942 resultados para Rapid automatised naming


Relevância:

100.00% 100.00%

Publicador:

Resumo:

O estudo científico dos correlatos cognitivos da aquisição e desenvolvimento da competência de leitura é um assunto de grande relevância quer teórica quer prática, no sentido em que pode ajudar a compreender os processos cognitivos básicos envolvidos na leitura e, em última instância, a delinear os seus preditores e a predizer dificuldades na sua aquisição. A par da consciência fonológica – capacidade para perceber e manipular as unidades de som –, um dos construtos que frequentemente tem sido associado ao desenvolvimento da competência de leitura é a velocidade de nomeação de estímulos visuais (também conhecida como nomeação rápida automatizada ou velocidade de acesso ao léxico). Tradicionalmente, esta capacidade tem sido avaliada recorrendo ao paradigma clássico das provas de nomeação rápida automatizada (RAN) desenvolvidas por Denckla e Rudel (1976), nas quais é pedido ao sujeito que nomeie o mais rapidamente possível um conjunto de estímulos familiares apresentados serialmente. Nas últimas décadas, inúmeros estudos vieram demonstrar que a nomeação rápida é um importante preditor da competência de leitura, sobretudo da fluência da leitura, e um défice central em perturbações de leitura como a dislexia. O desempenho numa tarefa de nomeação rápida apela à sincronização e integração de vários processos, incluindo: (a) atenção ao estímulo, (b) integração da informação visual com representações visuais ou ortográficas arquivadas em memória, (c) recuperação de uma etiqueta verbal, e a (d) ativação da representação articulatória (Wolf & Bowers, 1999). Uma vez que a leitura e a nomeação rápida envolvem processos cognitivos semelhantes, não parece surpreendente que ambas as competências estejam associadas. No entanto, os estudos têm variado consideravelmente no que respeita à magnitude da associação entre a nomeação rápida e a leitura, encontrando-se resultados nulos ou negligenciáveis do valor preditivo da nomeação rápida na explicação da variância do desempenho de leitura. Vários fatores podem contribuir para as discrepâncias observadas na literatura, entre os quais as medidas utilizadas para avaliar o desempenho de nomeação rápida (por exemplo, medidas que utilizam estímulos ortográficos ou não-ortográficos) e de leitura (por exemplo, medidas de fluência ou de acuidade). A importância da natureza das medidas quer de nomeação rápida quer de leitura tem sido reconhecida por vários autores (para uma revisão, ver Norton & Wolf, 2011). Paralelamente, as amostras estudadas, que têm variado quanto à idade/escolaridade dos participantes e à sua competência de leitura (leitores normais ou fracos leitores ou leitores disléxicos), poderão estar a contribuir para a heterogeneidade dos resultados publicados. A literatura recente tem salientado a relevância destes fatores na aquisição e desenvolvimento da leitura, embora a direccionalidade do seu efeito seja ainda pouco clara. Por exemplo, a transição de um procedimento de leitura baseado em estratégias de descodificação fonológica para uma leitura automática, à medida que o sujeito se torna um leitor fluente, parece ser acompanhada por uma mudança no peso relativo das capacidades cognitivas subjacentes à leitura (ex., Reis, Faísca, Castro, & Petersson, in press). Outro fator importante que tem dificultado a interpretação dos dados publicados sobre os construtos envolvidos na leitura, e em particular sobre a nomeação rápida, relaciona-se com a consistência ortográfica do sistema de escrita nos quais os estudos são conduzidos. Estudos trans-linguísticos sugerem que a consistência ortográfica influencia a facilidade com que se aprende a ler nas escritas alfabéticas, bem como o tipo de processamento de leitura predominantemente adotado pelos leitores (Seymour, Aro, & Erskine, 2003). No seio deste enquadramento, nesta tese procurámos clarificar as divergências encontradas na literatura relativamente à relação entre a nomeação rápida e o desempenho de leitura. Através de um estudo de meta-análise 1 é nosso objetivo realizar uma síntese objetiva do estado da arte sobre a relação entre a nomeação rápida e a leitura, e avaliar a influência de potenciais fatores moderadores da magnitude desta relação, nomeadamente: (a) a natureza da tarefa de nomeação (tipo de estímulo nomeado, número total de itens, e número de itens diferentes); (b) a natureza da tarefa de leitura (subcomponente de leitura, e medida de resposta usada para avaliar o desempenho); (c) características da amostra (escolaridade e nível de leitura); e (d) ortografia (sistema de escrita, e consistência ortográfica). Para tal, foi realizada uma procura de artigos científicos nas bases de dados PubMed, PsycINFO, e Web of Knowledge, tendo sido incluídas na meta-análise um total de 154 experiências independentes, compreendendo 21,706 participantes. Os resultados indicam uma relação moderada-a-forte entre a nomeação rápida e o desempenho de leitura (r =.44, I2 = 71.19). Nas análises seguintes procurou-se avaliar o contributo de potenciais variáveis moderadoras que possam explicar a heterogeneidade observada entre os tamanhos dos efeitos. Verificou-se que a nomeação rápida se associa significativamente e em magnitude semelhante com todas as medidas de leitura, i.e., quer estas apelem preferencialmente a um processamento de descodificação fonológica ou de reconhecimento de padrões ortográficos da palavra. Os resultados sugerem ainda que a magnitude das correlações é inflacionada nos estudos em que o desempenho de leitura é baseado na velocidade/fluência de leitura, em particular nos níveis de escolaridade mais avançados, e que utilizam tarefas de nomeação com estímulos alfanuméricos ao invés de estímulos não-alfanuméricos. Adicionalmente, verificou-se que a força da associação entre a nomeação rápida e a acuidade de leitura varia de forma não linear durante a evolução da leitura, sendo que a correlação é maior nos leitores escolarizados mais novos e decresce à medida que a escolaridade aumenta. O papel atribuível à proficiência dos leitores, i.e., fracos leitores/leitores disléxicos ou leitores normais, foi menos claro; no entanto, houve uma tendência para a relação ser mais forte nas amostras de fracos leitores/leitores disléxicos. Os resultados das comparações trans-linguísticas, por sua vez, sugerem que a nomeação rápida tem um papel importante para o desempenho da leitura independentemente das características da ortografia, ainda que as correlações tenham sido maiores nas ortografias opacas, e em particular nas línguas não-alfabéticas. Em suma, a presente meta-análise fornece resultados convincentes de que o desempenho em tarefas de nomeação rápida refletirá processos cognitivos subjacentes que são também relevantes para a aquisição/desenvolvimento da leitura. Consequentemente, pode dizer-se que estas medidas serão um preditor útil da competência de leitura. Os resultados são também discutidos no contexto das teorias atuais que procuram explicar através de que processos cognitivos se associam a nomeação rápida e a leitura, com ênfase nas hipóteses fonológica versus ortográfica. 1 Uma meta-análise permite a integração quantitativa de resultados de diversos estudos, recorrendo para isso à noção de magnitude do efeito.

