289 resultados para Fonseca, Rubem, 1925- . Pierrô da caverna - Crítica e interpretação
Resumo:
A presente dissertao procura examinar o fenmeno do subgnero steampunk na literatura de fico cientfica contempornea, rastreando suas origens e analisando suas definies. O steampunk, em sua forma mais comum, trabalha com projees contrafactuais do passado vitoriano, criando ambientaes retrofuturistas para narrar suas histrias. A partir de indcios levantados por pesquisadores sobre a marcante influncia cinematogrfica sobre esta vertente, em especial das releituras feitas por Hollywood dos scientific romances britnicos e das voyages extraordinaires de Jlio Verne, procurou-se fazer uma espcie de arqueologia do subgnero a partir do projeto editorial original de Jlio Verne e seu editor Pierre-Jules Hetzel, projeto que, desde o seu incio, possua um carter interdisciplinar e intertextual e que vai permanecer influenciando a fico cientfica desde o seu estabelecimento como gnero literrio autnomo. Em seguida, tentou-se demonstrar a afinidade da arte cinematogrfica, desde seus primrdios, com esse projeto e abordar suas experincias de traduo visual deste universo como um desdobramento natural do corpo textual. Por ltimo, analisou-se os componentes do steampunk (viagens no tempo, histria contrafactual, mundos paralelos, ucronias ficcionais) e contextualizamos a vertente brasileira do subgnero no advento do novo romance histrico e no aumento da demanda por livros de divulgao histrica em virtude da efemride dos 500 anos do Descobrimento do Brasil.
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Este trabalho se intitula Mesons e prope descrever e fundamentar uma nova teoria: a mesologia. Trata-se de uma teoria geral dos meios [mesons] e das mediaes, uma ontologia dos meios, poderamos dizer, cujo intuito fornecer parmetros conceituais para a compreenso de fenmenos bastante heterogneos, sejam eles de ordem cultural ou natural, fsica ou metafsica. Essa abrangncia possvel porque a mesologia se apoia em princpios cosmolgicos e ontolgicos para se fundamentar. Nesse sentido, um dos princpios fundamentais em torno dos quais a teoria dos mesons se articula o binmio finito-infinito, entendido a partir da ontologia e da cosmologia. Por isso, esta tese leva o subttulo de Ontologia, pois pretende delinear as premissas metatericas elementares dessa teoria. Portanto, este um trabalho eminentemente metaemprico, cujos objetos material e formal coincidem em um mesmo objeto conceitual: a demarcao epistemolgica do conceito de mesons, bem como a explorao de diversos fenmenos que possam ser descritos e agenciados pela mesologia. A partir deste ncleo primrio que a definio da ontologia dos mesons, uma srie de outros conceitos se dissemina, centrais para a compreenso da mesologia como um todo: mesons, meios, ser, vida, sapiens, ontologia, cosmologia, infinito, finito, heterarquia, heterognese, antropia, antropofanias, antropogemas, transumano, holografia, holograma, mereografia, mereograma, pluriontologias, transferncia, animismo, imaginal, tempestade, entre outros. Obviamente no pude analisar e estabilizar todos esses conceitos neste trabalho. E se no o fiz tambm porque imagino este trabalho dedicado a delinear o ser dos mesons, ou seja, a ontologia dos meios, como o primeiro volume de um projeto maior, em diversos volumes, intitulado Mesons, e que abordar outros conceitos e outras noes, tais como cosmo, vida, forma, morte, sexualidade, em suas determinaes e especificidades propriamente mesolgicas.
