191 resultados para Ensino normal Juiz de Fora (MG)
Resumo:
Investigar a forma como a Congregao da Escola Normal se legitimou no cenrio poltico-educacional nos ltimos anos do sculo XIX e nos primeiros anos do sculo XX o objetivo de meu estudo. Surgida no Regulamento de criao da Escola Normal a Congregao, era composta pelos professores da instituio que ministravam aulas no curso de formao de professores para as escolas pblicas primrias da cidade do Rio de Janeiro. Estes professores eram intelectuais de procedncias diversas, com experincia educacional, que se reuniam em sesses, sob a presidncia e convite do Diretor da Escola Normal. A legitimao da Congregao foi conquistada pelo Regulamento de 1880, outorgado pelo Governo Imperial e, face ao trabalho e experincia dos congregados frente desta instituio durante todo um ano, foi-lhes conferido ainda mais poder poltico, pela elaborao de um novo Regulamento para a Escola Normal, criando-se, ento, um grupo diferenciado formado no campo intelectual, pelo conhecimento da formao de professores primrios. A Congregao foi extinta em 1888. (Re) conquistando a legitimidade foi criado o Regulamento de 1890, elaborado por Benjamin Constant Botelho de Magalhes, ex- congregado, ex- presidente da Congregao por cinco anos consecutivos e na Repblica ocupando o cargo de Ministro da Instruo Pblica, Correios e Telgrafos. Esta pesquisa foi instigada por alguns documentos, ainda no investigados, do Centro de Memria Institucional do Instituto Superior de Educao do Rio de Janeiro, que possibilitaram conhecer a ao poltica- educacional desses intelectuais da Congregao. Tais fontes, confrontadas com outras de vrias instituies de guarda de memria, possibilitaram uma viso no s da ao dos congregados, como de sua rede de sociabilidade dentro e fora da Escola Normal, assim como sua procedncia, as estratgias utilizadas como instrumento poltico e o papel de Benjamin Constant Botelho de Magalhes, lder mais antigo deste grupo. A interveno poltica da Congregao, advinda do trabalho realizado na Escola Normal, possibilitou que criassem uma autoimagem de executores do processo civilizador em curso no final do Imprio e incio da Repblica. Os embates travados por este grupo mostram a defesa intransigente da legitimao e o uso de instrumentos prprios da intelectualidade para no perd-la outra vez.
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A sociedade na qual vivemos vem passando por grandes transformaes que influenciam os modos de construir conhecimentos e veicular informaes, as formas de se relacionar com o outro, a maneira de perceber o mundo e a si mesmo no mundo. Estas mudanas so marcadas pela interatividade, pela conectividade, pela velocidade, pela multilinearidade, pela complexidade e pela fragmentao to presentes na cultura digital. Os jovens, nascidos em meio a estas transformaes, vivenciam essas marcas em suas prticas culturais cotidianas, construindo uma nova lgica que orienta seu modo de perceber e agir na sociedade. No entanto, ao mesmo tempo em que os jovens orientam suas aes a partir dessa lgica que chamo nesse trabalho de cibercultural, vivenciam uma lgica linear na escola, o que acaba por produzir um hiato entre as culturas juvenis e a cultura escolar. Buscando contribuir para a construo de prticas pedaggicas mais concernentes s necessidades dos jovens contemporneos, este estudo se props investigar o papel mediador das tecnologias digitais nos processos de ensino-aprendizagem. O estudo foi desenvolvido em uma escola de Ensino Mdio Integrado, na zona norte do Rio de Janeiro, na qual os alunos tm acesso, em perodo integral, s disciplinas do currculo do MEC integradas s disciplinas de formao tcnica voltadas s tecnologias digitais. Este projeto fruto de uma parceria da Secretaria de Educao do Estado do Rio de Janeiro com um instituto privado, cujo objetivo construir um espao de pesquisa e de inovaes em educao. A pesquisa se configurou como um estudo de caso, embora algumas reflexes possam contribuir para debates mais amplos em educao. O estudo apoiou-se terico-metodologicamente nos Estudos Culturais Latino-americanos (Martn-Barbero e Canclini), que trazem contribuies para pensar o papel das mediaes nos processos de recepo dos meios comunicacionais. Baseia-se, tambm, nos estudos sobre juventude (Dayrell e Carrano) que ajudaram a construir um olhar para os jovens pesquisados a partir do lugar ativo e protagonista de suas prticas dentro e fora da escola. Complementando estes aportes tericos, o trabalho se fundamenta, ainda, nos estudos sobre a relao dos sujeitos com os ambientes virtuais ou ciberculturais (Lvy, Lemos e Santaella). As entrevistas realizadas com jovens e professores da escola e as observaes em sala de aula foram exerccios de alteridade e exotopia, inspirados em Mikhail Bakhtin. O trabalho foi tecido numa perspectiva dialgica, buscando trazer para o texto impresso as experincias vividas no campo e os debates desencadeados a partir dessas experincias, propondo alguns caminhos para contribuir com uma escola mais significativa aos novos tempos.
