418 resultados para Educação Rio de Janeiro
Resumo:
Os RCC so originados dos diversos processos da construo civil, com caractersticas bastante particulares pela variedade dos mtodos construtivos empregados. Suas deposies em locais inadequados causam vrios impactos com diferentes tempos de reao e de degradao do meio ambiente. Para impedi-los foi aprovada a Resoluo 307 do CONAMA, que estabelece critrios e normas de carter protetor ao meio ambiente, porm as administraes pblicas possuem inmeras dificuldades tcnicas e financeiras para sua implementao. Para auxiliar os municpios, a CEF elaborou dois manuais de orientaes para o manejo e gesto dos RCC, direcionando o sistema gestor. Uma opo para a gesto de RCC a reciclagem. O Municpio do Rio de Janeiro com seu relevo original formado por mangues e morros, sofreu grandes aterros e sofre at os dias atuais, utilizando para isso os RCC e o desmonte de antigos morros. Os RCC, aps coletados, so destinados a uma nica rea de Transbordo e Triagem, com capacidade insuficiente para receb-los. A ausncia de controle do rgo gestor sobre os RCC, seus dados de produo e de destinao, exige uma estimativa dos RCC gerados no Municpio e uma observao global sobre seus destinos, considerando os aterros autorizados pela SMAC. Foi realizada uma anlise crtica da gesto corretiva adotada pelo sistema gestor, suas particularidades e dificuldades, e o perfil atual sobre a reciclagem de RCC no Rio de Janeiro. Algumas propostas para a melhoria do sistema gestor foram apresentadas e sugerida a necessidade de um estudo mais aprofundado e de um levantamento mais completo da realidade dos RCC no Municpio do Rio de Janeiro.
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Este estudo, intitulado Adolescente infrator: A mediao prevista na nova Lei do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE) na cidade do Rio de Janeiro trata da mediao na vertente transformativa, com o objetivo de permitir nova tica sobre a conduta infratora e as consequncias dos atos no mundo social. Esta forma de atuao, dentre outros benefcios, pode evitar o desgaste jurisdicional, na medida em que os casos selecionados a partir de suas caractersticas passam a ser operados por especialistas em composio pacfica de conflitos, com a perspectiva de seres humanos que necessitam da inter-relao no convvio social. Os mediadores trabalham com os adolescentes em conflito com a lei, seus pais e as vtimas. Destarte, verificando as circunstncias favorveis mediao, passa-se ao dilogo para alcanar um acordo, mantendo-se o centro da interveno no conflito e na relao dos conflitantes, incentivando a capacitao para a negociao a partir do reconhecimento do direito do outro, produzindo a transformao interna dos litigantes que causar, como efeito desejado, a dissoluo do conflito. A princpio os mediadores devem atuar apenas em fatos de menor potencial ofensivo, como agresses leves e outros conflitos entre adolescentes. Com o passar do tempo e o aperfeioamento da prtica, possvel abarcar outras classes de prtica infracional, a exemplo de pequenos furtos. Para tanto, na fase de pesquisa, tentando-se explicar a mediao transformadora a partir das referncias tericas publicadas em livros ou obras congneres, utilizou-se a tcnica bibliogrfica; na fase da redao, ordenou-se o material coletado, segundo a lgica necessria elaborao de um trabalho cientfico. O mtodo a presidir este estudo foi o dedutivo, na medida em que parte da anlise geral das crianas e dos adolescentes, em especial aqueles em conflito com a lei, para depois apresentar a teoria geral da mediao e em seguida, numa abordagem mais particular, enfrentar as questes envolvendo a mediao no Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE) para, ao final, defender que preciso desvendar o marco normativo que autoriza a prtica da mediao como instrumento de resoluo de questes relacionadas com o adolescente em conflito com a lei, para identificar a natureza jurdica desse modelo de mediao e, ao final, a ttulo de sugesto, desenhar seu procedimento no estabelecido pela lei material que a prev, qual seja, a Lei n 12.594, de 18 de janeiro de 2012. O grande desafio establecer a metodologia adequada para que a autocomposio de conflito seja restaurativa ao adolescente infrator e aos integrantes desse conflito instaurado. O resgate do meio social abalado com a prtica infracional to importante quanto a conscientizao do adolescente. A pretenso sugerir um marco normativo que posicione o procedimento da mediao como instrumento de ligao do indivduo adolescente infrator, com o ambiente social onde est inserido, e com o formalismo processual que vem afastando o Poder Judicirio de sua funo social de dizer o direito e fazer justia.
