115 resultados para Portugal História Revolução, 1820
Resumo:
O principal objetivo deste trabalho foi realizao de um estudo geolgico sobre os folhelhos fraturados da Formao Candeias que ocorrem em diferentes partes da Bacia do Recncavo, sendo enfatizadas suas principais relaes com a acumulao de petrleo. Este trabalho contempla, ainda, uma reviso bibliogrfica acerca da evoluo da campanha exploratria nesta bacia, desde seus primrdios, na dcada de trinta, alm de uma anlise sob as perspectivas na rea de explorao e produo. A Bacia do Recncavo, situada na regio Nordeste do Brasil, est inserida numa grande bacia tafrognica (Rifte abortado Recncavo-Tucano-Jatob), originada nos momentos iniciais de ruptura do paleocontinente Gondwana ocidental, no Eocretceo, sob os campos de tenses que produziram o Oceano Atlntico. Em termos estratigrficos, a bacia guarda um importante registro geolgico, compreendido por depsitos continentais (lacustres, fluvio-delticos, nerticos, elicos e leques aluviais), sendo subdividido em seis seqncias sedimentares, referentes aos estgios pr-rifte e rifte. As principais acumulaes de petrleo na bacia podem ser agrupadas em trs grandes sistemas: pr-rifte, rifte-Candeias e rifte-Ilhas, representando plays exploratrios distintos. As perspectivas futuras para a Bacia do Recncavo devem considerar a importncia da identificao de novos plays exploratrios, atravs da caracterizao de novos intervalos geradores e reservatrios, como o caso dos folhelhos fraturados e do shale gas. No menos importante o desenvolvimento de novas tcnicas de produo, aumentando o fator de recuperao de campos produtores.
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Com as transformaes do Estado-Providncia e das sociedades contemporneas no que concerne ao exerccio de direitos, observam-se alteraes substantivas na estrutura, dimenses de ao e estratgias prprias dos mecanismos de reivindicao. No caso do direito sade, a anlise dos casos de Brasil e Portugal permite discutir a interface entre Estado, sociedade e instituies jurdicas a partir da dimenso da cultura de participao dos cidados, das redes de solidariedade que constituem no espao local e na utilizao de mecanismos estatais e no-estatais. A respeito do arcabouo jurdico-institucional similar, a diversidade de repertrios de ao coletiva para reivindicar a efetivar este direito em ambos os pases foi a tnica desta pesquisa, que se desenvolveu em 2011 em ambas as localidades. O objetivo do trabalho consiste em discutir as estratgias e formas de efetivao da sade como direito, de modo a refletir sobre as oportunidades polticas e a cultura poltica de cada experincia. Para tal, foi realizada uma pesquisa qualitativa e quantitativa, com o objetivo de discutir os desafios de efetivao do direito sade com foco no acesso justia e nos repertrios de ao coletiva. As hipteses foram: a) h diferenas no que concerne aos itinerrios do cuidado em sade, ora enfatizando a centralidade do Estado no cuidado (Brasil), ora responsabilidade o indivduo pela sua prpria sade (Portugal), o que enseja impactos na prpria cultura de participao dos indivduos em ambos os pases; b) h diferenas no que concerne relao ente Judicirio e sociedade, ora estabelecendo polticas de proximidade com o cidado (Brasil), ora estabelecendo polticas de desjudicializao (Portugal), o que enseja repercusses na prpria forma como os indivduos concebem o sistema judicial e o ativam em seu cotidiano; c) os sistemas de sade de ambos os pases foram construdos por influncia predominantemente internacional (Portugal) ou dos movimentos sociais (Brasil), de modo que isto permitiu constituir em cada um destes pases formas distintas de lidar com o direito sade pelos cidados. Os resultados videnciam que a complexidade da eleio do mecanismo estatal ou no-estatal est fortemente relacionada cultura poltica dos cidados, alm de fatores polticos e econmicos oriundos das oportunidades polticas de cada um dos pases
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Oliveira Vianna claro em seu anti-liberalismo. Mas nem por isto fcil arguir simplesmente que quando fala em tom elogioso da experincia inglesa, por exemplo, o faz com finalidade argumentativa, com vistas a tornar seu discurso informado e palatvel. Nada disso. A hiptese a ser explorada aqui a de que a reflexo terica de Oliveira Vianna repousa sobre dois recursos história. Um que formula uma narrativa sobre o passado e pe para frente um objetivo, a solidariedade. E outro ao qual recorre com menos frequncia, de forma menos clara, e que guarda relao com uma finalidade mais ampla: a de inscrever o Brasil na rubrica da modernidade. Sim, como quem concebe um movimento certo para a história, mas inscrevendo nele mais de um projetos possveis. Isto , se por um lado a Europa moderna liberal, coisa que o Brasil no pode ser, por outro, a Europa do corporativismo coloca a possibilidade de uma modernidade que, como no etapa, mas substituto do liberalismo, representaria um caminho mais curto para a realidade ptria.
