27 resultados para Agencia representante de pulsión [Triebrepräsentanz]
Resumo:
Dedicamo-nos ao estudo do modo como ocorre a retomada da sofstica em Nietzsche. Partimos, ento, do pressuposto de que h uma ligao entre Nietzsche e os sofistas e, por isso, dialogamos com os principais estudos que aproximam Nietzsche e a sofstica. Nosso objetivo , primeiramente, apresentar a viso geral entre as investigaes sobre a relao de Nietzsche com a sofstica. Para, ento, mostrar certos equvocos no modo habitual de relacionar a filosofia nietzschiana ao movimento sofista. Nossa principal investida contra o modo habitual de aproximao entre Nietzsche e a doutrina do homem- medida de Protgoras. Tambm discutimos o lugar de Clicles no pensamento nietzschiano, principalmente, porque na viso geral que aproxima Nietzsche e os sofistas, a doutrina de Clicles, acerca do direito do mais forte, est relacionada idia nietzschiana de alm-homem. Acreditamos que nem na abordagem de Protgoras nem na de Clicles, h argumentos condizentes para uma retomada da sofstica no pensamento nietzschiano. Nossa defesa de que o sofista Grgias a palavra-chave no entendimento da relao de Nietzsche com os sofistas. Nosso argumento tem sua base na importncia do historiador Tucdides para a concepo nietzschiana de histria. Defendemos uma influncia da retrica sofista, cujo principal representante Grgias, tanto na apresentao quanto no modo de investigao do trabalho tucidideano. Tal influncia resultar em uma articulao entre Nietzsche, Tucdides, sofstica e histria. Para apresentao dessa articulao, nosso estudo expe a importncia do elemento ficcional, tanto para as reflexes nietzschianas quanto para a retrica sofstica de Grgias, de modo relacionar essa importncia concepo de histria de Tucdides.
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O objetivo deste estudo demonstrar que as informaes fornecidas pela Lei Oramentria Anual de 2010 da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e pelos seus respectivos relatrios de execuo oramentria, referentes aos investimentos em obras e instalaes da Secretaria Municipal de Educao no permitem ao cidado avaliar a eficcia e a eficincia dos seus representantes; tambm objetivo deste estudo demonstrar que as alteraes realizadas na Lei Oramentria Anual de 2010 da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, referentes aos investimentos em obras e instalaes da Secretaria Municipal de Educao, podem prejudicar uma possvel avaliao da eficcia e eficincia do gestor representante e, finalmente, este estudo tambm objetiva sugerir possveis sugestes e recomendaes para que a Lei Oramentria Anual da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e os seus respectivos relatrios de execuo oramentria passem a fornecer as informaes necessrias para o cidado avaliar a eficcia e a eficincia dos seus representantes. Para alcanar tais objetivos, sero abordados conceitos como: a) estado democrtico, para demonstrar o contexto onde acontece a relao entre os cidados e os seus representantes eleitos; b) oramento pblico, para discutir a sua funo como instrumento de controle entre os cidados e os seus representantes eleitos; c) avaliao de desempenho, para demonstrar a importncia desta para o gestor e para o controle dos cidados; e d) teoria da agncia, para discutir o conflito decorrente entre os cidados e os seus representantes eleitos, de forma a permitir uma nova perspectiva desta relao. Para desenvolver este estudo ser utilizado o mtodo de estudo de caso, por ser o mais indicado para esse tipo de pesquisa. O caso escolhido foi a parte da Lei Oramentria Anual de 2010 da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e seus respectivos relatrios de execuo oramentria, referente aos investimentos em obras e instalaes da Secretaria Municipal de Educao.