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Este trabalho teve como objetivo discutir, com os professores e alunos de uma escola pblica de ensino mdio do Rio de Janeiro, algumas questes relacionadas com suas prticas e concepes sobre leitura, a partir das imagens fotogrficas produzidas ao longo da pesquisa. As diferentes concepes do ato de ler, a relao da leitura literria e de outros tipos de leitura com as novas tecnologias, o papel da escola valorizando, ou no, o acesso aos diferentes suportes de leitura, foram alguns dos temas discutidos ao longo da realizao da pesquisa. Roger Chartier indicou o quadro mais amplo, atravs do qual a leitura foi compreendida como uma prtica cultural, realizada em diferentes suportes, sujeita a diferentes gestos, espaos e hbitos e, logo, sujeita a diferentes apropriaes e avaliaes, acentuando a impossibilidade de que ela seja abordada de forma abstrata, universal. Inicialmente, a estratgia de pesquisa havia se baseado na confeco de um vdeo pelos alunos sobre o tema da leitura. Como esta estratgia no aconteceu da forma esperada, optou-se por fazer uso de imagens fotogrficas. Os sujeitos da pesquisa foram convidados a produzir imagens que no seu entender estivessem relacionadas ao tema da leitura. As imagens produzidas pelos sujeitos proporcionaram o ponto de partida para a realizao das entrevistas. No decorrer do trabalho a produo das imagens trouxe importantes contribuies tanto do ponto de vista da discusso das relaes entre o pesquisador e os sujeitos da pesquisa, do prprio fazer da pesquisa, quanto em relao s discusses dos temas relacionados leitura. Etiene Samain, Miriam Moreira Leite, Boris Kossoy, Jos de Souza Martins, foram alguns dos referenciais tericos que permitiram discutir o uso da imagem na pesquisa, superando seu carter de cpia da realidade, de prova, ou de ilustrao ao texto. A discusso sobre o uso da imagem foi includa em uma analise sobre as questes terico-metodolgicas relacionados ao uso das estratgias etnogrficas de pesquisa, sistematizadas a partir da contribuio de autores como George Marcus, James Clifford e Joanne Passaro. Sendo uma pesquisa realizada no prprio local de atuao profissional do pesquisador, a discusso sobre a construo de sua identidade e sobre a dimenso tica da pesquisa ganhou algum destaque a partir das reflexes de Mikhail Bakhtin. Ao longo da pesquisa foi percebido que o discurso escolar sobre a leitura, tradicionalmente entendido como sendo associado extrema valorizao da leitura literria, no se apresentou na escola estudada, nem como indicao abstrata nem como prtica concreta. Construdo na relao com alunos e professores, esse dado foi analisado com base nas reflexes de Walter Benjamin sobre o declnio das condies de produo e recepo da leitura literria. Benjamin tambm serviu de base anlise de algumas das caractersticas da leitura e da escrita na contemporaneidade, marcadas pelo fluxo contnuo, por sua rapidez. Com o auxlio de Lcia Santaella, foram discutidos os suportes contemporneos da leitura, os distintos tipos de leitor a eles relacionados, bem como as diversas formas de apropriao da leitura por parte dos sujeitos. Ao longo do estudo percebeu-se que a multiplicidade dos percursos e das prticas escolares de leitura dos jovens pesquisados no se deve apenas as suas marcas subjetivas e identitrias, sendo relacional tanto diversidade dos percursos e prticas de leitura dos professores, quanto s diferenas entre os lugares da escola em que a leitura acontece. Esse achado aponta para a impropriedade do discurso que, sem levar em conta as inmeras configuraes que a leitura pode assumir nas escolas, conclui que na escola a crise da leitura norma.
