48 resultados para Gastrópodes ellobiidae
Resumo:
Dissertação de Mestrado, Biodiversidade e Ecologia Insular, 29 de Maio de 2013, Universidade dos Açores.
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Um levantamento da malacofauna límnina do Campus de Manguinhos, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, foi realizado nos últimos dois anos visando comparar as espécies hoje existentes com aquelas encontradas no início deste século. Foram pesquisadas 18 coleções hídricas numa extensão de 880.000m², sendo encontradas em 13 delas as seguintes espécies: Antillorbis nordestensis, Biomphalaria glabrata, Biomphalaria straminea, Lymnaea columella, Melanoides tuberculatus, Physa cubensis, Pomacea glauca e Pomacea lineata. Destacam-se o desaparecimento de Biomphalaria tenagophila, registrada por Lutz em 1918, a introdução de B. straminea e da espécie asiática M. tuberculatus. Nenhum molusco apresentou infecção por Schistosoma mansoni.
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Dissertação de mestrado em Ecologia
Resumo:
Melampus coffeus (Linnaeus, 1758) é um gastrópode pulmonado, macrodetritívoro, importante na transferência de energia em manguezais neotropicais, mas sua distribuição em diferentes escalas espaciais ainda é pouco conhecida nas regiões brasileiras. Assim, o objetivo deste trabalho foi verificar a distribuição de M. coffeus com relação: 1) às espécies Rhizophora mangle Rhizophoraceae e Laguncularia racemosa Combretaceae; 2) à posição dos rizóforos de R. mangle e 3) à altura das árvores em diferentes manguezais. O seu comportamento ao longo do ciclo de marés também foi descrito. A densidade de M. coffeus foi similar entre R. mangle e L. racemosa, porém os maiores caramujos foram encontrados nas árvores de R. mangle. A distribuição dos caramujos encontrados no sedimento diferiu em relação aos rizóforos, com maior densidade no centro e o maior tamanho na borda da área amostral. Entretanto, não houve relação com a disponibilidade de recursos alimentares formados por folhas. A densidade também foi maior nos manguezais baixo e médio quando comparados ao alto, porém não foram encontradas diferenças de tamanho dos caramujos em mangues de alturas distintas. Observamos também que, durante a maré alta, M. coffeus sobe nas árvores mais próximas. Estes resultados podem estar relacionados principalmente com a disponibilidade de recursos e abrigos fornecidos por R. mangle. Desta forma, novos estudos sobre a distribuição de M. coffeus sob diversas condições são recomendáveis, já que as regiões de manguezais estão cada vez mais sujeitas a perturbações.
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O presente estudo teve como objetivo caracterizar a ocupação de conchas por ermitões no litoral da cidade de Rio Grande, Estado do Rio Grande do Sul. Os animais foram amostrados em 14 radiais em Rio Grande, entre 12 e 50 metros de profundidade. Cada ermitão e sua respectiva concha foram identificados, pesados e medidos. Um total de 408 animais foi capturado, pertencentes às famílias Diogenidae e Paguridae; as duas espécies mais abundantes foram Dardanus insignis (de Saussure, 1858) e Loxopagurus loxochelis (Moreira, 1901). Os ermitões ocuparam conchas de 13 espécies de gastrópodes, principalmente de Buccinanops lamarckii (Kiener, 1834) e B. gradatum (Deshayes, 1844). Dardanus insignis utilizou 12 das 13 espécies de moluscos registradas; Loxopagurus loxochelis utilizou nove. De um modo geral, o padrão de ocupação de conchas apresenta uma correlação entre o tamanho do ermitão e o tamanho da concha; no caso das duas espécies de ermitões mais abundantes, a maior correlação foi entre peso/tamanho do animal e o tamanho da abertura da concha, evidenciando, que a ocupação de conchas se dá não apenas pela disponibilidade local das mesmas, mas também pelas relações entre as variáveis dos ermitões e das conchas de gastrópodes.