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Considerado pela maioria da crtica como uma literatura ptrida (cf. ULBACH, 1868) ou torpe (cf. VERSSIMO, 1894), acusado de confundir ingenuamente cincia e literatura, bem como de cientizar a linguagem literria, e em particular no Brasil, alm disso, questionado por plgio ou importao de uma moda estrangeira, o naturalismo foi relegado s margens da historiografia literria. Assumindo como ponto de partida esse panorama crtico, a tese prope uma reavaliao crtica e historiogrfica da esttica naturalista, comeando por descrever e analisar sua origem no decurso da histria, a partir do advento do realismo moderno nas obras de Stendhal e de Balzac (cf. AUERBACH, 2004). Enfoca a lenta afirmao dos termos realismo e naturalismo, bem como a importncia da contribuio de diferentes romancistas franceses no processo de consolidao da esttica realista e de seu prolongamento no naturalismo. Discute-se tambm o projeto esttico proposto por Zola, assim como se desconstroem mitos corroborados pela historiografia literria a respeito da teoria e do movimento naturalistas. Por fim, correlacionando a esttica naturalista com o ideal republicano, aborda-se a aclimatao dos princpios naturalistas no Brasil, na obra daquele que foi seu principal representante, Alusio Azevedo. A partir de uma abordagem comparativa entre o naturalismo na Frana e no Brasil, busca-se, em sntese, contribuir para o processo de reviso crtica e historiogrfica de um perodo literrio muito produtivo nos dois pases, no obstante a tendncia para sua desvalorizao em geral observada nas manifestaes da crtica novecentista
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Horizontes possveis em derivas cariocas uma pesquisa em que prticas como desenho, foto e vdeo se entrelaam com a memria da cidade do Rio de Janeiro. Os registros de situaes na cidade so tratados como intervalos em percursos dirios. Uma cena agencia um quadro imaginativo que se adensa com as relaes acionadas por lembranas. Tais relaes compreendem referncias a romances literrios, a poesias, a histrias de vida e msicas
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Esta dissertao tem como objeto a formao dos Agentes Comunitrios de Sade de Duque de Caxias. Com a aprovao da Lei Federal N 11.350 de 2002 que institui como um dos requisitos para o exerccio da atividade haver concludo, com aproveitamento, curso introdutrio de formao inicial e continuada, e com base no Referencial para Curso Tcnico de Agente Comunitrio de Sade esta pesquisa tem a finalidade de analisar como se encontra a formao dos ACS de Duque de Caxias-RJ. Para tanto foram entrevistados 17 Agentes Comunitrios de Sade, representante da Secretaria Municipal de Sade, representante do SINDSPREV-RJ Sindicato dos Trabalhadores em Sade, Trabalho e Previdncia Social no Estado do Rio de Janeiro, representante do MUB Federao Municipal de Associaes de Moradores e representante dos Conselhos Municipal e Estadual de Sade. Desta forma, pretende-se atravs da anlise dos diversos segmentos envolvidos no processo de construo da sade no municpio perceber como realizada a formao dos ACS e de que forma esta formao colabora (ou no) para a implementao plena da Estratgia da Sade no referido municpio. Como resultado chegou-se a concluso que a Lei foi cumprida parcialmente, pois em 2007 a Secretaria Municipal de Sade disponibilizou a formao inicial em um curso de 400 horas finaciado pelo governo federal, porm depois desta data a referida secretaria no deu continuidade a formao tcnica e adotou a capacitao com fim em si mesma e com carter de treinamento para combater agravos e doenas. Atravs da anlise da fala dos movimentos e instituies sociais, percebe-se que o fato da maioria dos ACS serem nomeados por indicao poltica e atravs de contratos de trabalho frgeis e a ausncia de uma formao slida e consistente estes trabalhadores no se organizam e assim deixam de lutar por direitos e melhores condies de trabalho.
