25 resultados para Língua portuguesa (Ensino médio) Estudo e ensino
Resumo:
O trabalho que se segue estuda a natureza dos textos criativos produzidos por alunos de 12/13 anos, em situao de sala de aula. Para o efeito seleccionmos duas turmas do Ensino Bsico 3 ciclo de perfis diferentes e acompanhmos os sessenta alunos que se enquadravam nessa faixa etria durante um ano lectivo, seguindo a sua evoluo. Centrmos o nosso estudo no aluno, como produtor do texto, preocupado em fazer o seu melhor, desenvolvendo os temas a tratar com a originalidade de que era capaz e procurando a forma adequada ao assunto e situao. Verificmos a sua preocupao em cumprir as expectativas do professor/receptor, mas tambm a sua vontade de entrar em negociaes, numa tentativa de integrar as expectativas do docente nos seus prprios interesses pessoais. Para a sistematizao das caractersticas globais dos textos produzidos pelos alunos utilizmos o modelo de anlise textual de Beaugrande & Dressler, por nos parecer adaptar-se situao de dilogo escolar, subjacente a qualquer produo de texto em sala de aula. O levantamento das caractersticas globais dos textos dos alunos tornou evidente as suas diferenas e os seus traos de individualidade. Por isso, achmos que este estudo no estaria completo sem a complementao duma segunda parte em que procurssemos encontrar os traos estilsticos desses mesmos textos, numa tentativa de analisar a presena de algumas caractersticas de estilo colectivas, produto das preocupaes comuns aos alunos, assim como alguns traos estilsticos individuais, consequncia de vivncias particulares. Terminaremos fazendo uma sntese dos dados obtidos e reflectindo sobre as suas implicaes na situao de ensino/aprendizagem.
Resumo:
O presente estudo tem por objetivo compreender, no contexto geopoltico de Timor-Leste, quais as imagens, funes e estatutos das línguas que a circulam e, simultaneamente, percecionar de que modo a Escola gere essa pluralidade lingustica. Para o efeito, tivemos em conta as representaes/imagens relativamente s línguas, s suas funes e estatutos, no s dos alunos e dos diferentes atores educativos (professores, diretores de escola e formadores do 1. e 2. ciclo), mas tambm aquelas que circulam em contexto social alargado, onde inclumos os intervenientes e os responsveis pelas polticas educativas e outros elementos da populao. Foi deste modo que procurmos perceber de que forma tais representaes se influenciam reciprocamente e se refletem na Escola. O estudo realizado foi de cariz etnogrfico. Assim, o investigadorobservador, colocado no terreno, foi produzindo um dirio do observador e recolhendo informao etnogrfica, atravs da sua convivncia com a sociedade timorense (escritos do quotidiano, questionrio polcia, observao de aula, entre outros), auscultando as vozes quer dos alunos (por meio de biografias lingusticas e desenhos), quer dos atores educativos (atravs de biografias lingusticas e entrevistas), quer ainda dos intervenientes nas polticas educativas (com recurso a entrevistas) e de alguns jovens timorenses, recorrendo de novo s entrevistas. Simultaneamente, foi feita uma recolha documental, ao longo de todo o perodo em que o estudo decorreu, que integrou fontes escritas (documentos oficiais, como sejam os documentos reguladores das polticas lingusticas e os manuais, fontes no oficiais, incluindo documentos vrios e testemunhos e fontes estatsticas, como os Censos) e fontes no escritas (imagens e sons registados, estes posteriormente transcritos). Todos estes dados foram classificados em dados primrios e secundrios, em funo da sua relevncia para o estudo. Para a sua anlise socorremo-nos da anlise de contedo para as biografias, as entrevistas e os manuais de língua portuguesa, estes no quadro de uma abordagem para a diversidade lingustica e cultural, de uma anlise documental para os documentos reguladores do Sistema Educativa e outros documentos oficiais relativos s línguas e, finalmente, recorremos a uma anlise biogrfica (Molini, 2011) para os desenhos realizados pelos alunos. Os resultados obtidos vieram evidenciar o multilinguismo social e escolar que se vive no pas, as imagens e as funes que as línguas desempenham nestes dois contextos, o escolar e o da sociedade alargada, permitindo-nos compreender que a Escola no apenas