not only from the degree of effectiveness or the complexity of the practice. Case management is defined as an evidence-based practice used to help patients in the recovery process. Strategies to implement evidence-based practices are critical to services improvement. There are many barriers to their implementation, despite all available evidence. Realising that practices of proved scientific value are far from being clearly implemented, justifies the need to use implementation methodologies that, beyond practice effectiveness, allow implementation effectiveness. To answer training needs and in the framework of the National Mental Health Plan implementation, 170 mental health (MH) professionals from portuguese public and private sectors were trained. Considering that case management skills were acquired, as a result of this training programme, we decided to study the degree of implementation in the services.Barriers and facilitators to the implementation were studied as well. There are several studies related with barriers and facilitators to the implementation of evidence-based practices, but most of them use semi-structured interviews with professionals. Additionally, there are no studies in Portugal related with barriers and facilitators to the implementation of mental health practices. Objectives1. Estimate the degree of case management implementation in Portuguese MH Services. 2.Describe regions where implementation occurred with higher fidelity degree. 3. Identify barriers and facilitators to case management implementation across country regions. 4. Explore the relationships between implementation, barriers and facilitators, organisational culture and services characteristics. Methodology - Cross sectional, descriptive study. Assessments - Implementation fidelity - IMR-S (Illness Management and Recovery Scale); Guideline quality - AGREE II-PT (Appraisal of Guidelines, for Research and Evaluation); Barriers and facilitators assessment - BaFAI (Barriers and Facilitators Assessment Instrument); Organisational culture assessment - CVF-I (Competing Values Framework Instrument). Statistical analysis - Descriptives and cross-tabs. Subgroups comparison: Mann-Witney and Kruskall-Wallis. Associations between variables were calculated using Spearman correlation's and Multiple Regression. Results - Services: Liaison with primary care is done in most services (56.34%) and 77.46% have autonomy to determine care. Most services have regular clinical meetings and almost all give internship training (95.77%). Research activity is low compared with other European countries, for both general and psychosocial research. Considering key components for the case management implementation, 66.20% of all services use single clinical records. The use of individual care plans is globally low (46.48%) and there is a use of guidelines in 57.75% of services. Human Resources: most are women (69.01%), with age ranging from 25-56 (average 39.9, SD 7.41). The majority are psychologists (49.30%) and nurses (23.94%). All have a university degree, 19.7% have a masters degree and 83% didnt have any case management training before the above mentioned national training. Despite the low levels of preceding case management training, 39% have used model components in day-to-day practice and although 97.18% of the workforce have attended scientific meetings in the last 2 years, only 38.03% presented communications in the same period. Guideline: Results show that higher scores were obtained in Domain 1. Scope and Purpose (72.2.%),and Domain 4. Clarity of presentation (77.7%). Domain 5. pplicability scored near low boundary (54.1%) and negative scores were found in Domain 2. Stakeholder Involvement (41.6%) and Domain 3. Rigour of Development (28.1%). Global score was 66% and the guideline was recommended with modifications. Organisational Culture: The most frequent leadership profile was the Mentor profile (45.61%). Lower scores belonged to Innovator and Monitor profiles (3.51%). On the organisational culture overall, higher scores were found in the Human Relations culture (74.07%). The higher leadership strategy was the strategy of flexibility (66.10%). The results additionally showed that the only leadership profile associated with case management implementation was the Producer profile, representing 14.55% of all leadership profiles in the country.Barriers: The barriers identified by MH professionals, with high percentages, were: lack of time (57.7%), knowledge and motivation (40.8%), other colleagues cooperation (33.7%), low number of contacts with patients (35.2%), lack of facilities (70.4%) and lack of instruments (69%) to implement case management, varying across regions. Results show that there was a negative correlation between implementation and the following barriers: using protocols, practice format, need for more training and lack of cooperation from colleagues. Additionally, statistical differences were found between barriers to implementation and: services characteristics, workforce characteristics, organisational culture. Implementation: The national average results of case management implementation fidelity was (41.48), close to values found in similar studies. In the regional scores South Region Alentejo had the highest implementation score. If we look at minimum scores to assume implementation fidelity, these occurred in 57.75% of services and a good implementation occurred in 15.49% of these. Regression methods allowed to confirm that implementation score prediction was possible using the combination of barriers and organisational culture scores. Discussion - Considering the initial study hypotheses, it was possible to confirm the variation of case management implementation across country regions. Additionally, we could conclude that common denominators exist when successful implementation occurred. It was possible to observe a significant relationship between implementation degree and the dimensions of barriers, organisational culture and services resources (defined as professionals and services characteristics). In a more conclusive way, we can say that there are factors, other than financial and human resources, that are associated with evidence based practices implementation like case management. An example is the Alentejo region, were the distance from urban centres, and the known difficulties associated with accessibility, plus the lack of financial and human resources, have not impeded the regional higher score on implementation. Conclusions: Case management implementation had several barriers to implementation. There are different barriers across country regions, resulting from organisational culture, services and professionals characteristics. To reach implementation it is necessary to consider specific methodologies that go beyond traditional training programs and evident practices, widely promoted. Evidence-based practices require evidence-based implementations.