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A presente investigao prope uma comparao entre a obra do romancista irlands James Joyce produzida at 1904 e a obra Bombaim: cidade mxima, do escritor indiano Suketu Mehta no sentido de identificar semelhanas em certos procedimentos de representao tanto da cidade como da autorrepresentao, ou seja, a representao de si mesmo. objetivo da investigao aqui desenvolvida tambm argumentar que tais semelhanas no so meramente fortuitas, mas que esto relacionadas continuidade de processos histricos diretamente relacionados ao advento, propagao e manuteno do que a historiadora estadunidense Ellen Meiksins Wood chama de imprio do capital. Para levar a investigao a cabo, foi promovida uma pesquisa formada pelos seguintes desmembramentos que compem os captulos da tese: uma reviso dos conceitos de colnia, imprio e imperialismo, assim como da relao entre o Imprio Britnico e a Irlanda a primeira colnia britnica e terra natal de Joyce e a ndia a maior e mais importante colnia britnica e pas onde Mehta nasceu; uma explorao do tema da cidade, que envolve sua relevncia para a contemporaneidade, a emergncia da cidade industrial capitalista, e as ideias do socilogo alemo Georg Simmel acerca da configurao psicolgica engendrada na e por essa conformao urbana; uma detida investigao da obra inicial de Joyce, no intuito de explorar o desenvolvimento do que chamamos de literatura dramtica joyceana, seu uso nos primeiros textos ficcionais de Joyce e a relao de tal literatura com o tema da cidade; uma breve recapitulao de alguns dos eventos marcantes do sculo XX que acreditamos terem estreita relao com a pesquisa aqui desenvolvida: a derrocada do Imprio Britnico, a emergncia dos EUA como nova potncia imperial, a relao do movimento Modernista com o contexto imperialista do incio do sculo e com o tema da cidade, ilustrada principalmente pela figura e obra de Joyce; uma detalhada explorao de Bombaim: cidade mxima, seus personagens e temas; finalmente, a explicitao das semelhanas e diferenas existentes entre as narrativas de Joyce e Mehta e de como tais caractersticas se relacionam com a emergncia, manuteno e propagao do imprio do capital.
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A figura do ndio, na Literatura Brasileira, durante anos foi marcada pelos relatos sob a perspectiva de no ndios. As vozes dos povos indgenas foram silenciadas, ocultadas pelo discurso dominante, que disseminava ideias com base em seu ponto de vista, muitas vezes marcado pelo teor de superioridade diante desses povos. Principalmente presentes nos textos de viajantes e missionrios da poca da colonizao, os reflexos dessa atitude ainda so marcantes nos dias atuais: preconceitos e ideias equivocadas sobre a cultura amerndia. Tempos depois, passa-se do ndio brbaro e selvagem ao ndio idealizado das obras romnticas, mantendo o discurso parcial pautado na viso do outro. Em 1928, atravs da proposta antropofgica de Oswald de Andrade, inicia-se um novo perodo diante dessa realidade, muito embora ainda seja uma viso desenvolvida a partir do homem branco. Oswald contribuiu para trazer tona a figura do ndio sem a idealizao romntica e com base na valorizao dos nativos e de sua cultura. O modernista, com sua bandeira da assimilao crtica de contedos, propunha um resgate do primitivo como forma de integrar essa realidade aos novos tempos da industrializao, alm de objetivar a ruptura com modelos pr-estabelecidos e eliminao do vetor dominante-dominado. Nos ltimos anos, por outro lado, tem crescido o nmero de obras no mbito artstico produzidas pelos prprios indgenas, trazendo as vozes que, na verdade, sempre existiram. Nesse contexto, encontra-se a obra de Eliane Potiguara. A mulher e indgena, voz marcante do livro Metade cara, metade mscara (2004), apresenta ao leitor o viver entre dois mundos, o adaptar-se ao universo contemporneo sem perder as suas razes e a sabedoria ancestral. Assim como Oswald, Potiguara resgata o primitivo, atravs do discurso construdo a partir da mulher-terra, e assimila recursos do universo do no ndio para gritar suas dores e sua esperana, o que possibilita um dilogo com a proposta da Antropofagia oswaldiana. Pretende-se, a partir da ideia desenvolvida por Benedito Nunes (2011) acerca do carter diagnstico, teraputico e metafrico da Antropofagia, estabelecer relaes entre os pensamentos de Oswald de Andrade e Eliane Potiguara por meio da arte literria, refletindo sobre a ruptura com padres pr-estabelecidos atravs de novas perspectivas, a exemplo da literatura indgena
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Na tentativa de reconstruir a crtica nietzschiana reflexo filosfica sobre o fenmeno moral, o presente trabalho investiga os critrios utilizados pela Filosofia moral na sistematizao dos conceitos de liberdade e obrigatoriedade sob a base de uma assim chamada vontade de verdade. O propsito dessa reconstruo crtica consiste em averiguar o papel desempenhado pela noo de veracidade na compreenso filosfica das aes e normas morais. Para tanto, o estudo se ocupa, em um primeiro momento, dos argumentos utilizados por Nietzsche ao conceber a interpretao filosfica em sua essncia moral e ao identificar na exigncia humana por sociabilidade uma das gneses da noo de veracidade. Essas duas hipteses so decisivas na anlise das propostas hermenuticas ocidentais referentes ao fenmeno moral, tal como Nietzsche props no famoso texto Sobre verdade e mentira em sentido extramoral (1873) e em sua obra tardia. Em seguida, abordada a dificuldade que a tradio filosfica enfrentou na tentativa de fundamentao das normas e aes morais, sobretudo luz da crise do pensamento metafsico. Por fim, procura-se apresentar a reflexo de Nietzsche sobre o fenmeno moral como o meio mais adequado para se responder crise do pensamento metafsico, na medida em que procura substituir os pressupostos tericos da tradio filosfica ocidental e apresentar a noo de veracidade como probidade e virtude por excelncia do esprito livre.
