15 resultados para Estudantes de Ciências da Saúde
em Repositório Científico do Instituto Politécnico de Lisboa - Portugal
Resumo:
Gripe constitui uma situação clínica que evolui habitualmente sem complicações e que se resolve em alguns dias, apenas com o recurso a tratamento sintomático. O surgimento de uma crise de pandemia de gripe poderá naturalmente vir a alterar este quadro, apelando para uma intervenção diferenciada, a todos os níveis, dos profissionais de saúde. Dimensões cognitivas das crenças de uma doença: identidade (diagnóstico e sintomas); causa percepcionada da doença (causas biológicas e/ou psicossociais); dimensão temporal (tempo que a doença irá durar); consequências (físicas, emocionais ou combinação dos dois tipos); possibilidade de cura e controlo (crenças de que a doença pode ser prevenida, controlada e/ou curada). Objectivo: identificar os conhecimentos que os jovens adultos, estudantes da área de saúde, têm em relação à gripe, bem como as crenças predominantes que lhe associam, procurando determinar a sua influência nos seus comportamentos relacionados com a doença.
Resumo:
É hoje largamente aceite que a promoção da relação profissional de saúde-paciente conduz ao incremento na qualidade dos cuidados de saúde. A investigação sobre os benefícios da comunicação eficaz levou mesmo alguns autores a considerar a comunicação como a ferramenta mais importante na prestação de saúde. Como consequência, desde o início dos anos 90, as escolas médicas, principalmente do mundo ocidental, têm aumentado o interesse no ensino de competências comunicacionais. Este trabalho partiu da pesquisa bibliografia realizada através da B-on. As palavras-chave utilizadas foram: comunicação profissional de saúde-doente, treino de competências comunicacionais, estudantes e saúde. A análise dos diversos programas de treino de competências comunicacionais, destinados a estudantes e profissionais de saúde permitiu constatar que existe uma enorme variabilidade e falta de consistência nos vários programas de treino atualmente disponíveis. A maioria dos estudos incluía informação insuficiente sobre as competências comunicacionais a ensinar aos participantes. Face à situação atual, são apontadas algumas diretrizes para o futuro do ensino destas competências ao nível do ensino pré e pós-graduado na área da saúde.
Resumo:
As últimas décadas caracterizaram-se por importantes contributos que recolocaram o ensino de competências comunicacionais como um dos aspetos centrais na formação dos profissionais de saúde. A própria OMS tem vindo a enfatizar este aspeto e, em 2002, a American Association of Medical Colleges e a American College of Graduate Medical Education consideraram a comunicação interpessoal como umas das seis aptidões centrais a desenvolver nos médicos. Perante estas recomendações e a demonstração, através de inúmeras investigações, de que as competências comunicacionais podem ser treinadas e aprendidas, e que estas aptidões permanecem ao longo do tempo; as instituições de ensino superior que formam profissionais de saúde, são chamadas a repensarem os seus curricula. Os consensos de Toronto e o de Kalamazoo surgiram como dois importantes marcos orientadores da uniformização do ensino e avaliação das competências comunicacionais nas escolas médicas. A presente comunicação, parte de um conjunto de investigações realizadas com estudantes de medicina, enfermagem, fisioterapia, farmácia e radioterapia, bem como da experiência de utentes adultos em serviços de medicina nuclear e radiologia e de crianças na consulta de pediatria e pretende apontar algumas linhas orientadoras sobre os conteúdos e as metodologias de ensino das competências comunicacionais, assim como da forma de avaliar estas competências ao nível do ensino pré-graduado dos futuros profissionais de saúde.
Resumo:
O consumo de substâncias psicoactivas por estudantes do ensino superior tem sido objecto de estudo nos últimos anos em Portugal. Ao actuarem no Sistema Nervoso Central, produzindo alterações comportamentais, cognitivas, de consciência e de humor, as substâncias psicoactivas podem comprometer a capacidade de aprendizagem e futuro desempenho profissional. As prevalências de consumo em estudantes das áreas específicas da saúde (Medicina, Enfermagem, Farmácia) têm sido amplamente estudadas e caracterizadas. Considera-se que estes constituem um grupo vulnerável ao consumo de substâncias psicoactivas devido, em parte, ao esforço intelectual intenso, stress, ansiedade, insónias e depressão a que estão frequentemente sujeitos. Desconhecem-se dados específicos sobre o consumo de substâncias psicoactivas nos estudantes das Tecnologias de Saúde.
