10 resultados para Spiritual life--Judaism

em Biblioteca Digital de Teses e Dissertações Eletrônicas da UERJ


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A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) foi fundada h trinta e quatro anos e tem forte influncia social e poltica. Sua capilaridade religiosa se expressa atravs da sua insero em diversas mdias, como TV, rdio, jornal etc. e da participao poltica evidenciada pelas "bancadas evanglicas" nos diferentes parlamentos, onde predominam autoridades da IURD. Tambm se faz presente atravs dos milhares de templos construdos e espalhados por mais de 180 pases. Sua estratgia de proselitismo religioso baseada na converso de adeptos de outras religies. Sua hierarquia: obreiros, pastores e bispos, define a igreja como o maior "pronto-socorro" espiritual do Brasil. Caracterizada pelo oferecimento de soluo de problemas imediatos e de natureza espiritual. Aps algum tempo, conversos da IURD migram para outras igrejas evanglicas. O objetivo desta pesquisa foi identificar as Representaes Sociais da IURD segundo evanglicos dela egressos. Para tanto, foram entrevistados vinte indivduos adultos, na Cidade do Rio de Janeiro, egressos da IURD. Como instrumento, utilizamos um questionrio para entrevista semi-estruturada, composto por questes acerca da IURD e dados pessoais do entrevistado. O material resultante foi analisado a partir da anlise de contedo. As entrevistas foram gravadas, com a autorizao dos entrevistados e o comprometimento na manuteno do anonimato dos participantes. Dentre os resultados da pesquisa, confirmando o que dito por seus lderes, encontramos a IURD como um pronto socorro, no s espiritual, como emocional e de sade fsica. A migrao da IURD para outras denominaes crists est associada a trs grandes categorias: a) o sujeito no tem mais necessidade do pronto-socorro; b) crtica s cobranas sistemticas por bens espirituais; c) a necessidade de aprofundamento religioso. Neste aspecto, a IURD caracteriza-se por ser uma Igreja de transio, de incio de vida espiritual crist e de proselitismo voltado quase que exclusivamente para a converso.

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Diversos estudos que abordam as repercusses das cirurgias ginecolgicas na vida da mulher apontam para uma relao existente com aspectos subjetivos, em virtude da construo social da identidade feminina, indicando que a perda de rgos ginecolgicos pode interferir na maneira da mulher se perceber e se relacionar com o mundo. O presente estudo tem como objeto o processo de interao da mulher no contexto das cirurgias ginecolgicas. Para isso foram formulados os objetivos: Descrever os significados da cirurgia ginecolgica para a mulher submetida a este procedimento e Analisar o processo de interao da mulher com ela mesma e com o seu ncleo social a partir dos significados por ela atribudos cirurgia ginecolgica, considerando o fenmeno da mutilao. O estudo de natureza qualitativa, do tipo descritivo-exploratrio, teve como referencial terico-metodolgico o Interacionismo Simblico e a Grounded Theory, que subsidiaram uma interpretao da ao e das relaes das mulheres no contexto da cirurgia ginecolgica e da mutilao, baseados na definio e interpretao de significados por elas atribudos. Dos resultados emergiram quatro categorias: Investigando a doena e decidindo aceitar a cirurgia, A passagem pela cirurgia: vivendo o processo de resoluo do problema, Enfrentando as mudanas impostas pela cirurgia e Valorizando a vida. Evidenciou-se que ao receber o diagnstico da doena, a mulher interage com dvidas, medos, a busca por informao e pelos benefcios da cirurgia, e por fim decide aceit-la. Ao passar pela cirurgia, vivencia incmodos, complicaes, compreende que perdeu uma parte do corpo e procura conformar-se, tentando crer que foi o nico caminho. As diversas mudanas que ocorrem fazem-na construir novos significados e mudar a percepo de si e do seu meio social, a partir da interao consigo mesma e com este meio, fazendo-a refletir sobre a sexualidade, seus relacionamentos, sua sade, a diferena no corpo e em si mesma, nas funes que desempenha e sobre a mutilao provocada pela cirurgia. O desenvolvimento de mecanismos de enfrentamento, como comparar sua cirurgia e histrias com outras, identificar aprendizados com a experincia, buscar formas de superao e resignar-se resultaram na valorizao da vida e na vontade de viver melhor. Percebe-se a importncia da enfermeira estabelecer um cuidado multidimensional, que identifique as necessidades que vo alm do corpo biolgico, respeitando as particularidades e a individualidade no momento do cuidado e contribuindo para o bem-estar fsico, psquico, social e espiritual das mulheres.