um microcosmos dentro da sociedade, mas um espao de encontro, por vezes de confronto, entre diversas línguas, culturas e identidades. Ela tambm espao onde as questes do plurilinguismo so mais desafiantes na medida em que as línguas no so apenas objeto de ensino aprendizagem, mas desempenham igualmente funes importantes na aquisio dos saberes escolares, na interao social e no desenvolvimento cognitivo dos alunos. Nestes contextos, ocorrem duas situaes relevantes, uma o facto de a Escola ser um lugar onde os repertrios lingusticos plurilingues dos alunos entram em contacto com as línguas de escolarizao, o portugus, o ttum e o malaio indonsio e outra que saberes escolares e saberes culturais utilizam línguas diferentes, isto , os primeiros so veiculados em ttum e portugus, eventualmente em malaio indonsio, mas os saberes culturais so expressos nas línguas autctones, ameaadas, porm, por uma crescente expanso do ttum. Contudo, estas línguas criam tambm espaos privados, identitrios e de coeso social dentro da grande cidade que Dli. So línguas secretas e de defesa. Por fim, referiremos a urgncia para que se tomem medidas no sentido de se criar um consenso sobre a normalizao do ttum, que conduza sua aplicao em contexto educativo e ao seu desenvolvimento funcional, isto , que leve planificao do seu estatuto. Visa-se, com este estudo, contribuir para que os atores, acima referidos, possam repensar a Escola, em Timor Leste, e, em particular, no que diz respeito gesto das línguas que nela circulam, atravs de uma poltica lingustica (educativa) que beneficie o Sistema Educativo, com eventuais repercusses no mbito do currculo, da produo de materiais e da formao de professores. Face aos resultados obtidos, ainda que consideremos este estudo como parcelar, pelo facto de ter decorrido, sobretudo, na capital timorense, permitimo-nos sugerir a necessidade de esbater fronteiras entre o espao escolar e as realidades dos alunos, encontrando uma gesto escolar deste plurilinguismo que crie um currculo mais integrador dos saberes lingusticos dos alunos.
Resumo:
Considerando que, na sociedade atual, o conhecimento flui incessantemente, renovando-se a cada momento, o cidado do sc. XXI confronta-se com novos desafios que exigem o desenvolvimento de novas competncias. Os recursos da web social como os fruns de discusso online , gratuitos e fceis de utilizar, permitem que os indivduos acedam informao, construam conhecimento, partilhem interesses e desenvolvam mltiplas competncias em colaborao. Face a esta realidade, as instituies de Ensino Superior tm vindo a reconhecer que os estudantes j no se sentem confortveis com abordagens de ensino tradicionais, em que impera a transmisso de informao, preferindo envolver-se em experincias de aprendizagem em que possam interagir com a tecnologia, pelas potencialidades que j lhe reconhecem. Procurando ir ao encontro das exigncias da sociedade e do mundo do trabalho atuais, o Processo de Bolonha veio renovar os cursos de Ensino Superior, centrando-os no estudante e no desenvolvimento da autonomia e da colaborao, entre outras competncias. Esta tendncia vai ao encontro da reconhecida valorizao da colaborao com vista melhoria do desempenho de um grupo profissional. Tambm no contexto educacional se reconhece o seu contributo para o desenvolvimento profissional do professor e a operacionalizao de um ensino por competncias. Compete formao de professores lanar as bases deste movimento.A formao inicial de professores do 1 Ciclo do Ensino Bsico tem, entre outras preocupaes, a de levar o futuro professor a refletir sobre princpios didticos que informem a conceo, implementao e avaliao de estratgias e atividades que contribuam para o desenvolvimento de competncias nos alunos. Entre as competncias a desenvolver nas crianas a frequentar este nvel de escolaridade, no que concerne aprendizagem da língua materna, figura a competncia ortogrfica, indispensvel a uma boa comunicao escrita. Quanto mais cedo for automatizada, mais possibilidades o aluno ter de se ocupar prioritariamente de outros aspetos mais complexos e exigentes do processo de escrita. Tendo em vista estas preocupaes, desenvolvemos um estudo, com futuros professores do 1 Ciclo do Ensino Bsico a frequentar um mestrado profissionalizante da Universidade de