Resumo:
O sucesso da aquisição de competências de literacia da informação no ensino superior garante-se através do trabalho colaborativo entre bibliotecários e professores. Em janeiro de 2015, uma equipa composta por uma professora de radiologia, uma professora de estatística e uma bibliotecária deslocaram-se a Maputo, em Moçambique, para uma missão de capacitação de docentes em metodologias de investigação aplicadas à saúde e de orientação tutorial para estudantes de radiologia no Instituto Superior de Ciências de Saúde. As sessões de formação foram desenhadas com a preocupação de criar oportunidades reais de discussão e de aprofundamento de questões colocadas pelos formandos. Os resultados finais revelaram que os formandos gostariam de ter mais formação em softwares de estatística (SPSS), testes estatísticos, análise de dados qualitativos, técnicas de amostragem com mais exemplos práticos, plataformas de pesquisa de informação em saúde sobre radiologia, tecnologias de informação e comunicação, metodologia de investigação científica, como elaborar um protocolo de investigação e questionários, bem como mais informação sobre como citar e referenciar. Evidencia-se que a missão da Biblioteca deve ser alterada e alargada à comunidade académica, assumindo esta o seu papel no processo de tutoria na investigação.
Resumo:
Introdução – A pesquisa de informação realizada pelos estudantes de ensino superior em recursos eletrónicos não corresponde necessariamente ao domínio de competências de pesquisa, análise, avaliação, seleção e bom uso da informação recuperada. O conceito de literacia da informação ganha pertinência e destaque, na medida em que abarca competências que permitem reconhecer quando é necessária a informação e de atuar de forma eficiente e efetiva na sua obtenção e utilização. Objetivo – A meta da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (ESTeSL) foi a formação em competências de literacia da informação, fora da ESTeSL, de estudantes, professores e investigadores. Métodos – A formação foi integrada em projetos nacionais e internacionais, dependendo dos públicos-alvo, das temáticas, dos conteúdos, da carga horária e da solicitação da instituição parceira. A Fundação Calouste Gulbenkian foi o promotor financeiro privilegiado. Resultados – Decorreram várias intervenções em território nacional e internacional. Em 2010, em Angola, no Instituto Médio de Saúde do Bengo, formação de 10 bibliotecários sobre a construção e a gestão de uma biblioteca de saúde e introdução à literacia da informação (35h). Em 2014, decorrente do ERASMUS Intensive Programme, o OPTIMAX (Radiation Dose and Image Quality Optimisation in Medical Imaging) para 40 professores e estudantes de radiologia (oriundos de Portugal, Reino Unido, Noruega, Países Baixos e Suíça) sobre metodologia e pesquisa de informação na MEDLINE e na Web of Science e sobre o Mendeley, enquanto gestor de referências (4h). Os trabalhos finais deste curso foram publicados em formato de ebook (http://usir.salford.ac.uk/34439/1/Final%20complete%20version.pdf), cuja revisão editorial foi da responsabilidade dos bibliotecários. Ao longo de 2014, na Escola Superior de Educação, Escola Superior de Dança, Instituto Politécnico de Setúbal e Faculdade de Medicina de Lisboa e, ao longo de 2015, na Universidade Aberta, Escola Superior de Comunicação Social, Instituto Egas Moniz, Faculdade de Letras de Lisboa e Centro de Linguística da Universidade de Lisboa foram desenhados conteúdos sobre o uso do ZOTERO e do Mendeley para a gestão de referências bibliográficas e sobre uma nova forma de fazer investigação. Cada uma destas sessões (2,5h) envolveu cerca de 25 estudantes finalistas, mestrandos e professores. Em 2015, em Moçambique, no Instituto Superior de Ciências da Saúde, decorreu a formação de 5 bibliotecários e 46 estudantes e professores (70h). Os conteúdos ministrados foram: 1) gestão e organização de uma biblioteca de saúde (para bibliotecários); 2) literacia da informação: pesquisa de informação na MEDLINE, SciELO e RCAAP, gestores de referências e como evitar o plágio (para bibliotecários e estudantes finalistas de radiologia). A carga horária destinada aos estudantes incluiu a tutoria das monografias de licenciatura, em colaboração com mais duas professoras do projeto. Para 2016 está agendada formação noutras instituições de ensino superior nacionais. Perspetiva-se, ainda, formação similar em Timor-Leste, cujos conteúdos, datas e carga horária estão por agendar. Conclusões – Destas iniciativas beneficia a instituição (pela visibilidade), os bibliotecários (pelo evidenciar de competências) e os estudantes, professores e investigadores (pelo ganho de novas competências e pela autonomia adquirida). O projeto de literacia da informação da ESTeSL tem contribuído de forma efetiva para a construção e para a produção de conhecimento no meio académico, nacional e internacional, sendo a biblioteca o parceiro privilegiado nesta cultura de colaboração.
