22 resultados para Lispector, Clarice, 1920-1977. O mistério do coelho pensante Teses
em Biblioteca Digital de Teses e Dissertações Eletrônicas da UERJ
Resumo:
O corpus desta dissertao tem por objetivo a anlise das obras A Maior flor do Mundo de Jos Saramago, O Gato e o Escuro de Mia Couto e O Mistério do Coelho Pensante de Clarice Lispector para o pblico infantil. A anlise empreendida tem como referencial terico a Esttica da Recepo de Hans Robert Jauss e a Teoria do Efeito Esttico de Wolfgang Iser, correntes que figuram o leitor como elemento atuante no ato da leitura, convidando-o a mergulhar nas entrelinhas dos textos e preencher lacunas ou hiatos, deixados pelos autores que mobilizam o leitor a formular o que no foi dito atravs da imaginao. A linguagem das obras mencionadas age como instrumento de percepo do leitor e smbolo da infncia, pois, tornar-se-o prazerosa, fantstica e maravilhosa sem a funo disciplinadora e moralista que, anteriormente, inibia a criana de se expressar com liberdade. Ao trabalhar com conceitos como recepo, efeito, horizonte de expectativas e leitor implcito, busca-se explicar como se d a leitura e a sua insero no contexto das prticas culturais de produo de sentido. As obras estudadas contribuem para a formao de leitores crticos e reflexivos ao questionarem a linguagem literria diante das experincias da vida. As ilustraes das obras no se apresentam somente como simples complementao dos textos verbais, mas tambm, adquirem significados e expresses estticas
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Clarice Lispector foi uma das maiores escritoras brasileiras e, por essa razo, uma das mais estudadas. Muitas relaes se fizeram entre sua escrita e a de alguns dos principais cones da literatura mundial. Entretanto, o mesmo no aconteceu com seus textos produzidos aproximadamente a partir da dcada de 1970, a fico derradeira da autora. As obras produzidas principalmente durante essa dcada, com algumas consagradas excees, foram um tanto negligenciadas pela crtica. As pesquisadoras Marta Peixoto e Snia Roncador procuraram provar que a pouca ateno s obras da fico tardia da autora se deve ao fato de que as mesmas apresentam tendncias que vo contra as caractersticas do que Clarice produziu anteriormente, como se a escritora tivesse desejado criar um repertrio de formas que contradiziam sua produo de antes de 1970. Para demonstrar tal inteno de Lispector, este trabalho procura analisar as caractersticas do manuscrito Objeto gritante nunca publicado , o qual, aps uma srie de alteraes significativas, acabou por se transformar na obra gua viva. Caso o projeto do manuscrito no tivesse sofrido redirecionamentos substanciais, teria sido a primeira ocorrncia, em livro, das novas formas da escrita clariciana que comeavam a se manifestar naquela poca, mas que vieram a se consolidar nas suas obras posteriores
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Esta pesquisa analisa os romances A paixo segundo G.H. (1964), de Clarice Lispector e Malina (1971), de Ingeborg Bachmann, detendo-se nos conceitos de narrao e identidade, procurando estabelecer um ponto de contato entre os dois, visto que atravs da conscincia do ato narrativo que as personagens-narradoras dos dois romances podem dispor de elementos que as ajude a construir sua identidade. Os romances sero analisados como sendo exemplos de romance de formao do sculo XX, assumindo ento que o caminho percorrido pelas personagens G.H. e Eu seria uma trajetria formativa na qual conscientizam-se de si mesmas e amadurecem atravs do enfrentamento de conflitos existenciais. Os corpora desta dissertao foram escritas em um perodo limtrofe entre a literatura Modernista e Ps-Moderna, agregando em si caractersticas de ambas as pocas, destacados por um enredo denso e repleto de artifcios de linguagem que explicitam a conscincia narrativa das personagens-narradoras do romance. O objetivo desta dissertao , portanto, analisar a importncia da conscincia da narrativa de G.H. e Eu durante o seu processo formativo e porque a narrao cede lugar ao silncio nas obras de ambas as escritoras, ainda que de maneira distinta