Relevância:

100.00% 100.00%

Publicador:

Resumo:

Two studies investigated the degree to which the relationship between rapid automatized naming (RAN) performance and reading development is driven by shared phonological processes. Study 1 assessed RAN, phonological awareness, and reading performance in 1010 7- to -10 year-olds. Results showed that RAN deficits occurred in the absence of phonological awareness deficits. These were accompanied by modest reading delays. In structural equation modeling, solutions where RAN was subsumed within a phonological processing factor did not provide a good fit to the data, suggesting that processes outside phonology may drive RAN performance and its association with reading. Study 2 investigated Kail’s proposal that speed of processing underlies this relationship. Children with single RAN deficits showed slower speed of processing than did closely matched controls performing normally on RAN. However, regression analysis revealed that RAN made a unique contribution to reading even after accounting for processing speed. Theoretical implications are discussed.

Relevância:

100.00% 100.00%

Publicador:

Resumo:

The degree to which orthographic knowledge accounts for the link between Rapid Automatized Naming (RAN) and reading is contested, with mixed results reported. This longitudinal study compared two groups of 10-11 year old children, a low RAN group (N=69) and matched controls (N=74) on various measures of orthographic knowledge. The low RAN group showed a deficit in orthographic knowledge, both at the level of sub-word letter sequences and of whole words, as well as an unexpected strength in orthographic learning. Our findings underline the persistence of RAN-related reading problems, and raise questions about reading strategies in this group.