Resumo:
Introdução: A produção e o uso da literatura científica são analisados, quantificados e interpretados pela bibliometria, ciência utilizada para estudos métricos da informação publicada e que estuda as questões relacionadas com a comunicação científica e a atividade científica. Objetivo: O estudo apresentado é uma análise bibliométrica da produção científica portuguesa da área da saúde indexada na Web of Science. Métodos: Analisa-se a produção referente ao período entre 1992 e final de 2011. A análise da produção científica centrou-se nas seguintes variáveis: categorias de classificação da Web of Science, tipologia de documentos indexados, títulos de revistas, distribuição por anos de publicação, afiliação institucional, idiomas, países de origem dos autores com quem foram estabelecidas relações de parceria científica e quem facultou os financiamentos à investigação científica. Resultados: Foram contabilizados 34.208 trabalhos. Destes, o artigo é a forma mais utilizada pelos autores portugueses para a divulgação dos resultados de investigação (58,5%). A década mais recente é contemplada com 75,4% dos registos. A maioria da produção com visibilidade internacional é oriunda de universidades e de centros de investigação hospitalar; institutos, laboratórios da indústria farmacêutica e universidades estrangeiras têm valores residuais. A colaboração com outros investigadores internacionais destaca-se no caso da Europa (73,2%). O financiamento da investigação científica é suportado basicamente pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (59,5%), seguida da Comissão Europeia (17,8%). O inglês é o idioma mais usado para a divulgação dos resultados de investigação nacional na área da saúde (97,8%). Conclusões: O uso de bases de dados ou de plataformas científicas para estudos bibliométricos é um processo moroso e difícil. O total de trabalhos em análise foi sempre o mesmo mas, em algumas variáveis, os valores não coincidem, quer porque alguns dos registos foram classificados em mais do que uma categoria temática, quer pelos trabalhos multidisciplinares oriundos das mesmas instituições, quer pelos trabalhos de colaboração internacional. Também no presente estudo os artigos são o veículo privilegiado para a divulgação dos resultados científicos. Apontamento final: deve encorajar-se a utilização de outras plataformas científicas e de outras bases de dados para uma mais completa recuperação da produção científica nacional na área da saúde. Introduction: The production and the use of the scientific literature are analyzed, quantified and interpreted by bibliometry. Bibliometry is the science used in published information metric studies and studies the questions of scientific communication and the scientific production. Aim of the study: This study presents a bibliometric analysis of the indexed Web of Science Portuguese scientific production in the health field. Methods: We analyzed the production from 1992 to the end of 2011. This analysis focused in several variables: general categories areas of Web of Science, indexed document types, source titles, publication years, group/corporate authors, languages, identification of the countries with scientific partnerships and identification of the funding agencies for scientific research. Results: We found 34.208 works. From this, the article is the most common channel for disseminating the research results (58.5%). The most recent decade has 75.4% of the total of records. Most of the production with international visibility becomes from universities and hospital research centers; institutes, pharmaceutical labs or foreign universities have residual values. Collaborating with other international researchers is very common, particularly with Europe (73.2%). In general, the Fundação para a Ciência e Tecnologia supports the scientific research (59.5%), followed by the European Commission (17.8%). The language commonly used for disseminating the research results in health is the English (97.8%). Conclusions: Using databases or scientific platforms for bibliometric studies is a hard and difficult process. The total of works analyzed was always the same but, with some variables, the numbers does not coincide: a) some of the registries were classified in several categories; b) some of the multidisciplinary works were from the same institution; c) the large number of international partnership. In this study, articles are the privileged way for disseminating the scientific results. A last thought: the use of other scientific platforms and databases should be encouraged for a more complete retrieval of the national research production in health.