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Este trabalho tem o objetivo de verificar as possveis articulaes com o conceito de angstia e gozo a partir da escrita de Clarice Lispector. Partimos do estudo do conceito de angstia nos textos de Sigmund Freud e Jacques Lacan, para pesquisar em seguida os modos de subjetivao da arte que esto em jogo na clnica, para isto abordamos o conceito de sublimao em Freud e Lacan. Adiante procuramos desdobrar os avatares da relao da arte com a psicanlise, a partir do conceito de unheimlich para Freud. A arte, segundo Lacan, nos d a ver o que de outro modo no se veria, mantendo o que h de inapreensvel no objeto. Samos, assim, da metfora do psicanalista como decifrador da arte para pensar a arte como aquilo que coloca questes ao psicanalista. Neste lugar estaramos mais na posio de catadores de migalhas, como afirma Lacan. No ltimo captulo abordo o conceito de gozo desenvolvido por Lacan ao longo dos seus seminrios e ao final lano mo da hiptese da escrita de Clarice como uma escrita gozante e proponho diferenci-la da escrita mstica
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Imagens de um corpo de mulher: (re)criaes na obra de arte de Clarice Lispector e Frida Kahlo uma pesquisa de ordem literria e filosfica, que tem como objetivo encontrar um corpo de mulher atravs da anlise de parte da produo literria de Clarice Lispector e plstica de Frida Kahlo, experimentada tambm pela pesquisadora no exerccio desta escrita acadmica. Com o mtodo comparativo, esta dissertao prope apresentar zonas fronteirias entre a plasticidade e a textualidade, tanto da palavra, quanto da imagem. Tendo como ponto de interseo o corpo, h uma escritora que pinta e uma pintora que escreve: neste duplo deslocamento, vislumbram-se cruzamentos das quais insurgem corporalidades cuja constncia estar em transformao. Nos processos criativos das duas artistas pesquisadas, so tnues os limiares entre vida e arte. Coloca-se em questo o conceito de representao, j h muito tempo em crise, e possibilita o uso do termo (re)criao. No livro gua Viva, de Clarice Lispector, uma personagem-pintora realiza uma metaescrita, discutindo as limitaes e os alcances do prprio ato de escrever. Nos quadros de Frida Kahlo, recorrente a presena de uma figura corprea marcada por procedimentos cirrgicos, fruto da condio enferma que acompanhou a artista por toda sua trajetria. Cada uma, a seu modo e a partir de seu prprio corpo vivente, produziu (re)criaes que implicam, em suas obras de arte, o leitor e o fruidor, inclusive a pesquisadora. Diante desse panorama, destacam-se os imbricamentos entre a Literatura e a Pintura, assim como entre a Arte e a Filosofia. Este trnsito no s aponta, mas tambm gera corpos potico-conceituais. A cintilao destes encontros, pois, o devir aqui estudado um corpo de mulher por vir
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Buscando compreender o que seria e a prpria possibilidade de uma experincia de existncia de modo autntico, o presente trabalho busca apresentar diferentes construes de tal experincia, escolhidas principalmente pela proximidade temtica e do contexto de produo. No campo da filosofia, ser apresentada a construo realizada pelo filsofo Martin Heidegger em Ser e Tempo, enquanto que no campo da literatura sero analisados traos das construes presentes em duas obras de Hermann Hesse O Lobo da Estepe e Sidarta e em duas obras de Clarice Lispector Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres e A Paixo Segundo G.H. Ele est dividido em trs partes. A