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A partir da leitura crtica de Mafalda, obra do cartunista argentino Quino, e alicerados no conceito de hegemonia de Gramsci, sobretudo na noo de contra-hegemonia, buscamos analisar as possibilidades de se construir coletivamente sentidos contra-hegemnicos no ensino de História a partir do que chamamos de crtica aos elementos caractersticos da sociedade burguesa (a democracia, o individualismo, o estmulo ao consumo, a propriedade privada, a naturalizao das diferenas, a competio, dentre outros). As contribuies de Gramsci ao campo da Educao, como o vnculo dialtico entre as relaes hegemnicas e pedaggicas, sua concepo da escola como um destacado aparelho privado de hegemonia, alm das reflexes sobre os intelectuais e sua ao pedaggica na construo/difuso/legitimao de consensos, constituem pilares fundamentais das anlises. esforo fundamental da pesquisa identificar em que medida os professores, conscientes de seus vnculos de classe e compromissados com as classes dominadas, podem atuar como educadores-intelectuais orgnicos estas classes, no mbito da escola, tornando-a uma trincheira sob o conceito gramsciano de guerra de posio contra a hegemonia burguesa. Em termos metodolgicos, foram selecionadas quinze tiras de Mafalda (divididas em onze temas os elementos que caracterizam a sociedade burguesa), presentes na obra Toda Mafalda (2002), no intuito de subsidiar as reflexes aqui esboadas. Obviamente, todo recorte ideolgico e nenhuma escolha neutra. As tiras escolhidas, longe de sintetizarem o olhar do artista argentino a respeito da burguesia, atendem aos objetivos deste trabalho.
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A dissertao visa analisar a condio feminina no Rio de Janeiro do sculo XIX a partir de documentos judiciais de divrcio, investigando as experincias que as mulheres oitocentistas experimentaram quando demandavam ou eram demandadas na justia. A documentao permite demonstrar o modo como elas vivenciaram as dificuldades sociais provenientes de sua condio jurdica e como estavam inseridas nos espaos institucionalizados de poder. Atravs das falas das prprias mulheres observamos como a Igreja e o Estado utilizaram-se da famlia e do matrimnio como instrumentos de manuteno da dominao sobre o universo feminino. A escolha do Rio de Janeiro como recorte geogrfico deu-se em funo da importncia econmica, poltica e social que, como capital, a cidade assumiu no sculo XIX. O recorte temporal 1832 a 1889 tomou por parmetros o surgimento de duas normas legais que vo trazer modificaes significativas para a organizao da Justia do Imprio e para o tema especfico do divrcio.
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A proposta desta tese problematizar, isto , produzir questes, sobre a noo de alteridade, esta tomada em seu sentido amplo do outro que no eu que nos dicionrios tem como sinnimos: diferente, diverso, distinto e estranho. Mais especificamente, essa problematizao se dar articulada com as transformaes, tambm histricas, da cidade do Rio de Janeiro, escolhida por sua importncia, em funo de ter abrigado, desde o final do sculo XVIII at 1960, a sede do governo do Brasil, configurando-se como irradiadora das polticas governamentais para os outros estados e capitais. Trata-se, ento, de uma pesquisa histrica que no privilegia a linearidade de acontecimentos, o que poderia nos levar a pensar que o passado nos determina de forma inexorvel. Em nossa perspectiva, a história das estratgias que produziram as rotulaes sobre a alteridade os outros, ndios, negros escravos e mestios postas em ao nos perodos colonial, imperial e republicano e, na contemporaneiade, pode nos levar a questionar nossa atualidade e as formas pelas quais lidamos com a alteridade, os outros, os estranhos e tambm com a cidade. A história que queremos contar, enfim, utiliza a prpria história como modo de questionarmos nossa prpria identidade e nossa contemporaneidade, de modo que nos provoque a pensar e a inventar formas singulares de lidar com os espaos urbanos e com os outros/estranhos.