Resumo:
RESUMO: Nos ltimos anos assistiu-se a um reposicionamento das pessoas portadoras de doena mental na sociedade, no sentido de viverem em pleno os seus direitos, sem restries. Esta tendncia acompanhou as transformaes que se tm vivido na forma como os utentes dos serviços de saúde interagem com os mesmos e com os profissionais de saúde, de forma a permitir uma maior autonomizao e responsabilizao no que concerne ao tratamento da sua doena, a relao que estabelecem com o seu mdico, e a participao na avaliação e monitorizao da qualidade dos serviços. Mais recentemente, tambm no mundo cientfico, esta afirmao se fez sentir, com o surgimento de investigao liderada por utentes, no sentido de estudar de forma adequada questes que partem do seu ponto de vista, e que possibilitem a produo de conhecimento significativa no contexto das suas experincias. Com o presente trabalho pretende-se contribuir para a validao da verso portuguesa do VOICE (Service Users Perceptions of Inpatient Care, Views on Inpatient Care) (Evans et al., 2012), instrumento para a avaliação dos serviços de internamento de agudos em psiquiatria, construdo a partir de um investigao liderado por utentes e partindo das suas perspectiva. O VOICE constitudo por 19 questes, agrupadas em sete domnios: admisso; cuidados e tratamento; medicao; equipa de tcnicos do internamento; terapia e atividades; ambiente e diferenas. O presente estudo envolveu uma amostra de 85 utentes de um servio de internamento de agudos de uma instituio psiquitrica do Norte de Portugal. A verso portuguesa do VOICE apresentou boa aceitao por parte dos utentes e boas caractersticas psicomtricas - a consistncia interna foi alta ( = 0,87) e todos, exceto um item (item 6), apresentam elevadas correlaes item-total (variando de 0,18 - item 6 a 0,71 - item 11; M = 0,54, DP = 0,15), sugerindo ser um instrumento til na avaliação dos serviços de internamento de agudos. No futuro torna-se necessrio alargar o estudo a outros contextos de internamento e envolvendo amostras mais alargadas.-------------- ABSTRACT: In recent years there has been a gradual process to help people with the experience of mental illness regaining their full rights. Following the advances in the understanding of mental health problems, and the use of medication to help patients overcome symptoms, service-users have become more autonomous and responsible in the way they deal with health professionals, and are now called to participate in assessing and monitoring mental health services and policies. In the context of these transformations we have assisted to the emergence of research led by service-users (in this case of psychiatric and mental health services) in order to emphasize their point of view, and to enable the production of significant knowledge resulting from their experiences, and perceptions. The present study aims to contribute to the dissemination of service-user led research, based on the adaptation and validation of the Portuguese version of the VOICE - Service Users' Perceptions Questionnaire, Views on Inpatient Care. (Evans et al., 2012). The VOICE is composed of 19 questions, grouped in seven domains: admissions, care and treatment, medication, team of technicians during hospitalization, therapy and activities, environment and diversity. The present study involved a sample of 85 inpatient of a psychiatric institution in Northern Portugal. The Portuguese version of the VOICE showed good psychometric properties and was well accepted by patients [high internal consistency ( = 0,87); and high correlation of each item, except item 6, with the total score (ranging from 0.18 on item 6 to 0.71 on item 11; average=0,54; SD=0,15), suggesting it to be a useful tool for assessing inpatient services. In the future there is a need to extend the study to other contexts and include larger samples.