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Os anfbios anuros que habitam o bioma Mata Atlntica, especialmente em sua floresta ombrfila densa, so pouco conhecidos sob diversos aspectos de sua ecologia, existindo poucas informaes disponveis na literatura cientfica. Estes dados esto limitados a poucas localidades, geralmente estudos realizados em fragmentos remanescentes do sudeste brasileiro. A mata bem conservada que recobre os 3300 ha da Serra do Mendanha, apesar de localizada na regio metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, ainda no tinha sua anurofauna conhecida. No presente estudo, recolhemos informaes ecolgicas sobre as espcies que habitam a regio, especialmente da assemblia encontrada no folhio que recobre o solo, com o uso de diferentes metodologias: armadilhas de queda; parcelas cercadas; procura visual e auditiva em transeces e encontros ocasionais; assim como dados abiticos do ambiente regional (profundidade do folhio; nveis de pH; taxa de oxignio dissolvido; temperaturas do ar e da gua; umidade do ar). Exemplares-testemunho foram fixados e depositados na coleo de anfbios do Museu Nacional, Rio de Janeiro. A anurofauna da Serra do Mendanha composta por pelo menos 44 espcies que esto distribudas em 12 famlias, sendo a famlia Hylidae com o maior nmero de espcies (50%, n = 22), enquanto que Physalaemus signifer foi a espcie mais abundante (18%, n = 272), sendo habitante do folhio. A espcie Rhinella ornata contribuiu com a maior biomassa (m = 548 g). Identificamos uma nova espcie de anuro (Brachycephalidae), que tambm habita o folhio das cotas altimtricas acima de 700 m. Biogeograficamente a comunidade de anuros da rea estudada indicou ser mais similar (68%) com a comunidade da regio da Serra da Tiririca e arredores. Comparando-se os trs tipo de fisionomias, ou mesohbitats, existentes na Serra do Mendanha, em termos de riqueza e diversidade, a floresta secundria indicou ter os mais elevados ndices, seguido pela floresta pouco perturbada e pela monocultura de bananeiras. A assemblia de anuros que habita o folhio da Serra do Mendanha composta por nove espcies, que pouco diferiu ao longo de um gradiente altitudinal (0 a 900 m), com o registro das espcies Euparkerella brasiliensis, H. binotatus, Leptodactylus marmoratus e Zachaenus parvulus na maioria das cotas altimtricas. A altitude, a declividade e profundidade do folhio foram as variveis abiticas que mais influenciaram na distribuio de abundncia e de riqueza de espcies do folhio. Na estao mida (setembro a maro) a densidade de anuros no folhio foi de 10,4 ind./100m2, enquanto que na estao seca (abril a agosto) houve uma reduo de 34,6% (6,8 ind./100m2). As assemblias de anuros utilizam os recursos hdricos disponveis na Serra do Mendanha (gua da chuva, crregos, fitotelmas, rios e umidade do ar), de diferentes formas, associadas diretamente ao modo reprodutivo de cada espcie. A altitude, a temperatura da gua e o pH afetaram a distribuio de espcies de girinos nos diferentes stios reprodutivos. O modo reprodutivo 1 foi o mais freqente (n = 18) entre os 14 modos identificados. O estudo de 12 poas (lnticas e lticas) indicou que estas diferiram consistentemente entre si, seja nas suas dimenses, na composio de suas assemblias de girinos e nos seus componentes abiticos. Diversos predadores de girinos foram encontrados em algumas poas. A assemblia de girinos de cada poa indicou ser moldada pela interao de diferentes fatores ambientais, ecolgicos e filogenticos de cada espcie
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O perodo entre 2009 e 2012 foi considerado um marco na histria das pessoas com autismo no Brasil, devido sano da Lei Federal n 12.764, no dia 27 de dezembro de 2012, que reconheceu os autistas, para todos os efeitos legais, como pessoas com deficincia. A tomada da deficincia como instrumento poltico-identitrio caracterizou, assim, novos rumos da luta por direitos. A partir da anlise de diferentes estratgias de atuao poltica desenvolvidas por trs grupos de pais de autistas no Estado do Rio de Janeiro (APADEM, Mundo Azul e Pelo Direito dos Autistas), este trabalho discorrer acerca de suas principais demandas e alegaes. A escolha destes trs dispositivos associativos justificada por suas respectivas coordenaes, exclusivamente, atribudas a pais e familiares de autistas, alm do reconhecimento nacional de suas participaes na formulao de projetos, leis e eventos relacionados ao espectro. Portanto, esta