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A disfuno ertil (DE) tem alta prevalncia entre hipertensos e tem sido considerada marcador precoce de risco cardiovascular. A presena e gravidade da DE bem como a resposta clnica aos inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (PDE5) parecem depender da biodisponibilidade do xido ntrico (NO) endotelial e da extenso da doena aterosclertica. O objetivo deste estudo foi avaliar a resposta clnica da vardenafila usada em dois regimes teraputicos em hipertensos com DE vasculognica e sem doena cardiovascular maior, correlacionando a gravidade da DE e a eficcia da vardenafila com dados antropomtricos, laboratoriais, escore de risco cardiovascular e parmetros vasculares funcionais e estruturais. A resposta clnica vardenafila nos dois regimes foi avaliada conforme o percentual de respostas positivas questo 3 do Perfil do Encontro Sexual (PES3). Os parmetros vasculares considerados foram a espessura mdio-intimal (EMI) da cartida comum, a dilatao mediada pelo fluxo (DMF) da artria braquial e a dilatao nitrato-mediada (DNM). Foram includos 100 homens hipertensos com idade entre 50 e 70 anos, sendo 74 portadores de DE vasculognica e 26 com funo ertil normal que serviram de grupo controle. Nos pacientes com DE, o ndice de massa corporal, relao cintura-quadril, EMI da cartida, nveis sricos de triglicerdeos, colesterol total e LDL foram significativamente maiores que no grupo controle. Aps o uso de vardenafila on demand (fase 1), os pacientes com mais de 50% de respostas positivas ao PES3 ou 50% de respostas afirmativas e um incremento de 6 pontos ou mais em relao ao ndice Internacional de Funo Ertil (IIEF-FE) basal e/ou resposta positiva a Questo de Avaliao Global (QAG), foram considerados respondedores. O escore do IIEF-FE basal se correlacionou negativamente com a EMI da cartida (r=-0,48, P<0,001) e com o escore de Framingham (r= -0,41, P<0,001) no grupo com DE. Houve forte correlao positiva entre a resposta clnica vardenafila com a DMF (r= 0,70, P<0,001), que no se observou entre o sub-grupo de diabticos. Os 35 pacientes considerados no-respondedores na fase 1 foram randomizados e, em desenho duplo-cego, receberam vardenafila ou placebo diariamente durante cinco semanas, podendo usar 10 mg de vardenafila uma hora antes da atividade sexual (fase2). Houve resposta clnica positiva em 38,8% dos que receberam a vardenafila na fase 2 e esta resposta se correlacionou com a frequncia sexual (r= 0,68, P<0,01) e com o escore de Framingham (r= -0,65, P<0,01), com a EMI da cartida (r= -0,61, P=0,01) e com o LDL-colesterol (r= -0,64, P<0,01). A vardenafila foi bem tolerada em ambos os regimes teraputicos. Conclumos que nessa amostra de hipertensos, a gravidade da DE foi relacionada a parmetros vasculares estruturais (EMI), enquanto a resposta clnica vardenafila on demand foi mais diretamente dependente da funo vascular momentnea (DMF). Houve benefcio na utilizao de vardenafila diariamente com o objetivo de resgatar a eficcia do inibidor quanto melhora do desempenho sexual. A falta de eficcia clnica ao inibidor da PDE5 em ambos os regimes teraputicos pode servir como marcador clnico que identifica homens hipertensos com um risco cardiovascular aumentado.
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A Gesto Pblica tem incorporado boas prticas de administrao mediante foco no resultado eficiente e na transparncia. A utilizao de indicadores de desempenho exerce um papel fundamental para espelhar a real situao do rgo e suas possibilidades de melhoria. No caso especfico das universidades federais, o Tribunal de Contas da Unio (TCU) estabeleceu um conjunto de nove indicadores a serem medidos por essas unidades e divulgados atravs de seus relatrios de gesto. A dificuldade interpretativa advinda de visualizar, simultaneamente, esses critrios avaliativos contidos nesse conjunto e suas interdependncias, fomentou a elaborao desta pesquisa. O estudo objetiva analisar e sintetizar o conjunto de indicadores de desempenho, atinentes a 53 universidades federais, referentes aos anos de 2008 a 2010, a fim de identificar um modelo de simplificao para auxiliar os controles interno e externo. A metodologia utilizada a da Anlise Fatorial, uma tcnica estatstica multivariada de interdependncia, e pouco explorada em pesquisas anteriores nessa temtica, alm de testes de regresso linear e da Anlise Envoltria de Dados (DEA), esta j amplamente utilizada na literatura, a fim de possibilitar ratificar as associaes e interpretaes dos resultados. Os testes mostraram uma aderncia satisfatria da tcnica aos dados coletados, permitindo identificar dois fatores que pudessem explicar 61,8% do conjunto informacional original. Com ratificao da DEA, esses fatores foram associados ao desempenho e ao custo, e a relao entre os dois foi interpretada como um ndice de eficincia. O fator atrelado ao desempenho foi intitulado o indicador sumarizado de todo o conjunto estabelecido pelo TCU, tendo sido encontrado correlao alta e significativa com o Ranking Universitrio Folha, mostrando que eles possuem semelhantes poderes discriminantes, mesmo tendo sido oriundos de bases de clculo distintas. Ademais, destacam-se os seguintes resultados complementares: 1) Embora o custo influencie para o desempenho das universidades federais, ele no preponderante, mas os indicadores de envolvimento com a ps-graduao e qualificao do corpo docente so os mais relevantes; 2) Os indicadores de resultado no sofrem muita influncia do custo, sobretudo o de recursos humanos (funcionrios), mostrando que de uma maneira geral h ineficincia na gesto de pessoal das universidades; 3) A utilizao da DEA mostrou que a escolha das variveis realmente pode redundar em resultados distintos e no correlatos significativamente, apresentando uma limitao quanto certificao dos escores de eficincia obtidos.