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RESUMO: Introduo: A Comisso Nacional para a reestruturao dos Serviços de Saúde Mental em 2004, fez uma proposta de mbito regional, ao nvel da regio de Saúde do Norte, levando a uma alterao da rede de referenciao hospitalar dos internamentos em psiquiatria. Mtodos: Realizou-se um estudo epidemiolgico longitudinal para avaliar factores preditivos de internamento atravs de um servio de Urgncia de Segunda Linha (SII), que de algum modo reflectisse o funcionamento dos serviços de internamento na regio de Saúde do Norte, ao longo de 12 anos, nomeadamente relacionando com factores organizacionais contemplados no Plano Nacional de Saúde Mental e na reorganizao da rede de referenciao hospitalar. Resultados: Durante os 12 anos do estudo, verificou-se um aumento estatisticamente significativo do nmero e durao de internamentos atravs do SII, com ponto de partida no ano 2008-2009, e de novo a partir do ano 2010-2011 (n de internamentos), para o qual contribuiu a alterao da rede hospitalar na regio de saúde do Norte, nomeadamente pelo facto do HMLemos, assumir a responsabilidade de novo, dos internamentos das reas de Famalico, Gondomar e Santa Maria da Feira. Em relao ao nmero de internamentos, e na anlise exploratria, encontramos nas reas hospitalares fora da rea de influncia do HMLemos, uma contribuio positiva significativa para o aumento do n de internamentos ao longo dos anos com os Dx (290, 296, 297, 291, 309). Em relao rea do HMLemos restrita (PVC, STT, Matosinhos, Porto Ocidental), de referir a contribuio positiva significativa dos Dx 309 e 301, para o aumento do nmero de internamentos ao longo do tempo, sendo que a prevalncia maior se mantm relacionada s Psicoses (Dx 295, 296 e 297). No se concluiu por uma contribuio estatisticamente significativa ( positiva ou negativa), das variveis independentes idade, sexo ou natureza do internamento em relao varivel dependente ( durao de internamentos/ano). Em relao varivel dependente (n de internamentos/ano), relativamente aos doentes fora de rea de influncia do HMLemos, concluiu-se uma contribuio positiva estatisticamente significativa da varivel independente idade. Concluses: Atravs da anlise exploratria foi possvel perceber o esforo realizado pelos hospitais no sentido de melhorar a equidade e acessibilidade dos doentes Saúde Mental, a par da reorganizao da rede hospitalar. De destacar a necessidade de encontrar alternativas s situaes de internamento, com menos critrios de gravidade diagnstica, nomeadamente reforar a importncia da criao de consultas de crises nos respectivos Hospitais de Dia dos DPSM.----------------ABSTRACT:Introduction : The National Commission for the restructuring of mental health services in 2004 , has proposed at a regional level ( North Health Region), a change in the network of hospital referrals of admissions in psychiatry. Methods: We conducted a longitudinal epidemiological study to assess predictors of hospitalization through a Second Line Emergency Service ( SII) , that somehow reflect the operation of inpatient services in North Health Region, over 12 years, particularly relating to organizational factors included in the National Mental Health Plan and reorganization of the hospital referral network. Results: During the period of the study, there was a statistically significant increase in the number and duration of hospitalizations through the SII, with starting point in the year 2008-2009 and again from 2010-2011 (number of admissions) , for which counted the change of the hospital network referral in Northern health region , in particular because Hospital Magalhes Lemos (HMLemos) , took the new responsibility of admissions from areas of Famalico, Gondomar and Santa Maria da Feira . Regarding the number of hospitalizations, in the exploratory analysis , we found in hospital areas outside the area of influence of HMLemos , a significant positive contribution to the increase