Insuficiência de convergência e atenção visual: estudo exploratório em estudantes do ensino superior
Resumo:
RESUMO: Introdução – A insuficiência de convergência (IC) pode desencadear alterações da atenção visual. Pretende-se investigar se existem alterações na atenção visual em estudantes do ensino superior com IC. Metodologia – Estudo quantitativo, comparativo e correlacional. Participaram 44 estudantes com idades compreendidas entre os 18 e os 24 anos. Formaram-se dois grupos, um com Visão Binocular Normal (VBN) e outro com IC. O grupo com IC incluiu os indivíduos que apresentaram alterações no ponto próximo de convergência (PPC) e/ou na convergência para perto (C’). Para avaliar a atenção visual utilizou-se o teste de cancelamento de sinos. Resultados – O grupo com VBN foi composto por 32 indivíduos (23 do género feminino) e o grupo com IC por 12 indivíduos (11 do género feminino). No teste de atenção visual verificou-se que o número médio de sinos identificados foi de 34,6 para o grupo com VBN e de 34,3 no grupo com IC. O tempo médio de realização do teste foi de 167,9s e de 198,3s para os grupos de VBN e IC, respetivamente. Observou-se uma correlação moderada positiva entre o PPC e o tempo médio de realização do teste (r≈0,63) e uma correlação fraca positiva entre o número médio de sinos identificados e a C’ (r≈0,16). Por outro lado, a correlação entre o PPC e o número médio de sinos identificados (r≈-0,48) foi fraca negativa e entre a C’ e o tempo médio (r≈-0,05) foi ínfima negativa. Discussão/Conclusões – O grupo com VBN apresenta um número médio de sinos identificados superior ao grupo com IC. Verifica-se ainda que o grupo com IC demorou mais tempo na realização do teste, comparativamente com o grupo com VBN. Estes resultados apontam para uma possível relação entre a IC e a diminuição da atenção visual.
Resumo:
Introdução: A abordagem centrada no doente tem sido valorizada no meio académico e profissional; contudo, parecem existir dificuldades em aplicá-la à prática clínica. Estudos mostram que os cuidados prestados pelos enfermeiros são sobretudo instrumentais, baseando as suas ações em necessidades inferidas e não confirmadas pelos doentes. Esta realidade pode estar relacionada com o tipo de metodologias de ensino usadas nos treinos comunicacionais ou com barreiras pessoais e profissionais percebidas pelos profissionais. Objetivos: O objetivo principal deste estudo é avaliar o tipo de orientação assumida por enfermeiros e estudantes de enfermagem na prestação de cuidados de saúde ao doente. Pretende-se também estudar se existem diferenças: a) entre sexos, b) em função do ano de escolaridade dos estudantes, c) entre estudantes e profissionais de saúde.
