4 resultados para Desigualdades socioeconómicas
em Biblioteca Digital da Produção Intelectual da Universidade de São Paulo
Resumo:
OBJECTIVE: To analyze cause-specifi c mortality rates according to the relative income hypothesis. METHODS: All 96 administrative areas of the city of Sao Paulo, southeastern Brazil, were divided into two groups based on the Gini coefficient of income inequality: high (>= 0.25) and low (<0.25). The propensity score matching method was applied to control for confounders associated with socioeconomic differences among areas. RESULTS: The difference between high and low income inequality areas was statistically significant for homicide (8.57 per 10,000; 95% CI: 2.60; 14.53); ischemic heart disease (5.47 per 10,000 [95% CI 0.76; 10.17]); HIV/AIDS (3.58 per 10,000 [95% CI 0.58; 6.57]); and respiratory diseases (3.56 per 10,000 [95% CI 0.18; 6.94]). The ten most common causes of death accounted for 72.30% of the mortality difference. Infant mortality also had signifi cantly higher age-adjusted rates in high inequality areas (2.80 per 10,000 [95% CI 0.86; 4.74]), as well as among males (27.37 per 10,000 [95% CI 6.19; 48.55]) and females (15.07 per 10,000 [95% CI 3.65; 26.48]). CONCLUSIONS: The study results support the relative income hypothesis. After propensity score matching cause-specifi c mortality rates was higher in more unequal areas. Studies on income inequality in smaller areas should take proper accounting of heterogeneity of social and demographic characteristics.
Resumo:
OBJETIVO: Identificar e quantificar a influência dos fatores socioeconômicos sobre os padrões alimentares. MÉTODOS: Estudo transversal de base populacional com amostra de 1.136 crianças e adolescentes de 7 a 14 anos de idade, de ambos os sexos, matriculados na rede pública de Salvador (BA), Brasil. O consumo alimentar foi medido por meio do questionário qualitativo de frequência alimentar. Os padrões de consumo foram identificados por meio de análise de componentes principais. Para o estudo da influência dos indicadores socioeconômicos na conformação dos padrões alimentares, foram utilizados modelos de regressão quantílica. RESULTADOS: Os padrões alimentares extraídos foram classificados em padrão obesogênico e padrão tradicional. Nos modelos de regressão quantílica, ajustados por faixa etária e por sexo, o menor grau de instrução materna esteve associado negativamente, em níveis significantes, na maioria dos percentis, ao consumo de alimentos que integram o padrão obesogênico. A baixa renda associou-se negativamente aos maiores percentis (p>95). Os dados indicam não haver influência dos indicadores socioeconômicos sobre o consumo de alimentos que integram o padrão tradicional. CONCLUSÃO: Conclui-se que há influência dos fatores socioeconômicos na adesão ao padrão obesogênico de consumo. Esse conjunto de resultados requer a atenção dos gestores públicos para a identificação de um padrão de consumo ocidental, visualizado amplamente nos estudos em que se avaliam padrões de consumo adotados na atualidade pela população brasileira - sobretudo por crianças e adolescentes -, caracterizados por englobar componentes alimentares de risco para as doenças crônicas não transmissíveis.
Resumo:
O ano de 2011 foi marcado por um conjunto de estudos (muitos dos quais patrocinados pelas Nações Unidas) segundo os quais o sistema econômico mundial já ultrapassa perigosamente algumas fronteiras ecossistêmicas, especialmente no que se refere ao clima, à biodiversidade e ao ciclo do nitrogênio. Longe, entretanto, de apoiar-se nessas conclusões, o documento inicial para a Rio+20 preconiza como solução para os grandes problemas socioambientais contemporâneos o aprofundamento daquilo que já vem sendo feito: ampliar o combate à pobreza e aprofundar a cooperação internacional em direção à ecoeficiência. Este trabalho procura mostrar que são significativas as conquistas dos últimos vinte anos nessas duas direções. Mas não há condições materiais de persistir no sucesso da luta contra a pobreza caso se perpetue a ilusão de que a desigualdade deve ser enfrentada sem que se altere o poder sobre os recursos ecossistêmicos dos que se encontram nos andares de cima da pirâmide social.
Resumo:
A partir da concepção contemporânea de direitos humanos, o texto discute os direitos reprodutivos e o exercício da maternidade. Após histórico e definição dos direitos reprodutivos e dos direitos sexuais, o artigo trata da maternidade voluntária, segura, socialmente amparada e prazerosa, para propor uma reflexão sobre 'hierarquias reprodutivas'. Defende-se que diferentes aspectos das mães - tal como raça, classe social, idade e parceria sexual - determinam a legitimidade e aceitação social destas maternidades, e, portanto, suas vivências. Quanto maior o número de aspectos 'negativos' presentes na mulher (ou casal) ao exercitar a maternidade e/ou a reprodução e cuidado com os filhos, mais próxima da base da pirâmide hierárquica estará e, ainda, maior dificuldade encontrará no exercício de seus direitos humanos. O texto conclui que são necessárias políticas públicas de suporte social à maternidade para as mulheres que assim escolham, indistintamente, visando promover o exercício de seus direitos humanos.