4 resultados para Instituto Sigmund Freud
em Biblioteca Digital da Produção Intelectual da Universidade de São Paulo
Resumo:
O presente artigo objetiva uma discussão sobre o vocabulário fundamental da Metapsicologia freudiana, para além da concepção de um simples e estanque agrupado de termos técnicos. Levando-se também em consideração o fato de que Freud foi um escritor brilhante e um perspicaz explorador dos recursos oferecidos pela língua alemã, é nossa intenção demonstrar certas distorções de seu estilo e vocabulário sofridas após ter passado por traduções internacionalmente influentes para as línguas inglesa e francesa. Logo, com a recente entrada da obra freudiana para o domínio público, esta finalmente passou a ser traduzida diretamente para o português, tornando-se atualmente um desafio fundamental aos tradutores brasileiros de Freud recuperar a vivacidade de suas palavras sem deixar de levar em consideração a acuidade de suas proposições.
Resumo:
Este artigo expõe ideias de Sigmund Freud sobre temas que são fundamentais para compreender o homem contemporâneo: a constituição do psiquismo; a formação e a resolução das patologias mentais; a cultura em sentido amplo e a educação como elemento mediador entre o indivíduo e a sociedade. O objetivo é apresentar e comparar as análises feitas por John Dewey sobre esses mesmos temas, tomando por base o livro Human nature and conduct. As comparações entre os discursos freudiano e deweyano são feitas por meio da metodologia proposta por Chaïm Perelman no livro Tratado da argumentação (elaborado em coautoria com Olbrechts-Tyteca), que busca esclarecer as estratégias argumentativas usadas por um autor para obter ou aumentar a adesão às teses propostas e, com isso, despertar ações concretas. As conclusões sugerem que, embora Dewey discorde de Freud, existem pontos de concordância entre ambos, especialmente no que diz respeito ao significado dos impulsos e da sublimação e à concepção de que o conhecimento é mutável e impreciso, o que rejeita a crença em certezas absolutas e insere as decisões e ações humanas no âmbito da probabilidade.
Resumo:
O crime do professor de Matemática, de Clarice Lispector, aborda a necessidade inconsciente de punição advinda do sentimento de culpa, que constitui elemento inexorável da psique humana. O espelhamento do homem em seu animal o conduz à aproximação de uma possível consciência deste transtorno, fato que culmina no irremissível abandono do cão. Com base nos ensaios O estranho e O mal-estar na civilização, de Sigmund Freud, almeja-se entender a origem da dolente identificação entre estes dois personagens narrada no conto, bem como o corolário da cultura, responsável pela tristeza humana com a qual o professor irremediavelmente se coaduna.
Resumo:
Se a clássica definição do supereu como resultado do complexo de Édipo, apresentado em "O ego e o id" (Freud, 1923/1989), tem uma longa história, o que poderia ser dito sobre a definição segundo a qual o supereu é o herdeiro do isso e sub-rogado das pulsões de morte? Como harmonizar as duas teorias que definem o supereu como o herdeiro do complexo de Édipo e herdeiro do isso? Por meio de uma análise cuidadosa de três passagens de "O eu e o isso" (Freud, 1923/1989), argumenta-se que o conceito de agressão é capital para caracterizar o vínculo entre o supereu e as pulsões de morte. As pulsões de morte não apenas determinam o caráter imperativo do supereu, a sua tendência para atacar o eu, mas são igualmente responsáveis pelas variantes deste ataque - pressão, crítica, punição e destruição. Além disso, a ampliação da teoria da identificação, sua associação com o processo de desfusão pulsional e a hipótese do caráter originário dos investimentos de objeto no isso permitem a Freud unir, no supereu, um aspecto legislativo, decorrente de sua herança edipiana ao aspecto pulsional mortífero.