Aveiro, cujos objetivos de investigao eram os seguintes: i) descrever as suas representaes sobre colaborao; ii) compreender a influncia dessas representaes na adoo de prticas colaborativas num frum de discusso online; iii) compreender o contributo da colaborao adotada num frum de discusso online para a construo de conhecimento didtico sobre a abordagem da ortografia; iv) compreender o contributo desse conhecimento para a conceo de instrumentos didticos sobre a abordagem da ortografia. Numa primeira fase, o estudo desenvolveu-se com dois grupos de alunos, que nele participaram em dois anos letivos distintos (2009/2010 e 2010/2011), no contexto da unidade curricular de Didtica da Língua Portuguesa (inserida no plano de estudos do 1 semestre do 1 ano do Mestrado em Educao Pr- Escolar e Ensino no 1 Ciclo do Ensino Bsico da Universidade de Aveiro). Numa segunda fase (entre o 2 semestre do ano letivo de 2011/2012 e 1 semestre do ano letivo de 2012/2013), recolheu-se o resultado de uma interveno didtica desenvolvida por uma professora estagiria (participante na primeira fase do estudo), no mbito da Prtica Pedaggica Supervisionada, apoiada pelo Seminrio de Investigao Educacional. Tratando-se de um estudo de caso, a investigao envolveu a recolha de dados atravs de inqurito por questionrio disponibilizado online, uma reflexo individual apresentada por escrito, posts e documentos publicados num frum de discusso online e instrumentos didticos (planificao de aulas e relatrio de estgio) elaborados pelos estudantes. Procedeu-se a uma anlise de contedo fundamentada nos quadros tericos e no estudo emprico.Os resultados vm aprofundar a discusso em torno da utilizao de ferramentas da web social no Ensino Superior, nomeadamente na formao inicial de professores, para desenvolver a colaborao, visando a construo de conhecimento didtico, particularmente sobre a abordagem da ortografia. Por um lado, apontam para a influncia de representaes sobre colaborao na adoo dessa modalidade de trabalho num frum de discusso online. Por outro, revelam a influncia dessa modalidade no conhecimento didtico coconstrudo e apontam para uma valorizao do mesmo por parte dos participantes no estudo, no momento de conceber, implementar e avaliar instrumentos didticos. Daqui emergiram algumas sugestes pedaggico-didticas com vista promoo de prticas inovadoras no Ensino Superior, com recurso a ferramentas da web social, centradas na aprendizagem dos estudantes e no desenvolvimento da colaborao, particularmente na formao inicial de professores.
Resumo:
Esta investigao visa tomar como ponto de partida a diversidade de línguas faladas em Espanha e que coabitam em muitas das comunidades autnomas (Sigun, 2001) contribuindo, desta forma, para a riqueza em termos lingusticos e culturais da Pennsula Ibrica em geral e de Espanha em particular. Com este projeto nossa inteno contribuir para a implementao de prticas educativas que promovam, na sala de aula de espanhol como língua estrangeira no ensino secundrio portugus, a (re)construo das representaes dos alunos face s línguas romnicas faladas em Espanha como línguas oficiais, atravs do desenvolvimento da competncia plurilingue (Alarco, Andrade, Arajo e S, Melo-Pfeifer, & Santos, 2010). Neste estudo pretendemos, atravs de uma metodologia de ndole qualitativa, analisar as representaes dos alunos de espanhol iniciao do ensino secundrio em Portugal face s línguas oficiais faladas em Espanha e sua competncia plurilingue, recorrendo a inquritos por questionrio. Visa-se, para alm disso, evidenciar uma mostra de possveis prticas didtico-pedaggicas e materiais que possibilitem um trabalho sistemtico e pr-ativo no mbito da (re)construo das representaes sobre as línguas oficiais faladas em Espanha, que promovam o desenvolvimento da competncia plurilingue dos alunos e que sejam potenciadoras de cidados conscientes do mundo que os rodeia (Gadotti, 2003). Para tal, sero criados e implementados materiais fsicos e digitais com alunos do 10. e 11. ano de escolaridade, a frequentar a disciplina de espanhol iniciao, num agrupamento de escolas da regio de Aveiro. Os resultados mostram que prticas e materiais desta natureza podem favorecer a (re)construo das representaes dos alunos, fomentando o desenvolvimento da sua competncia plurilingue.