primeira refere-se construo da experincia de existncia autntica em Ser e Tempo. Em seguida, sero analisados os quatro romances eleitos utilizando como referncia, mas no se limitando a, conceitos heideggarianos. Por fim, ser realizada uma anlise comparativa, quando sero contrapostas as ferramentas utilizadas em cada romance para apresentar tal experincia, e ento alguns desdobramentos possveis sero apresentados. Como principal questo que liga as obras estudadas, pode-se perceber que em todas elas est presente o ser quem se , modo no qual ocorre uma abertura prpria do ser que ns mesmos somos
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Muito j se disse sobre Clarice Lispector, muito h, no entanto, a se dizer ainda. Com este nosso trabalho, ousamos trilhar um caminho que nos parece duplamente pouco explorado: por um lado, nos debruamos sobre as pausas, as lacunas, as suspenses do dizer que se materializam em cortes no fio discursivo da literatura clariceana; mais especificamente nas interrupes que comparecem por meio de travesses, parnteses e a estendemos para a interrogao em A Hora da Estrela. Por outro lado, trazemos, para este nosso objetivo, uma abordagem discursiva, isto , temos como suporte terico-metodolgico a Anlise de Discurso cujos autores basilares so Pcheux e Orlandi. Esta autora, ao deslocar o estudo da pontuao do campo da gramtica para o domnio do discurso, considera a pontuao como o lugar em que o sujeito trabalha seus pontos de subjetivao, o modo como interpreta (Orlandi, 2005). A pontuao, vista discursivamente, abre fendas do no-dizer no dizer, trabalhando sua (in)completude. Os travesses, os parnteses e a interrogao, em Clarice, rompem repetida e sucessivamente a linearidade da lngua expondo seus vazios, seus meandros, seus impasses. Analisaremos o funcionamento discursivo desses trs sinais de pontuao no dizer do narrador de A Hora da Estrela, assim como investigaremos as posies-sujeito do narrador que se delineiam em cada funcionamento desses sinais: posio-sujeito de narrador onipotente/onisciente, posio-sujeito de narrador impotente e posio-sujeito de narrador vacilante. Para nosso trabalho, apoiamo-nos tambm nas reflexes tericas acerca da heterogeneidade da lngua, propostas por Authier-Revuz e trazemos o conceito de enunciao vacilante formulado por Paulillo. Podemos dizer que, nas incisas desta novela clariceana, jogam posies-sujeito que se polemizam, que se equivocam. Essas posies refletem uma narrativa que ora descreve a possibilidade de narrar, de descrever o outro, ora confessa a impossibilidade de capturar esse outro pela palavra: narrador vacilante, narrativa vacilante
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Analisar a fico gua Viva, de Clarice Lispector, o desafio desta dissertao, que integra autor, texto e leitor em uma discusso acerca de experincia esttica e estrutura textual. Partindo de conceitos desenvolvidos pela Teoria do Efeito Esttico, de Wolfgang Iser, o objetivo a ser atingido o de identificar as ferramentas utilizadas pela autora Clarice Lispector que fazem de seu texto potncia esttica a ser desencadeada pelo leitor no ato da leitura. Ao investigar a estrutura desta obra, encontram-se elementos que tornam vulnerveis concepes pr-estabelecidas acerca da literatura, abrindo-se em vazios constitutivos que convidam o leitor a participar da criao de significaes e da experimentao dos sentidos. A aproximao entre texto e artes plsticas, principalmente pintura, tem forte presena nesta obra, que provoca a formao de imagens no momento do contato com o texto, acontecimento em que se fundem tempo e espao para a irrupo do instante-j. Procurou-se, ainda, identificar tendncias comuns entre a produo deste texto de Clarice Lispector e os questionamentos presentes em outras manifestaes artsticas da poca, notadamente quanto ao carter transitrio que a arte dos anos 70 assume, fazendo com que o prprio movimento, a prpria transformao, tornem-se estrutura da arte de ento