Resumo:
A Organização Mundial da Saúde define a literacia em saúde como o conjunto de competências cognitivas e sociais e a capacidade dos indivíduos para compreenderem e usarem informação para a promoção e manutenção da saúde. A transmissão de informação sobre saúde é mais eficaz quando os seus conteúdos são especificamente desenhados para uma pessoa ou para um grupo populacional e quando a mensagem é bem delimitada, realçando os benefícios (ganhos) e os custos (perdas) associados aos comportamentos e às tomadas de decisão. Analisa-se, neste estudo, o conceito de literacia em saúde e a associação da baixa literacia em saúde aos comportamentos em saúde e aos gastos em saúde. Apresenta-se uma análise da literatura científica publicada sobre a baixa literacia em saúde e a sua implicação nos custos na saúde usando, para este objectivo, uma base de dados das ciências da saúde (MEDLINE/PubMed) e quatro plataformas científicas (DOAJ, SCOPUS, SciELO e Web of Science). A literatura científica analisada evidencia que pessoas com baixa literacia em saúde apresentam uma menor capacidade de compreensão dos conteúdos de material informativo sobre alimentos, doenças crónicas ou sobre o uso de medicamentos, por exemplo, bem como maior dificuldade em pesquisar, seleccionar, ler e assimilar a informação em saúde disponível na Internet. A baixa literacia em saúde relaciona-se, então. com a dificuldade na prevenção e na gestão de problemas de saúde, bem como com comportamentos ineficazes de saúde, i.e., com o uso inadequado de medicamentos, com o recurso excessivo aos serviços de saúde (em especial, os de urgências) ou com a ineficácia em lidar com situações de emergência. A baixa literacia está também associada a taxas de hospitalização mais altas, mas também mais longas no tempo (o que implica mais custos associados a internamento prolongado, mais exames de diagnóstico e fraca adesão à terapêutica medicamentosa), a uma diminuição da utilização de medidas preventivas e a uma fraca adesão à prescrição terapêutica. A baixa literacia acaba por afectar igualmente a comunicação (e a relação) médico-doente. Apresentam-se, como complemento, sugestões de melhoria da literacia em saúde e da comunicação médico-doente para efeitos da promoção da saúde.
Resumo:
Actualmente existem evidências suficientes sobre os problemas de comunicação entre profissionais de saúde e pacientes e os benefícios de uma comunicação eficaz. Alguns autores chegam mesmo a considerar a comunicação como a ferramenta mais importante nos cuidados de saúde. Desde o início dos anos 90, as escolas médicas têm aumentado o interesse no ensino de competências comunicacionais; contudo, e não obstante este interesse crescente, a comunicação assertiva parece ser votada ao esquecimento. Na verdade, enquanto a assertividade tem recebido atenção crescente na literatura da Psicologia, os profissionais de saúde têm-se mostrado relutantes em aderir a esta área do saber, sendo os treinos assertivos para cuidadores ainda muito escassos. O objectivo deste trabalho é apresentar uma visão geral da assertividade e dos contributos desta para a comunicação eficaz dos profissionais de saúde com os pacientes e apontar seis temáticas específicas (por exemplo, lidar com reacções emocionais excessivas; elaborar pedidos) que devem integrar os treinos de comunicação para estudantes da área da saúde e profissionais de saúde.
Resumo:
Mestrado em Intervenção Sócio-Organizacional na Saúde - Área de especialização: Políticas de Administração e Gestão dos Serviços de Saúde
Resumo:
Introdução – É particularmente importante uma avaliação objetiva e imparcial da qualidade da atividade científica dos investigadores, mas também do comportamento científico e pedagógico das instituições de ensino superior, as quais, por sua vez, são o espelho do empenho de um país na sua componente de I&D. Objetivo – O presente estudo bibliométrico pretende caracterizar a presença portuguesa na Scopus e analisar a produção científica portuguesa classificada na área da saúde e indexada nesta base de dados. Métodos – Analisou-se a produção científica portuguesa referente ao período de janeiro de 2000 a dezembro de 2015. A abordagem centrou-se nas seguintes variáveis: categorias de classificação da Scopus; tipologia de documentos indexados; títulos de revistas; autores; distribuição por anos de publicação; afiliação institucional e países de origem dos autores com quem foram estabelecidas relações de parceria científica. Consideraram-se três grandes categorias de classificação na Scopus (Life Sciences, Health Sciences e Social Sciences & Humanities, usando filtros temáticos), porque a área da saúde tanto assume componentes