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Unidades de conservao da natureza sofrem historicamente de problemas envolvendo, por exemplo, administrao pblica e legitimao popular, o que reflete quadros de ineficincia e conflitos locais em vrios nveis. Nesse contexto, a rea de Proteo Ambiental de Petrpolis (APA Petrpolis) abordada, com o objetivo de se prover um quadro analtico sobre a sustentabilidade regional e a percepo popular acerca da proposta de da APA Petrpolis, usando mtodos em percepo ambiental focada nos segmentos universitrios. A tese se divide em trs momentos analticos: primeiramente, so apresentados os contextos histricos, sociais e polticos locais da paisagem, no mbito da criao da APA Petrpolis e das contradies acerca do funcionamento do modelo, sob um referencial terico que engloba polticas locais, manejo de unidades de conservao, conflitos ambientais e participao social. Em segundo lugar, analisou-se a percepo ambiental de 606 alunos universitrios (por meio de questionrios) e sete professores e gestores das universidades participantes (por meio de entrevistas) na APA Petrpolis, buscando fenmenos e caractersticas especficas das subjetividades inerentes a tais grupos. Por fim, apresenta-se concepes teis para a organizao de alternativas tericas e prticas para uma educao ambiental emancipatria e transformadora voltada para a realidade dos segmentos universitrios da APA Petrpolis. Os resultados envolvem a exposio de um complexo contexto histrico e poltico que traduz a parca funcionalidade deste modelo de conservao da paisagem. O planejamento territorial da cidade, o prprio contexto de criao da unidade e o cenrio poltico regional so aspectos que contribuem para a baixa funcionalidade da APA. Os questionrios evidenciam uma percepo superficial dos problemas ambientais de Petrpolis, assim como um baixo reconhecimento da APA. As entrevistas, de outra maneira, evidenciam dois fenmenos: a naturalizao das questes sociais e a invisibilizao das questes ambientais. As alternativas tericas e metodolgicas apresentadas para abordar as questes ambientais da APA Petrpolis para os universitrios envolvem o conceito de alfabetizao ecolgica e a formao de sujeitos ecolgicos, como diretrizes para uma educao voltada para a sustentabilidade regional.
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Desde longa data, o ensino superior brasileiro vem sendo alvo de muita polmica e questionamentos por causa, principalmente, da questo da sua democratizao. A origem tardia da universidade brasileira, associada ao carter elitista, faz com que este nvel de escolarizao esteja sendo questionado sempre pela incapacidade de absorver toda a demanda existente. Visando a superao dessa situao, lutas histricas foram e vm sendo travadas, importantes intelectuais, o movimento estudantil, as associaes de docentes e de tcnicos em educao, cada um a seu modo, vem cobrando a abertura da universidade pblica a setores da sociedade at ento dela excludos. Neste nterim, tem sido importante a contribuio dos movimentos sociais negros que introduziram nesse debate a exigncia de polticas de ao afirmativa (PAA), com vista incluso desse segmento no ensino superior pblico. Portanto a PAA figura como um novo ingrediente na luta pela democratizao do ensino superior. A reivindicao pelas aes afirmativas ganhou espao e relevncia, ao ponto de ser reconhecida pelo governo e traduzida em posicionamento favorvel do Brasil na Conferncia de Durban de 2001. A partir de ento, o debate aprofundou no pas. Como resultado, diversas instituies de ensino superior (IES), por fora de leis ou motivadas por decises de seus conselhos superiores, adotam alguma modalidade de poltica de ao afirmativa: cota, reserva de vaga, bnus, etc. Nesse contexto, a Universidade Federal de Ouro Preto, no ano de 2008, por meio do seu Conselho de Ensino, Pesquisa e Extenso (CEPE), decidiu assegurar que30% das vagas, em cada um dos seus cursos de graduao, deveriam ser ocupadas por estudantes egressos de escolas pblicas. A Poltica de Ao Afirmativa da UFOP , portanto,o objeto de estudo dessa dissertao, que procurou identificar se tal medida pode ser considerada uma contribuio para o processo de democratizao do ensino superior. A pesquisa realizada analisou o perfil socioeconmico e cultural e a trajetria acadmica de estudantes que ingressaram na UFOP no ano de 2009, considerando-se a sua condio de participante ou no da PAA. A constatao foi a de que, ainda que modestamente e a despeito da necessidade de ajustes que a mesma possa requerer, o perfil dos estudantes da UFOP vem se alterando: pessoas oriundas de segmentos antes pouco representados esto se beneficiando com a ampliao dos cursos de graduao da instituio
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Os diamantes so minerais raros e de alto valor econmico. Estes minerais se formam em condies mantlicas, numa profundidade aproximada de 150 a 200 km e ascendem superfcie englobada em magmas alcalinos e carbonatticos, nos kimberlitos e lamproitos (depsitos primrios). No presente trabalho objetivou-se o estudo da geometria do Kimberlito Rgis, o qual pertence provncia alcalina do Brasil Meridional, localizado no estado de Minas Gerais, na cidade de Carmo do Paranaba. Para este estudo foi realizada uma inverso gravimtrica 3D e uma modelagem utilizando dados de gravimetria e os resultados dos estudos de magnetometria (Menezes e La Terra, 2011) e CSAMT (La Terra e Menezes, 2012). As anomalias Bouguer e magntica foram ento modeladas a partir de um resultado CSAMT, apresentando como resultado um conduto vulcnico com cerca de 2800 metros de profundidade e 200 metros de largura. J o resultado da inverso mapeou um corpo com forma de cone invertido, apresentando contrastes de densidade negativos. A metodologia de integrao de mtodos geofsicos mostrou-se eficiente para estudos exploratrios de kimberlitos, apresentando rapidez e baixo custo quando comparados com os mtodos tradicionais.
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Esta tese versa sobre a histria da implantao de uma reforma de ensino implementada durante dois governos petistas no municpio de Chapec, Santa Catarina. No desenvolvimento do texto busco, a partir das falas coletadas em entrevistas realizadas com professoras, analisar os efeitos produzidos no cotidiano docente a partir da referida reforma. Inicio o trabalho apresentando diversos momentos da histria poltica e educacional brasileiros nos quais diferentes reformas de ensino foram realizadas, apontando as inter-relaes existentes entre as polticas governamentais e as polticas de educao. Em seguida, apresento o cenrio especfico Chapec no qual ocorreu a reforma estudada. Neste ponto procuro apresentar a constituio poltica do municpio e discutir a novidade que um governo, considerado progressista, pode trazer para o campo da educao. Ao final analiso as entrevistas apontando e discutindo os efeitos que a reforma do ensino provocou, a partir das consideraes feitas pelas professoras. Partindo de uma perspectiva transdisciplinar busco, auxiliada por referncias das cincias humanas e sociais (poltica, histria, sociologia, economia, psicologia) e da filosofia da diferena, compor um dispositivo metodolgico que abarque a complexidade da temtica proposta. Concluo o trabalho considerando que os efeitos produzidos pela citada reforma de ensino foram variados e s devem ser considerados em sua provisoriedade.