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Este trabalho tem por objetivo analisar as proposies polticas da CUT na dcada de 1980, bem como a memria que esta entidade construiu sobre o passado do movimento operrio brasileiro. Isso se far atravs da observao de uma prtica, que segundos os membros da entidade, seria mais combativa, inovadora e defensora dos reais interesses da classe trabalhadora. O que a levou a se colocar como representante de um novo sindicalismo, contrapondo-se a o que a CUT denomina velho sindicalismo, colaboracionista, clientelista e pouco combativo. O trabalho se utiliza das leituras que a CUT faz ao longo da construo das bases ideolgicas de seu sindicalismo e sobre a atuao sindical anterior ao golpe civil-militar de 1964, sendo este um instrumento de criao de sua identidade poltica e tambm um referencial crucial para o estabelecimento de suas estratgias e propostas de ao no campo sindical, alm de seu projeto poltico. Utilizando-se das referencias tericas da nova histria poltica, da cultura poltica, do conceito de memria e das relaes entre memria-identidade e identidade-projeto, o trabalho pretende investigar como a CUT, a partir de sua fundao e nos primeiros anos de sua atuao se apoiou neste discurso que desqualificava as lideranas sindicais que atuaram antes de 1964.
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As cmaras municipais constituram-se em um dos mais notveis mecanismos de manuteno do vasto imprio ultramarino portugus. Originavam-se dos antigos conselhos medievais, aglutinavam os interesses das elites coloniais ao serem compostas pelos homens bons da colnia, detinham considervel poder sobre a sociedade local alm de terem a liberdade de representar ao rei de Portugal seus anseios ou dificuldades. Paralelo, ao poder do senado da cmara municipal, encontravam-se as autoridades nomeadas pelo rei de Portugal: governadores coloniais. Este compartilhamento do poder na colnia gerava, muitas vezes, conflitos entre a cmara municipal e os funcionrios rgios. No Rio de Janeiro, setecentista, vrios fatores internos e externos colnia deterioraram as relaes entre os governadores coloniais e os membros do senado.Tal situao agrava-se com as incurses corsrias francesas de 1710 e 1711 que demonstraram a fragilidade do imprio portugus que h muito deixara de ter um poder naval significativo, perdendo espaos para potncias como a Frana, Inglaterra e Holanda. Incapaz de conter os inimigos no vasto oceano, desprovido de meios navais capazes de patrulhar os litorais de suas colnias na frica, sia e Amrica, em especial o do Brasil, o imprio portugus dependia cada vez mais dos recursos humanos de suas colnias para a manuteno do seu territrio ultramarino. A corte portuguesa sofreu duro impacto com a conquista da cidade do Rio de Janeiro por Duguay-Trouin e, ao longo dos prximos anos, procurou fortalecer o sistema defensivo de sua colnia com o envio de tropas e navios alm da construo de novas fortalezas e o reaparelhamento do sistema defensivo j existente.Todo este esforo para a guerra era bancado, em sua maior parte, com recursos da prpria colnia do Rio de Janeiro. Obviamente este nus no agradava a incipiente elite mercantil que florescia na colnia resultando no fato de que a poltica de enclausurar o Rio de Janeiro entre muralhas e fortificaes, s custas da economia colonial, colocou em campos opostos os funcionrios do rei e os membros do senado por vrias vezes nas primeiras dcadas do sculo XVIII. Surgiram inevitveis conflitos pelo uso e posse do territrio urbano do Rio de Janeiro cada vez mais pontilhado por fortalezas, sulcado por extensas valas e trincheiras a impedir-lhe o crescimento urbano. Alm do conflito territorial, em funo da expanso da atividade mercantil desenvolvida pelos colonos, as disputas comerciais envolveram as elites locais, vidas por lucros e impulsionadas ao comrcio devido descoberta do ouro na regio das Minas, e as autoridades e comerciantes lusos, uns querendo controlar a atividade comercial que crescia em acelerado ritmo, outros querendo lucrar e disputar espaos com as elites coloniais locais. No meio destes embates encontrava-se a Cmara Municipal do Rio de Janeiro, objetivo maior desta pesquisa, a defender os interesses das elites da colnia, pois delas era representante. Era uma disputa em que, muitas vezes, seus membros pagaram com a perda da liberdade e dos seus bens frente a governadores coloniais mais intolerantes