dissertao pretende responder s seguintes questes: a) quais processos e motivaes permitem que uma questo privada (ter um filho autista) se transforme em uma questo pblica? b) como se agrupam, quais so e a quem se dirigem suas reivindicaes? c) quais expectativas, estratgias e tenses esto envolvidas no movimento dos movimentos sociais do autismo? Alm de entrevistas com informantes qualificados, a metodologia de pesquisa envolveu observao participante em passeatas, audincias pblicas, palestras e celebraes de datas comemorativas, como o Dia Mundial da Conscientizao do Autismo. No entanto, a maior parte do trabalho etnogrfico se concentrou no municpio de Volta Redonda, onde, h quinze anos, foi fundada a APADEM, caso paradigmtico de atuao poltica de pais de autistas no Estado do Rio de Janeiro. Por meio da parceria entre sociedade civil e poder pblico, atualmente, Volta Redonda detm trs legislaes municipais direcionadas ao autismo e uma gama de servios especializados. Por fim, ao apresentar como os trs grupos de pais de autistas configuram a politizao da experincia da deficincia, esta dissertao pretende contribuir academicamente com os campos dos novos movimentos sociais e dos estudos sobre deficincia, ambos de grande potencial heurstico, mas ainda pouco explorados no Brasil.
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A espcie Sotalia guianensis apresenta um variado repertrio de assobios que esto ligados a interao social e a diferentes contextos de comportamento. As variaes intraespecficas nas estruturas dos assobios podem indicar diferenas entre populaes dessa espcie. O presente estudo caracterizou e comparou o repertrio dos assobios de Sotalia guianensis, em trs baas do estado do Rio de Janeiro: Baa de Guanabara (BG), Baa de Sepetiba (BS) e Baa da Ilha Grande (BI), utilizando um sistema de gravao com limite superior de frequncia de 48 kHz e atravs da aplicao das anlises quantitativas e qualitativas dos parmetros acsticos. As gravaes dos assobios foram realizadas com embarcaes de 5,5 e 7m e sistema de gravao composto por um hidrofone High Tech, modelo HTI-96-MIN, e um gravador digital modelo PMD 671 Marantz, com limite superior de frequncia de 48 kHz. As anlises dos espectrogramas foram realizadas com os softwares Adobe Audition 1.5 e Raven 1.3. Os assobios foram classificados em seis categorias de forma de contorno e 11 parmetros acsticos foram medidos para cada assobio. Para comparar os parmetros acsticos de mesma forma de contorno entre as trs baas, foram aplicados a anlise descritiva e testes estatsticos de comparao de mdia. Um total de 1800 assobios foi selecionado e 61,38% (N=1105) dos assobios apresentaram forma de contorno ascendente. Assobios com zero ou um ponto de inflexo foram mais frequentes (N=1476), correspondendo a 82%. A amplitude de frequncia encontrada variou de 1,03 a 46,87 kHz, maior alcance registrado para essa espcie no Brasil. A mdia de durao dos assobios da BG foi menor do que as mdias encontradas na BS e na BI. Os resultados de todas as comparaes realizadas demonstraram que os parmetros de frequncia (FI, FF, FMAX e F3/4) foram os que mais apresentaram diferenas significativas entre as trs reas. A variao encontrada nos assobios de S. guianensis entre as trs reas estudadas pode tambm estar ligada aos tipos de assobios mais comuns em cada rea, representados pelos assobios ascendentes, que apesar de apresentarem a mesma forma de contorno, possuem diferenas em seus parmetros acsticos, possivelmente ligados a informaes individuais. A utilizao de um sistema de gravao com limite superior de 48 kHz possibilitou a anlise de muitos assobios. Com isso, foi possvel verificar a importncia do limite de frequncia aplicado para caracterizar o repertrio acstico dessa espcie, juntamente com as anlises qualitativas das formas de contorno e as anlises quantitativas dos parmetros acsticos dos assobios. A aplicao dessa metodologia foi eficaz na comparao intraespecfica dos assobios, e futuramente, estudos mais detalhados da classificao dos assobios, poder acrescentar informaes relevantes sobre a variao desse tipo de emisso sonora no repertrio acstico S. guianensis
