997 resultados para Música - Etnomusicologia
Resumo:
Esta investigação tem por objetivo perceber os protagonismos associados à música raiz na região do Sul de Minas, estado brasileiro de Minas Gerais. Desenvolvido no âmbito da etnomusicologia, trata-se de um estudo etnográfico realizado entre os anos de 2009 e 2012 no município de Jacutinga, localizado no Vale do Sapucaí. Como música raiz entende-se nesse contexto um universo musical que engloba vários “ritmos”, “formas” ou “estilos”, como a moda-de-viola, o pagode-de-viola, a querumana, a guarânia, dentre outros, performado por uma dupla cantando em dueto com acompanhamento da viola caipira. O termo engloba os segmentos música caipira e música sertaneja no sentido em que, para os protagonistas, as classificações convergem. O conceito de paisagem cantada é adotado como principal ferramenta de análise uma vez que no romance – gênero cantado e central da música raiz - a poética-narrativa atua como testemunha da história de um universo associado ao modo de vida rural do centro-sudeste brasileiro. A memória é portanto entextualizada na moda – unidade mínima musical de análise – que ao ser performada evoca um catálogo de elementos identificadores de uma cartografia humana, territorial e sonora, associadas a um universo designado por caipira. O sentido de pertencimento e de identificação com este paradigma promove uma recontextualização destes elementos fazendo emergir novas paisagens e novas práticas onde eles são ressignificados, adquirindo, em alguns casos, o valor de marcos sonoros (ex: o carro-de-boi, o berrante e o monjolo). Paralelamente, o processo de materialização da música que conduziu à sua fixação em disco e ao aparente desaparecimento da situação de performance participativa, transformou a própria música raiz num marco sonoro através do qual a caipiridade é representada.
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A presente tese inscreve-se no domínio da etnomusicologia. Resulta da realização de trabalho de campo no estado do Maranhão/Brasil, entre 2012 e 2014, e propõe um exercício de reflexão sobre as transformações pelas quais passou a prática performativa Bumba meu Boi, a partir da introdução dos instrumentos de sopro na sua componente musical, dando origem ao Boi de Orquestra. Parti do estudo etnográfico dos quatro principais estilos de Bumba meu Boi (sotaques) existentes antes da criação do Boi de Orquestra, e de uma pesquisa de cunho histórico que buscou o modo como esta prática se configurou já no século XX e como ela se traduz na performance (folguedo). Argumento que a criação do sotaque de orquestra favoreceu a aceitação do folguedo pela elite social do Maranhão, que o identificou como próximo da cultura europeia, da qual se sentia caudatária. O repertório performativo analisado neste trabalho inclui as toadas, as danças, as indumentárias e os rituais de batizado e morte do boi, a partir dos registros sonoros e visuais efetuados no mês de junho e julho de 2013. Desta forma, este trabalho procura contribuir para a compreensão do lugar que a música ocupou nos movimentos gerados pelos povos subjugados no período pós-colonial, na luta pela afirmação do seu direito à existência singular. Neste sentido serão analisados os processos de ressignificação e de recontextualização do Bumba Meu Boi e da música, enquanto dispositivos que, no caso do Maranhão, contribuíram para a construção de mundos comuns a partir da criação de realidades ilusórias.
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O presente trabalho pretende ser uma contribuição no campo da etnomusicologia, e resulta de um estudo e pesquisa de campo realizada na cidade de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, Brasil. Belo Horizonte é uma cidade “inventada”, assim como Brasília, a capital federal. Enquanto cidade, Belo Horizonte foi desenhada, projetada, nasceu de uma prancheta e foi oficialmente inaugurada em 12 de dezembro de 1897. Nesta tese tem como objetivo compreender e demonstrar como as transformações sociais e espaciais foram provocadas pelo acontecimento musical. Defendo a posição que o entendimento do que denomino Acontecimento Musical permite perceber o potencial da música de reorganizar normas, inicialmente defendidas pelos idealizadores da cidade, da utilização e ocupação dos lugares e espaços, e construindo, pela prática musical, uma nova cartografia da cidade, que se impõe a cartografia oficialmente idealizada, resultando em uma Cartografia Musical de Belo Horizonte.
