Poéticas ficcionais e percursos imaginários em City of glass de Paul Auster


Autoria(s): Sarmento, Clara
Data(s)

30/06/2016

30/06/2016

2015

Resumo

Nas três narrativas que constituem The New York Trilogy – City of Glass, Ghosts e The Locked Room – Paul Auster emprega e desconstrói os elementos convencionais do romance policial, elaborando uma investigação recorrente da natureza, função e significado da linguagem, mas também da solidão, do encerramento e da problemática da identidade. A produção narrativa de Auster evoca fantasmas logocêntricos tradicionais (como a presença, a realidade e a verdade), que fazem eco do princípio de indissolubilidade entre palavra e significado, apenas para lograr esta identidade através de uma orientação textual para a marcação da ficcionalidade e consequente reforço dos efeitos de significação ilusórios. Auster altera os mecanismos logrando as expectativas do leitor em relação ao epílogo e à transparência textual, que um pacto mimético faria pressupor. O espaço vazio resultante confere ao texto uma liberdade plurissignificativa que dispersa todas as certezas e veicula o poder da criação do caos. Sob a aparência de fluência narrativa, a escrita de Paul Auster esconde uma subversão das premissas básicas da literatura realista e dos signos referenciais, numa poética auto-reflexiva ficcionalizada sobre a estruturação de universos imaginários.

In the three stories that constitute The New York Trilogy – City of Glass, 2 Ghosts and The Locked Room – Paul Auster uses and deconstructs the conventional elements of the detective novel, developing a recurrent investigation of nature, function and meaning of language, but also of loneliness, closure and the identity problematic. Paul Auster’s narrative production evokes traditional logocentric ghosts (such as presence, reality and truth), which echo the indissolubility principle between word and meaning, only to dupe this identity through a textual guidance for marking the fiction and consequent reinforcement of the illusory significance effects. Auster alters the mechanisms deceiving the readers’ expectations regarding the epilogue and the textual transparency, which a mimetic pact would suggest. The resulting empty space gives the text a multi-meaning freedom which scatters all certainties and conveys the power of creating a chaos. Under the semblance of narrative fluency, Paul Auster’s writing hides a subversion of the basic premises of the realist literature and of symbols in a self-reflective poetic fictionalized on the structuring of imaginary universes.

Identificador

2182-6439

http://hdl.handle.net/10400.22/8363

Idioma(s)

por

Publicador

Instituto Politécnico do Porto. Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Paul Auster #Ficção #Nova Iorque #Poética #Linguagem #Imaginário #New York #Fiction #Language #Poetic #Imagination
Tipo

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