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Este trabalho enfoca a promoo da vida atravs de comportamentos saudveis, tendo como objetivos: delinear o perfil sociodemogrfico e institucional/profissional dos docentes de enfermagem e analisar seus hbitos de vida, segundo os modos adaptativos de Roy. Foi utilizada a Teoria de Sister Callista Roy, destacando-se os modos de adaptao: fisiolgico, autoconceito e interdependncia. Implementou-se o mtodo descritivo, quantitativo, transversal atravs da tcnica de autorelato em amostra de 101 docentes. Para investigar esses aspectos, utilizou-se dois questionrios, um deles com a escala de Likert, adaptado para a pesquisa. A produo de dados transcorreu de janeiro a maro de 2009, aps aprovao do Comit de tica em Pesquisa, Protocolo 2187, e concordncia das quatro instituies pblicas de ensino universitrio, do Estado do Rio de Janeiro-Brasil, selecionadas. Os dados obtidos foram submetidos estatstica, aplicando-se medidas de tendncia central. Quanto ao perfil docente: predomina a faixa etria de 40 a 59 anos, com 69,3%, de unio estvel. Relacionando cor e crena religiosa, constatou-se 37,6% de catlicos brancos. Dos 50 docentes, 5% tm residncia prpria, na zona norte. Possuem renda individual acima de 8 salrios mnimos, 67,32%, a maioria com vnculo trabalhista. No tempo de servio, 22,94% situam-se entre 11 a 15 anos, com carga horria de 20 a 40 horas. Quanto titulao, 42,56% so doutores e 80,2% possuem um tipo de regime estatutrio. Concernente aos Modos Adaptativos de Roy foi atribudo, predominantemente, o conceito A- hbitos de vida saudvel, aos modos Fisiolgicos e de Autoconceito, seguindo-se o de Interdependncia, que apresentou quatro conceitos B- em busca de hbitos de vida saudvel, sendo o mais homogneo dos trs modos. Identificou-se que o Modo Fisiolgico foi heterogneo, pois os valores das medidas de tendncia central se distanciam entre si. Concluindo-se que o pressuposto formulado atendeu parcialmente s expectativas dos docentes por utilizarem, em benefcio prprio, seus saberes sobre o cuidar promovendo o bem-estar com qualidade. Considerou-se que a interdependncia pode ser conquistada pelos sujeitos, visto que o enfrentamento das suas atividades profissionais, paralelamente ao viver pessoal, pode ser motivo de satisfao com o trabalho docente, remunerao recebida, ambiente institucional, relaes de poder/saber no trabalho, alm da possibilidade de atender sua necessidade gregria promovendo o convvio com a famlia e amigos. Lembra-se que lidar com pessoas cujas subjetividades devem ser objetivadas, visando sua compreenso para o atendimento de sade, exige equilbrio e progresso das dimenses corporais fsica, mental e espiritual do profissional.

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O presente estudo tem como objetivo apreender e analisar as representaes sociais do tratamento do HIV/AIDS para enfermeiros atuantes em um hospital de referncia, localizado do municpio do Rio de Janeiro. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, que utilizou como referencial terico-metodolgico a teoria das representaes sociais. Os sujeitos do estudo foram 20 enfermeiros que atuam em um hospital pblico universitrio da cidade do Rio de Janeiro. A coleta de dados deu-se por meio de entrevista semi-estruturada. Para anlise dos depoimentos obtidos atravs das entrevistas utilizou-se a tcnica de anlise de contedo temtica, proposta por Bardin (1977). Aps a anlise, emergiram nove categorias: O tratamento medicamentoso e os determinantes de sua adeso; O tratamento clnico e fsico; Aes psico-espirituais enquanto parte do tratamento; A abordagem teraputica social na busca da qualidade de vida; Aes educativas preventivas e teraputicas; A dinmica familiar envolvida no tratamento; O cuidado psicossocial no diagnstico e suas repercusses; O relacionamento interpessoal como parte do tratamento; Sentimentos do profissional que cuida. A representao social do tratamento prestado ao portador do HIV/AIDS, identificada no presente estudo, foi construda a partir das novas necessidades apresentadas por estes pacientes, diante do carter de cronicidade do HIV/AIDS. Observa-se que as representaes sociais apreendidas apontam para uma concepo de tratamento dentro de uma perspectiva holstica, e no apenas focada na doena e no corpo, apontando para o tratamento enquanto atendimento das necessidades humanas essenciais e no apenas garantia de sobrevivncia.

