8 resultados para Macroprolactinemia
Macroprolactinemia e hiperprolactinemia intermediária: manifestações clínicas e achados radiológicos
Resumo:
OBJETIVOS: Caracterizar as pacientes com valores indeterminados de hiperprolactinemia (teste de PEG para identificação de macroprolactinemias com recuperação entre 30 e 65%) (PRLi) ou macroprolactinemia (PRLm), quanto às características clínicas, como intensidade e variação dos sintomas e presença ou não de tumores no sistema nervoso central. MÉTODOS: Estudo transversal, retrospectivo, de levantamento de prontuários, no qual foram incluídas 24 pacientes com diagnóstico de hiperprolactinemia (PRL>25 ng/dL), em idade reprodutiva, em seguimento em ambulatório de ginecologia endócrina. Foram incluídas 11 pacientes com PRLm e 13 com PRLi. Dos dois grupos (PRLm e PRLi), foram considerados para a análise registros dos dados relativos à idade, à paridade, ao índice de massa corporal, à presença de galactorreia, à infertilidade e ao tumor do sistema nervoso central. Os dados antropométricos foram expressos em média e desvio padrão e, para a comparação entre os grupos quanto à presença de tumor no sistema nervoso central, galactorreia e infertilidade, utilizou-se o teste t de Student. RESULTADOS: A galactorreia foi mais prevalente nas pacientes com PRLi (p=0,01). Setenta por cento das mulheres com PRLi apresentaram microprolactinoma de hipófise, enquanto que este achado foi evidente em 17% das mulheres com PRLm (p=0,04). Dentre as pacientes com PRLm e PRLi, nove não foram investigadas com imagem do sistema nervoso central por apresentarem níveis pouco elevados de prolactina (cinco portadoras de PRLm e quatro de PRLi). Não houve diferença significativa quanto à ocorrência de infertilidade ou de ciclos menstruais irregulares. CONCLUSÕES: Mulheres com hiperprolactinemia intermediária apresentam mais sintomas de galactorreia e maior incidência de tumores do sistema nervoso central do que aquelas com macroprolactinemia.
Resumo:
A prolactina(PRL) humana circula em múltiplas formas de diferentes tamanhos moleculares, das quais três são detectadas na cromatografia por filtração em gel(CFG): Little ou monomérica(mPRL), Big( bPRL) e Big-Big ou macroprolactina( bbPRL ou macroPRL). Em pessoas normais, a principal forma é a mPRL(85 a 90% do total) com uma pequena proporção de macroPRL. Em algumas pessoas, porém, ocorre uma maior quantidade de macroPRL, um fenômeno denominado Macroprolactinemia, que se sabe estar presente entre 10-25% dos soros hiperprolactinêmicos. É importante a sua identificação para evitar investigação e tratamento desnecessário. O método padrão para sua detecção é a cromatografia por filtração em gel( CFG); porém, a precipitação com polietilenoglicol( PEG) é um método de triagem simples, confiável e de baixo custo. Os testes com PEG originais foram feitos com o ensaio imunofluorimétrico( IFMA) Delfia para PRL. Objetivo: Validar um teste sensível e específico para a triagem de macroPRL baseado no ensaio de PRL quimioluminescente Immulite DPC. Resultados e métodos: Analisamos amostras séricas de 142 pessoas de ambos sexos. Baseado nessas amostras de rotina, dosamos a PRL seguida da precipitação com PEG e cálculo da recuperação de PRL( %R de PRL). Destes soros, 88 foram submetidos a cromatografia com filtração em Gel. Foi definido um ponto-de-corte para a presença de macroPRL, baseado numa curva ROC, ao comparar-se os resultados do teste de precipitação com PEG e os da CFG. O ponto-de-corte foi definido em 60%, com o achado de um teste com sensibilidade de 88,9% e especificidade de 98,6%. Correlacionou-se a dosagem de mPRL com a presença de macroPRL na cromatografia. Conclusão: Validamos um teste de triagem para macroPRL baseado no ensaio quimioluminescente DPC Immulite com sensibilidade de 88,9% e especificidade de 98,6 % para a porcentagem de recuperação PRL de 60%. O achado de uma valor de mPRL menor ou igual a 20 depois da precipitação com PEG vai suportar este diagnóstico. A prevalência( 20,4%) de macroPRL encontrada em nosso estudo, utilizando a metodologia proposta, é semelhante à encontrada na literatura.