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O tema Transtorno Alimentar vem recebendo nas ltimas dcadas uma ateno especial tanto da comunidade cientfica quanto dos meios de comunicao de massa. Assistimos a um aumento no nmero de publicaes nas revistas especializadas na rea da psiquiatria, a formao de centros de atendimento e pesquisa no eixo Rio-SoPaulo, concomitante a certa efervescncia nas publicaes da imprensa leiga. Todo esse interesse parece indicar que estamos diante de um novo fenmeno. Entretanto nesse trabalho procuramos desenvolver uma linha de pesquisa que pretende explorar a hiptese na qual casos graves de anorexia nervosa poderiam ser entendidos, a partir do ponto de vista psicodinmico, como similares as histerias de converso do final do sculo XIX Grande Hysterie. Para sustentar tal hiptese faremos um recuo no tempo investigando a histria da evoluo dos conceitos tanto da anorexia nervosa como da histeria e seus respectivos desdobramentos. Durante a realizao desse percurso terico percebemos que na verdade estvamos lidando com velhos dramas, ou seja, que no pano de fundo dessa questo encontrava-se a feminilidade e seus percalos. Assim sendo, nossa proposta toma um outro rumo: alicerada na perspectiva freudiana do tornar-se mulher, nos indagarmos se a anorexia nervosa no seria uma recusa do feminino capaz de assumir mscaras diversas. Recuperamos ento o conceito de feminilidade da teoria psicanaltica, considerando a anorexia nervosa como uma possibilidade de recusa articulada, ora a histeria, ora a perverso. Verificamos na prtica clnica um desaparecimento, sobretudo nas camadas mais elitizadas da populao, dos fenmenos conversivos francos ou floridos. Entretanto, nos prontos-socorros do servio pblico e nas grandes emergncias psiquitricas, a histeria sobrevive com toda a exuberncia de sua sintomatologia. Nos indagamos se a essas moas de classe mdia ou classe mdia alta restou apenas a possibilidade de implodir toda essa angstia psquica, sob a forma de um controle alimentar to rgido e uma tal distoro da imagem corporal que so capazes de aproxim-las de um quadro de falncia psquica.