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No mbito do ensino-aprendizagem de lnguas adicionais, pesquisas acerca do desenvolvimento da oralidade tm demonstrado que se trata de um fenmeno multidimensional. Nakatani (2010) mostrou que o domnio de estratgias comunicacionais so indicadores de desempenho lingustico e se relacionam com a proficincia do aprendiz; Kang, Rubin e Pickering (2010) observaram que os traos fonolgicos afetam a percepo sobre inteligibilidade e proficincia; Hewitt e Stephenson (2011), e Ahmadian (2012) indicaram que as condies psicolgicas individuais interferem na qualidade da produo oral. Escribano (2004) sugeriu que a referncia contextual essencial na construo de sentido; Gao (2011) apontou os benefcios do ensino baseado na construo do sentido, a partir de metforas conceptuais (LAKOFF e JOHNSON, 1980), codificao dupla (CLARK e PAIVIO, 1991) e esquemas imagticos (LAKOFF, 1987); e Ellis e Ferreira-Junior (2009) demonstraram que as construes exibem efeitos de recncia e priming, afetando o uso da linguagem dos parceiros interacionais. Tais estudos apontam para a natureza complexa da aquisio de L2, mas o fazem dentro do paradigma experimental da psicolingustica. J Larsen-Freeman (2006), demonstra que a fluncia, a preciso e a complexidade desenvolvem-se com o tempo, com alto grau de variabilidade, dentro do paradigma da Teoria da Complexidade. Em vis semelhante, Paiva (2011) observa que os sistemas de Aquisio de Segunda Lngua (ASL) so auto-organizveis. Esses trabalhos, no entanto, no abordaram aprendizes de L2 com proficincia inicial, como pretendo fazer aqui. Tendo como referenciais tericos a Teoria da Complexidade e a Lingustica Cognitiva, o presente trabalho apresenta um estudo de caso, qualitativo-interpretativista, com nuances quantitativos, que discute os processos de adaptao que emergiram na expresso oral de um grupo de aprendizes iniciantes de ingls como lngua adicional no contexto vocacional. Parte do entendimento de que na sala de aula vrios (sub)sistemas complexos coocorrem, covariando e coadaptando-se em diferentes nveis. A investigao contou com dados transcritos de trs avaliaes coletados ao longo de 28 horas de aula, no domnio ENTREVISTA DE EMPREGO. Aps observar a produo oral das aprendizes, criei uma taxonomia para categorizar as adaptaes que ocorreram na sintaxe, semntica, fonologia e pragmtica da lngua-alvo. Posteriormente organizei as categorias em nveis de prototipicidade (ROSCH et al, 1976) de acordo com as adaptaes mais frequentes. Finalmente, avaliei a inteligibilidade de cada elocuo, classificando-as em trs nveis. A partir desses dados, descrevi como a prtica oral dessas participantes emergiu e se desenvolveu ao longo das 28 horas. Os achados comprovam uma das premissas da Lingustica Cognitiva ao mostrarem que os nveis de descrio lingustica funcionam conjuntamente em prol do sucesso comunicacional. Alm disso, demonstram que a funo do professor, como discutem LARSEN-FREEMAN e CAMERON (2008), no gerar uniformidade, mas sim oportunizar vivncias que estabeleam continuidade entre o mundo, o corpo e a mente
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Este estudo se insere em uma abordagem Ps-estruturalista. Nele, o conceito de discurso desenvolvido por Laclau utilizado como categoria de anlise para investigar o processo de legitimao do saber cientfico. O conceito de recontextualizao por hibridismo proposto por Lopes (2005; 2006a) orienta a anlise dos discursos produzidos nos diferentes contextos de produo curricular, a partir da abordagem do ciclo de polticas desenvolvida por Bowe, Ball e Gold (1992)e Ball (1994). No trabalho, so identificadas as demandas articuladas nos discursos de uma comunidade de pesquisadores que tm investigado o ensino de cincias nos anos iniciais do Ensino Fundamental. O estudo tambm apresenta uma reflexo produzida a partir de dados reunidos em uma pesquisa de cunho etnogrfico,realizada em duas escolas da rede municipal de ensino do municpio do Rio de Janeiro. As anlises indicam que o discurso educacional sobre o ensino de cincias expressa sentidos em disputa que oscilam entre a incorporao de novos paradigmas de cincia e de currculo e a manuteno de marcas que procuram preservar a cincia como conhecimento superior, contribuindo para a reafirmao dos princpios racionais que esto na base de constituio da escola como instituio da modernidade e associadas ao processo de hegemonizao desse saber.