Resumo:
A prolactina (PRL) é um hormônio peptídico sintetizado e secretado, principalmente, pelas células lactotróficas da glândula hipófise anterior, tendo como principal função a indução e manutenção da lactação. Existem três formas moleculares de PRL na circulação: PRL monomérica (little prolactin) com massa molecular de cerca de 23KDa, PRL dimérica (big prolactin) com 45 a 50KDa, e macroprolactina (big big prolactin) maior do que 150KDa. Esta última está geralmente ligada a imunoglobulinas G. Em condições normais, ou em pacientes com hiperprolactinemia sintomática, predomina em circulação a forma monomérica. A hiperprolactinemia é uma das disfunções endócrinas hipotálamo-hipofisárias mais comuns em mulheres em idade reprodutiva. Ocorre mais freqüentemente por adenomas hipofisários (prolactinomas) e secundária ao uso de drogas com ação central. Na ausência de causas conhecidas, a hiperprolactinemia é considerada como idiopática. Finalmente, pode estar associada ao predomínio de macroprolactina no soro, sendo denominada macroprolactinemia. A suspeita de macroprolactinemia ocorre quando um paciente com hiperprolactinemia não apresenta os sintomas típicos e/ou não tem evidências radiográficas de tumor na hipófise, embora a macroprolactinemia possa estar ocasionalmente associada a prolactinomas. Os objetivos deste trabalho foram: avaliar a freqüência de macroprolactinemia, através da precipitação com PEG, numa amostra de mulheres com hiperprolactinemia; descrever associações da macroprolactinemia com variáveis clínicas, hormonais e de imagem da hipófise; e caracterizar a evolução clínica e dos níveis de prolactina durante o seguimento desta coorte. Realizou-se um estudo descritivo, onde foi estudada uma coorte de pacientes do sexo feminino (n = 32), consultando no HCPA de 1989 a 2005, com diagnóstico de hiperprolactinemia (>26ng/mL) e seguimento com agonistas da dopamina. Após um período de 3 meses sem tratamento (washout), as pacientes dosaram prolactina para investigação dos níveis séricos e presença de macroprolactina, e foram classificadas como aquelas que normalizaram os níveis séricos de prolactina durante estes anos de seguimento (Grupo Hprl prévia) e as que continuaram hiperprolactinêmicas. Estas foram reclassificadas como grupo de hiperprolactinêmicas cuja forma circulante predominante é a prolactina monomérica (Grupo Hprl mono) e o grupo de hiperprolactinêmicas com predominância de macroprolactina (Grupo Hprl macro). O percentual de macroprolactina foi calculado através dos valores de PRL totais obtidos das amostras íntegras em comparação com os níveis de PRL encontrados nas amostras precipitadas com PEG. Recuperações de prolactina monomérica > 50% classificaram a amostra como tendo predomínio de formas monoméricas, o percentual de recuperação 40% foi considerado como predomínio de formas de alto peso molecular (macroprolactinemia), e recuperação entre 40 e 50% indicou indefinição da forma predominante de PRL. A freqüência de macroprolactina foi de 28,1% (n = 32). Pacientes hiperprolactinêmicas com macroprolactinemia são significativamente mais jovens do que as hiperprolactinêmicas com a forma monomérica. Como esperado, tanto as pacientes do grupo Hprl macro como Hprl mono apresentam níveis de prolactina significativamente mais elevados que as pacientes Hprl prévia. Através do método de precipitação com PEG, identificou-se a forma predominante de prolactina na circulação em 71,8% dos casos (n = 32). Verificamos ainda que as pacientes com predominância de macroprolactina não apresentam os sintomas da síndrome hiperprolactinêmica, e na maioria dos casos, possuem exames de imagem por TC normal.
Macroprolactinemia e hiperprolactinemia intermediária: manifestações clínicas e achados radiológicos
Resumo:
OBJETIVOS: Caracterizar as pacientes com valores indeterminados de hiperprolactinemia (teste de PEG para identificação de macroprolactinemias com recuperação entre 30 e 65%) (PRLi) ou macroprolactinemia (PRLm), quanto às características clínicas, como intensidade e variação dos sintomas e presença ou não de tumores no sistema nervoso central. MÉTODOS: Estudo transversal, retrospectivo, de levantamento de prontuários, no qual foram incluídas 24 pacientes com diagnóstico de hiperprolactinemia (PRL>25 ng/dL), em idade reprodutiva, em seguimento em ambulatório de ginecologia endócrina. Foram incluídas 11 pacientes com PRLm e 13 com PRLi. Dos dois grupos (PRLm e PRLi), foram considerados para a análise registros dos dados relativos à idade, à paridade, ao índice de massa corporal, à presença de galactorreia, à infertilidade e ao tumor do sistema nervoso central. Os dados antropométricos foram expressos em média e desvio padrão e, para a comparação entre os grupos quanto à presença de tumor no sistema nervoso central, galactorreia e infertilidade, utilizou-se o teste t de Student. RESULTADOS: A galactorreia foi mais prevalente nas pacientes com PRLi (p=0,01). Setenta por cento das mulheres com PRLi apresentaram microprolactinoma de hipófise, enquanto que este achado foi evidente em 17% das mulheres com PRLm (p=0,04). Dentre as pacientes com PRLm e PRLi, nove não foram investigadas com imagem do sistema nervoso central por apresentarem níveis pouco elevados de prolactina (cinco portadoras de PRLm e quatro de PRLi). Não houve diferença significativa quanto à ocorrência de infertilidade ou de ciclos menstruais irregulares. CONCLUSÕES: Mulheres com hiperprolactinemia intermediária apresentam mais sintomas de galactorreia e maior incidência de tumores do sistema nervoso central do que aquelas com macroprolactinemia.