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Em 2004 o governo federal anunciou um novo mecanismo para melhorar o acesso da populao brasileira aos medicamentos, chamado de "Programa Farmcia Popular do Brasil" (PFPB) que disponibiliza um rol de produtos subsidiados pelo governo, utilizando ou no sistema de copagamento. O PFPB est dividido em trs vertentes: (a) no setor pblico, chamada Rede Prpria; (b) expanso em 2006, com o comrcio farmacutico denominado "Aqui Tem Farmcia Popular" (ATFP) e; (c) iseno de copagamento, em 2011, em todas as farmcias no mbito do Programa, para anti-hipertensivos, antidiabticos e antiasmticos. Este estudo examinou o modelo de proviso de medicamentos na verso ATFP, comparando-o ao tradicionalmente praticado na Secretaria Municipal de Sade do Rio de Janeiro (SMS-Rio), com vistas a avaliar seus custos para os setores pblicos envolvidos. Foram levantados os gastos do Ministrio da Sade (MS) com pagamentos no Programa ATFP em fontes secundrias, como o Fundo Nacional de Sade e a Sala de Apoio Gesto Estratgica, de 2006 a 2012. Dados sobre o volume de pagamentos por medicamentos, perfil dos usurios atendidos e unidades farmacotcnicas (UF) dispensadas foram mapeados por contato direto com o Sistema Eletrnico do Servio de Informaes ao Cidado. Estimativas dos custos da SMS-Rio, com aquisio, logstica e dispensao de 25 medicamentos, restritas ao ano de 2012, foram realizadas. No perodo ocorreu forte expanso do Programa ATFP, tanto de unidades credenciadas, como de municpios cobertos, de 750% e 528%, respectivamente. Gastos federais com medicamentos no ATFP foram de aproximadamente R$ 3,4 bilhes, em valores ajustados para 31/12/2012. Houve inverso do fluxo dos pagamentos para entidades com matriz fora das capitais, representando aumento da capilaridade do Programa, e relativa concentrao de pagamentos em grandes redes varejistas. No municpio do Rio de Janeiro, estes gastos foram superiores a R$ 260 milhes e, desde 2008, so maiores que as transferncias do MS para aquisio de medicamentos bsicos. Custos comparativos entre o menor Valor de Referncia (VR) do Programa ATFP, e o custo estimado por UF na SMS-Rio dos medicamentos mostrou-se, na mdia geral, quase 255% vezes maior que o custo municipal. A comparao de custo foi mais favorvel SMS-Rio em 20 dos 25 itens comuns. Simulao considerando a demanda de cada medicamento consumido pela SMS-Rio em 2012 mostrou que, se a municipalidade os adquirisse pelo menor VR, incorreria em mais de R$ 95 milhes no custo global para os mesmos 25 produtos. O programa ministerial representou melhoria no acesso a medicamentos, mas os gastos expressivos repercutem em sua interface com o sistema descentralizado de financiamento da assistncia farmacutica. Alguns dos VR poderiam ser objetos de exame e avaliao, frente aos custos sistematicamente mais favorveis nos valores levantados para a SMS-Rio.
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O modelo de ateno que at ento pautava a assistncia ao louco, baseava-se na lgica manicomial cujo tratamento prestado reduzia-se internao psiquitrica. Ao tomar o asilo como seu nico destino, restava ao sujeito submeter-se ao nico modo de tratar a loucura: o isolamento e a excluso. Era este o cenrio que o movimento da reforma psiquitrica intentava romper. Para alm do fim dos manicmios, o que se visava era a transposio do modelo asilar por outro mais comunitrio.Este o mote da poltica de sade mental no municpio do Rio de Janeiro instaurado desde os anos 90. Portanto, nossa investigao colocou em anlise a inveno do Frum de sade mental institudo no ano de 2002 como arena participativa envolvendo os trabalhadores de sade mental na direo da construo de uma rede de ateno territorial.Para tanto, este estudo produziu uma narrativa sobre sua trajetria pelo vis de sua formulao e implementao, a partir dos sujeitos que participaram deste processo. Entendemos que essa escolha nos deu subsdios para compreender os caminhos trilhados ou descartados e as inflexes que transformaram esta arena como operador da gesto do cuidado em sade mental. Nesta direo, a contribuio terica de que nos servimos apoiou-se na Teoria da Estruturao que pauta seu estudo em torno da produo e reproduo da vida social pelos prprios agentes sociais. O uso deste conceito nos auxiliou na compreenso de um processo a partir dos prprios agentes uma vez que eles detm uma capacidade reflexiva, ou melhor, um entendimento terico acerca de suas prprias aes, incluindo as razes, motivos e necessidades que o instigam a faz-lo. O estudo identificou que a arena do frum de sade mental funcionou como operador da gesto do cuidado, entretanto, poroso ao conjunto de pessoas que o conduz, tornando delicada sua institucionalidade como arena participativa e de poder decisrio.