Resumo:
A degradação da serapilheira no médio estuário do rio Pacoti foi estudada na presença e na ausência do gastrópode Melampus coffeus (Linnaeus, 1758), visando verificar a possível contribuição desse invertebrado na ciclagem da matéria orgânica dos manguezais. A densidade populacional de M. coffeus e a distribuição das folhas, em termos de biomassa úmida, biomassa seca e abundância, presentes na serapilheira do local, foram estimadas a partir de uma amostragem. Um experimento em campo foi realizado com amostras de coloração e biomassas similares de folhas de Rhizophora mangle (Rhizophoraceae) sem sinais de herbivoria, distribuídas igualmente entre 64 gaiolas. Em 32 destas foram colocados também exemplares de M. coffeus. Essas gaiolas foram distribuídas entre quatro pontos, sendo oito pares de gaiolas (controle e experimento) por ponto. Durante oito semanas, quatro pares de gaiolas foram coletados semanalmente. Após coletadas, os sinais de pastagem nas folhas causados por M. coffeus foram contados e as biomassas úmida e seca das amostras foram determinadas. Comparando controle e experimento, verificou-se que M. coffeus é capaz de contribuir na degradação da serapilheira na área estudada, porém, não foi verificada uma participação significativa desse gastrópode na degradação das folhas quando comparados experimento e controle ao longo do experimento.
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Em levantamento malacológico realizado no município de Mariana, estado de Minas Gerais, Brasil, entre abril de 2003 e fevereiro de 2004 foram encontrados moluscos Biomphalaria glabrata (Say, 1818) e Physa marmorata Guilding, 1828 albergando larvas de trematódeos digenéticos. Em B. glabrata foram observadas além de cercária de Schistosoma mansoni Sambon, 1907, estrigeocercária, dois tipos de xifidiocercária, cercária ocelífera e dois tipos de gimnocéfala, enquanto em P. marmorata a única forma larvar emergente foi a cercária equinóstoma. Algumas das cercárias encontradas diferem daquelas descritas na literatura.
Resumo:
Em 1982 o Brasil participa da Convenção das Nações Unidas para o Direito do Mar. Esta convenção dispõe sobre os usos dos espaços marítimos e oceânicos, buscando a utilização racional e a exploração dos recursos do mar. Devido ao escasso conhecimento da região da plataforma externa e talude continental, surge o programa Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos Vivos da Zona Econômica Exclusiva – REVIZEE, tanto para a diversificação da exploração pesqueira quanto para a determinação dos limites sustentáveis de captura. Com base em material coletado em abril de 1998, durante campanha de Bentos concernente ao programa REVIZEE, são fornecidos resultados relativos a Gastropoda encontrados na radial 45, estações hidrográficas 6839 (32o55´70´´S - 50o34´60´´W), 6840 (33o01´45´´S - 50o12´75´´W), 6841 (33o00´16´´S - 50o22´84´´W) e 6842 (32o57´81´´S - 50o29´18´´W), localizadas ao largo de Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil. Para a avaliação da diversidade bêntica foram utilizados três tipos de amostradores de fundo; Draga de arrasto, Box Corer e Van Veen. Molluscos foram separados dos demais grupos taxonômicos pela equipe do REVIZEE e recebidos pelo laboratório de malacologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O material foi triado sob lupa Zeiss Stemi 2000- C ou Wild M-38. O material foi identificado por comparação com os dados da bibliografia e/ou por comparação com exemplares depositados nas coleções do Museu Oceanográfico Eliézer de Carvalho Rios (MORG) e/ou com a coleção particular do Dr. José Carlos Tarasconi São identificados e caracterizados quanto a tamanho, esculturação e área de ocorrência 6.020 exemplares distribuídos em 36 famílias - 80 táxons em nível de espécie, 19 em nível de gênero e 2 em nível de família. A família Turridae é a que apresenta o maior número de táxons com 16 espécies. Turritella hookeri Reeve, 1849 é a espécie mais abundante, com 684 exemplares. Registra-se pela primeira vez para o Rio Grande do Sul as seguintes espécies: Brookula conica (Watson, 1886), Calliostoma echinatum Dall, 1881, Solariela carvalhoi Lopes & Cardoso, 1958, Caecum massambabensis Absalão, 1994, Turritella hookeri Reeve, 1849, Crepidula plana Say, 1822, Natica pusilla Say, 1822, Polinices lacteus (Guilding, 1833), Eulima mulata Rios & Absalão, 1990, Melanella aff. hypsela (Verrill & Bush, 1900), Trachipollia turricula (von Maltzan, 1884), Anachis sparsa Reeve, 1859, Dentimargo janeiroensis (E. A. Smith, 1915), Axelella brasiliensis Verhecken, 1991, Drilliola loprestiana (Calcara, 1841), Mitrolumna biplicata (Dall, 1889), Nannodiella vespuciana (Orbigny, 1842), Stenodrillia goundlachi (Dall & Simpson, 1901), Terebra brasiliensis E. A. Smith, 1873 e Mathilda aff. scitula Dall, 1889. Novos limites de profundidade são registrados para 29 espécies. Com base na lista de espécies encontradas, se discute sobre o limite das Províncias Caribenha e Patagônica e sobre a influência da Laguna dos Patos no Talude Continental ao largo de Rio Grande.