Relevância:

100.00% 100.00%

Publicador:

Resumo:

Two studies investigated the degree to which the relationship between Rapid Automatized Naming (RAN) performance and reading development is driven by shared phonological processes. Study 1 assessed RAN, phonological awareness and reading performance in 1010 children aged 7-10 years. Results showed that RAN deficits occurred in the absence of phonological awareness deficits. These were accompanied by modest reading delays. In structural equation modeling, solutions where RAN was subsumed within a phonological processing factor did not provide a good fit to the data, suggesting that processes outside phonology may drive RAN performance and its association with reading. Study 2 investigated Kail's (1991) proposal that speed of processing underlies this relationship. Children with single RAN deficits showed slower speed of processing than closely matched controls performing normally on RAN. However, regression analysis revealed that RAN made a unique contribution to reading even after accounting for processing speed. Theoretical implications are discussed.

Relevância:

100.00% 100.00%

Publicador:

Resumo:

This research investigated the prevalence of vision disorders in Queensland Indigenous primary school children, creating the first comprehensive visual profile of Indigenous children. Findings showed reduced convergence ability and reduced visual information processing skills were more common in Indigenous compared to non-Indigenous children. Reduced visual information processing skills were also associated with reduced reading outcomes in both groups of children. As early detection of visual disorders is important, the research also reviewed the delivery of screening programs across Queensland and proposed a model for improved coordination and service delivery of vision screening to Queensland school children.

Relevância:

100.00% 100.00%

Publicador:

Resumo:

The current study examined the contribution of phonological processing abilities and ADHD-like behaviours to first-grade word reading ability. 136 children were tested at the beginning and end of first grade. At both times, teachers rated children on hyperactive, inattentive, and oppositional behaviour. Children were given tests of letter knowledge at T1 and tests of word reading, phonological sensitivity, phonological memory, rapid automatised naming, and vocabulary at T1 and T2. Regression analyses revealed that, of the behavioural measures, inattention made the strongest contribution to T2 reading, even after controlling for the effects of T1 reading, hyperactivity, and oppositional behaviour. Hyperactivity did not explain variance in T2 reading once the effect of inattention was controlled. Inattention predicted 4.7% independent variance in T2 word reading ability, even after the effects of T1 reading, vocabulary, and phonological processing were controlled. Although phonological processing predicted 9.3% independent variance in T2 word reading, even after the effects of reading, vocabulary, and inattention were controlled, the effects of phonological processing may have been partly mediated by inattention. This research indicates that inattention contributes to the prediction of early reading development in unselected populations, and that this influence is independent of other key cognitive predictors of reading ability.

Relevância:

100.00% 100.00%

Publicador:

Resumo:

A study of the concurrent relationships between naming speed, phonological awareness and spelling ability in 146 children in Year 3 and 4 of state funded school in SE England (equivalent to US Grades 2 and 3) is reported. Seventy-two children identified as having normal phonological awareness but reduced rapid automatized naming (RAN) performance (1 standard deviation below the mean) participated in the study. A group of 74 children were further identified. These children were matched on phonological awareness, verbal and non verbal IQ, and visual acuity but all members of this group showed normal rapid automatized naming performance. Rapid automatized naming made a significant unique contribution to spelling performance. Further analyses showed that the participants with low naming performance were significantly poorer spellers overall and had a specific difficulty in spelling irregular words. The findings support the view that rapid automatized naming may be indexing processes that are implicated in the establishment of fully specified orthographic representations.

Relevância:

80.00% 80.00%

Publicador:

Resumo:

Background When observers are asked to identify two targets in rapid sequence, they often suffer profound performance deficits for the second target, even when the spatial location of the targets is known. This attentional blink (AB) is usually attributed to the time required to process a previous target, implying that a link should exist between individual differences in information processing speed and the AB. Methodology/Principal Findings The present work investigated this question by examining the relationship between a rapid automatized naming task typically used to assess information-processing speed and the magnitude of the AB. The results indicated that faster processing actually resulted in a greater AB, but only when targets were presented amongst high similarity distractors. When target-distractor similarity was minimal, processing speed was unrelated to the AB. Conclusions/Significance Our findings indicate that information-processing speed is unrelated to target processing efficiency per se, but rather to individual differences in observers' ability to suppress distractors. This is consistent with evidence that individuals who are able to avoid distraction are more efficient at deploying temporal attention, but argues against a direct link between general processing speed and efficient information selection.