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Este estudo tem como temtica a espiritualidade de pessoas que vivem com HIV/Aids e como objetivo geral analisar as expresses da espiritualidade de pessoas que vivem com HIV/Aids no contexto das construes representacionais acerca da prpria sndrome, com vistas proposio de uma reflexo acerca do cuidado de enfermagem como uma tecnologia que pode estimular esta dimenso humana. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva e exploratria, baseada nas abordagens processual e estrutural da Teoria das Representaes Sociais. Quanto metodologia, possui duas etapas: na primeira, participaram 30 pessoas com HIV/Aids em atendimento ambulatorial de um Hospital Municipal do Rio de Janeiro. Os dados foram coletados atravs de entrevistas semi-estruturadas e analisados atravs da anlise de contedo de Bardin. Na segunda, participaram 100 pessoas atendidas no hospital supracitado. Os dados foram coletados atravs da tcnica de evocaes livres e analisados a partir do software EVOC. A partir da anlise das entrevistas, emergiram cinco categorias denominadas: do sofrimento dificuldade de encontrar sentido diante do diagnstico; dando a volta por cima: o encontro de sentidos; da dificuldade de adeso ao tratamento esperana de cura; os relacionamentos como forma de expresso da espiritualidade; e a presena da religiosidade no viver com HIV/Aids. Percebe-se que a descoberta diagnstica marcada por intenso e inevitvel sofrimento, relacionado principalmente representao social da Aids ligada morte e discriminao. Por outro lado, aps o impacto do diagnstico positivo, os participantes encontram um sentido para a vida, passando a ressignific-la. A dificuldade de adeso vista como uma vivncia prejudicada da espiritualidade. Ressalta-se a esperana na cura, divina ou no-divina e h expresses de espiritualidade nos relacionamentos consigo mesmo, com o outro e com o divino. A religiosidade tambm se faz presente no viver com HIV/Aids principalmente para explicar a origem da Aids no mundo. Quanto estrutura representacional da Aids, foram analisadas, comparativamente, as evocaes do grupo geral, e as relacionadas ao sexo e religio dos participantes. O possvel ncleo central do grupo geral composto pelas palavras medo, morte, tristeza e vida, elementos afetivos que tambm foram identificados nas entrevistas. A estrutura representacional do sexo feminino se sobrepe a do grupo geral, diferindo-se da dos homens, que assume um carter mais racional. Conclui-se que o sofrimento relacionado ao impacto do diagnstico pode levar dificuldade de encontrar sentido para a vida e, portanto, de vivenciar a espiritualidade. Ainda assim, esta dificuldade passa a ser substituda, com o tempo, por um encontro de sentido para se viver, levando a uma ressignificao da vida. A estrutura representacional permitiu a visualizao de como os elementos relacionados espiritualidade se organizam. Observa-se um processo de transformao das representaes sociais da sndrome, que coincide com a presena da espiritualidade. Destaca-se o papel do enfermeiro na promoo do cuidado espiritual pessoa com HIV/Aids.