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A psicanlise e a arte sempre se atraram. Freud e Lacan se utilizam muito da literatura, das artes plsticas, da msica e do teatro para a ilustrao de importantes conceitos psicanalticos. Esta dissertao tem a inteno de mostrar a relao da psicanlise com a literatura, sobretudo, da psicanlise com a poesia. Atravs da obra do poeta e escritor portugus Teixeira de Pascoaes (1877-1952), o principal representante do saudosismo e uma das mais proeminentes figuras da cultura portuguesa do sculo XX, e do poeta brasileiro Manoel de Barros, considerado por muitos, o maior poeta brasileiro vivo, ratificaremos como a literatura foi fundamental para a construo do corpus terico de Freud e Lacan e de outros grandes autores da psicanlise. Usaremos a poesia de Pascoaes e Barros para exemplificarmos conceitos como a pulso, o inconsciente e a sublimao, este ltimo, inacabado pelo pai da psicanlise. Mostraremos tambm, como a obra dos dois poetas, de alguma forma, se encontram
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Esta pesquisa fundamentada e metodologicamente construda objetivando descrever e analisar o que e como o Programa Bairro-Escola de Nova Iguau, implementado como poltica educacional, em 2006, para organizao curricular da Rede Municipal de Ensino. O foco deste estudo qualitativo est centrado na identificao das principais diretrizes e caractersticas produzidas por essa poltica curricular no/para o desenvolvimento da gesto democrtica e na melhoria da prtica educativa. Para tanto, a metodologia utilizada para a elaborao deste trabalho foi a abordagem qualitativa, a investigao terica de eixos temticos e o estudo de caso do significado do Programa Bairro-Escola para os sujeitos que o vivenciam em Nova Iguau, abordando especificamente quais so as principais caractersticas que o Programa tem produzido, at ento, na gesto macro e micro educacional, na prtica educativa e na relao entre ambas as prticas, sob a tica dos sujeitos que o vivenciam no seu cotidiano de desenvolvimento. Para tanto, este estudo de caso de cunho descritivo-analtico utilizou como campo de investigao duas escolas municipais (situadas em bairros geograficamente distantes) como amostragem e a Secretaria Municipal de Educao de Nova Iguau para a obteno, por meio de entrevistas semiestruturadas (realizadas no segundo semestre de 2011), de informaes que "respondessem" aos objetivos desta pesquisa. No entanto, os sujeitos escolhidos para serem entrevistados foram: (um) representante da Secretaria Municipal de Educao de Nova Iguau, (dois) diretores, (dois) coordenadores, (dois) orientadores, (dois) professores, (dois) estagirios, (dois) agentes comunitrios, (dois) pais de alunos e (dois) alunos, os quais relataram nas entrevistas que o Programa Bairro-Escola iguauano, apesar de ser uma poltica educacional ainda recente, tem contribudo para a melhoria da prtica educativa, na medida em que as oportunidades educativas foram ampliadas com a implantao do Horrio Integral atravs das oficinas fixas de aprendizagem, esporte, cultura, informtica, entre outras experincias socioeducativas desenvolvidas no mbito escolar ou em ambientes parceiros nas comunidades do entorno das escolas. E na gesto educacional atravs da conquista da implementao do conselho escolar, o qual tem possibilitado uma gesto mais participativa e mais autnoma nas escolas. Mas expuseram tambm que, para um "melhor rendimento", o Bairro-Escola, aqui, ainda carece de variados recursos infraestruturais (recursos de natureza fsica, humana ou pedaggica) e de mais estratgias que dinamizem a gesto mais participativa, o envolvimento comunitrio e o reconhecimento do Programa.