Resumo:
Este estudo teve como principais objetivos compreender os efeitos de um projeto de educao global nos conhecimentos, capacidades e atitudes de um grupo de alunos portugueses do 11. ano, bem como compreender as potencialidades da aula de língua inglesa no mbito de uma educao promotora da participao ativa numa sociedade globalizada. Tratando-se de um estudo de tipo investigao-ao, ancorado no paradigma socio-crtico, foram recolhidos dados atravs de questionrios, aplicados aos alunos antes e aps o projeto de interveno, de gravaes vdeo de quatro sesses de educao global e de uma entrevista realizada professora cooperante. Recorreu-se ainda recolha documental de trabalhos dos alunos, bem como do Programa de Ingls (continuao) dos 10., 11. e 12. anos. A anlise dos dados recolhidos, efetuada segundo diferentes mtodos e instrumentos, permitiu concluir que o projeto de educao global teve efeitos mais significativos no desenvolvimento dos conhecimentos dos alunos, sobretudo relacionados com problemas globais especficos, tendo estes compreendido que o que acontece em outros locais tem relevncia na vida de cada um. O estudo permitiu ainda verificar que as aulas de língua inglesa so o espao ideal para se trabalhar a educao global, funcionando como uma porta aberta para outras línguas, culturas e mundivises. Estes resultados sugerem que possvel e necessrio promover o desenvolvimento da competncia global na aula de línguas, mobilizando e incorporando saberes e recursos que valorizem capacidades de trabalho colaborativo, de comunicao e de resoluo de problemas, bem como atitudes de respeito pelos Outros, imprescindveis para o exerccio da cidadania e para desafiar as injustias e desigualdades que nos rodeiam.
Resumo:
O presente relatrio tem como principal objetivo desenvolver a competncia da interculturalidade no mbito da linguagem no-verbal de alunos portugueses, do 3 ciclo do ensino bsico, com frequncia disciplina de Espanhol. A Linguagem no-verbal tem um contributo preponderante na comunicao e, quando h a pretenso de se conhecer outra cultura, foroso que se interpretem os diferentes sistemas onde cada indivduo se integra e interage, porque comunicar eficazmente com o outro implica um conhecimento das estruturas simblicas e dos cdigos culturais intrnsecos, no s cultura de um outro especfico, mas tambm ao seu prprio contexto sociocultural, histrico-cultural e econmico-cultural. Este trabalho faz apologia de um ensino intercultural que promova o dilogo entre culturas, sabendo-se de antemo que h representaes que devem ser desconstrudas, bem como uma linguagem no-verbal especfica que pode interferir na pragmtica da interculturalidade. Trata-se de uma investigao-ao demarcada por dois momentos distintos: um primeiro estudo vocacionado para a consciencializao dos alunos de que a comunicao no-verbal uma competncia que se ensina e se aprende e um segundo estudo dedicado a aspetos culturais diferenciadores, entre Espanha e Portugal, na linguagem no-verbal , com enfoque nos gestos culturais e no tratamento do tempo. Os dados a analisar so: a transcrio de uma aula gravada, onde foram aplicados vrios recursos audiovisuais e escritos consentneos com as unidades programticas, e as respostas a um questionrio dirigido turma de interveno e a uma turma de nacionalidade espanhola que com ela colaborou. A implementao destas atividades/estratgias didticas permitiu concluir que, por um lado, os alunos interpretam os diferentes cdigos no -verbais luz de uma perspetiva universal, por outro, h uma forte influncia de esteretipos herdados e filtrados, a partir de diferentes marcos histrico-temporais. Este estudo sobre o no- verbal tambm se traduziu num alicerce bastante hbil para motivar aprendizagem em geral e para enriquecer o conhecimento sobre a cultura do outro e a sua prpria cultura, atravs da aquisio de cdigos no- verbais comunicativo-funcionais.
Resumo:
Com a presente dissertao pretendemos demonstrar que a abordagem da negao, enquanto processo lingustico, dever contemplar a amplitude das suas realizaes sintticas, morfolgicas, lexicais e enunciativas. Pela sua preponderncia na interao discursiva, consideramos fundamental sistematizar os mecanismos atravs dos quais este sistema se realiza na norma do portugus europeu e demonstrar a sua ocorrncia num corpus amplo, autntico e facilmente reconhecido pela maioria dos falantes do portugus. Entendendo os provrbios portugueses como documentos de elevado interesse cultural e lingustico, examinamos os diversos processos que, num conjunto selecionado de textos, permitem marcar os valores negativos. Neste estudo, possvel observar que as construes que compem os textos proverbiais portugueses possuem um enorme potencial enunciativo que se manifesta, sobretudo, ao nvel da interpretao, da inferncia e da argumentao. Seguidamente, com o intuito de ajudar a promover as competncias comunicativas dos alunos, perspetivamos uma abordagem destas temticas ao longo da escolaridade obrigatria, assente nas orientaes que emanam do Programa e das Metas Curriculares de Portugus, atualmente, em vigor. Os exerccios propostos e aplicados so meramente ilustrativos, todavia as concluses decorrentes podem ser um indicador vlido para futuras atuaes.