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A teoria da história de vida uma importante ferramenta para entender diferenas nas estratgias reprodutivas entre populaes sob diferentes condies ambientais e para a inferncia das possveis adaptaes locais. Os poecildeos so excelentes modelos para estudos sobre a divergncia da história de vida entre populaes devido s suas peculiaridades reprodutivas baseadas em diferentes graus de viviparidade, respostas rpidas s condies ambientais, reproduo continuada e curto tempo de gerao. Considerando que Phalloceros harpagos, Poecilia vivipara e Poecilia reticulata - trs espcies de poecildeos encontrados no rio Ubatiba, no municpio de Maric, Rio de Janeiro - apresentam populaes pouco mveis e compartilham dietas semelhantes, a competio por recursos alimentares pode influenciar bastante a história de vida dessas espcies em reas onde as mesmas coocorrem. As coletas foram realizadas em seis localidades do rio Ubatiba, as quais foram selecionadas pelo padro de ocorrncia das espcies de poecildeos. Para comparao das histórias de vida das trs espcies, foram analisados o comprimento padro, o tamanho da primeira maturao, o peso total, o ndice gonadossomtico (IGS), o tamanho da ninhada, e a presena ou ausncia de superfetao. Com intuito de aferir as adaptaes nas caractersticas da história de vida de cada espcie de acordo com a localidade, foram separados os dados das espcies, e ento, comparadas as localidades. Alm das caractersticas citadas, analisou-se tambm a presena ou ausncia de matrotrofia. As anlises de correlao demonstraram que o tamanho da fmea influencia o peso total, o investimento reprodutivo e o tamanho da ninhada das espcies estudadas. As fmeas grvidas de P. vivipara apresentaram os maiores valores de comprimento padro, tamanho da primeira maturao, peso total, IGS e tamanho das ninhadas, entre as trs espcies. As caractersticas da história de vida de P. reticulata exibiram semelhanas ora com P. harpagos (comprimento padro, tamanho da primeira maturao e peso total), ora com P. vivipara (IGS). O tamanho das ninhadas diferiu significativamente entre as espcies. A superfetao esteve presente entre 12-15% das fmeas grvidas das trs espcies de poecildeos. A anlise das caractersticas da história de vida de P. harpagos de acordo com a localidade mostrou que o tamanho, peso, IGS e tamanho da ninhada das fmeas esto intimamente relacionados ocorrncia de outros poecildeos. As fmeas de P. vivipara tambm apresentaram variaes de IGS e tamanho da ninhada ligadas coocorrncia, contudo, no mostraram diferenas de tamanho e peso de acordo com a localidade. J P. reticulata apresentou diferena de peso, IGS e tamanho da ninhada em relao ocorrncia das outras espcies, mas de tamanho no. Observou-se, para as trs espcies, a presena concomitante de superfetao e matrotrofia, e houve indcios de que a variao dos graus de matrotrofia foi influenciada pelos diferentes padres de ocorrncia. Os poecildeos apresentaram uma variedade de padres de história de vida, os quais parecem ter sido moldados principalmente pela competio interespecfica por recursos alimentares
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O objetivo desta tese apresentar a revista Rdice revista de psicologia, produzida por psiclogos cariocas entre 1976 e 1981. Esta revista foi de grande importncia (intelectual e afetiva) para a gerao que, durante o perodo da ditadura militar brasileira, graduava-se em psicologia. Levava aos seus leitores matrias sobre temas variados e polmicos, no existentes nas revistas de psicologia da poca, como a represso poltica, o tratamento desumano nos hospitais psiquitricos, a regulamentao da profisso de psicologia, as terapias corporais. Participava, com outras publicaes nanicas, do Comit de Imprensa Alternativa, indicando sua participao ativa nos debates polticos ocorridos poca. A Rdice , pois, um analisador da constituio histrica da psicologia no Brasil, sendo um dos poucos dispositivos de divulgao de outras formas de se fazer psicologia.
