O olhar e a voz no autismo : da elisão do significante à possibilidade de enlace com o outro

Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Departamento de Psicologia Clínica, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2015.

De que sofrem as crianças, hoje?

Esta dissertação, partindo da história social da criança, a qual permite a verificação de que o investimento do Outro (representante da cultura) sobre ela é fruto de uma construção que abarca os aspectos políticos e econômicos de uma época, tem como objetivo demonstrar que na cultura atual que lança o sujeito para o imperativo de gozo um vazio nas funções parentais se constituiu, visto que as figuras parentais estão mais voltadas para seus projetos individuais. Assim, novas atenções especializadas surgem como uma tentativa de preenchê-lo, uma vez que estão encarregadas não apenas dos cuidados e educação da criança, mas de seu processo de socialização primária. A existência de um grande número de especialistas em torno da criança aponta para o fato de que a ela são destinados inúmeros olhares e inúmeras palavras que, nos seus excessos, acabam por se transformar em olhares vazios e palavras perdidas. Desta forma, a criança hoje parece ser fruto de um desejo anônimo, onde o Outro regido pelo imperativo de satisfação, não abrindo mão de sua satisfação narcísica, acaba por não sustentar um olhar, uma palavra, comprometendo, assim, a constituição da imagem do corpo daquela e, consequentemente, o seu processo de simbolização. Este é o ponto focado nesta pesquisa: a precariedade desse investimento primordial, que tem como função retirar o infante de um estado de desamparo, na medida em que realiza um contorno ao que é da ordem do real, possibilitando, por conseguinte, outro destino para o excesso pulsional, impedindo a prevalência da pulsão de morte no psiquismo.

A relação mãe e filha e a aposta libidinal da mulher

O presente trabalho tem como objetivo investigar, sob a luz da psicanálise, o vínculo existente entre mães e filhas e suas conseqüências para a vida sexual das mulheres. Para tanto, o recorte teórico feito contempla a teoria do feminino em psicanálise e, mais especificamente, a fase pré-edipiana em Freud e sua leitura lacaniana. O argumento norteador dessa dissertação parte do princípio de que, no momento da incidência da castração pela descoberta de uma falta articulada ao significante, uma mulher reedita seu vínculo pré-edipiano com o Outro materno e apela por um significante que a represente como mulher. Este apelo se reatualiza durante toda a sua vida e torna nebulosa a distância a ser construída e mantida entre demanda e desejo, o que problematiza a assunção do desejo como separado do desejo do Outro primordial. Lacan nomeia de devastação a persistência desse endereçamento de demanda infinita de amor. É no vínculo amoroso mantido e sempre reeditado entre a menina e sua mãe que se localiza a problemática de suas escolhas libidinais. Para as mulheres, amor e devastação possuem estreito parentesco porque ambos estão sob o registro do sem limite e da falta de significante no Outro. Diante desse gozo fora da lógica fálica e da falta de um significante que defina o que é uma mulher, a devastação se apresenta como resposta no relacionamento entre mãe e filha e nas parcerias amorosas.

Primordial Isocurvature Perturbation in Light of CMB and LSS Data

The increased accuracy in the cosmological observations, especially in the measurements of the comic microwave background, allow us to study the primordial perturbations in grater detail. In this thesis, we allow the possibility for a correlated isocurvature perturbations alongside the usual adiabatic perturbations. Thus far the simplest six parameter \Lambda CDM model has been able to accommodate all the observational data rather well. However, we find that the 3-year WMAP data and the 2006 Boomerang data favour a nonzero nonadiabatic contribution to the CMB angular power sprctrum. This is primordial isocurvature perturbation that is positively correlated with the primordial curvature perturbation. Compared with the adiabatic \Lambda CMD model we have four additional parameters describing the increased complexity if the primordial perturbations. Our best-fit model has a 4% nonadiabatic contribution to the CMB temperature variance and the fit is improved by \Delta\chi^2 = 9.7. We can attribute this preference for isocurvature to a feature in the peak structure of the angular power spectrum, namely, the widths of the second and third acoustic peak. Along the way, we have improved our analysis methods by identifying some issues with the parametrisation of the primordial perturbation spectra and suggesting ways to handle these. Due to the improvements, the convergence of our Markov chains is improved. The change of parametrisation has an effect on the MCMC analysis because of the change in priors. We have checked our results against this and find only marginal differences between our parametrisation.