Relevância:

80.00% 80.00%

Publicador:

Resumo:

Purpose Little is known about the prevalence of refractive error, binocular vision, and other visual conditions in Australian Indigenous children. This is important given the association of these visual conditions with reduced reading performance in the wider population, which may also contribute to the suboptimal reading performance reported in this population. The aim of this study was to develop a visual profile of Queensland Indigenous children. Methods Vision testing was performed on 595 primary schoolchildren in Queensland, Australia. Vision parameters measured included visual acuity, refractive error, color vision, nearpoint of convergence, horizontal heterophoria, fusional vergence range, accommodative facility, AC/A ratio, visual motor integration, and rapid automatized naming. Near heterophoria, nearpoint of convergence, and near fusional vergence range were used to classify convergence insufficiency (CI). Results Although refractive error (Indigenous, 10%; non-Indigenous, 16%; p = 0.04) and strabismus (Indigenous, 0%; non-Indigenous, 3%; p = 0.03) were significantly less common in Indigenous children, CI was twice as prevalent (Indigenous, 10%; non-Indigenous, 5%; p = 0.04). Reduced visual information processing skills were more common in Indigenous children (reduced visual motor integration [Indigenous, 28%; non-Indigenous, 16%; p < 0.01] and slower rapid automatized naming [Indigenous, 67%; non-Indigenous, 59%; p = 0.04]). The prevalence of visual impairment (reduced visual acuity) and color vision deficiency was similar between groups. Conclusions Indigenous children have less refractive error and strabismus than their non-Indigenous peers. However, CI and reduced visual information processing skills were more common in this group. Given that vision screenings primarily target visual acuity assessment and strabismus detection, this is an important finding as many Indigenous children with CI and reduced visual information processing may be missed. Emphasis should be placed on identifying children with CI and reduced visual information processing given the potential effect of these conditions on school performance

Relevância:

80.00% 80.00%

Publicador:

Resumo:

Resumen tomado de la publicaci??n

Relevância:

80.00% 80.00%

Publicador:

Resumo:

The study examined: (a) the role of phonological, grammatical, and rapid automatized naming (RAN) skills in reading and spelling development; and (b) the component processes of early narrative writing skills. Fifty-seven Turkish-speaking children were followed from Grade 1 to Grade 2. RAN was the most powerful longitudinal predictor of reading speed and its effect was evident even when previous reading skills were taken into account. Broadly, the phonological and grammatical skills made reliable contributions to spelling performance but their effects were completely mediated by previous spelling skills. Different aspects of the narrative writing skills were related to different processing skills. While handwriting speed predicted writing fluency, spelling accuracy predicted spelling error rate. Vocabulary and working memory were the only reliable longitudinal predictors of the quality of composition content. The overall model, however, failed to explain any reliable variance in the structural quality of the compositions

Relevância:

80.00% 80.00%

Publicador:

Resumo:

OBJETIVOS: caracterizar e comparar o desempenho de escolares com e sem dificuldades de aprendizagem no ensino particular em habilidades fonológicas, nomeação rápida, leitura e escrita. MÉTODOS: participaram desse estudo 60 escolares de 2ª a 4ª séries de escola de ensino particular, distribuídos em 6 grupos, sendo cada grupo composto por 10 escolares, sendo 3 grupos de escolares com dificuldades de aprendizagem e 3 grupos de escolares sem dificuldades de aprendizagem. Como procedimentos, foram realizadas a prova de nomeação automática rápida, a de consciência fonológica e a prova de leitura oral e escrita sob ditado. RESULTADOS: os resultados desse estudo evidenciaram desempenho superior dos escolares sem dificuldades de aprendizagem em relação àqueles com dificuldades. Os escolares com dificuldades de aprendizagem apresentaram maior relação velocidade/tempo em tarefas de nomeação e, conseqüentemente, desempenho inferior em tarefas de consciência fonológica e leitura e escrita de palavras isoladas quando comparados aos sem dificuldades de aprendizagem. CONCLUSÃO: os escolares com dificuldades de aprendizagem apresentaram comprometimento na relação entre as capacidades de nomeação e automatização dos estímulos apresentados com a capacidade de acesso lexical, discriminação visual, freqüência de uso dos estímulos e competição para a apresentação do menor tempo possível na nomeação dos códigos necessários para o estabelecimento do mecanismo de conversão fonema-grafema, exigido para a realização da leitura e escrita em um sistema alfabético como o português.

Relevância:

80.00% 80.00%

Publicador:

Resumo:

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)