4 resultados para significação

em Instituto Politécnico do Porto, Portugal


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No âmbito da tradução nas suas múltiplas vertentes e face às diferentes abordagens que nem sempre se articulam de maneira inequívoca, é conveniente termos referências bem definidas. A linguística na linha de André Martinet1, que elabora sobre o funcionamento de um sistema linguístico de forma simples e nãonormativa, parece-nos fornecer uma excelente base para quem estuda e trabalha em tradução e, em geral, na área das Línguas. A abordagem em questão é aplicável aos fenómenos linguísticos, nomeadamente aos níveis fonológico e morfo-sintáctico. A ponte para abordagens de carácter semântico-pragmático pode estabelecer-se através do plano da axiologia - área intermédia entre sintaxe e semântica - em que conseguimos operar com elementos discretos, intimamente ligados aos processos da significação. Veremos, no esboço que se segue, como se pode, num primeiro momento, analisar um determinado fenómeno gramatical existente em dois sistemas linguísticos. Vamos concentrar-nos no conjuntivo em alemão e em português, tendo em linha de conta os princípios da linguística martinetiana.

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O artigo pode ser lido como uma pequena introdução à linguística funcionalista martinetiana. Consiste numa breve apresentação comentada de alguns dos conceitos fundamentais (monema, dupla articulação, relação funcional, valor axiológico) da obra ―Elementos de Linguística Geral―1 aplicada, nas suas exemplificações, à língua alemã. Consideramos a abordagem de André Martinet digna de ser conhecida por todos os estudantes e interessados da linguística. Descreve e explica, de forma não-dogmática e simples, o funcionamento de um sistema linguístico, isto é, de uma língua humana (no original, da língua francesa), facilita o entendimento da dinâmica desse mesmo sistema e abre caminho para abordagens científicas (operação com elementos discretos, segmentação, comutação), também ao nível da significação.

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Nas três narrativas que constituem The New York Trilogy – City of Glass, Ghosts e The Locked Room – Paul Auster emprega e desconstrói os elementos convencionais do romance policial, elaborando uma investigação recorrente da natureza, função e significado da linguagem, mas também da solidão, do encerramento e da problemática da identidade. A produção narrativa de Auster evoca fantasmas logocêntricos tradicionais (como a presença, a realidade e a verdade), que fazem eco do princípio de indissolubilidade entre palavra e significado, apenas para lograr esta identidade através de uma orientação textual para a marcação da ficcionalidade e consequente reforço dos efeitos de significação ilusórios. Auster altera os mecanismos logrando as expectativas do leitor em relação ao epílogo e à transparência textual, que um pacto mimético faria pressupor. O espaço vazio resultante confere ao texto uma liberdade plurissignificativa que dispersa todas as certezas e veicula o poder da criação do caos. Sob a aparência de fluência narrativa, a escrita de Paul Auster esconde uma subversão das premissas básicas da literatura realista e dos signos referenciais, numa poética auto-reflexiva ficcionalizada sobre a estruturação de universos imaginários.