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Esta tese trata da ficcionalizao das questes de identidades, lugares e imaginrios judaicos e brasileiros nos romances contos e novelas de temtica judaica escritos pelo gacho Moacyr Scliar. Na introduo, apresento os objetivos e pressupostos gerais do trabalho, bem como proponho uma diviso da obra em questo em duas fases. No primeiro captulo, analiso os romances A Guerra no Bom Fim (1972) e O Exrcito de um Homem S (1973), sob o ponto de vista da testagem de lugares judaicos clssicos enquanto fontes de inspirao para a resoluo dos dilemas que emergem na dispora brasileira e o incio de um processo de dotao de legitimidade ao viver judaico na dispora sul-americana. No segundo captulo, analiso o conto A Balada do Falso Messias (1976) e o romance Os Voluntrios (1979), sob o ponto de vista da tematizao do Messianismo, do Sionismo e do papel que Jerusalm exerce no imaginrio judaico moderno e de sua adequao ou no para alimentar o imaginrio judaico na contemporaneidade. No terceiro captulo, trato da ficcionalizao das construes identitrias das personagens judias da primeira fase da obra scliariana (1972 a 1980), sob o ponto de vista das noes de hibridismo, aculturao e assimilao. Neste captulo, analiso as personagens centrais dos romances A Guerra no Bom Fim, O Exrcito de um Homem S, Os Deuses de Raquel (1975), (O Ciclo das guas) (1975), Os Voluntrios e O Centauro no Jardim (1980). No quarto captulo, analiso o romance A Estranha Nao de Rafael Mendes (1983), tentando demonstrar que esta narrativa representa um divisor de guas na obra do autor, por tematizar as razes judaicas da cultura brasileira atravs dos marranos, cristos-novos e cripto-judeus que aqui aportaram com os portugueses em 1500. No quinto e ltimo captulo, analiso os romances da Segunda fase scliariana: Cenas da Vida Minscula (1991), A Majestade do Xingu (1997) e A Mulher que Escreveu a Bblia (1999). Neste captulo, tento demonstrar que nestas narrativas d-se o incio de uma tentativa de construo de um imaginrio judaico-brasileiro prprio, formado por uma fuso de motivos tipicamente brasileiros e outros especificamente judaicos, o que seria o corolrio do j mencionado processo de dotao de legitimidade e viabilidade da dispora judaico-brasileira frente concretude e a reificao do Israel moderno. Na concluso, teo algumas consideraes sobre o todo do trabalho e levanto algumas questes relativas construes de imaginrios coletivos nas disporas judaicas, mais especificamente na brasileira

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A presente pesquisa investiga a produo de subjetividade em seminrios catlicos. Por meio de diversos tericos, girando em torno do eixo conceitual da Anlise Institucional (em sua vertente socioanaltica e, principalmente, esquizoanaltica), pesquisou-se um importante seminrio catlico diocesano na regio Sudeste, um dos primeiros fundados no Brasil. Um seminrio a instituio de internato em que muitos homens vivem, estudam e trabalham, durante oito anos em mdia, para se tornarem padres. Nossa pesquisa de campo utilizou-se da observao participante, oriunda da antropologia e sociologia, em diversas visitas ao estabelecimento, durante as quais fomos autorizados a participar de todas as atividades dos 110 seminaristas internos. Em seguida, alguns seminaristas, de todas as etapas da formao, e todos os 5 padres formadores foram entrevistados. Recorremos a entrevistas abertas de histria de vida, segundo os procedimentos da Histria Oral italiana. Guiados pela distino da filosofia de Spinoza de trs gneros de conhecimento, buscamos dramatizar a formao clerical em trs nveis de compreenso: os Signos ou afectos, as Noes ou conceitos, as Essncias ou perceptos. Por meio dessa trajetria, constatamos o predomnio da dimenso do institudo e de uma modelizao homogeneizadora de tipo romana, resultando em que os clrigos ali formados se fechem em uma identidade sacerdotal claramente identificvel e encapsulada na obedincia aos centros de poder eclesiais: a Cria romana, a Mitra diocesana e a Parquia. Busca-se, na formao, reproduzir a subjetividade serializada segundo um Modelo sacerdotal institucionalizado, no qual as dimenses litrgica e disciplinar so ressaltadas, em detrimento das dimenses mstico-polticas sendo a perseguio Teologia da Libertao um importante analisador dessa caracterstica. A constante vigilncia da pureza doutrinal, litrgica, organizacional e teolgica indicou-nos a presso em reprimir a dimenso mstico-proftica, que range, querendo se expressar. Em vista disso, bem como de inmeros outros analisadores, conceitos e personagens produzidos ao longo da pesquisa, pudemos constatar que o desejo clerical, modulado na formao seminarstica, oscila entre dois plos: um plo sacerdotal-romano-paranico e um plo proftico-libertador-esquizo. No primeiro, h reduo identidade hegemnica nascida nos centros de poder eclesiais, fechando-se diferena, na busca de um projeto de imortalidade frente s intempries da vida e transformaes da Histria, produzindo prticas hierrquicas a partir de um pensamento de carter transcendente, representativo. No segundo plo, h busca de singularizao, nascida do seguimento a Jesus, o conseqente compromisso com os menores e excludos dentro e fora da Igreja e o processo inerente a esta produo de sentido, criando-se, em conseqncia, uma radical imanentizao da vida crist e de seus plos e transcendncias: material/espiritual, f/vida, Igreja/Mundo, mstica/poltica. O seminrio pesquisado, indicador das transformaes micropolticas da Igreja contempornea, produz hegemonicamente um desejo sacerdotal-romano-paranico, forjando funcionrios do poder da Igreja, burocratas do aparelho de Estado romano, aplicadores de suas rubricas litrgicas e normas doutrinais e morais, e no profetas do Reino de Deus, mquinas de guerra libertadoras quanto a tudo o que oprime a potncia da vida e suas inauditas expresses singulares.