Resumo:
Apoiados nos ensinamentos de Sigmund Freud e de Jacques Lacan, partimos de um pressuposto: as obras concebidas por Clarice Lispector no intervalo de tempo entre 1964 e 1973 colocam em evidncia a operao que inscreve o ser falante no campo da linguagem. Talvez por isso, nesse contexto, seja possvel perceber a consolidao de uma mudana em seu estilo, considerando que, de acordo com uma determinada vertente da crtica literria, existem pelo menos dois ciclos estilsticos ao analisarmos o conjunto da obra da escritora. Esses dois ciclos so determinados quando se opera uma toro na voz narrativa, que se desloca da terceira para a primeira pessoa. Essa toro tem como marco o livro A Paixo Segundo G.H. e se consolida em 1973, com o livro gua Viva. Supomos que a mudana no estilo de Clarice Lispector corresponde toro que engaja o ser falante nas vicissitudes do corpo, em sua origem. Assim, por povoar o mundo dos afetos que a repercusso de determinadas leituras nos leva seguinte constatao: haveria escritos cuja temporalidade remonta suspenso da fantasia, motivo pelo qual se prestam a transmitir o real da experincia de uma primeira inscrio, por via do encontro entre leitor e texto. Tratar-se-iam de escritos cuja temporalidade remete ao instante em que a morte se inscreve nas malhas corporais, resultantes do que escapa ao simblico, o real. Na intimidade do pulsional, tais prticas testemunham o momento em que a lngua materna (Lalangue) faz marca no corpo, desembocando no tempo da inscrio do trao unrio; o que permite ao sujeito falar, fazendo frente, por via de uma nomeao, falta de um significante no campo do Outro, . No decorrer do presente trabalho, vimos que Lacan, ao entrelaar saber inconsciente e poesia, assim o fez na tentativa de transmitir a fugacidade de um instante no qual o inconsciente aflora. Ao se colocar no lugar de agente da poesia, Lacan levado a especificar a verdade como sendo potica, situando a poesia como fundamentalmente ligada ao seu estilo e transmissibilidade da psicanlise. Com Clarice Lispector, algo se transmite. E foi com ela que retomamos importantes textos de Jacques Lacan sobre o tema da escrita, dentre os quais, a lio sobre Lituraterra e o seminrio Le sinthome. Acompanhamos o seu percurso a respeito do trao unrio, desde o seminrio da identificao, deixando-nos interrogar sobre a potncia de uma imagem que est para alm do que representvel. Por isso, ao final de nosso trabalho, enfatizamos o estatuto de uma escrita que se produz por via de um ato que conjuga o trao unrio ao objeto a em sua vertente olhar.
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A partir de consideraes tericas que apontam a falta de um significante especificamente feminino, inversamente ao homem que encontra no falo um significante que o represente, e tendo em vista questes suscitadas na clnica a respeito da angstia presente nas relaes estabelecidas entre mes e filhas, este trabalho busca articular Desamparo e Feminilidade, de modo que teoria e clnica possam ser tecidas, compondo reflexes quanto aos efeitos sofridos pela mulher diante da conseqente proximidade com o real, bem como as possibilidades que a mulher procura criar atravs da feminilidade para se reinventar continuamente. A fim de ilustrar o que est sendo proposto, a escrita prosaica e potica de Clarice Lispector vem contribuir com a reflexo sobre certos modos de subjetivao do feminino, bem como com a possibilidade de encontros com a psicanlise, conferindo lugar de destaque como autora da figura feminina ao simbolizar a mulher em suas constantes indagaes e que, em sua incompletude, revela atravs de Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres a construo de sua prpria verdade.
