4 resultados para População em situação de rua
em RCAAP - Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal
Resumo:
Este trabalho tem como tema “Crianças em Situação de Risco Social: Perceção dos Docentes. Um contributo para a proteção e promoção dos direitos das crianças” e tem como objetivo tentar conhecer a frequência de alunos do Agrupamento de Escolas do Crato em situação de risco social, bem como os tipos de risco que poderão estar a viver. O Agrupamento de Escolas do Crato é constituído por duas escolas que são elas: a Escola Básica Integrada com Jardim de Infância Professora Ana Maria Ferreira Gordo e a Escola Básica 1 de Gáfete. Neste agrupamento encontra-se em funcionamento o jardim-de-infância, o 1º. ciclo, 2º. ciclo e o 3º. ciclo. A amostra é constituída pelos docentes do 1.º, 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, os quais responderam a um questionário por cada aluno, num total de 232 alunos, ou seja, todos os alunos a frequentar o 1.º ou o 2.º ou o 3.ºciclos do ensino básico, excluindo-se apenas as crianças do pré-escolar, abrangendo-se assim toda a população do ensino básico. O instrumento utilizado neste estudo quantitativo foi adaptado do questionário de Díaz-Aguado e Arias (1999) validado na Universidade de Complutense de Madrid, e permitiu identificar vários tipos de risco social (maltrato ativo, problemas emocionais, negligência e condutas anti-sociais) bem como caraterizar algumas das variáveis que se associam a estes problemas no concelho do Crato. Algumas das principais conclusões foram as seguintes: as crianças que eram percecionadas como estando em maior risco social frequentavam o 3.º Ciclo, eram beneficiárias de ação social escolar e tinham mais insucesso escolar.
Resumo:
A dissertação aborda o desemprego, no concelho de Portalegre, na faixa etária dos 35 aos 55 anos. O aumento do desemprego é uma realidade que tem gerado movimentos sociais, como os protestos e as greves. A proposta da dissertação foi explorar o fenómeno sob a perspectiva de Erikson e de Castel, compreendendo a trajetória profissional dos indivíduos em questão. Além disso, procurou-se perceber como as transformações no mundo do trabalho, influenciam o processo de desvinculação com a identidade profissional. A pesquisa, de caráter qualitativo, utilizou entrevistas semi-dirigidas e as histórias de vida, sendo colhidos sete depoimentos de desempregados de longa duração, provenientes deste flagelo. Da análise de conteúdo foram levantadas diferentes categorias para tratamento de dados, como a contextualização profissional, o posicionamento face à situação de desemprego e por ultimo a análise identitária. Os resultados mostram que a situação de desemprego pode efetivamente ditar traços de desfiliação na identidade dos desempregados, idênticas às verificadas na literatura utilizada. Os entrevistados recorrem frequentemente a formas de coping, usando a “focalização ativa”, centrando-se na resolução dos seus problemas, mantendo uma postura ativa, mesmo em situação de descrença, sendo a postura mais eficaz para a procura de emprego. Finalizamos esta investigação com algumas sugestões de pesquisa futuras, deixando também um projeto de intervenção psicológico, fazendo sugestões de técnicas de procura de emprego, de inserção social e de técnicas de trabalho de autoestima, de autoimagem e de autoconceito.