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A presente dissertao, apresentada ao Programa de Ps-Graduao em Psicologia Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, teve como proposta pesquisar a municipalizao das medidas socioeducativas em meio aberto. O objetivo da pesquisa foi o de retratar como esse processo estrutura-se no estado do Rio de Janeiro, especificamente no municpio de Niteri. A fim de compreender a dimenso estrutural da municipalizao, foi realizada pesquisa de campo junto ao Departamento Geral de Aes Socioeducativas (DEGASE), rgo de referncia estadual, e junto ao Centro de Referncia Especializado de Assistncia Social (CREAS) do municpio de Niteri. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas, realizadas com representante da Assessoria s Medidas Socioeducativas e ao Egresso, vinculada ao DEGASE, e com o coordenador e os profissionais da equipe de referncia socioeducativa do CREAS/Niteri. A categorizao e anlise dos dados foram empreendidas por meio da Anlise de Contedo das entrevistas e das anotaes feitas em dirio de campo. Os resultados da pesquisa forneceram subsdios para uma reflexo acerca da execuo das medidas socioeducativas de Liberdade Assistida e de Prestao de Servio Comunidade no processo de municipalizao, alm de um panorama a respeito da assessoria prestada aos municpios. Constatou-se, no estudo, a fragilidade do processo de municipalizao, em especial pela precarizao das condies de trabalho neste campo. Ao mesmo tempo, foi evidenciado que a escassez de um trabalho em rede com as instituies municipais e com o Sistema de Garantia de Direitos da criana e do adolescente dificulta que se siga o que dispem o Estatuto da Criana e do Adolescente, o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo e a Tipificao Nacional de Servios Socioassistenciais no que diz respeito execuo das medidas em meio aberto. Os resultados da pesquisa indicam que o carter social e educativo das medidas em meio aberto ainda est por ser assegurado aos adolescentes em cumprimento de medidas.
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Esta dissertao, partindo da histria social da criana, a qual permite a verificao de que o investimento do Outro (representante da cultura) sobre ela fruto de uma construo que abarca os aspectos polticos e econmicos de uma poca, tem como objetivo demonstrar que na cultura atual que lana o sujeito para o imperativo de gozo um vazio nas funes parentais se constituiu, visto que as figuras parentais esto mais voltadas para seus projetos individuais. Assim, novas atenes especializadas surgem como uma tentativa de preench-lo, uma vez que esto encarregadas no apenas dos cuidados e educao da criana, mas de seu processo de socializao primria. A existncia de um grande nmero de especialistas em torno da criana aponta para o fato de que a ela so destinados inmeros olhares e inmeras palavras que, nos seus excessos, acabam por se transformar em olhares vazios e palavras perdidas. Desta forma, a criana hoje parece ser fruto de um desejo annimo, onde o Outro regido pelo imperativo de satisfao, no abrindo mo de sua satisfao narcsica, acaba por no sustentar um olhar, uma palavra, comprometendo, assim, a constituio da imagem do corpo daquela e, consequentemente, o seu processo de simbolizao. Este o ponto focado nesta pesquisa: a precariedade desse investimento primordial, que tem como funo retirar o infante de um estado de desamparo, na medida em que realiza um contorno ao que da ordem do real, possibilitando, por conseguinte, outro destino para o excesso pulsional, impedindo a prevalncia da pulso de morte no psiquismo.
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Este trabalho tem como objetivo principal apresentar uma histria da Psicologia Social no Rio de Janeiro no perodo compreendido entre as dcadas de 60 e 90. Iniciamos este trabalho discutindo a crise no campo da Psicologia Social que ocorreu na Europa e nos Estados Unidos a partir de meados dos anos 60. No Brasil, a crise comeou a ter desdobramentos apenas na dcada de 70. Iniciava-se a crtica a Psicologia Social cognitiva norte-americana e a busca de novas teorias, metodologias e interlocutores no campo da Psicologia Social. No Rio de Janeiro, o principal representante desta perspectiva foi Aroldo Rodrigues. Sua principal opositora foi Silvia Lane. Em Minas Gerais, O Setor de Psicologia Social foi outro importante eixo de oposio. Ao longo da tese, buscamos compreender como alguns enunciados presentes nos anos 60 e 70, entre os movimentos de resistncia como o CPC da UNE, o Tropicalismo e a Teologia da Libertao, como crtica e alternativa aos ditames positivistas. Era necessria uma Psicologia Social que permitisse pensar a realidade social brasileira. As categorias universalizantes da Psicologia Social norte-americana, que pensavam o homem fora da histria e da cultura, passaram a ser objeto de crtica. Como afirmamos, buscamos apresentar uma histria da Psicologia Social no Rio de Janeiro no perodo histrico j definido anteriormente. Para isso, alm do levantamento de referncias sobre o tema fizemos entrevistas com vrios dos personagens que participaram desta mesma histria, como professores, pesquisadores e alunos.
