Utilização do sufentanil durante indução anestésica em anestesia venosa total com remifentanil em infusão contínua


Autoria(s): Menezes, Daniel Carvalho de
Contribuinte(s)

Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Data(s)

12/04/2016

12/04/2016

03/03/2016

Resumo

Pós-graduação em Anestesiologia - FMB

Introdução: a presença de dor pós-operatória é uma grande preocupação quando o remifentanil é usado em Anestesia Venosa Total (AVT) devido à meia-vida muito curta desse fármaco e possíveis mecanismos de hiperalgesia e tolerância. Opioides com duração de ação mais prolongada - como sufentanil – têm sido usados durante a indução da AVT com infusão contínua de remifentanil no intuito de suplantar essa limitação. Contudo, a efetividade desta estratégia carece de evidência decorrente de ensaios clínicos. Objetivo: avaliar a eficácia e a segurança da estratégia de administrar sufentanil durante a indução de AVT com remifentanil na analgesia pós-operatória por meio de ensaio clínico randomizado. Método: quarenta pacientes em programação de cirurgia abdominal aberta eletiva foram randomizados para receber infusão contínua de remifentanil em anestesia venosa total, com ou sem a administração de uma dose única de sufentanil, durante a indução da anestesia. Foram avaliados a intensidade da dor pós-operatória, o consumo de morfina e a ocorrência de complicações como náuseas, vômitos, prurido, agitação, sonolência e depressão respiratória, até 48 horas após a cirurgia. O desfecho primário foi o consumo de morfina durante as primeiras 24 horas após a cirurgia. Resultados: a média do consumo de morfina durante as primeiras 24 horas após a cirurgia foi 21,55 mg e 26,68 mg para o grupo que recebeu a dose única de sufentanil e para o grupo controle, respectivamente (p = 0,31). Os pacientes que receberam sufentanil necessitaram de menor quantidade de morfina durante o tempo na Sala de Recuperação Pós-anestésica (SRPA) (média do consumo de morfina total de 7,77 mg versus 15,63 mg, p= 0,02). As diferenças nos escores de dor durante todo o período de estudo e no consumo de morfina após a alta da SRPA não alcançaram significância estatística. A frequência de efeitos adversos não foi estatisticamente diferente entre os grupos. Conclusão: a administração de sufentanil durante a indução anestésica de anestesia venosa total com remifentanil em infusão contínua apresentou superioridade analgésica pós-operatória no período até a alta da SRPA, sem a ocorrência de uma maior proporção de efeitos adversos em relação ao grupo que não recebeu sufentanil.

Background: the presence of postoperative pain is a major concern when remifentanil is used for Total Intravenous Anesthesia (TIVA) because of the very short half-life of this medication and possible mechanisms of hyperalgesia and tolerance. Longer acting opioids – such as sufentanil – have been used during induction of remifentanil-based TIVA as a means to overcome this shortcoming. However, the effectiveness of the strategy still lacks evidence from randomized clinical trials. Objective: we conducted a randomized clinical trial to assess the postoperative analgesic efficacy and safety of a single dose of sufentanil administered during the induction of remifentanil-based TIVA. Methods: forty patients scheduled for elective open abdominal surgery were randomized to receive remifentanil-based TIVA with or without the administration of a single dose of sufentanil during anesthesia induction. We assessed postoperative pain intensity, morphine consumption and the occurrence of complications such as nausea, vomiting, pruritus, agitation, somnolence and respiratory depression up to 48 hours after surgery. The primary outcome was morphine consumption during the first 24 hours after surgery. Results: the mean morphine consumption during the first 24 hours after surgery was 21,55 mg and 26,68 mg for the group that received sufentanil and the control group, respectively (P=0,31). Patients in the sufentanil group required less morphine during their time in the Post-Anesthetic Care Unit (PACU) (mean total morphine consumption of 7,77 mg versus 15,63 mg, P=0,02). Differences in pain scores during the whole study period and morphine consumption after discharge from PACU were not statistically significant. The frequency of adverse effects did not statistically vary between the groups. Conclusion: the administration of sufentanil during anesthetic induction of remifentanil-based TIVA continuous infusion showed superior postoperative analgesic efficacy in the period until discharge from PACU and did not increase the incidence of adverse effects.

Identificador

http://hdl.handle.net/11449/137901

33004064076P6

Idioma(s)

por

Publicador

Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Direitos

openAccess

Palavras-Chave #Analgesia #Anestesia venosa #Dor pós-operatória #Sufentanil #Remifentanil #Intravenous anesthesia #Postoperative pain
Tipo

info:eu-repo/semantics/masterThesis