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Na atualidade, tempos hipermodernos, a problemtica do virtual est colocada em cena sob uma constituio exponencial. Nossas novas formas de ser, sentir e estar no mundo so cada vez mais influenciadas e mediadas por artefatos maqunicos em contnuos upgrades. Diante deste cenrio, tal pesquisa busca destacar esta portentosa e nova interface do mundo contemporneo onde subjetividade e tecnologia se imbricam de forma indita e peculiar. Para tal, captura-se o saber fazer de um jogo que instaura um ambiente de simulao o qual oferece ao sujeito hipermoderno a possibilidade de viver uma segunda vida de acordo com os seus desejos analgicos e digitais. Como ferramenta metodolgica decide-se por uma imerso vivencial no ambiente ciberntico onde pesquisadora e sujeito se hibridizam em formas de duplos a partir de um ser analgico primordial, com novas demandas reais e virtuais. Desta imerso so obtidos os insumos bsicos para as necessrias reflexes associados, naturalmente, ao pensamento de tericos expoentes deste campo do saber humano. Um sintoma da hipermodernidade, tal qual uma tela de contato do limtrofe entre real e virtual, Second Life , portanto, um dos caminhos escolhidos para o desvelamento de partes nfimas desta nova faceta da aventura humana na Histria.

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A modernidade caracteriza-se por um perodo em que ocorreram profundas revolues em curtos intervalos de tempo. Nela, o mundo analgico foi substitudo, gradativamente, pelo digital e o mundo material passou a dividir espao com a realidade virtual. Inicialmente representada pelo mito prometeico, a modernidade foi tomada pelo impulso fustico que hoje se traduz no desejo de recriar a condio humana. Os tecnoprofetas da Inteligncia Artificial anunciam para breve as maravilhas da ps-humanidade e se ocupam com criao de mquinas espirituais que, acreditam eles, libertaro o homem de sua condio orgnica. Ciente de que a sociedade se organiza em torno da tica tecnocientfica e de que as inovaes alteram significativamente o modo como a maioria dos seres humanos se relaciona com o tempo, com o espao e com a vida, este estudo discute o modelo de desenvolvimento tecnolgico, por entender que ele no mais constitui assunto de domnio exclusivamente tcnico, mas, tambm, de interesse poltico. Ademais, com vistas a problematizar o que d sentido tcnica, faz-se uma crtica ao modelo atual, no qual ela, a tcnica, subordinada razo intrumental, funciona como instrumento de alienao e discute as condies necessrias a sua democratizao. O estudo comea examinando dois fenmenos considerados determinantes na configurao do cenrio atual: o capitalismo cognitivo e a reificao-tecnolgica, entendidos como construes monopolizadas pela tica capital-tecnocientfica. A seguir, faz-se uma anlise sobre as noes de tcnica, tecnologia e razo tcnica e discute-se o impacto do desenvolvimento tecnolgico no ato mdico. A medicina representa uma atividade de grande valor social para o bem estar humano, embora, nas ltimas dcadas, venha enfrentando uma quebra no vnculo de confiana entre mdicos e pacientes, alm de uma crise na identidade desse profissional que hoje enfrenta dificuldades para preservar sua autonomia, face ao mercado das novas tecnologias e estratgias de gesto. Nesse contexto, surgem novas questes a serem elaboradas e a serem respondidas por diferentes atores e reas de conhecimento da sociedade que desejem contribuir com reflexes e propostas que faam frente aos problemas especficos de nosso tempo. O trabalho sugere, ainda, que noes como Vontade - no sentido arendtiano, ou como o Olhar atento - Josep Esquirl e como Habilidade artesanal - Richard Sennett, podem nos ajudar a compreender as incumbncias de uma re-orientao tica, se quisermos construir um dilogo com a razo tecnocientfica em prol da liberdade humana.