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O museu como instituio de produo, guarda e difuso de conhecimentos necessita criar e desenvolver estratgias que se encontram articuladas a demandas sociais de um determinado tempo histrico, assim como quelas que lhes so prprias. O estudo das aes educativas desenvolvidas pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro no perodo entre sua criao em 1818 e a dcada de 1930 com os objetivos de divulgar o conhecimento cientfico por ele produzido e apoiar o ensino das cincias naturais objeto deste trabalho, na tentativa de compreend-las enredadas no contexto mais amplo de institucionalizao da educao, racionalizao da pedagogia, formao do carter pblico dos museus e construo da nao brasileira. Operando com as continuidades e descontinuidades dessas aes no perodo proposto, a pesquisa foi desenvolvida atravs da investigao de um conjunto documental, composto dos seguintes tipos: a) legislao brasileira, pertinente educao e ao Museu Nacional; b) correspondncia efetivada entre o Museu, ministrios, instituies e autoridades; c) relatrios de Diretores, Secretrio, pesquisadores do Museu Nacional; dos ministrios; de naturalistas e professores; d) livros de registros do Museu Nacional; e) catlogos, programas e guias de exposies nacionais e internacionais; f) publicaes de diretores do Museu Nacional e de professores; g) conferncias sobre cincia e educao; h) peridicos; i) quadros murais e colees didticas. Desse conjunto tratamos em especial os materiais que serviram de suporte e veculo de comunicao, com a pretenso de evidenciar o museu como espao educativo, valorizando suas aes dirigidas para a instruo pblica. De acordo com os resultados obtidos, foi possvel observar que ao longo do Imprio e nas quatro primeiras dcadas da Repblica no Brasil o Museu Nacional atuou como agncia de consultoria de governo, ampliando suas aes educativas para atender s necessidades de diferentes segmentos da sociedade e s suas demandas internas. Nesse sentido, contribuiu para afirmar estudos em Histria Natural apoiados na teoria evolucionista; inserir o Brasil no cenrio cientfico internacional; instruir e ampliar os conhecimentos sobre o pas, valorizando suas riquezas naturais, estimulando no pblico, especialmente o escolar, o carter prtico do ensino e um sentimento de pertencimento e de identidade nacional.
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A anlise em tela investiga a construo do projeto poltico pedaggico do Departamento de Psicologia da Universidade Estadual da Paraba (2011), tendo como parmetros o projeto poltico pedaggico inicial do curso (1999) e a produo de textos, discursos e documentos no cenrio nacional que versam sobre a reforma curricular da graduao em Psicologia no Brasil. A abordagem do ciclo contnuo de polticas, proposta por Stephen Ball e a vertente analtica das comunidades epistmicas so a base terico-metodolgica escolhida. Tambm h uma interlocuo com o campo da Psicologia da Educao, em uma perspectiva multidisciplinar, apoiada nas contribuies de Michel Foucault sobre discurso e poder. Compreendemos, a partir desta perspectiva, que as polticas curriculares so pensadas e produzidas num processo complexo que envolve diversas aes nos contextos da influncia, produo e da prtica (BALL e BOWE, 1992). Ainda que o foco de nossa pesquisa seja no contexto da prtica (reforma curricular do curso de Psicologia), a anlise considera os outros contextos pelas relaes de interdependncia que h entre eles. O intervalo cronolgico definido para compreenso das polticas curriculares para a formao em Psicologia (1999-2011) foi atento s definies ocorridas, neste perodo, as quais permitem a anlise mais precisa do nosso objeto: as recontextualizaes institucionais na reforma curricular da Psicologia da UEPB. Elas so analisadas a partir da identificao de dois projetos de formao em disputa no cenrio nacional: um projeto generalista e outro especialista. O primeiro tem como caractersticas principais a defesa de um curso com