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A partir de abril de 1500 a armada de Pedro lvares Cabral d incio ao contato e ao registro atravs das pginas da carta de seu escrivo, Pero Vaz de Caminha de um novo mundo e uma nova humanidade: os ndios que habitavam o territrio que atualmente conhecemos por Brasil. No desenrolar dos quinhentos, estes diferentes povos e culturas foram decodificados e reinterpretados de diversas maneiras em cartas, livros e demais documentos manuscritos. No campo das artes visuais portuguesas, no foi diferente. Esse outro assume um papel coadjuvante quase sempre inserido em duas temticas principais, a arte religiosa e as grandes navegaes mas nem por isso menos interessante: o gosto pelo extico, caracterstica marcante durante o perodo das expanses ultramarinas, no s em Portugal, mas em outras regies europeias, aliado ao etnocentrismo e a influncia do Cristianismo, acabou por caracterizar os ndios do Brasil, mutatis mutandis, como novos homens selvagens. Para uns, so como bestas, mais perto do inferno; para outros, so cristos em potencial, mais prximos do cu
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A proposta dessa pesquisa desenvolver uma discusso a respeito das prticas da medicina social brasileira e suas articulaes com as formas de governo emergentes no Ocidente. Para isso, utilizamos alguns conceitos foucaultianos como ferramentas analticas que propiciam uma desnaturalizao de objetos freqentemente tomados como fim ou como causa de uma realidade, ao situ-los no conjunto de prticas que lhes so correlatas. Buscamos evidenciar os processos que fizeram da medicina social brasileira um poderoso e efetivo instrumento de gesto e controle da populao. Analisamos, por fim, os discursos em defesa da sade e da vida que caracterizaram o Movimento da Reforma Sanitria e a implementao do Sistema nico de Sade no Brasil, enquanto prticas definidoras de modos de pensar e produzir sade.
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O presente trabalho buscou fazer um levantamento histrico do Instituto Superior de Educao do Rio de Janeiro ISERJ sob o enfoque poltico-pedaggico alm de trazer conceitos e aes prticas de formao continuada dos(as) professores(as). Dentro dessa proposta, a pesquisa aborda questes relativas as Novas Tecnologias de Informao e Comunicao como uma possibilidade complementar de formao continuada dos(as) professores(as) no Colgio de Aplicao CAP-ISERJ. O estudo foi realizado a partir da metodologia de pesquisa-ao pois acredita-se que este tipo de pesquisa favorece as discusses e a produo de conhecimentos entre todos os envolvidos pesquisador(a) e participantes. Essa pesquisa propicia uma relao profunda entre as aes e as resolues de problemas num mbito coletivo, cooperativo e participativo (THIOLLENT, 1997). A pesquisa foi realizada dentro do campus de trabalho da pesquisadora o que favoreceu a interlocuo dos atores envolvidos permitindo o retorno ao meio pesquisado, no se limitando ao meio acadmico. Desta forma, foi proposto ao final do trabalho, a criao de um ambiente virtual de aprendizagem, o Campus Online, baseado nas propostas do Ensino Online (SANTOS, 2006) que difere da tradicional Educao a Distncia. A implementao do Campus Online implica em vrias questes polticas, financeiras e pedaggicas contudo motivada pelo desejo e necessidade de transformao das prticas pedaggicas.