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A soberania j foi conceituada de diversos modos ao longo da histria. Apesar disso, no deixou de ser a categoria mais elementar do direito internacional; expressando o fundamento de atuao dos Estados, foi atravs da soberania que o direito internacional se desenvolveu do Sculo XVII at os dias de hoje. Isso evidencia uma distino entre o contedo da soberania, quer dizer, o seu modo de manifestao, o seu conceito, que se altera em cada perodo histrico, de um lado, e, do outro, a forma jurdica internacional expressa pela soberania, que se mantm intacta e que existe independentemente do contedo que lhe dado, quer dizer, o lugar que ela ocupa no direito internacional. Atravs da anlise do conceito de soberania fornecido por trs autores clssicos de diferentes perodos histricos Hugo Grotius, Pasquale Mancini e Hans Kelsen o presente trabalho tem por objetivo demonstrar o carter ideolgico de cada teoria e, conseqentemente, sua inexatido. Para faz-lo, foi adotado o mtodo materialista dialtico, atravs do qual a produo de idias por parte do homem deve ser observada nos limites das suas condies de existncia e as idias produzidas como um reflexo consciente do mundo real. Cuida-se, assim, de observar o direito de superioridade afirmado por Grotius nos limites das condies de existncia humana que se alteravam com a transio do feudalismo para capitalismo, e extrai-se o seu sentido da luta entre a Igreja e os monarcas que iam centralizando sob si o poder. Da mesma forma, observa-se o direito de nacionalidade de Mancini sob as condies de existncia propiciadas pelo amadurecimento das classes sociais do capitalismo na Europa Ocidental como fruto da Revoluo Industrial, extraindo-se seu sentido das lutas revolucionrias por libertao nacional que ali se desenrolavam. O carter essencialmente limitado da soberania de Kelsen, enfim, ser observado no contexto da passagem do capitalismo para sua poca imperialista, como um reflexo consciente dos desenvolvimentos experimentados pelo direito internacional no fim do Sculo XIX e incio do Sculo XX, aps a Primeira Guerra Mundial. Assim, alm de demonstrar o carter ideolgico e a inexatido dos conceitos mencionados, busca-se demonstrar que o contedo da soberania em cada perodo histrico analisado encontra sua razo de ser na correspondente fase de desenvolvimento do capitalismo e que a forma jurdica soberania, isto , o lugar que ela ocupa no direito internacional, determinado pela necessidade do capitalismo de um instrumento de fora que assegure a acumulao de capital, o Estado soberano.
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A presente dissertao tem como objetivo mostrar como a literatura gtica pode ser atemporal, subvertendo as mentes e conceitos de seus leitores. Partindo do contexto histrico e cultural em que The Monk se inseriu, esse trabalho visa levantar as questes e elementos to fortemente reprimidos em nossa sociedade desde o final do sculo XVIII, como as idias de mal, abjeo e expresso do eu, em um dilogo permanente com a teoria de Michel Foucault, David Punter, Julia Kristeva, entre outros. Desta forma, a anlise do romance se d paralelamente a uma crtica social, visto que a obra gtica tem por um de seus fins denunciar e deslocar a realidade social. Em ltima instncia, ser feita a anlise algumas personagens do romance e sua respectiva importncia na obra
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Este trabalho visa realizar os primeiros passos de um projeto mais longo, cujo objetivo determinar o sentido daquilo que entendemos como pergunta pelo sentido do ser; junto a isso, se tem aqui igualmente o propsito de pensar a metodologia que acaso venha a ser adequada, isto , o tratamento especfico que possa alguma vez dar a tal questionamento um desenvolvimento legtimo. O caminho por ns adotado partir de Kant por motivos estratgicos, principalmente pela razo de encontrarmos a uma tese declarada sobre ser, que lhe concede um sentido unitrio: ao coment-la, reconstruindo-a por meio da apresentao de alguns de seus momentos, estaremos nos utilizando da mesma para apontar aquilo que acreditamos constituir uma corrupo de sentido nas suas prprias bases, permitindo compreender as dificuldades lanadas pela questo que, assim nos parece, so as mesmas que terminam por gerar as confuses que perfazem a prpria histria da metafsica. Isto significa que nossa discusso do caso kantiano - embora vise diretamente a filosofia crtica e todo projeto de uma teoria das faculdades - dever cunhar resultados mais amplos, j mesmo porque, a partir dela, viremos mesmo a afirmar a total inadequao de uma abordagem do sentido do ser sob o ponto de vista do comportamento terico. Por oposio a ele, procuraremos demonstrar que ser s pode ser abordado no interior de um campo de sentido que se apresente como o que chamaremos de atividade descritiva ou, poderamos igualmente dizer, uma atividade de mostrao. Este ltimo ponto, conclusivo somente quanto parte do caminho que nosso projeto mais geral nos exige percorrer, ser explicitado com a ajuda de alguns dos conceitos apresentados por Husserl em suas Investigaes Lgicas.