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A infeco pulmonar de etiologia bacteriana um dos principais problemas que levam a morbi-mortalidade na fibrose cstica (FC). Staphylococcus aureus se destaca como um dos micro-organismos mais frequentes e com um agravante para a teraputica quando se apresentam resistentes oxacilina (MRSA). Amostras MRSA podem ser classificadas tanto genotipicamente quanto fenotipicamente em MRSA adquiridas na comunidade (CA-MRSA) ou adquiridas no hospital (HA-MRSA). Fenotipicamente, essa classificao muito controversa, podendo se basear em critrios epidemiolgicos ou ainda pelo perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos. Por outro lado, a classificao genotpica consiste na determinao dos cassetes cromossmicos (SCCmec), local de insero do gene mecA (que confere resistncia a meticilina). Atualmente so reconhecidos 11 tipos de SCCmec, sendo os de tipo I ao III e VIII relacionados ao gentipo HA-MRSA e IV ao XI ao gentipo CA-MRSA. Classicamente CA-MRSA capaz de produzir a toxina Panton-Valentine leukocidin (PVL), codificada pelos genes luk-S e luk-F que est associada pneumonia necrotizante e infeces de tecidos moles em pacientes com FC com quadros de exacerbao pulmonar. No Brasil, raros so os trabalhos envolvendo caracterizao de SCCmec em amostras de pacientes com FC. Diante disso, este estudo teve como objetivo principal a caracterizao dos tipos de SCCmec e ainda a determinao do perfil de susceptibilidade a antimicrobianos em uma populao de MRSA recuperada de pacientes com FC assistidos em dois centros de tratamento no Rio de Janeiro, Hospital Universitrio Pedro Ernesto (HUPE) e Instituto Fernandes Figueira (IFF). Foram estudadas 108 amostras de MRSA isoladas do perodo de 2008 a 2010, sendo 94 oriundas de 28 pacientes adultos atendidos no IFF e 14 de 2 pacientes adultos atendidos no HUPE. Foram encontradas altas taxas de resistncia para os antimicrobianos oxacilina, cefoxitina e eritromicina. Todas as amostras foram sensveis vancomicina e a linezolida quando determinada as Concentraes Inibitrias Mnimas (CIM). Atravs da tcnica de PCR foi possvel a tipificao dos SCCmec em 82,4% das amostras, sendo 64% destas compatveis ao gentipo CA-MRSA. No houve diferena estatstica nas taxas de susceptibilidade aos antimicrobianos entre as amostras CA-MRSA e HA-MRSA. Foram encontrados os SCCmec dos tipos I, III, IV e V, sendo os tipos I e IV os mais frequentes. O gene que codifica a toxina PVL foi encontrado em 34,2% das amostras e foi observado em amostras CA-MRSA e HA-MRSA. Nosso estudo se destaca por apresentar um alto percentual de amostras CA-MRSA e ainda por ser o primeiro do pas a detectar a presena do gene que codifica a toxina PVL em pacientes com FC. Alm disso, de forma indita na literatura, encontramos o gene luk-S, em amostras classificadas como HA-MRSA em pacientes com FC. Os poucos estudos nacionais, bem como as diferenas encontradas entre trabalhos, refletem a necessidade de conhecimento mais aprimorado do MRSA envolvido nas infeces pulmonares dos pacientes com FC.