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A presente tese inicia-se por uma encruzilhada e um segredo: na encruzilhada est a psicologia, entre os apelos instrumentais, antropolgicos e neurocientficos; j o segredo refere-se quase desconhecida leitura de Kierkegaard por Foucault. Os dois filsofos se inscrevem na esteira da experimentao filosfica, caminho oposto ao da metafsica. Experimentao, aqui, no diz respeito a qualquer empirismo; inspira-se nos exerccios espirituais da Antiguidade grega e romana, e nas prticas da ironia, do cuidado de si e da parresa filosfica. As aproximaes possveis entre o pensamento de Kierkegaard e o de Foucault por esse vis da filosofia antiga, visam a contribuir para uma compreenso da psicologia e de suas prticas que permita o enfrentamento dos dilemas acima referidos, ou seja, os instrumentais, antropolgicos e neurocientficos. O percurso do trabalho tem como ponto de partida as suspeitas direcionadas psicologia, desde o questionamento colocado por Canguilhem h mais de cinqenta anos acerca das intenes pouco claras da disciplina, passando pelas crticas aos processos de subjetivao psicologizantes, at chegar ao grave enquadramento contemporneo que busca convencer os sujeitos de que so, em ltima anlise, nada mais do que crebros. Os processos de subjetivao engendrados pelas prticas psi se vem, pois, colocados hoje frente a impasses de difcil soluo. Tantas so as suspeitas e temores quanto aos efeitos psi, que os prprios profissionais da rea tm, em muitos casos, assumido a posio de que a psicologia se tornou invivel e deve desaparecer. As referncias objetivantes ou antropolgicas, quando priorizadas pela psicologia, de fato no deixam sadas, tornando urgente o encontro com outros referenciais que possibilitem respirar novos ares. O pensamento de Kierkegaard e o de Foucault surgem como intercessores em face desse horizonte sombrio. Os dois filsofos se dedicaram a tornar o homem atento a si e ao mundo, priorizando sadas singulares e criativas em lugar da reproduo dos modos de ser hegemnicos que ameaam igualar tudo e todos. Desnaturalizadores do presente e avessos s grandes especulaes tericas sobre a vida, escreveram obras que preciso experienciar, mais do que simplesmente ler, a fim de captar-lhes a atmosfera e com elas operar. A partir dessa atitude, a psicologia experimental ou interpretativa pode dar lugar a uma psicologia experimentante, que acompanha o cotidiano ao invs de se colocar como uma curiosidade sem paixo. Tal psicologia segue de maneira interessada os movimentos da existncia e a apropriao pessoal da verdade, que deixa de ser transcendente, metafsica ou sonhada, e aparece encarnada nas lutas, receios, enganos, aes e tenses do dia-a-dia dos sujeitos de carne, osso e esprito. na tenso constituinte-constitudo que o sujeito se forja, seja ele lanado por Deus, como pensa Kierkegaard, seja, como prope Foucault, mergulhado nos esquemas e objetivaes que toma como naturais: a tarefa do sujeito tornar-se si mesmo, participando de forma mais livre da prpria constituio, exercendo de maneira refletida e tica a liberdade e transparecendo a si mesmo, ao invs de tomar como suas as determinaes que lhe so oferecidas. A presente tese visa, portanto, a estabelecer o dilogo entre Foucault e Kierkegaard, pelo vis da filosofia antiga, buscando inspirao para promover, no tempo presente, processos de subjetivao outros que os modos desesperados de ser, e prticas psicolgicas mais experimentantes e menos disciplinadoras.