Resumo:
Esta investigação teve como principais objetivos: conhecer a frequência de alunos em situação de risco social, a frequentar o ensino Básico de um concelho situado no Alto Alentejo e identificar o tipo de risco que poderão estar viver, a partir das perceções dos seus docentes. A investigação pretendia ainda estabelecer a relação entre o risco percebido e variáveis como o género, ciclo de escolaridade; insucesso escolar; apoios sociais. Para o efeito adaptou-se o questionário para deteção de crianças em situação de risco social constituído por 4 subescalas: maltrato ativo, negligência, problemas emocionais, e condutas antissociais, e aplicou-se a todos os professores titulares do 1.º ciclo e a todos os diretores de turma dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico. Cada um dos 15 docentes respondia a tantos questionários quantos os seus alunos. A amostra alvo correspondia a toda a população escolar dos três ciclos do ensino básico desse concelho, ou seja, os questionários reportavam-se a 232 alunos, com idades entre os 6 e os 18 anos. Os resultados obtidos permitem concluir que as situações de risco social mais frequentes eram a pobreza e as carências socioeconómicas dos alunos e suas famílias. Verificou-se também que as crianças percecionadas como estando em situação de maior risco social tinham mais insucesso escolar e eram beneficiários de ação social escolar. Os alunos do 3.º ciclo foram percebidos como estando em maior situação de risco social comparativamente aos outros.
Resumo:
As pessoas sem-abrigo são consideradas um problema de saúde mundial na medida em que constituem um grupo populacional com diminuição de estilos de vida saudáveis e com vários problemas de saúde. A toxicodependência no sem-abrigo encadeia-se de forma complexa e recorrente, levando ao desenho de respostas de proximidade – equipas de rua, atuando com recomendações de reconhecer e valorizar a pessoa, construindo com ela e com a comunidade respostas integradas. O papel do enfermeiro especialista em saúde comunitária nestas equipas é central em várias vertentes: na identificação de necessidades no individuo e ou grupo, na prestação de cuidados, no estabelecimento de parcerias institucionais, nas áreas da saúde, do serviço social e outras, desde que necessárias. O reconhecimento por parte do utente da boa prática do enfermeiro especialista em enfermagem comunitária, favorecerá o sucesso duma resposta integrada tão necessária para esta população-utente. Deste modo a nossa questão de partida foi “Qual a perceção do individuo sem-abrigo e consumidor de substâncias psicoativas sobre o papel do enfermeiro na satisfação das suas necessidades?”. Os objetivos deste estudo foram conhecer a perceção do individuo sem-abrigo e toxicodependente sobre a identificação e satisfação das suas necessidades por parte do enfermeiro e tem como finalidade contribuir para a otimização de boas práticas de cuidados de enfermagem nesta área de intervenção. A opção metodológica foi por um estudo de caso, os participantes foram selecionados no contexto do “Projeto Novas Metas” de acordo com os critérios de inclusão: ser ou ter sido consumidor de substâncias psicoativas, ser sem-abrigo atual ou previamente, residir atualmente no XIV concelho de Matosinhos, apresentar condições cognitivas e ou/psiquiátricas adequadas ao exercício da entrevista, aceitar participar na entrevista e a gravação da mesma, idade superior ou igual a 18 anos. Foram inquiridos catorze indivíduos. A recolha de dados foi efetuada através duma entrevista semiestruturada. Procedeu-se à análise de conteúdo das transcrições das entrevistas seguindo o referencial de Bardin (2015). Os resultados do estudo revelaram que os participantes recorriam aos cuidados de enfermagem para a “Administração da medicação”, na qual se destaca a de substituição opiácea (100%); por o enfermeiro funcionar como “Elo de ligação à equipa” (25%) e para o “Tratamento de feridas” (8,3%). Quanto à perceção dos inquiridos sobre cuidados de enfermagem emergiram as categorias: “O enfermeiro respeita e entende os seus problemas” (85,7%); “Prestação de cuidados adequados às suas necessidades” (85,7%); “Gostam do enfermeiro” (78,6%); “Os cuidados prestados têm implicações na sua qualidade de vida” (35,7%) e “Rapidez na resposta” (21,4%). Os resultados encontrados constituem um contributo para o conhecimento e compreensão das pessoas que vivenciam a condição de sem abrigo e/ ou consumidora de substâncias atendidas no âmbito da estratégia de Redução de Riscos e Minimização de Danos (RRMD), no sentido de permitir a implementação de intervenções de enfermagem que antecipem, facilitem e promovam respostas positivas.