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Esta pesquisa busca compreender a construo do percurso identitrio do Agente Comunitrio de Sade (ACS) a partir da história de vida. Os objetivos colocados neste estudo foram analisar as formas como se constituram os princpios e valores que orientam as prticas de cuidado do ACS e de construir uma narrativa que contemplasse como as contingncias e os acasos produziram os sentidos para o seu percurso identitrio. Para isto, utilizou-se a metodologia qualitativa heterognea atravs da abordagem da História de Vida e da Anlise de Contedo. A primeira - História de Vida, segundo Becker (1994) a expresso de uma forma de vida, de conhecer crenas, valores e desejos de uma populao estudada dentro do contexto da vida destes sujeitos. Para tanto, foram realizadas entrevistas com seis ACS que atuam h pelo menos dois anos no municpio do Rio de Janeiro. As entrevistas foram gravadas e, parcialmente, transcritas aps o aceite e a assinatura do termo de consentimento. Acredito que os agentes podem operar entre si diferentes modos de fazer, uma vez que afetam e sofrem afetamentos, atravessam e ao mesmo tempo so atravessados por diferentes micro redes que geram solidariedade ou individualismo, humanidade ou animosidade nas inter-relaes. Neste contexto, o estudo conclui que ainda que a maioria dos entrevistados no escolhesse a carreira de ACS, houve uma disponibilidade para aprender o ofcio e um compromisso com as atribuies definidas para o exerccio profissional. Aliado a isso, constatou-se tambm, que a insero na profisso foi uma forma de conseguir um emprego formal que garanta uma renda fixa mensal. No h o desejo de permanecer por muito tempo nesta profisso pelo desgaste fsico e emocional que fortemente sentido j no primeiro ano de trabalho. Em relao construo dos sentidos para o percurso identitrio dos ACS, os depoimentos apresentam uma identificao com as aes de ajuda e solidariedade presentes na vida dos sujeitos. E, dentre os valores ou princpios que constituram a formao de um carter ou identidade pessoal, que so determinantes para a atuao no cuidado sade das pessoas, destacam-se a sensibilidade, a escuta, o afeto, o acolhimento, a tica, a amizade e alteridade. Na discusso sobre a necessidade deste profissional ser morador da rea que vai atuar, observou-se, a partir das narrativas, que esta exigncia pode facilitar a abordagem. Contudo, a qualidade do cuidado no est diretamente relacionada a este critrio que pode gerar distanciamento e desconfiana dos outros moradores. Logo, estudos como este se justificam para que se possa reafirmar a importncia de trabalhadores do SUS, em especial, o ACS. Estes representam hoje mais de 200 mil trabalhadores da sade pblica e se espera que sejam profissionais responsveis por um cuidado em sade que respeitem as diferenas entre as pessoas, que no sobreponham a doena ao sujeito e no minimizem o sofrimento em funo do cumprimento de metas e produo de dados a serem planilhados. Lutem, acima de tudo, pela defesa de qualquer vida.
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Esta tese procura compreender o processo de incluso escolar dos alunos com deficincia intelectual a partir das suas histórias de vida e da percepo que eles tm da escola, considerando a relao entre deficincia, escola e construo do conhecimento. A pesquisa foi realizada em uma escola do campo, pertencente rede pblica estadual do municpio de Terespolis no Rio de Janeiro. Objetivo principal foi compreender o processo de incluso das pessoas com deficincia intelectual na escola regular a partir das histórias de cinco jovens inseridos na rede regular de ensino. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa norteada pelo mtodo da história de vida, segundo os pressupostos de Glat (2009), Augras (2009), Ferrarotti (1993) e outros. O referencial terico adotado no estudo pautou-se na abordagem psicossocial da deficincia, ressaltando a relao que a pessoa com deficincia estabelece com o meio social e cultural do qual faz parte. A partir das histórias de vida dos sujeitos foi possvel compreender como os jovens narram sua trajetria escolar, com destaque para as seguintes categorias: 1) trajetria escolar, 2) o papel da escola; 3) relao com os professores e as disciplinas; 4) relao com os colegas dentro e fora da escola; 5) perspectivas de futuro e transio para a vida adulta. O estudo revelou as contradies e a complexidade do processo de incluso de alunos com deficincia intelectual em escolas comuns, particularmente quando se trata da insero de jovens no segundo segmento do Ensino Fundamental e no Ensino Mdio. Percebemos que mesmo aps anos de discusses e pesquisas sobre a incluso escolar de alunos com deficincia intelectual suas trajetrias ainda so marcadas pela cultura da incapacidade e do descrdito em relao ao que esses alunos podem fazer. As polticas de incluso, embora bastante avanadas do ponto de vista de suas concepes tericas, na prtica no se traduzem na superao de prticas homogeneizadoras de ensino e organizao do espao escolar. Esperamos que esta pesquisa contribua significativamente para o contexto da educao brasileira, seja no mbito da escola comum ou da Educao Especial, de maneira que as falas que aqui foram apresentadas ecoem e signifiquem um ponto de reflexo sobre como os sistemas educacionais e ns mesmos estamos compreendendo o processo de incluso de alunos com deficincia e outras necessidades especiais na escola e na sociedade.