Primordial Perturbations from a Self-interacting Curvaton

Inflation is a period of accelerated expansion in the very early universe, which has the appealing aspect that it can create primordial perturbations via quantum fluctuations. These primordial perturbations have been observed in the cosmic microwave background, and these perturbations also function as the seeds of all large-scale structure in the universe. Curvaton models are simple modifications of the standard inflationary paradigm, where inflation is driven by the energy density of the inflaton, but another field, the curvaton, is responsible for producing the primordial perturbations. The curvaton decays after inflation as ended, where the isocurvature perturbations of the curvaton are converted into adiabatic perturbations. Since the curvaton must decay, it must have some interactions. Additionally realistic curvaton models typically have some self-interactions. In this work we consider self-interacting curvaton models, where the self-interaction is a monomial in the potential, suppressed by the Planck scale, and thus the self-interaction is very weak. Nevertheless, since the self-interaction makes the equations of motion non-linear, it can modify the behaviour of the model very drastically. The most intriguing aspect of this behaviour is that the final properties of the perturbations become highly dependent on the initial values. Departures of Gaussian distribution are important observables of the primordial perturbations. Due to the non-linearity of the self-interacting curvaton model and its sensitivity to initial conditions, it can produce significant non-Gaussianity of the primordial perturbations. In this work we investigate the non-Gaussianity produced by the self-interacting curvaton, and demonstrate that the non-Gaussianity parameters do not obey the analytically derived approximate relations often cited in the literature. Furthermore we also consider a self-interacting curvaton with a mass in the TeV-scale. Motivated by realistic particle physics models such as the Minimally Supersymmetric Standard Model, we demonstrate that a curvaton model within the mass range can be responsible for the observed perturbations if it can decay late enough.

Changes in the expression of DNA double strand break repair genes in primordial follicles from immature and aged rats

Oocytes present at birth undergo a progressive process of apoptosis in humans and other mammals as they age. Accepted opinion is that no fresh oocytes are produced other than those present at the time of birth. Studies have shown that DNA repair genes in oocytes of mice and women decline with age, and lack of these genes show higher DNA breaks and increased oocyte death rates. In contrast to the ethical problems associated with monitoring the changes in DNA double-strand breaks in oocytes from young and old humans, it is relatively easy to carry out such a study using a rodent model. In this study, the mRNA levels of DNA repair genes are compared with protein products of some of the genes in the primordial follicles isolated from immature (18-20 days) and aged (400-450 days) female rats. Results revealed a significant decline in mRNA levels of BRAC1 (P < 0.01), RAD51 (P < 0.05), ERCC2 (P < 0.05), and H2AX (P < 0.01) of DNA repair genes and phospho-protein levels of BRAC1 (P < 0.01) and H2AX (P < 0.05) in primordial follicles of aged rats. Impaired DNA repair is confirmed as a mechanism of oocyte ageing. (C) 2014 Reproductive Healthcare Ltd. Published by Elsevier Ltd. All rights reserved.

DOES THE CHEMOTHERMAL INSTABILITY HAVE ANY ROLE IN THE FRAGMENTATION OF PRIMORDIAL GAS

The collapse of the primordial gas in the density regime similar to 10(8)-10(10) cm(-3) is controlled by the three-body H-2 formation process, in which the gas can cool faster than free-fall time-a condition proposed as the chemothermal instability. We investigate how the heating and cooling rates are affected during the rapid transformation of atomic to molecular hydrogen. With a detailed study of the heating and cooling balance in a 3D simulation of Pop III collapse, we follow the chemical and thermal evolution of the primordial gas in two dark matter minihalos. The inclusion of sink particles in modified Gadget-2 smoothed particle hydrodynamics code allows us to investigate the long-term evolution of the disk that fragments into several clumps. We find that the sum of all the cooling rates is less than the total heating rate after including the contribution from the compressional heating (pdV). The increasing cooling rate during the rapid increase of the molecular fraction is offset by the unavoidable heating due to gas contraction. We conclude that fragmentation occurs because H-2 cooling, the heating due to H-2 formation and compressional heating together set a density and temperature structure in the disk that favors fragmentation, not the chemothermal instability.