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Este estudo visa a contribuir para a reflexo sobre transparncia e participao social da gesto pblica brasileira, realizando uma anlise crtica sobre as propostas elaboradas pelos participantes da 1 Conferncia Nacional sobre Transparncia e Controle Social no seu eixo 1. Por meio da anlise, buscou-se identificar se as propostas elaboradas pela sociedade durante a 1 Consocial contriburam para o exerccio do controle social com base na transparncia e no acesso a informao. A metodologia utilizada foi a pesquisa exploratria e a pesquisa participante. O pesquisador fez parte como membro integrante do grupo analisado, utilizando a participao em conferncias nos fruns de discusso para a formulao de propostas. A participao se deu na etapa municipal - nos municpios de Maca e Rio de Janeiro -, na conferncia regional Niteri-Mangaratiba; na estadual do Rio de Janeiro, na conferncia livre do CRC RJ e na conferncia virtual, com a descrio das etapas preparatrias. Por meio da anlise das propostas priorizadas na ltima etapa da 1 Consocial, observou-se a necessidade de uma maior divulgao das informaes referente administrao pblica, exteriorizao das competncias dos instrumentos de participao social e capacitao do cidado para o exerccio da participao social. Algumas falhas foram detectadas na formulao das propostas, como o desconhecimento dos participantes a respeito das leis existentes sobre transparncia e das atribuies das ferramentas de participao social. Constatou-se a necessidade de capacitar o cidado para esse tipo de conferncia, realizando seminrios, reunies, palestras explicativas e eventos culturais sobre o tema Transparncia e Controle Social. Outro ponto a ser trabalhado para alcanar uma participao maior da sociedade nas questes governamentais consiste no ensino das crianas e jovens sobre a importncia de se exigir transparncia dos dados pblicos e a busca por espao nos instrumentos de participao. A Lei da transparncia atender seus objetivos, na medida em que o cidado tiver a conscincia do seu papel primordial na busca e no acompanhamento da informao.
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Nosso trabalho tem como objetivo central mostrar que as mudanas ocorridas no modo de produo da cincia contempornea possuem implicaes, tanto para os aspectos sociolgicos da cincia quanto para os seus princpios filosficos, que ainda apontam para uma necessidade de uma anlise da relao entre cincia e sociedade. Baseamos nossa tese no trabalho desenvolvido pelo fsico e epistemlogo da cincia John Michael Ziman F. R. S. (1925-2005), que defende que as mudanas ocorridas nos ltimos 60 anos, relacionadas a uma nova forma de organizar, gerir e financiar a prtica cientfica, i.e., a uma nova forma de prtica cientfica, levaram ao surgimento de uma cincia ps-acadmica ou ps-industrial. Sua consequncia mais grave a incorporao de um novo ethos cientfico, que tem como base princpios gerenciais, em detrimento do ethos mertoniano, cujo objetivo principal seria a manuteno de princpios que foram histrica e socialmente defendidos pelos cientistas em um ideal de cincia acadmica, tais como os de objetividade, busca da verdade e autonomia, ainda que como ideais reguladores. Contudo, mostraremos que Ziman no adere interpretao tradicional do ethos mertoniano, que o associa a uma epistemologia fundacionista. Alm disso, ele reformula, seguindo as novas filosofia e sociologia da cincia, os ideais epistmicos preconizados pelas tendncias positivistas e neopositivistas, em especial a noo da objetividade. Para Ziman, a cincia ainda produz conhecimento confivel, pois possui um mecanismo cooperativo de produo, que tem como base a crtica entre os pares.