denominao nica (Curso de Psicologia), formao focada na profissionalizao, substituio das antigas reas de habilitao para nfases curriculares, dissociao entre formao profissional e formao do professor e, por fim, extino da terminologia de bacharel. J o segundo defende dois aspectos que dizem respeito a reivindicao da formao do bacharel e a formao do professor. Identificamos que o projeto de formao generalista que tem como maior representante o CFP, tornou-se vencedor, no cenrio nacional, tendo repercusses no contexto da prtica na UEPB. H algumas sintonias entre as diretrizes curriculares construdas para a Psicologia na universidade e as diretrizes do CFP que defendem a incluso das prticas emergentes ao currculo da graduao em Psicologia no pas. Esta constatao atesta a ao de uma comunidade epistmica que defendeu um projeto de formao focado na profissionalizao na rea clnica. Assim, conclumos que, ainda que haja a definio da profissionalizao como meta do curso de Psicologia da UEPB, a rea/nfase de Psicologia Organizacional e do Trabalho que aparece como dominante; a rea/nfase de Psicologia Clnica tem suas horas diminudas; as nfases curriculares so correlatas das reas de formao do PPPI (1999) e a formao do professor de Psicologia excluda do NPPP (2011), ficando para o futuro a construo de um projeto especfico para esta formao. Portanto, a reforma curricular de Psicologia da Universidade Estadual da Paraba, apesar de pretender uma formao generalista, reproduz uma lgica especialista e o perfil do curso foca na profissionalizao, mas com uma ascenso da rea/nfase Psicologia Organizacional e do Trabalho.
Resumo:
Este trabalho refere-se a uma pesquisa qualitativa exploratria que tem por objetivo geral investigar alguns aspectos que marcam a experincia da morte na modernidade, como sua crescente desqualificao e ocultamento social, e mais recentemente, no perodo denominado de contemporneo, a sua maior visibilidade no campo dos saberes especializados, a fim de avaliar como tais questes se materializam no campo da assistncia em sade. Essa discusso servir de base para a reflexo sobre o novo modelo de assistncia denominado de cuidados paliativos, o qual tem significado uma tentativa de humanizar o cuidado dispensado a pacientes portadores de doena avanada, sem possibilidades de cura ou em fase de terminalidade da vida.Para tal, parte-se de uma anlise da panormica histrica sobre os modos como a questo da morte se apresenta no sculo XX, alm do processo de emergncia do novo modelo assistencial, sendo abordados os conceitos de morte moderna - que reflete uma objetivao da morte pelo conhecimento tcnico cientfico no campo da medicina - e morte contempornea ou neomoderna - surgida como reao a esta ltima, caracterizada principalmente pela reivindicao ao direito de morrer com dignidade. Para cumprir os objetivos especficos, quais sejam, conhecer um servio de cuidados paliativos no cotidiano de um hospital, mapear suas principais caractersticas e coletar dados sobre a dinmica e organizao do servio foi realizada uma breve observao atravs de visitas ao Programa de Tratamento da Dor e Cuidados Paliativos do Hospital Universitrio Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (HUCFF/UFRJ). Os resultados mostraram que nos ltimos 40 anos houve uma mudana notvel das atitudes e das representaes associadas ao fim da vida.Isso promoveu o surgimento de novas filosofias e formas alternativas para lidar com a morte e o morrer, de que os cuidados paliativos so o representante maior neste incio de sculo, tornando-se hegemnicos no cuidado ao fim da vida nos domnios profissionais, associativos e polticos. Mostraram que os cuidados paliativos tm sido integrados ao sistema pblico de sade em nosso pas a partir das polticas nacionais voltadas para a realidade do cncer, com desenvolvimento especialmente no contexto hospitalar de alta complexidade, ainda circunscritos exclusivamente ao domnio do especialista, fato indicado pelo desconhecimento da clientela sobre a existncia e natureza do servio.