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As infeces em cirurgia cardaca ainda apresentam um cenrio importante nas infeces associadas assistncia a sade (IAAS), favorecendo ao paciente aquisio de infeces por micro-organimos multirreristentes. Este trabalho teve como objetivo avaliar o perfil de resistncia a antimicrobianos, verificar a presena de genes que codificam as enzimas dos tipos oxacilinases e metalo-beta-lactamases e descrever as caractersticas demogrficas e clnicas dos pacientes colonziados/infectados por Acinetobacter spp. e P.aeruginosa internados no Centro de Terapia Intensiva Cardaca do HUPE no perodo de 2005 a 2010. A maioria das 46 amostras de Acinetobacter spp e das 35 de P.aeruginosa foram de origem respiratria seguido de sangue. A maioria das amostras de A. baumannii apresentou altos percentuais de resistncia a: ceftazidina, cefepime, piperacilina-sulbactam, ciprofloxacin, ceftriaxona e CIM ≥32 μg/mL para os carbapenmicos. Uma amostra foi resistente a Polimixina B. O gene blaOXA-23 foi detectado em 65% das amostras e uma amostra apresentou o gene blaOXA-24. No foram detectados os genes blaOXA-58-like e blaOXA-143. Para P. aeruginosa os percentuais de resistncia para todos os antimicrobianos foram inferiores a 32%. Quatro amostras apresentaram resistncia intermediria a polimixina B e nenhum gene de resistncia foi detectado. Os pronturios dos pacientes foram analisados a fim de associar as caractersticas clnicas com os processos infecciosos identificados e seu desfecho clnico. Na anlise por tipo de micro-organismo associado ao processo infeccioso idade acima de 70 anos, DM e uso da ventilao mecnica por tempo prolongado foi maior no grupo dos pacientes que apresentaram infeco por P.aeruginosa. O IAM, a ICC em internaes anteriores e suas complicaes (choque cardiognico e arritmia) tiveram impacto na mortalidade na srie de pacientes (p<0,05). A insuficincia renal entre todas as comorbidades foi nica que teve associao com a mortalidade (OR= 8,3). No houve associao entre a mortalidade e o micro-organismo que causou a infeco (Acinetobacter spp. p=0,3 e P.aeruginosa p=0,2) ou a resistncia a carbapenmicos (p=0,5). Foram observados dois casos de mediastinte por Acinetobacter spp. e dois por P. aeruginosa sendo um achado indito no Brasil at o momento.
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O estudo aqui apresentado teve por temtica os processos de cooperao intermunicipal possibilitados pela formao e atuao de consrcios municipais, tomando como caso as aes desenvolvidas pelo Consrcio Intermunicipal de Sade da Regio do Mdio Paraba do Rio de Janeiro CISMEPA. Esses consrcio surgiu nos anos 90 a partir de uma discusso regional acerca da necessidade de realizar a programao e a pactuao da oferta de servios entre os doze municpios que compem essa regio fluminense. Esta pesquisa se props analisar o processo evolutivo do CISMEPA, conhecendo sua organizao tcnica e administrativa, os principais projetos e servios desenvolvidos e analisando o resultado das aes por ele implementadas. A partir da anlise da articulao tcnico-poltica regional no mbito do SUS, espera-se agregar subsdios para o processo evolutivo da descentralizao no SUS e da estratgia de regionalizao. O caminho metodolgico utilizado foi a anlise qualitativa sobre o CISMEPA, que tomou por base a realizao de pesquisa bibliogrfica, estudo dos documentos oficiais do consrcio, anlise da forma de execuo dos projetos, entrevistas semiestruturadas com participantes do processo de elaborao, execuo e acompanhamento dos projetos e observao participantes das reunies. Os projetos desenvolvidos pelo CISMEPA foram bem sucedidos e o consrcio desempenhou importante papel no s na gesto, como tambm na captao de recursos. O xito devido, sobretudo, forma participativa com que os projetos foram elaborados e desenvolvidos pelo grupo de gestores e tcnicos. Em que pese a regio ter se organizado sua PPI, o CISMEPA no logrou organizar a oferta micro e macrorregional de servios, um dos seus objetivos iniciais. No entanto, seu mrito foi configurar-se num importante frum de debates e pactuao, mesmo contando com baixa adeso e presena do Estado. Tal caracterstica o potencializa como estratgia de regionalizao do SUS.