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Esta dissertao se insere nos estudos de Lingustica e vinculada Anlise Crtica do Discurso (FAIRCLOUGH, 1989, 2003) e Lingustica Sistmico-Funcional (HALLIDAY, 1970, 1973), investigando o que a qualidade literria para os internautas que interagem em fruns de discusso do Orkut, luz da Teoria da Valorao (MARTIN ; WHITE, 2005). De acordo com as categorias que abrangem o subsistema da Atitude da Teoria da Valorao (MARTIN ; WHITE, 2005), analisa-se como os leitores internautas se posicionam sobre a questo da qualidade literria e a ideologia que perpassa seus discursos. O conceito de ideologia adotado o proposto por Thompson (2009), para quem o conceito deve ser compreendido a partir da noo de hegemonia e poder, ou seja, a ideologia necessariamente estabelece e sustenta relaes de dominao, reproduzindo a ordem social que favorece indivduos e grupos dominantes.O corpus desta pesquisa composto de trs amostras colhidas entre 15/07/2009 e 05/01/2010 correspondentes a uma discusso iniciada em comunidade relacionada a assuntos literrios. A AMOSTRA 1 refere-se ao tpico Leitura difcil sinal de qualidade?, da comunidade Literatura; a AMOSTRA 2, se refere ao tpico Qualidade do texto literrio, da comunidade Discutindo... literatura e, por fim, a AMOSTRA 3 representa o tpico O que um bom texto literrio para voc, tambm da comunidade Literatura. Cada discusso possui congruncias e divergncias quanto s representaes sobre literatura e essas foram tambm analisadas. No obstante, o que nos interessa perceber como as ideologias perpassam seus discursos de acordo com os valores que os internautas atribuem a aspectos do texto literrio. Foram escolhidos fruns de discusso online do Orkut porque as interaes em redes sociais constituem elemento novo das prticas sociais e, portanto, relevantes pontos de apoio para a investigao da criao de sentidos sobre o conceito de boa literatura. Investigar como a literatura, objeto de estudo acadmico, analisada em tais espaos cibernticos instigante, por no ser usual. Os resultados obtidos nessa pesquisa sugerem que o internauta reproduz o discurso acadmico hegemnico acerca da qualidade literria ao debater a qualidade intrnseca do texto literrio com a ressalva de manifestar seu contentamento ou descontentamento acerca de determinados textos literrios e escritores, dado novo que revela uma caracterstica deste espao no institucional de discusso, em que os internautas se sentem vontade para manifestar sua opinio
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Segundo os PCN, o ensino de Ingls deve contribuir para a formao de indivduos questionadores e autnomos, que sejam capazes de fazer uso da linguagem como prtica social. Este trabalho tem como objetivo apresentar uma proposta para desenvolver o letramento crtico atravs da leitura (KLEIMAN, 1995; SOARES, 2006), de forma a atender essa necessidade. Para tanto, indico, nesta dissertao, formas de abordar textos multimodais didaticamente, atravs da Anlise Crtica do Discurso (FAIRCLOUGH, 2003) usando os pressupostos terico-metodolgicos e as categorias analticas oferecidas pela Lingustica Sistmico-Funcional. A relevncia do estudo de textos com imagens na escola est na possibilidade de trazer para esse ambiente a discusso de como essas semioses expressam diferentes modos de acesso ao conhecimento. Alm disso, apesar da existncia de trabalhos dedicados habilidade de leitura em Ingls (RAMOS, 2004; BAMBIRRA, 2007; VIAN JR., 2009) e, por outro lado, de pesquisas acerca da leitura de imagens e ensino (SARDELICH, 2006: OLIVEIRA, 2006), poucos so os trabalhos que contemplam a leitura crtica em lngua estrangeira no que diz respeito integrao da linguagem verbal e visual para a produo de sentidos. Para investigar as escolhas lingusticas e imagticas e sua relao, responsveis pela mensagem a ser negociada com o leitor, foram estudados dezessete textos, separados em quatro grupos representando quatro gneros textuais compostos pelo verbal e pelo visual: cinco artigos de revista, trs resenhas, cinco tirinhas e quatro anncios publicitrios. Eles foram examinados separadamente atravs de algumas das seguintes categorias dentro das trs metafunes: a ideacional, principalmente pela anlise dos Processos (HALLIDAY & MATTHIESSEN, 2004; KRESS & VAN LEEUWEN, 2006) e da Representao dos Atores Sociais (VAN LEEUWEN, 1997 e 2008); a interpessoal, pela Valorao (MARTIN e WHITE, 2005) e as instncias de Contato, Distncia Social e Atitude no visual (KRESS & VAN LEEUWEN, 2006); a textual, somente na imagem, quanto Salincia, ao Valor Informacional e Moldura (KRESS & VAN LEEUWEN, 2006). A partir da descrio e discusso dos resultados das anlises de cada gnero, proponho algumas atividades para exemplificar a aplicao da LSF em contexto escolar. A construo dos exerccios baseou-se principalmente no artigo de Ramos (2004) sobre a implementao de gneros em sala de aula. Assim, o trabalho com os corpora se dividiu em trs momentos, usando cada gnero de uma vez: 1) descrio do gnero em seu contexto situacional e consideraes sobre o contexto cultural; 2) anlise do corpus aplicando a LSF e 3) exemplificao de atividades a partir da anlise. Os resultados indicam que verbal e visual tendem a se complementar nos gneros estudados e os ferramentais tericos utilizados se mostraram como um generoso ponto de partida para o desenvolvimento de atividades de leitura crtica