Comparative proteomic analysis of primordial follicles from ovaries of immature and aged rats

Age related decline in reproductive performance in women is well documented and apoptosis has been considered as one of the reasons for the decline of primordial follicle reserve. Recently we observed a decline in the efficiency of DNA repair ability in aged rat primordial follicles as demonstrated by decreased mRNA levels of DNA repair genes BRCA1 and H2AX. In the present study, a two-dimensional electrophoresis (2DE) proteomic approach was employed to identify differentially expressed proteins in primordial follicles isolated from ovaries of immature (approximate to 20 days) and aged (approximate to 400-450 days) rats. Using MALDI-TOF/TOF MS, we identified 13 differentially expressed proteins (p<0.05) which included seven up-regulated and six down-regulated proteins in aged primordial follicles. These proteins are involved in a wide range of biological functions including apoptosis, DNA repair, and the immune system. Interestingly, the differentially expressed proteins such as FIGNL1 (DNA repair) and BOK (apoptotic protein) have not been previously reported in the rat primordial follicles and these proteins can be related to some common features of ovarian aging such as loss of follicle reserve and genome integrity. The quantitative differences of two important proteins BOK and FIGNL1 observed by the proteomic analysis were correlated with the transcript levels, as determined by semi-quantitative RT-PCR. Our results improve the current knowledge about protein factors associated with molecular changes in rat primordial follicles as a function of aging and our understanding of the proteomic processes involved in degenerative changes observed in aging primordial follicles.

O outro e a transcendência : na parábola do Bom Samaritano (Lc 10, 25-37)

Resumen: Neste estudo, procuramos definir o sentido da corporeidade em Entralgo, relacionando-o com o pensamento de Lévinas. Segundo Entralgo, o corpo humano era um microcosmos integrado num cosmos. Assim, o corpo é i único objecto do Universo, do qual temos um duplo conhecimento não de fora, como também temos a sua percepção a partir de dentro. Porém, segundo Lévinas, a corporeidade é a expressão do Rosto do Outro, referindo- se como uma prefiguração do Outro, que tem o seu epílogo na parábola do Bom Samaritano. Há, na verdade, uma relação de aproximação antropológica entre o sentido do corpo como forma de manifestar o Outro. Em ti e por ti, tu eras uma pessoa, mas sendo tu uma pessoa, podendo e devendo Eu ver-te e tratar-te como tal pessoa. Os dois pensadores apresentam uma referência em relação à pessoas. Segundo Lévinas a pessoa será responsabilidade.

Alvará com força de Ley, porque Vossa Magestade he servido prohibir, que se possam carregar, nem transportar escravos pretos de hum, e outro sexo dos pórtos da America, Africa, e Asia, para os destes Reinos de Portugal, e dos Algarves ; applicando as penas nelle declaradas a todos os que contravierem a dita Ley, passado o termo de seis mezes, a respeito dos primeiros, e segundos dos referidos pórtos, e hum anno a respeito dos terceiros : tudo na fórma que acima se contém : para V. Magestade ver / Joaquim Joseph Borralho o fez

Ao alto do título: Conde de Oeyras.