in number of admissions over the years with Diagnosis of 290, 296, 297, 291 , 309 in the ICD-9. With respect to the restricted area of HMLemos (PVC, STT , Porto Ocidental and Matosinhos) , we found a significant positive contribution of Diagnosis 309 and 301, to increase the number of hospitalizations over time, with higher prevalence rates remaining the psychoses ( Dx 295, 296 and 297 ) . Did not conclude for any statistically significant contribution (positive or negative) of the independent variables age, sex and nature of admission to the dependent variable (duration of hospitalization / year). In relation to the dependent variable (number of admissions / year) relative to patients outside the area of influence of HMLemos, it was found a statistically significant positive contribution of the independent variable age . Conclusions: Through the exploratory analysis, it was possible to see the efforts made by hospitals to improve the accessibility of patients to Mental Health, throughout the hospital network reorganization. Its important to highlight the need to find alternatives to inpatient admissions in those with less gravity diagnostic criteria, reinforcing the importance of creating specific crisis consultations in Day Hospital regime.
Resumo:
RESUMO - A qualidade dos cuidados de saúde, evolui ao longo dos tempos e agora considerada um direito e um pilar fundamental nos serviços de saúde. As reclamaes dos utentes podem revelar informao acerca das experincias entre os utentes e as organizaes de saúde. Desta forma as reclamaes podem ser consideradas como indicadores de qualidade que permitem identificar reas e/ou oportunidades de melhoria, e de grande representatividade no processo da melhoria contnua da qualidade na saúde. Sendo fundamental dar voz aos utentes do SNS e possibilitar a sua participao activa no processo de melhoria da prestao dos cuidados de saúde, com este trabalho pretendeu-se estudar a forma como as reclamaes dos utentes nos ACES na Regio de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, contribuem para a melhoria da qualidade nos referidos serviços de saúde. Foram reconhecidas e analisadas as principais causas de reclamao, as correspondentes medidas correctivas e as necessidades e/ou dificuldades no seu processo de implementao, bem como a respectiva avaliação dos resultados obtidos e identificao das recomendaes dos Coordenadores dos Gabinetes do Utente no mbito dos ACES da Regio de Saúde de LVT. Efectuou-se a anlise de reviso bibliogrfica e a consulta dos dados, desagregados, das causas mais mencionadas nas reclamaes no mbito do estudo e foram realizados contactos informais com a estrutura regional e nacional do Sistema SIM-Cidado. Foram aplicados 15 questionrios aos Coordenadores Locais dos Gabinetes do Cidado dos ACES da ARSLVT, apresentando a investigao um carcter exploratrio e qualitativo. Os questionrios, foram enviados e recebidos anonimamente atravs da plataforma para estudos estatsticos Survey Monkey. A sua anlise e interpretao, foi efectuada de forma a organizar os seus dados de uma forma sistematizada e permitir categorizar a informao para permitir a sua anlise. Os resultados evidenciaram que as reclamaes dos utentes apresentadas nos Gabinetes do Cidado, de certa forma, foram um contributo para o processo da melhoria da qualidade nos ACES da Regio de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo atravs do adopo de medidas e aces correctivas, ultrapassando algumas limitaes devida criao de estratgias locais. No entanto foi evidente que algumas limitaes no foram passiveis de ser ultrapassadas, pois envolvem decises do mbito externo aos ACES. Os resultados alcanados e as recomendaes dos Coordenadores, podem evidenciar algumas mudanas organizacionais, mas transparecem a ideia de que existe ainda um longo caminho a percorrer.
Resumo:
Dissertao submetida como requisito parcial para obteno do grau de Mestre em Engenharia Electrotcnica e de Computadores