exatas como transversais. Conjugou-se o descritor Portugal com a modalidade affiliation country. Os dados foram alinhados pela terminologia das variáveis em estudo (affiliation, author, country, doctype, source, subject, year) e fundidos num só ficheiro por variável. Resultados – A Scopus contempla 198.749 resultados com afiliação em Portugal. Na área da saúde contabilizaram-se, no total, 71.232 trabalhos, o que significa uma percentagem de 35,8%. Estes encontram-se distribuídos pelos três grupos de classificação: Health Sciences (59,1%), Life Sciences (34%) e Social Sciences & Humanities (6,9%). O artigo original (78,1%) consubstancia a forma mais usada pelos autores portugueses para a divulgação dos resultados de investigação, logo seguido do artigo de revisão (8,9%), dos paper (3,9%) e das letter (3,1%). Os últimos cinco anos são os mais representativos na produção científica (58,4%). Analisando as revistas onde os investigadores portugueses mais publicam, constata-se que são portuguesas sete das primeiras dez. A maioria da produção científica com visibilidade internacional é oriunda das universidades, sendo a Universidade do Porto a que mais se destaca. A parceria científica com outros investigadores destaca a colaboração nacional, mas também com os Estados Unidos, Espanha, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Países Baixos e Brasil, por esta ordem. De destacar que é a Universidade de São Paulo (no Brasil) a maior instituição parceira com 788 trabalhos. Discussão e Conclusões – Na informação da área da saúde indexada na Scopus, as universidades desempenham um papel fundamental, destacando-se a Universidade do Porto. Também os índices de coautoria e sobretudo a colaboração internacional com investigadores de outras nacionalidades têm aumentado ao longo dos anos. Os benefícios e os méritos desta colaboração internacional ao nível da investigação incluem a partilha e a transferência de conhecimento e equipamento, associando os investigadores a uma grande rede científica, bem como o acelerar do processo de investigação, aumentando a visibilidade dos artigos. A produção científica portuguesa da saúde evidencia a existência de vínculos com diversos países, produto das parcerias, dos projetos globais e dos financiamentos.
Resumo:
Estereopsia define-se como a perceção de profundidade baseada na disparidade retiniana. A estereopsia global depende do processamento de estímulos de pontos aleatórios e a estereopsia local depende da perceção de contornos. O objetivo deste estudo é correlacionar três testes de estereopsia: TNO®, StereoTAB® e Fly Stereo Acuity Test® e verificar a sensibilidade e correlação entre eles, tendo o TNO® como gold standard. Incluíram-se 49 estudantes da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (ESTeSL) entre os 18 e 26 anos. As variáveis ponto próximo de convergência (ppc), vergências, sintomatologia e correção ótica foram correlacionadas com os três testes. Os valores médios (desvios-padrão) de estereopsia foram: TNO® = 87,04’’ ±84,09’’; FlyTest® = 38,18’’ ±34,59’’; StereoTAB® = 124,89’’ ±137,38’’. Coeficiente de determinação: TNO® e StereoTAB® com R2=0,6 e TNO® e FlyTest® com R2=0,2. O coeficiente de correlação de Pearson mostra uma correlação positiva de entre o TNO® e o StereoTAB® (r=0,784 com α=0,01). O coeficiente de associação de Phi mostrou uma relação positiva forte entre o TNO® e StereoTAB® (Φ=0,848 com α=0,01). Na curva ROC, o StereoTAB® possui uma área sob a curva maior que o FlyTest®, apresentando valor de sensibilidade de 92,3% para uma especificidade de 94,4%, tornando-o num teste sensível e com bom poder discriminativo.
Resumo:
A Internet e o Google são parte integrante do percurso académico dos estudantes do ensino superior que privilegiam a rapidez de acesso em detrimento da eficiência e credibilidade da informação. A pesquisa em bases de dados pode afigurar-se, por vezes, complexa o que leva a que os estudantes, na maioria dos casos, recorram à pesquisa em motores de busca. Na área da saúde existem inúmeros recursos disponíveis, mas os estudantes nem sempre os conhecem e, noutros casos, não sabem como utilizá-los de forma eficaz. Através de um questionário avaliaram-se as competências digitais dos estudantes finalistas da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa. Da análise dos resultados concluiu-se que a aprendizagem de competências digitais tem um impacto positivo na confiança dos estudantes e que é fundamental que estes estudantes, futuramente profissionais de saúde, saibam usar de forma eficaz, eficiente e ética a informação. Evidencia-se, ainda, o reforço do papel dos bibliotecários como elementos da equipa de aprendizagem.