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Este estudo teve como objetivo analisar a sobrevida e fatores prognsticos para o cncer de mama feminino, com nfase no papel de variveis relacionadas aos servios de sade. Foram analisadas 782 mulheres com cncer invasivo da mama e submetidas cirurgia curativa, que realizaram tratamento cirrgico e/ou terapia complementar no municpio de Juiz de Fora, Minas Gerais, com diagnstico da doena entre 1998 e 2000. O recrutamento dos casos foi efetuado a partir de busca ativa nos registros mdicos de todos os servios de sade que prestam atendimento em oncologia na cidade. O seguimento foi realizado mediante retorno aos pronturios e complementado por busca no banco do Sistema de Informao sobre Mortalidade (SIM), contato telefnico e consulta de situao cadastral no Cadastro de Pessoas Fsicas (CPF). As principais variveis analisadas foram: cor da pele, idade ao diagnstico, tamanho do tumor, comprometimento de linfonodos, estadiamento, cidade de residncia e variveis relativas aos servios de sade, entre outras. As funes de sobrevida foram calculadas por meio do mtodo de Kaplan-Meier. Foi utilizado o modelo de riscos proporcionais de Cox para avaliao dos fatores prognsticos. No primeiro artigo, foi observada taxa de sobrevida especfica em cinco anos de 80,9%, sendo identificados tamanho tumoral e comprometimento de linfonodos axilares como importantes fatores prognsticos associados de forma independente sobrevida pela doena na populao de estudo (HR=1,99, IC95%: 1,27-3,10 e HR=3,92, IC95%: 2,49-6,16, respectivamente). No segundo artigo, quando consideradas as variveis relativas aos servios de sade, foi verificada pior sobrevida para as mulheres assistidas no servio pblico, embora com significncia limtrofe (p=0,05), e para aquelas que no tinham plano privado de sade, apesar de no significativa (p=0,1). As funes de sobrevida no ajustadas e estratificadas por natureza do servio de sade exibiram sobrevida mais desfavorvel para as mulheres no brancas e para os casos com nenhum ou menos de 10 linfonodos isolados somente no servio pblico, embora com significncias estatsticas apenas marginais (p=0,09 e p=0,07, respectivamente). Na anlise multivariada, foi observado maior risco de bito nas mulheres que no fizeram uso de hormonioterapia apenas para os casos assistidos no servio pblico (HR=1,56; IC95%: 1,01-2,41), independentemente do tamanho tumoral e do status ganglionar axilar. Tais achados sugerem desigualdades sociais e disparidades na preveno primria e secundria da doena na regio estudada, com desvantagem para o servio pblico de sade, enfatizando a maior necessidade de esclarecimento sobre a doena, assim como de diagnstico e tratamento dos casos em estdios mais precoces. Destacou-se, ainda, o valor de se trabalhar com informaes produzidas pelos servios de sade responsveis pela assistncia oncolgica no pas, possibilitando a caracterizao do perfil e da sobrevida das pacientes assistidas e fornecendo subsdios aos rgos competentes do setor sade local para nortear a adoo de estratgias de preveno direcionadas ao controle da doena na populao avaliada.
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O conceito atual de um comportamento socialmente habilidoso deve incluir capacidade de o indivduo obter satisfao pessoal e, ao mesmo tempo, de desenvolver e manter relacionamentos mutuamente benficos e sustentadores. No mbito da educao, identifica-se uma crescente preocupao de pais, diretores de escolas e professores com o desenvolvimento interpessoal dos alunos, com o propsito de reduzir conflitos, aumentar a qualidade das relaes entre os alunos e facilitar a aprendizagem. Neste sentido, necessrio que o professor se dedique a desenvolver as prprias habilidades interpessoais para que seja capaz de facilitar o desenvolvimento social e intelectual do aluno. Diante dessas constataes, torna-se relevante identificar que habilidades sociais do professor esto mais relacionadas com o seu desempenho social em sala de aula. Tais constataes fundamentaram esse estudo que avaliou os nveis de habilidades sociais de professores, assim como o desempenho social destes em sala de aula. Participaram da pesquisa oito professoras e dois professores do Ensino Fundamental II (do 6 ao 9 Ano), do Instituto Nossa Senhora Auxiliadora, no Rio de Janeiro. Suas idades variavam entre 24 e 50 anos. Participaram tambm 198 adolescentes, 100 do sexo masculino e 98 do sexo feminino. Suas idades variavam entre 11 e 15 anos. O desempenho social dos professores em sala de aula foi avaliado pelos prprios professores e pelos alunos, atravs do Questionrio do Desempenho Social do Professor (QDSP). Os professores tambm responderam ao Inventrio de Habilidades Sociais (IHS) e ao Inventrio de Empatia (IE). Os resultados das medidas de auto-relato apontaram nveis de assertividade e de empatia acima da mdia na maioria dos professores dessa amostra, especialmente nos fatores relacionados a: auto-afirmao com risco; conversao e desenvoltura social; auto-exposio a desconhecidos e a situaes novas; autocontrole da agressividade; tomada de perspectiva; flexibilidade; altrusmo e sensibilidade afetiva. As medidas de desempenho social dos professores foram satisfatrias, tanto a partir da perspectiva do professor quanto dos alunos. Entretanto, a auto-avaliao dos professores mostraram-se mais favorveis do que a avaliao feita pelos alunos. Alm disso, com base na avaliao dos alunos, apenas quatro professores apresentaram desempenho social assertivo e emptico de forma equilibrada. Tais resultados indicam a necessidade de se desenvolver programas de treinamento em habilidades sociais educativas.