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Esta tese aborda a Canção de Coimbra no quadro dos estudos etnomusicológi-cos, tendo como principal objectivo a compreensão deste importante fenómeno en-quanto categoria musical autónoma. A construção dos padrões discursivos e performativos da Canção de Coimbra é alicerçada recorrendo a instrumentos tais como a etnografia da música e o estudo do dis-curso, exógeno e endógeno, sob o ponto de vista do método fenomenológico. Fenómeno musical performativo imerso num quadro simbólico particular, o ob-jecto de estudo apresenta-se como uma das manifestações mais ricas e exclusivas das comunidades escolares europeias, senão mundiais, privilegiando-se no ambiente de uma das mais antigas Universidades da Europa, com todos os rituais e simbolismos que o acompanham desde a fundação. O seu desenvolvimento incide fundamentalmente sobre a produção literária, a produção fonográfica, a participação musical directa, e o resultado de sessões de trabalho e entrevista com intérpretes, compositores e investigadores. O corpus principal do estudo organiza-se na observação do fenómeno Canção de Coimbra, em ligação directa com os seus contextos sociais e culturais, num período que decorre sobretudo entre ca. 1850 e a actualidade.
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O ritual onde se utiliza a cocção conhecida por ayahuasca vem sendo ressignificado em contextos urbanos há mais de oito décadas, sobretudo após sua expansão iniciada pelos movimentos organizados. Essa experiência derivante dos povos da floresta amazônica, vem ultrapassando tanto fronteiras geográficas como culturais, sendo constantemente reinventada por diferentes agentes. Contemporaneamente, o fenômeno abarca indivíduos provenientes de várias partes do mundo incorporando legados doutrinários de mestres originários da América Latina. A linha doutrinária conhecida por União do Vegetal - UDV, na qual este trabalho se centra, vem ganhando espaço entre os circuitos europeus neo esotéricos. Atualmente o ritual é vivenciado por mais de 18 mil pessoas espalhadas pelo globo e tem como característica, após a ingestão da cocção, a utilização da música como uma das ferramentas mediadoras para a apreensão dos princípios doutrinários. Usualmente os mestres da UDV têm como característica a utilização de fonogramas de variadas categorias musicais que adquirem uma dimensão simbólica e funcional no momento do ritual. A comunidade estabelecida em Portugal - foco desta tese – e as comunidades digitais Musincante e Músicas do Alto, permitiram-me perceber, através do trabalho de campo e de observação participante, elementos constitutivos que abrangem toda a comunidade da UDV. O enfoque parte da perspectiva de observar essa doutrina como um lugar de conhecimento sistematizado e formal. No sentido de compreender os processos de construção desse saber, foi verificado o protagonismo do ato da escuta como elemento central para a apreensão da doutrina. Neste sentido, esta tese adota o conceito de performance da escuta como meio de explorar as formas como o indivíduo e o coletivo absorvem um saber doutrinário a partir da música e de como esta assume o papel de mediadora dos saberes transmitidos no contexto da UDV e de manutenção deste conhecimento num contexto extra ritual.
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O presente trabalho propõe-se descodificar o papel da performance do batuque enquanto elemento central e identificador de aspetos sociais, políticos e culturais no contexto poscolonial da relação entre Cabo Verde e Portugal. A tese problematiza vários aspetos do batuque, música e dança cabo-verdiana na perspetiva da história, da teoria do poscolonialismo e da migração. Discute especificidades da comunidade imigrante cabo-verdiana em Portugal e propõe uma abordagem etnográfica da sua organização musical, centrando-se no batuque e sobretudo no grupo Finka-Pé, na sua história e atividade. A performance do batuque é interpretada como ingrediente de afirmação e integração social e, simultaneamente, como elemento de inquietação e memória de resistência. O batuque é estudado e descrito do ponto de vista histórico, etimológico e musical. Finalmente analisa-se a divulgação e a emergência pública do batuque em Portugal enquanto género de conotação musical africana. A prática do batuque constitui um rico marcador da relação e da atitude poscolonial porque este veio emparelhar-se e ganhar espaço junto de outros géneros musicalmente mais próximos das práticas europeias que historicamente definiam a singularidade cultural cabo-verdiana no contexto do império colonial português.
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O presente trabalho inscreve-se no domínio da etnomusicologia e propõe-se abordar o fenómeno das bandas filarmónicas em Portugal numa perspetiva eminentemente histórica, usando como recursos metodológicos a pesquisa de arquivo e o trabalho de campo. Tomando como exemplo a Banda de Música de Santiago de Riba-Ul, que se autodesigna “a banda mais antiga de Portugal”, e tentando contextualizar a sua existência bicentenária no movimento filarmónico nacional, procurei explorar o desenvolvimento que o grupo teve ao longo do tempo, a partir da análise de documentos de arquivo em articulação com os discursos produzidos no domínio da oralidade e do periodismo local. Através da análise histórica reflito sobre movimentos semelhantes aos da implantação de agrupamentos filarmónicos na Europa, a estrutura democratizada e multifuncional que foram adquirindo ao longo do tempo, os espaços de ocorrência, o repertório e os instrumentos. Tendo em conta que o universo das bandas filarmónicas em Portugal representa ainda um domínio pouco estudado, procurei neste trabalho definir um quadro conceptual sobre as diferentes designações associadas a agrupamentos de sopro em Portugal, que recorre à história como ferramenta essencial para o entendimento da relação entre designações e conceitos a partir da análise de funções, contextos e repertórios. Através do estudo de caso da Banda de Música de Santiago de Riba-Ul, procurei estabelecer um modelo de análise que é revelador sobre o modo como, em muitos casos, as bandas usam o passado (real, imaginado, vivido ou mitificado), transformado em memória semântica, como forma de legitimar o presente, convertendo a própria banda num documento/monumento. Esse estatuto conduz à reprodução do modelo de polivalência que o passado lhe legou e oferece-lhe, através de um jogo coerente de cumplicidades no seio do movimento filarmónico em Portugal, um lugar cativo no macrocosmos que aqui defini como um campo social institucional, a partir da proposta conceptual de Bourdieu.