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A Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educao Brasileira (LDB 9.394/96) prev que a educao superior promova criticidade, reflexibilidade, correlao de saberes, mas tambm o incentivo ao trabalho de pesquisa e investigao cientfica, visando ao desenvolvimento da cincia e da tecnologia e da criao e difuso da cultura e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive. (Artigo 43, inciso III). Entretanto, pouco se ouve sobre essas questes a partir da voz do orientador de pesquisas acadmicas, o que esta pesquisadora considera um problema de ordem social, tendo em vista a importncia desses atores sociais para o campo acadmico. Os poucos trabalhos que abordam o tema limitam-se a identificar o orientador a partir das impresses empricas dos orientandos e a refletir as atuaes a partir de questes poltico-educacionais (FLECHA, 2003; MAZZILLI, 2003; BIANCHETTI & MACHADO, 2006). Neste sentido, o presente trabalho procura responder, atravs da Anlise Crtica do Discurso (ACD), o que os orientadores tm a dizer sobre sua prtica social. De carter interpretativo (ALVEZ-MAZZOTTI, 1999), conta com dados gerados por orientadores de mestrado em Lingustica/Lingustica Aplicada, das esferas federal, estadual e privada, do Rio de janeiro, sendo dois participantes de cada esfera. Na primeira etapa, os sujeitos responderam a uma entrevista semiestruturada. A segunda etapa consta de: a) um questionrio; b) correspondncias eletrnicas; c) os regimentos dos programas de ps-graduao; e d) reviso histrica da orientao no Brasil. O carter social deste estudo a relao dialtica entre linguagem e sociedade, j que a ACD considera qualquer evento discursivo ao mesmo tempo um texto (primeira dimenso), uma prtica discursiva (segunda dimenso) e uma prtica social (terceira dimenso): o modelo tridimensional (FAIRCLOUGH, 2001). O Sistema de Transitividade da LSF pautou a anlise da primeira dimenso, confirmando outros estudos sobre o ranking da recorrncia dos processos (LIMA LOPES, 2001). A interpretao dessa primeira dimenso aponta que os orientadores atuam na idiossincrasia, e que os principais atores sociais desse fazer so o orientador e o orientando, em relao assimtrica de poder. Na segunda dimenso, a interdiscursividade refora essa idiossincrasia, mas inclui as presses institucionais, que agem como reguladoras desse fazer. Na terceira dimenso, os resultados sugerem que aspectos histricos justificam a queda da qualidade dos mestrandos, associando a isso um interesse poltico, e as caractersticas da ps-modernidade a uma nova e hbrida atuao. Alm disso, os resultados apontam para um discurso de resistncia hegemonia nas trs dimenses de anlise. A pesquisa possibilitou ainda a discusso em torno de aspectos prticos: a) a reflexo dos sujeitos sobre seus papeis e atribuies; e b) a atualizao do aporte terico, aplicado a um tema ainda pouco explorado. Deste trabalho, fica um convite a novas pesquisas sobre o discurso do orientador, trazendo tona no apenas sua voz, conforme a fala literal de um dos entrevistados, mas tambm contribuies diretas e significativas aos estudos em Lingustica e Lingustica Aplicada no Brasil
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Esta tese tem como proposta uma leitura de aspirao ensastica da correspondncia entre os escritores Carlos Drummond de Andrade e Mrio de Andrade durante o Modernismo, entre 1924 e 1929, com destaque para a afirmao da identidade do poeta brasileiro em sua relao com o nacionalismo. A correspondncia, abordada como dilogo epistolar, analisada cronologicamente, relacionando os temas propostos produo artstica dos escritores. A troca de opinio sobre originais dos prprios autores um dos focos da anlise do texto, em especial as cartas que envolvem a gnese do livro Alguma poesia, publicado por Carlos Drummond de Andrade em 1930. As cartas tm como antecedente o cuidado de si, oriundo da cultura greco-romana, exercido pelos antigos filsofos como um exerccio espiritual e de reflexo sobre o cotidiano. Desse modo, a partir do convite epistolar de devotar-se ao Brasil feito por Mrio, Carlos elabora poemas como respostas, em um dilogo que ganha permanncia potica