Escola da doutrina christã, em que se ensina o que he obrigado a saber o christam : ordenada por modo de dialogo entre dous estudantes hum filozofo, por nome Marcelino, e outro theologo, por nome Diodoro : com exemplos accomodados às materias que se tratam : composta Pello Padre M. Joam da Fonseca, religiozo da Companhia de Jesu, dedicada á purissima Virgem, Glorioza Rainha dos Anjos, Maria Santissima Senhora Nossa da Victoria

João da Fonseca nasceu em Viana do Além-Tejo, em 1632, e morreu em Lisboa, em 1701. Foi professor de Filosofia na Universidade de Evora e missionário em várias vilas e cidades e mestre do noviciado de Coimbra. Distinguiu-se em seu tempo na Teologia Ascética, como se comprova nas obras que nos deixou, as quais são ainda apreciadas pela correção e propriedade da linguagem. Em ‘Escola da Doutrina Christã’, o autor ensina o verdadeiro caminho da vida, resumindo nesta leitura tudo o que em muitos volumes ensina a teologia especulativa e moral. Todas as matérias de que trata são confirmadas com muito se notáveis exemplos. Trata-se, aqui, da primeira edição, impressa em 1688. Tem-se noticia de uma segunda edição publicada pela Oficina da Universidade, em 1750.

Alvará em forma de Lei, por que Vossa Magestade ha por bem ampliar, cassar, e abolir a capitação, que pagão ao seu Real Erario os moradores das Minas geraes :e excitar, restabelecer, e reintegrar para a cobrança do Direito Senhoreal dos Quintos o outro methodo, que os ditos moradores propuzerão ao Conde das Galvêas em vinte e quatro de março de mil setecentos e trinta e quatro, e que foi por elles praticado desde aquelle tempo ; até o em que a mesma capitação teve o seu principio : para Vossa Magestade ver

Ao alto do título: Diogo de Mendonça Corte-Real.

Alvará, por que Vossa Alteza Real he servido ampliar, e declarar o outro alvará de vinte e hum de janeiro de mil oitocentos e nove, comprehendendo nos privilegios conferidos aos proprietarios dos engenhos de assucar, e lavradores de canas, as dividas, e execuções fiscaes ; na forma acima declarada : para Vossa Alteza Real ver

Variação do título : Extensão de isenção de penhoras dos engenhos de açúcar.

Estudos para composição do eu e do(s) outro(s): enunciação, polifonia e imagens discursivas na cartilha da Campanha Nacional O Petróleo Tem que Ser Nosso

O anúncio dos gigantescos campos do pré-sal brasileiro recolocou o petróleo no alvo dos holofotes. A propriedade desta imensa riqueza e as inevitáveis mudanças na legislação do setor são as principais questões que derivam deste fato. Com efeito, temos assistido a uma proliferação de discursos acerca do tema. Esta dissertação se insere num conjunto de reflexões que tomam o petróleo como objeto de interesse. Privilegiamos um espaço específico de produção discursiva, a saber, o instituído pela Campanha Nacional O Petróleo Tem que Ser Nosso. Um primeiro procedimento metodológico de coleta de dados possibilitou identificar que, entre os seus materiais de mobilização, ganha destaque a cartilha de massas do movimento, que desde julho de 2009 circula pelo território nacional. Inscritos numa perspectiva da Análise do Discurso de base enunciativa, cuidamos de construir uma reflexão sobre alguns dos modos de inscrição do(s) sujeito(s) no discurso. Nossas considerações acerca dos gêneros do discurso revelaram o hibridismo da cartilha; tal peculiaridade nos obrigou a construir dispositivos distintos de análise. Num primeiro memento, decidimos observar as marcas de pessoa, os marcadores temporais e espaciais, com vistas a identificar uma dada cenografia discursiva (Maingueneau, 1997) que nos remetesse às imagens dos coenunciadores; consideramos, num segundo momento, os discursos relatados (Bakhtin, 2006; Authier-Revuz, 1998 e outros) para compreender a polifonia inerente à cartilha. Nossa análise verificou de que maneira um regime de verdade e uma memória se instituem pela cenografia discursiva; a análise dos discursos relatados, com ênfase nos discursos direto, indireto e narrativizado, nos permitiu identificar, no agenciamento das vozes, um espaço de confronto entre formações discursivas divergentes