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Instituies de Ensino Superior (IES) que realizam atividades de ensino e pesquisa em Qumica, em geral so potenciais reas de risco de acidentes, uma vez que utilizam substncias qumicas perigosas em seus processos de ensino e pesquisa. Esta pesquisa se justifica em face da existncia de substncias de natureza qumica e biolgica as quais possuem riscos sade e ao meio ambiente e de alguns acidentes j ocorridos em diversas IES no Brasil e exterior. O objetivo da pesquisa foi elaborar diretrizes para a gesto de emergncias em acidentes qumicos que possam ser aplicadas nos laboratrios de um Instituto de Qumica de uma Universidade Pblica do Estado do Rio de Janeiro. Trata-se de um estudo exploratrio e descritivo, aplicado a um caso estudado, de uma emergncia. Realizou-se de reviso em literatura especializada, visitas aos laboratrios, registros fotogrficos e entrevistas dirigidas a funcionrios, tcnicos e professores do IQ. A metodologia de avaliao de vulnerabilidade baseou-se no mtodo dos cinco passos da Federal Emergency Management Agency. O estudo de caso mostrou que o Instituto de Qumica no possui uma Gesto de Emergncias Qumicas, com ausncia de brigada de incndio e o no cumprimento de normas tcnicas e regulamentares. Apesar disso, existem laboratrios que possuem um perfil satisfatrio quanto segurana e sade. O estudo mostrou tambm que a metodologia de Anlise de Vulnerabilidade uma boa ferramenta para elaborao de diretrizes voltadas para um Plano de Emergncia, quando conduzida por equipe especializada.
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Avaliao de lixiviados de aterros de resduos slidos urbanos situados nos estados do Rio de Janeiro e Santa Catarina. Brasil, 2013, 137f. Dissertao de Mestrado em Engenharia Ambiental Faculdade de Engenharia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2013. Os lixiviados de aterros de resduos slidos urbanos possuem grande potencial poluidor em face de caractersticas txicas devido a altas concentraes de nitrognio amoniacal, substncias recalcitrantes, alm de elevadas concentraes de matria orgnica. Seu aporte em corpos hdricos, pode causar eutrofizao e ser txica aos peixes. O alto ndice de pluviosidade de nosso pas intensifica o problema, pois acarreta em grandes quantidades de lixiviado uma vez que essa produo est diretamente relacionada com a quantidade de gua que percola no aterro. Encontrar soluo de tratamento para este efluente, que atenda a grande variedade de lixiviados, com caractersticas distintas de regio para regio, e que consigam atender os padres brasileiros de lanamento de efluentes se constitui em um grande desafio para a Engenharia Nacional. Este trabalho se props a contribuir para o melhor conhecimento das caractersticas dos lixiviados tendo em vista o seu tratamento.
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No Brasil, se espera ter at 2014, de acordo com o prazo da Poltica Nacional de Resduos Slidos, todos os lixes erradicados e os resduos slidos urbanos gerados depositados em aterros sanitrios. Atualmente, os projetos de aterros sanitrios do oportunidade para um nicho de mercado, o da fonte de gerao de energia. Um parmetro de controle da poluio do ar causada pelos aterros sanitrios so as chamadas camadas de cobertura. Nesse contexto, de fundamental importncia o estudo de camadas de cobertura de resduos por ser um importante elemento de projeto para evitar ou minimizar a poluio do ar devido aos gases gerados em aterros sanitrios de resduos slidos, j que o elo existente entre o ambiente interno dos resduos e a atmosfera. A presente pesquisa aborda o comportamento dos gases em relao camada de cobertura existentes na CTR de Nova Iguau e no Lixo remediado de Seropdica. Foram realizados ensaios de Placa de Fluxo, medio de presso e concentrao dos gases no contato solo-resduo e emisses dos gases pelos drenos, alm das anlises de solo in situ e em laboratrio. Os ensaios foram realizados de outubro a novembro de 2012. Os resultados indicaram uma inexistncia de fluxo de gases pela camada de cobertura, que possui 1,10 m de espessura, do lixo de Seropdica, sendo encontrado apenas fluxo nos drenos. Na CTR Nova Iguau, foi verificada que praticamente a inexistncia de fluxo de gases com o sistema de gs ligado, mesmo possuindo uma camada de cobertura de 0,8 m.