Resumo:
O presente estudo tem como tema central o trabalho docente em instituies privadas de ensino superior, em um contexto em que os trabalhadores esto subsumidos ordem do capitalismo flexvel e s suas diversas formas de dominao. Analisam-se os modos de organizao do trabalho no campo educacional, e suas repercusses na educao superior. Realizam-se consideraes sobre os sentidos de esfera pblica e esfera privada, no mbito do atual Estado burgus. Destacam-se alguns momentos da histria da educao superior brasileira, e a trajetria de desenvolvimento desse nvel de ensino no Brasil e em especial no Maranho, estado que foi escolhido para ser o campo emprico da tese. Nesse percurso, d-se nfase para alguns dispositivos legais ps-LDB (1996) que facilitaram a expanso do setor privado/mercantil. O referencial terico-metodolgico assenta-se nas teorizaes marxianas e marxistas, portanto, na articulao com a pesquisa emprica, fazendo-se necessrio ultrapassar os limites das manifestaes fenomnicas, para buscar as suas razes, que, por sua vez, no so imediatamente observveis. Utiliza-se, tambm, para essa finalidade a Teoria Social do Discurso, elaborada por Norman Fairclough. A partir do estudo de campo realizado possvel identificar um contexto de intensa precarizao nas relaes de trabalho dos professores nessas instituies, com a combinao de muitos elementos, objetivos e subjetivos, no complexo cotidiano desse trabalhador, entre eles: controles e presses no cumprimento de prazos, salrios rebaixados, cobranas, constrangimentos, sofrimentos, dores, ausncia de democracia e de reconhecimento por parte dos superiores hierrquicos, sobrecarga de trabalho, desnimo, mas, tambm, transgresses de regras e normas, enfretamentos, satisfaes, prazeres, momentos de criatividade e motivao, esses ltimos componentes vividos, especialmente na relao com os alunos. Essas situaes e sentimentos que transitam entre a dualidade prazer-sofrimento geram muitas e diferentes repercusses na sade dos professores e para essa discusso lana-se mo de autores da Psicodinmica do Trabalho. Conclui-se que para se pensar a possibilidade de uma educao humanizadora e avessa perspectiva pragmtica e mercantilista, to em voga na atualidade, tornam-se necessrios a superao do modelo neoliberal, a retomada da esfera pblica como central e estratgica e a defesa do trabalho docente, permeado por dignidade, sentido e reconhecimento.
Resumo:
O presente estudo tem por tema central a anlise do trabalho dos tcnico-administrativos em educao, ocupantes do cargo de assistente em administrao na Universidade Federal do Maranho (UFMA), bem como os impactos dessa atividade na sade e nos modos de ser desses profissionais. O referencial terico-metodolgico para o desenvolvimento desse estudo assenta-se nos princpios do materialismo histrico-dialtico, implicando o entendimento do sujeito como ser social e histrico, que intervm na realidade na qual est inserido e sofre as determinaes dessa mesma realidade. Esse paradigma busca ultrapassar a aparncia do fenmeno, entendendo as mediaes que o determinam. Conceitos da abordagem da psicodinmica do trabalho tambm so priorizados e articulados na fundamentao terica. No contexto organizacional em questo, a partir da anlise de cinquenta questionrios e de vinte e uma entrevistas semiestruturadas identificou-se um nmero significativo de tcnicos com potenciais subutilizados, normalmente colocados margem dos processos de deciso, funcionando como mero apoio s atividades acadmicas, vivenciando, por conseguinte, sentimentos de invisibilidade e desprestgio. O modelo de organizao burocrtico a que esto submetidos gera frustrao ao impor a execuo de atividades predominantemente rotineiras, prescritas, atreladas a normas, que quase sempre os impedem de lanar mo de alternativas para a realizao de um atendimento ao pblico mais gil e eficaz. Observa que esse cenrio cria um terreno frtil para o surgimento de estratgias defensivas, de sofrimento patognico e, possivelmente, de menor engajamento e mobilizao. Questiona as anlises superficiais que no identificam a complexidade desse emaranhado de sentimentos e comportamentos suscitados, provavelmente, pelas dificuldades que permeiam o cotidiano laboral do assistente em administrao. Aponta a necessidade de se desconstruir a ideia de que toda acomodao fruto de malandragem e m f dos servidores, inferindo que o imobilismo e a apatia podem ser sinais de sofrimento psquico ou at mesmo de um processo de adoecimento, fruto de uma dinmica organizacional que reserva um lugar de anonimato ao profissional. Alerta sobre a importncia da criao de espaos laborais para os assistentes em administrao que favoream: valorizao, participao e negociao, viabilizando-se, ento, uma oportunidade para a atividade laboral ser um fim em si mesma, constituindo-se em uma atividade significativa para o sujeito, para a universidade e para a sociedade. Conclui que o trabalho, assim considerado, pode assumir sentidos de crescimento, utilidade, coerncia e realizao, emprestando, talvez, significado para todo o sofrimento experimentado diante do enfrentamento das adversidades to presentes no mundo do trabalho.