Resumo:
Este trabalho tem como objeto de estudo o Diccionario Portuguez, e Latino, publicado em 1755 por Carlos Folqman. Verificando-se um grande vazio na lexicografia portuguesa do sculo XVIII, tentou-se indagar que motivos tero levado a que Folqman e o seu Diccionario sejam praticamente desconhecidos no panorama da lexicografia portuguesa. Desta forma, depois de feita a edio do Diccionario, e acrescentada uma breve notcia biobibliogrfica do autor, este trabalho prope-se elaborar uma anlise da obra em questo, quer no que respeita nomenclatura que apresenta, e que a aproxima de um dicionrio escolar; quer no respeitante tcnica lexicogrfica utilizada e ao tratamento metalingustico do corpus dicionarizado.
Resumo:
O actual paradigma inclusivo associado a um enquadramento sociocultural da investigao em Didctica reposiciona a escrita por iniciativa prpria num referencial mais amplo, no qual o aprender a escrever se cruza com a relao com o (saber) escrever de todos os alunos. Neste enquadramento, torna-se possvel conjugar a centralidade que a escrita ocupa (i) nos percursos escolares dos alunos, (ii) na definio das opes metodolgicas dos professores e (iii) nas orientaes programticas estabelecidas para todo o ensino bsico, confrontando-a com as caractersticas dos suportes de escrita utilizados em contexto escolar. Tais suportes so elementos essenciais porque constituem uma memria que viabiliza a partilha, a reformulao e a reflexo. tambm nesse sentido que interpretamos o Programa de Língua Portuguesa para o 1. Ciclo Ensino Bsico quando prope que cada aluno tenha um caderno onde possa fazer tentativas de escrita, escrever como souber, o que quiser, quando quiser. Da, a nossa opo por realizar uma investigao de cariz interpretativo centrada nas opes metodolgicas do(s) professor(es) e na relao com a escrita subjacente s produes dos alunos, questionando os sentidos e as prticas perceptveis na utilizao de cadernos individuais de escrita no 1. Ciclo do Ensino Bsico. Os resultados obtidos junto de trs turmas, ao longo do terceiro e quarto anos de escolaridade, destacam a diversidade de dinmicas passveis de serem estabelecidas em cada grupo e a expanso da gama de gneros de textos que, claramente, surge associada a uma crescente afirmao intencional do lugar dos alunos enquanto sujeitos que querem e sabem dizer de si, reflectindo acerca do seu prprio agir, entre pares.
Resumo:
O presente relatrio de estgio resulta de um trabalho implementado numa turma do 10. ano, no Agrupamento de Escolas Martinho rias Soure, no ano letivo de 2013/2014, desenvolvido no mbito do lote 7 (Insero Curricular da Intercompreenso) do projeto europeu MIRIADI (http://miriadi.net/elgg/miriadi/home). Atendendo s diretrizes provindas das instituies europeias sobre educao em línguas (estrangeiras), as abordagens plurilingues tm vindo a ganhar terreno em Didtica das Línguas. Entre estas abordagens, destacamos a intercompreenso, que tem adquirido alguma notoriedade, nomeadamente ao nvel investigativo. Contudo, ao nvel escolar, tem encontrado alguma relutncia sua circulao. Deste modo, aps apresentarmos algumas definies da noo, as suas mais-valias e os entraves que se tm colocado a esta abordagem didtica, fazemos uma breve caracterizao de alguns projetos em intercompreenso. Partindo desta descrio terica, elabormos um projeto com caractersticas de investigao-ao, envolvendo o recurso a uma plataforma informtica de prtica da intercompreenso, a plataforma Galanet (http://galanet.eu/), tendo em vista identificar as possibilidades de integrao de um projeto em intercompreenso em aula de Espanhol Língua Estrangeira (ELE). Pretendamos, ainda, averiguar vantagens e constrangimentos na participao dos alunos numa sesso da plataforma. Para tal, recolhemos dados provenientes de dois inquritos por questionrio distribudos aos alunos, de fichas de trabalho e de exerccios de expresso escrita realizados em sala de aula, bem como da anlise conversacional de mensagens sncronas e assncronas trocadas durante a referida sesso. A anlise dos dados recolhidos, ainda que limitados face ao nmero de alunos participantes (oito alunos), permitiu-nos concluir que os princpios e objetivos da plataforma Galanet se coadunam com os objetivos propostos pelo currculo de ELE da turma objeto de interveno. Alm disso, os alunos identificaram ganhos com a sua participao, no s ao nvel da sua aprendizagem de espanhol, como tambm ao nvel metalingustico, metacognitivo e sociocultural.