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Analisar a viagem que Rocha Pombo realizou aos estados do norte do Brasil como uma estratgia de legitimao no campo intelectual o horizonte do presente trabalho. Defende-se que a travessia realizada aos estados do norte do pas representou um momento excepcional na trajetria profissional do viajante, influenciando a reviso de sua escrita historiogrfica, no movimento de luta por legitimao como autor de livros de História no campo intelectual. Da viagem, o intelectual paranaense trouxe capital simblico e cultural fundamental para a escrita de seus livros de cunho histrico, consagrando-se como autoridade para falar de temas relacionados história. A viagem modificou a maneira como o intelectual paranaense passou a escrever seus livros de história, sobretudo no que tange ao lugar dos estados do dito norte do Brasil, bem como, em livros de história regional. A excurso por diferentes estados foi interpretada como uma ao reveladora de redes de sociabilidade, apoio, prestgio, no movimento construdo pelo intelectual em busca de projeo, visibilidade e distino frente aos concorrentes do campo. Se muitos foram os viajantes que percorreram o Brasil, defende-se que uma das singularidades do viajar na experincia de Rocha Pombo foi motivao em relao ampliao do mercado consumidor e leitor das obras do autor, publicadas por diferentes editores. A excurso de um autor auxilia no entendimento das tenses e competies do mercado editorial no perodo, com especial ateno ao pblico escolar. A travessia realizada por Rocha Pombo pelo Brasil afora permite vislumbrar a existncia de diferentes experincias de instruo pelo pas, evidenciando a circulao de livros didticos e de prticas e concepes de educao no perodo, para alm da esfera da capital tida como lcus intelectual e vitrine do progresso e da modernidade. A anlise do registro e da prtica da viagem em Rocha Pombo o circunscreve no movimento coletivo de diferentes sujeitos e debates acerca da necessidade de projetos de educao para o povo, na constituio de um pas que se pretendia grande, encontrando na diversidade a constituio enquanto povo e nao.
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Este trabalho tem como temtica as polticas curriculares circunscritas anlise de processos articulatrios no campo disciplinar da História. Defendo que a Teoria do Discurso de Ernesto Laclau mais potente para a compreenso de como sujeitos atuam na produo de polticas e de como seus significados so discursivamente produzidos e hegemonizados. Articulo os aportes terico-metodolgicos da Teoria do Discurso aos do Ciclo Contnuo de Produo de Polticas de Stephen Ball, retomando sua defesa de currculo como texto, mas questionando o risco de reintroduo de uma centralidade no processo de significao das polticas. De igual modo, articulo Teoria do Discurso os aportes da História das Disciplinas Escolares de Ivor Goodson, recuperando sua defesa de que significados disciplinares so negociados nos processos de hegemonizao, mas questionando o risco de essencializao dos sujeitos bem como sua subjetivao anterior articulao poltica. Com essa construo terica hbrida, defendo a concepo de currculo como poltica cultural discursiva e a delimitao de um campo discursivo disciplinar da História como campo ressignificador das polticas curriculares. Reforo os argumentos sobre as potencialidades da Teoria do Discurso a partir de analogias com a linguagem, conferindo centralidade aos conceitos imbricados de metonimizao e metaforizao e de lgica do significante. A partir de uma das ferramentas da Lingustica de Corpus, o programa Wordsmith Tools 5, submeto anlise, por um de seus instrumentos o Concord , o material emprico selecionado. Assim, identifico nas edies da Revista Brasileira de História e da Revista História Hoje publicaes da Associao Nacional de História (ANPUH); em Pareceres, Diretrizes, Orientaes e Parmetros Curriculares, dentre outros textos chancelados pelo Estado brasileiro no perodo compreendido entre os anos de 1960 e 2010; e, em seis entrevistas, a forma como nesses textos se significa conhecimento histrico, destacando a superposio de sentidos. Por fim, defendo, como nos processos de significao, sentidos se deslocam e se condensam simultaneamente, tornando hegemnica a concepo embutida na metfora de História como construo. Identifico processos de subjetivao nos quais atores sociais, defendendo a centralidade do conhecimento histrico, constituem uma identidade da História, antagonizando-se a outros que constituem uma identidade pedaggica na luta pela hegemonizao de sentidos nas polticas curriculares.