Resumo:
Dopamine agonists are the treatment of choice for prolactinomas. However, there are still controversies concerning dose, treatment duration and criteria for drug withdrawal in different clinical situations. The aim of this study was to assess diagnostic and therapeutic approaches to prolactinomas among members of the Brazilian Society of Endocrinology and Metabolism (SBEM). SBEM members answered a questionnaire sent by e-mail that included 18 questions related to controversial issues about the management of prolactinomas. Among SBEM members, 721 (approximately 24% of total) answered the questionnaire. Concerning the diagnosis, 38% of the respondents stated that prolactin levels < 100 ng/ml would exclude the presence of a prolactinoma. Most of them favored the screening for macroprolactin in asymptomatic individuals instead of a routine screening (74% vs. 26%). Regarding the treatment, 70% of the respondents chose cabergoline as the drug of choice to treat macroprolactinomas whereas similar proportions advised cabergoline or bromocriptine as the best treatment for microprolactinomas (52% vs. 48%). Only 20% and 34% of respondents favored treatment withdrawal 2-3 years after prolactin normalization in patients with macroprolactinomas and microprolactinomas, respectively. In case of pregnancy, only 58 and 70% of respondents advocated discontinuation of treatment with dopamine agonists in patients with macroprolactinomas and microprolactinomas, respectively. Finally, only 36% would allow breast-feeding without restriction, 44% would restrict it to patients with microprolactinomas and 20% would not recommend it for women with prolactinomas There are several points of disagreement among SBEM members regarding the management of prolactinomas.
Resumo:
Objective: The aim of the study was to evaluate clinical and laboratorial features of 1234 patients with different etiologies of hyper-prolactinemia, as well as the response of 388 patients with prolactinomas to dopamine agonists. Design, setting, and patients: A total of 1234 hyperprolactinemic patients from 10 Brazilian endocrine centers were enrolled in this retrospective study. Main outcome measure: PRL measurement, thyroid function tests, and screening for macroprolactin were conducted. Results: Patients were subdivided as follows: 56.2% had prolactinomas, 14.5% drug-induced hyperprolactinemia, 9.3% macroprolactinemia, 6.6% non-functioning pituitary adenomas, 6.3% primary hypothyroidism, 3.6% idiopathic hyperprolactinemia, and 3.2% acromegaly. Clinical manifestations were similar irrespective of the etiology of the hyperprolactinemia. The highest PRL levels were observed in patients with prolactinomas but there was a great overlap in PRL values between all groups. However, PRL>500 ng/ml allowed a clear distinction between prolactinomas and the other etiologies. Cabergoline (CAB) was more effective than bromocriptine (BCR) in normalizing PRL levels (81.9% vs 67.1%, p<0.0001) and in inducing significant tumor shrinkage and complete disappearance of tumor mass. Drug resistance was observed in 10% of patients treated with CAB and in 18.4% of those that used BCR (p=0.0006). Side-effects and intolerance were also more common in BCR-treated patients. Conclusion: Prolactinomas, drug-induced hyperprolactinemia, and macroprolactinemia were the 3 most common causes of hyperprolactinemia. Although PRL levels could not reliably define the etiology of hyperprolactinemia, PRL values >500 ng/ml were exclusively seen in patients with prolactinomas. CAB was significantly more effective than BCR in terms of prolactin normalization, tumor shrinkage, and tolerability.
Resumo:
Hyperprolactinemia is a common cause of menstrual disturbances affecting young women. There is a diversity of causes, from physiological, such as pregnancy, to pharmacological and pathological, such as hypothyroidism. Renal and hepatic failure, intercostal nerve stimulation by trauma or surgery, prolactinomas, other tumors in the hypothalamus-pituitary region, as well as macroprolactinemia can also be considered. Identifying the correct cause is important to establish the correct treatment. Should all these causes be ruled out and pituitary imaging revealed as negative, idiopathic hyperprolactinemia is therefore diagnosed. In symptomatic patients, treatment with dopaminergic agonists is indicated. As for the asymptomatic hyperprolactinemic individuals, macroprolactinemia should be screened, and once it is detected, there is no need for pituitary imaging study or for dopaminergic agonist use. (J Clin Endocrinol Metab 97: 2211-2216, 2012)