Iniquidades socioeconômicas na conformação dos padrões alimentares de crianças e adolescentes


Autoria(s): Ribeiro Silva, Rita de Cassia; Oliveira Assis, Ana Marlucia; Szarfarc, Sophia Cornbluth; Pinto, Elizabete de Jesus; Carneiro da Costa, Lilia Carolina; Rodrigues, Laura Cunha
Contribuinte(s)

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Data(s)

06/11/2013

06/11/2013

2012

Resumo

OBJETIVO: Identificar e quantificar a influência dos fatores socioeconômicos sobre os padrões alimentares. MÉTODOS: Estudo transversal de base populacional com amostra de 1.136 crianças e adolescentes de 7 a 14 anos de idade, de ambos os sexos, matriculados na rede pública de Salvador (BA), Brasil. O consumo alimentar foi medido por meio do questionário qualitativo de frequência alimentar. Os padrões de consumo foram identificados por meio de análise de componentes principais. Para o estudo da influência dos indicadores socioeconômicos na conformação dos padrões alimentares, foram utilizados modelos de regressão quantílica. RESULTADOS: Os padrões alimentares extraídos foram classificados em padrão obesogênico e padrão tradicional. Nos modelos de regressão quantílica, ajustados por faixa etária e por sexo, o menor grau de instrução materna esteve associado negativamente, em níveis significantes, na maioria dos percentis, ao consumo de alimentos que integram o padrão obesogênico. A baixa renda associou-se negativamente aos maiores percentis (p>95). Os dados indicam não haver influência dos indicadores socioeconômicos sobre o consumo de alimentos que integram o padrão tradicional. CONCLUSÃO: Conclui-se que há influência dos fatores socioeconômicos na adesão ao padrão obesogênico de consumo. Esse conjunto de resultados requer a atenção dos gestores públicos para a identificação de um padrão de consumo ocidental, visualizado amplamente nos estudos em que se avaliam padrões de consumo adotados na atualidade pela população brasileira - sobretudo por crianças e adolescentes -, caracterizados por englobar componentes alimentares de risco para as doenças crônicas não transmissíveis.

Objective The present study identified and quantified the influence of socioeconomic factors on dietary patterns. Methods This cross-sectional, population-based study investigated the food habits of 1136 children and adolescents of both genders, aged 7 to 14 years, enrolled in public schools of Salvador (BA), Brazil, using the qualitative food frequency questionnaire. Intake patterns were identified by principal component analysis. Quantile regression models were used to study the influence of socioeconomic indicators on dietary patterns. Results The sample's eating patterns were classified into obesogenic or traditional. Quantile regression models adjusted for age and gender showed that, for most percentiles, low maternal education level was significantly negatively associated with consumption of foods included in the obesogenic pattern. Low income was negatively associated with the highest percentiles (p >= 95). The data showed that socioeconomic indicators do not influence the consumption of foods included in the traditional pattern. Conclusion Socioeconomic factors promote adherence to obesogenic eating patterns. These results indicate that public authorities need to identify the Western consumption pattern, commonly observed in studies that assess the current consumption patterns of the Brazilian population, especially of children and adolescents, characterized by foods that promote non-communicable chronic diseases.

Identificador

REVISTA DE NUTRICAO-BRAZILIAN JOURNAL OF NUTRITION, CAMPINAS, v. 25, n. 4, pp. 451-461, JUL-AUG, 2012

1415-5273

http://www.producao.usp.br/handle/BDPI/42366

10.1590/S1415-52732012000400003

http://dx.doi.org/10.1590/S1415-52732012000400003

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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA CAMPINAS

CAMPINAS

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Tipo

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