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O presente trabalho inscreve-se no domínio da etnomusicologia, resulta da realização de trabalho de campo multissituado e propõe-se compreender a comunidade católica damanense residente em Damão (Índia) e no Reino Unido partindo do estudo da música adotada e praticada pelos seus membros. O repertório performativo analisado neste trabalho inclui música (religiosa e secular) e dança entendidas pelos damanenses como herdadas do antigo colonizador, música e dança anglo-saxónica e de Bollywood transmitida pelos meios de comunicação de massa atuais e, ainda, aquela que é veicularmente considerada pelos damanenses católicos como “a música damanense” ou “a música original de Damão” e à qual é aqui dado um enfoque especial: o mandó. Argumento que a compreensão deste repertório e dos diferentes significados de que se reveste nos permite também compreender a própria damanidade, cuja performance é caracterizada pelos mesmos princípios que definem a da música. Permite-nos, igualmente, entender o modo como os damanenses católicos vivem a sua condição de integração na Índia enquanto comunidade pós-colonial não-independente. Este trabalho procura contribuir, portanto, para a inscrição da realidade dos territórios poscoloniais integrados no quadro da teoria do poscolonialismo e reflete sobre o protagonismo da música na construção de lugares de memória e de imaginação tanto no território de origem (Damão) como na diáspora (Reino Unido).
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A partir da experiência acumulada ao longo de uma dezena de anos, na recolha de lições de música tradicional em vários concelhos do Algarve, reflecte-se a sua importância no contexto da etnomusicologia e do folclore do país.
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Tese apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Doutor em Ciências Musicais – ramo Etnomusicologia
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Pós-graduação em Música - IA
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Peruvian orchestral music 1945–2005. Identities in diversity Peruvian music for orchestra has not been studied as a whole before, and is hardly known by Peruvian musicians and public. The aim of the thesis is to give a panoramic view of Peruvian orchestral music after 1945, study the particular historical context in which these works were created and how they reflect the search for a musical identity of its own, be it individual, local, national or Latin American. Identity is a construction that changes permanently, and individuals can share many identities at the same time. This is a central issue in multicultural societies as the Peruvian, and music is an important mean for constructing cultural identity. The hypothesis of this research is that orchestral work is a medium for Peruvian composers to express their relationship with traditional and popular musics of the country in different ways, from quotation of melodies to a more abstract appropiation of concepts or suggestive title references. Representative works by selected composers, of different techniques, styles or special reception are chosen and analyzed. Research methodology includes analysis of works with various methods according to their stylistic and technical features, in order to find the particular ways in which composers have approached or expressed diverse identities. The investigation shows that Peruvian orchestral music includes works in the main stylistic trends and using the main compositional techniques of the modernist and postmodern periods. It also shows that the construction and expression of particular identities through the study and use of other Peruvian musical traditions is a constant interest shared by composers of different age and esthetic. In a multicultural society as the Peruvian, characterized by its diversity, different forms of transcultural composition are an important mean of dealing with identity issues in music. This thesis also includes for the first time a list of all orchestral works composed in the country or by Peruvian composers in the period, their composers and genres. KEYWORDS: Peruvian music, contemporary music for orchestra, identity
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The work is the most extensive encyclopedic compilation on Mexican music published to the date, in the form of a dictionary. It includes composer's bios, list of works, musical institutions, instruments, performers, theatres, and many other categories about the music of Mexico. Most of entries include bibliography.
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In Aztec mythology and religion, Xipe Totec ("our lord the flayed one") was a life-death-rebirth deity, god of agriculture, vegetation, the east, disease, spring, goldsmiths, silversmiths and the seasons. The music used for his worship has been described by a diversity of documents (carved stones, depicted codices, and chronicles made by the first European friars arrived to Mexico). This article explores the symbolic content of these descriptions, especially in association with Xochipilli Macuilxochitl, master of music and poetry.
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Partitura incorporada como material complementario de la revista.