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Reconhecendo a pluralidade das representaes acerca dos relacionamentos amorosos, o presente estudo tem como objetivo verificar o conceito de amor existente em produo impressa, averiguando se h uma forma de relacionar-se privilegiada atualmente por instrumento miditico voltado para a juventude. Para tanto, conta com as contribuies da Lingustica Cognitiva, em especial da Teoria da Metfora Conceptual (Lakoff e Johnson, 1980 e 1999; Kvecses, 2000, 2002 e 2005), estabelecendo um dilogo desta com estudos da Sociologia e da Antropologia (Giddens, 1993; Bauman, 2001, 2004 e 2005; Almeida e Tracy, 2003; Arajo e Castro; 1977; Rezende e Coelho, 2010, entre outros) que tm como foco as emoes e/ou os relacionamentos amorosos. Anteriormente contemplada como mero ornamento da linguagem, a metfora passa a ser considerada um fenmeno cognitivo, fruto das experincias compartilhadas por um determinado grupo de pessoas. Desse modo, seu estudo possibilita um melhor entendimento sobre os seres humanos e seus sentimentos, e auxilia a enxergar criticamente como grupos sociais enquadram o mundo. No processo de anlise das metforas e dos modos de conceptualizao do amor, foram fundamentais os estudos scio-antropolgicos mencionados, os quais permitiram uma visualizao mais ampla dos comportamentos amorosos contemporneos. O corpus foi constitudo por artigos da Revista Capricho, selecionados durante doze meses, que trataram sobre relacionamentos amorosos. Nas edies consideradas, as metforas indicavam, em sua maioria, a conceptualizao do amor a partir de um negcio e de uma viagem, confirmando a viso de uma sociedade pautada pelas relaes de mercado e utilitarista, assim como o imperativo do movimento ao que os jovens, em especial, encontram-se submetidos. Houve tambm espao para outras conceptualizaes, nas quais, igualmente, os relacionamentos se mostram fluidos, imediatistas, com validade at o momento em que houver convenincia. Assumir um compromisso significaria abrir mo de um prazer imediato e da liberdade individual em funo do outro, um risco muito grande, que no vale a pena a ser corrido diante da incerteza do futuro
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Esta tese de doutoramento tem como objeto as experincias de atores e atrizes na criao e apresentao de monlogos no Rio de Janeiro, a partir de 2006. Esta experincia artstica refletida aqui a partir de questes clssicas das Cincias Sociais sobre o indivduo moderno, tais como as da singularidade, autenticidade e originalidade. A questo da autoria de tais monlogos relacionada a perspectivas ligadas ideologia individualista ocidental, tais como as da autonomia artstica e construo de si, nas complexas imbricaes entre o artista (ator/indivduo criador) e sua obra (monlogo/performance/encenao/texto). O monlogo visto como um amplo projeto artstico, que abrange a experincia de sua elaborao, produo, apresentao e repercusso torna-se um objeto processual de autorreflexo do artista sobre si mesmo e sobre o mundo. O monlogo pode ser visto como uma experincia artstica pessoal, onde a perspectiva autoral posta em primeiro plano, dinamizando e realimentando aspectos associados crena em um modelo de indivduo que se expressa por um sujeito capaz de se autodefinir, mas que, neste contexto, encontra expresses particulares. Para esta abordagem, analiso trs experincias monolgicas: O Animal do Tempo, protagonizada pela atriz Ana Kfouri; A Alma Imoral, adaptada e protagonizada por Clarice Niskier; e Anticlssico: uma desconferncia ou o enigma vazio, concebida e encenada pela atriz Alessandra Colasanti.