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A degradao ambiental do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro tem se intensificado nas ltimas dcadas devido s prticas agrcolas no preservacionistas. Esta situao, que decorre do uso inadequado do solo, tem implicado em mudanas na oferta hdrica em grau varivel nos municpios da regio com prejuzos econmicos nas atividades dos pequenos e mdios proprietrios rurais e na qualidade de vida. A abordagem para enfrentar problemas deste tipo depende da participao efetiva das instncias de governo e dos rgos responsveis pela gesto dos recursos hdricos. No mbito da hidrologia os modelos hidrolgicos com base no uso e ocupao do solo so ferramentas que podem auxiliar com timo custo e benefcio a gerao de informaes em bacias hidrogrficas, instrumentadas ou no. Os modelos so teis ao planejamento e tomada de deciso por possibilitarem a previso de vazes e simulao de cenrios sobre o uso do solo e qualidade da gua. Neste sentido, o presente estudo pretende dar sua contribuio ao avaliar a adequabilidade do modelo SWAT simular o processo chuva-vazo na microbacia experimental de Santa Maria e Cambioc, com 13,5 km2, localizada na regio hidrogrfica do rio Muria, afluente do rio Paraba do Sul. O SWAT tem sido empregado em bacias agrcolas nos EUA, na Europa e, atualmente, na China, sudeste asitico e Ir, entre outros pases, e na ltima dcada maior insero no meio acadmico brasileiro. A verso 2005 do modelo foi utilizada por meio da sua interface SIG para simular as vazes mdias dirias com base na precipitao medida no intervalo de 15 minutos no perodo de 2005/2006. As vazes simuladas foram comparadas com as vazes observadas no exutrio da microbacia. Foram testadas as ferramentas de anlise de sensibilidade e autocalibrao. O mtodo de calibrao manual foi usado para o ajuste por tentativa e erro. Os parmetros ajustados corresponderam ao CN2 e ESCO. Os valores obtidos na calibrao para os coeficientes estatsticos R2, NSE, PBIAS e RSR foram 0,80, 0,80, 7,02 e 0,45, respectivamente, indicando escore muito bom, o que foi confirmado pela inspeo dos hidrogramas. As sadas validadas para perodo diferente da calibrao forneceram para os mesmos coeficientes os valores 0,84, 0,80, 25,92 e 0,44. Os dois primeiros, com escore muito bom. O valor de PBIAS, no limite do satisfatrio, e RSR, muito bom. O desempenho permitiu concluir que a simulao com o SWAT foi adequada. Em relao s pesquisas que tm sido realizadas no Brasil os valores obtidos para os indicadores foram semelhantes, indicando a capacidade do modelo para novos estudos nesta microbacia que considerem os usos consuntivos e cenrios de uso do solo.
Resumo:
A gua essencial manuteno da vida. No entanto, com as situaes de estresse hdrico - disponibilidade hdrica inferior a 1.700 m per capita ao ano (FALKENMARK, 1989) - vivenciadas em diversos pontos do planeta, somadas ao acelerado crescimento da populao mundial, os problemas relacionados ao uso da gua tendem a aumentar. Neste contexto, a pegada hdrica (PH), que um indicador de sustentabilidade ambiental, se torna uma importante ferramenta de gesto de recursos hdricos pois indica o consumo de gua doce com base em seus usos. O presente trabalho objetiva mensurar a pegada hdrica em funo das componentes industrial, domstica e alimentar da populao do bairro Rocinha, um aglomerado subnormal localizado no municpio do Rio de Janeiro. A pesquisa se deteve a um Estudo de Caso de 20 sub-bairros da comunidade. Sua abordagem foi quantitativa, contando com uma amostra de 203 domiclios, erro amostral de 7% e grau de confiana de 93%. Para tal, foi utilizada como ferramenta de clculo o modelo Water Footprint Network do ano de 2005. Os resultados indicaram que, em mdia, a PH dos indivduos que compem a amostra de 1715 m/ano per capita assim divididos: PH de consumo domstico de gua de 175 m/ano per capita (479 l/hab.dia); PH de produtos agrcolas igual a 1470 m/ano per capita, e PH de produtos industrializados de 70 m/ano per capita. Os resultados obtidos sugerem que os indivduos da amostra com uma maior despesa mensal tendem a ter pegadas hdricas industrial e total tambm maiores.