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Esta tese tem como proposta uma leitura de aspirao ensastica da correspondncia entre os escritores Carlos Drummond de Andrade e Mrio de Andrade durante o Modernismo, entre 1924 e 1929, com destaque para a afirmao da identidade do poeta brasileiro em sua relao com o nacionalismo. A correspondncia, abordada como dilogo epistolar, analisada cronologicamente, relacionando os temas propostos produo artstica dos escritores. A troca de opinio sobre originais dos prprios autores um dos focos da anlise do texto, em especial as cartas que envolvem a gnese do livro Alguma poesia, publicado por Carlos Drummond de Andrade em 1930. As cartas tm como antecedente o cuidado de si, oriundo da cultura greco-romana, exercido pelos antigos filsofos como um exerccio espiritual e de reflexo sobre o cotidiano. Desse modo, a partir do convite epistolar de devotar-se ao Brasil feito por Mrio, Carlos elabora poemas como respostas, em um dilogo que ganha permanncia potica
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A transmisso inter-geracional diz respeito passagem de um patrimnio familiar que se constitui de modo complexo,visto envolver elementos de distintas ordens, agregando valor material e simblico. Os bens materiais, compreendidos no espao domstico, prestam-se particularmente bem a expressar a forma como os integrantes do grupo familiar se relacionam, permitindo perceber seus sentimentos e interesses, conflitos e alianas. Todavia, as coisas de famlia tambm dizem respeito dimenso no material, relacionando valores e padres de ordenamento de mundo. Herda-se. No uma nica herana; no um nico e simultneo movimento de dar e receber. A herana a ser transmitida de uma gerao a outra diz respeito a conjunto de elementos que renem desde o patrimnio gentico at conhecimento nem sempre revelado, direta e explicitamente, constituindo a esfera do segredo e do indizvel. As fotografias de famlia esto aqui sendo trabalhadas no sentido de buscar formas de alcanar tal universo de elementos fragmentados, relacionando memria e identidade familiar.
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Atualmente, o material utilizado para o tratamento endoscpico o Deflux, porm este um material no-biolgico. Sabe-se que a substncia ideal deve ser atxica, biocompatvel, no-migratria, no-antignica e deve causar o mnimo possvel de inflamao no local do implante. A bactria Zoogloea sp. produz um exopolissacardeo celulsico (CEP) com baixa citotoxicidade e alto biocompatibilidade. O objetivo deste estudo investigar, na bexiga de coelho, a biocompatibilidade de implantes de exopolissacardeo de celulose, produzidos pela Zooglea sp. Foram utilizados como modelo experimental, 20 coelhos adultos da raa Califrnia, com mdia de seis meses de idade. Os animais foram divididos em dois grupos, sendo o grupo G1, composto por animais mortos trs dias aps a aplicao do implante (n=9), e o grupo G2, composto por animais mortos trs meses aps a aplicao do implante (n=11). Cada animal recebeu, no total, quatro implantes, sendo dois de gel de biopolmero e dois de gel Deflux. Foram realizadas as tcnicas imunohistoqumicas para marcao de colgeno tipos I e III, alfa-actina de msculo liso, PCNA e reao qumica TUNEL. Nas amostras de trs dias, os implantes de CEP e deflux, eram estruturalmente homogneos e livres de clulas inflamatrias ou vasos sanguneos. Por outro lado, nas amostras de trs meses, com exceo de algumas reas, o CEP estava organizado como feixes curtos que eram sugestivos de um tecido fibroso. Apesar disso, o implante de CEP corou negativamente para colgenos tipos I e III, fibras elsticas, enquanto que o tricrmico de masson, no indicou a presena de colgeno. Em contraste as reas de implante de deflux nas amostras de trs meses estavam fragmentadas, mas ainda eram homogneas, e ainda no havia nenhuma clula nem vaso sanguneo em seu interior. As clulas positivas para PCNA podiam ser claramente percebidas dentro dessas ilhotas, dessa forma indicando um processo inflamatrioproliferativo, em curso. No grupo sacrificado aos trs meses, os implantes de deflux ainda estavam negativos, mas em torno das reas de CEP algumas clulas positivas para a tcnica do TUNEL eram perceptveis. Nos implantes de CEP de trs meses, muitos vasos sanguneos eram visualizados, e a sua densidade era de 23.865.48. A densidade de microvasos na lmina prpria (41.5111.19) foi significativamente diferente (p<0.001) daquela no implante de CEP. Nossos resultados mostraram que o CEP possui pouca imunogenicidade e se integra melhor no tecido hospedeiro quando comparado ao deflux. Portanto o CEP deve ser um material eficiente em casos em que a incorporao ao tecido desejada como por exemplo em estruturas de suporte na cirurgia de reconstruo