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Jornadas "Ciência nos Açores – que futuro? Tema Ciências Naturais e Ambiente", Ponta Delgada, 7-8 de Junho de 2013.
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Introdução: A tropomiosina dos invertebrados é o pan-alergénio que une crustáceos, moluscos, aracnídeos, insectos e parasitas, encontrando-se significativa homologia de sequência entre as proteínas dos vários grupos. Os perceves são um tipo de crustáceo particularmente apreciado e consumido no nosso país; no entanto, a alergia a este crustáceo é uma situação bastante rara da qual só existe um trabalho publicado na literatura. Caso clínico: Apresentamos o caso de uma criança do sexo masculino, de 9 anos de idade, com asma brônquica, rinoconjuntivite alérgica e eczema atópico, sensibilizada a ácaros e baratas. Aos 7 anos, 10 minutos após a primeira ingestão de perceves, refere síndrome de alergia oral, angioedema periorbitário e rinoconjuntivite. Aos 8 anos, ocorreram 4 episódios semelhantes após ingestão de caracol, camarão, lula e choco (referindo ingestão prévia destes alimentos sem queixas). Aos 9 anos, refere episódio de urticária da face e angioedema periorbitário com inalação de vapores de cozedura de camarão. Foram realizados testes cutâneos por prick que se revelaram positivos para perceves, camarão, caracol, lula, choco, polvo e amêijoa em natureza, e para gamba, caranguejo e mexilhão com extractos comerciais. Os doseamentos de IgE específica sérica revelaram-se positivos para camarão, caracol, lula, polvo e amêijoa, bem como para perceves e tropomiosina recombinante. Foi efectuado SDS-PAGE immunoblotting com extracto de perceves que revelou várias fracções alergénicas com grande variação de pesos moleculares (19-88 kDa); foi ainda efectuado estudo de inibição com D. pteronyssinus, que inibiu várias fracções fixadoras de IgE no extracto de perceves. Discussão: Apresenta-se um caso raro de uma criança, com quadro de alergia respiratória associada a sensibilização a ácaros e baratas, com alergia alimentar a crustáceos –incluindo a perceves – e moluscos gastrópodes, bivalves e cefalópodes. Foram caracterizados os alergénios implicados na alergia a perceves e demonstrada a presença da tropomiosina como alergénio implicado, bem como a reactividade cruzada entre estes crustáceos e os ácaros.
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O rio Negro é um dos maiores afluentes do rio Amazonas, mas poucos moluscos foram registrados até o momento para aquele rio, representados apenas por gastrópodes. Foi registrada a presença do molusco bivalve exótico Corbicula fluminea na margem esquerda do baixo rio Negro, no lago do Tupé e no Catalão - margem direita do rio Negro, todas localidades no município de Manaus, Brasil. O registro foi realizado por meio da coleta de conchas e espécimes vivos. É o primeiro registro de C. fluminea para o estado do Amazonas e Amazônia central.
Resumo:
Os hemócitos atuam no sistema de defesa contra organismos invasores e partículas estranhas, auxiliando o reconhecimento do que é próprio do corpo dos grastrópodes e o que não é. São escassas as informações e estudos sobre os hemócitos em espécies de moluscos saudáveis (sem infecções), principalmente em Bradybaena similaris (Fèrussac, 1821) and Megalobulimus abbreviatus (Bequaert, 1948). Portanto, este trabalho tem como objetivos a caracterização e quantificação dos hemócitos presentes na hemolinfa destas duas espécies. Neste trabalho, foram identificados três tipos celulares na hemolinfa de ambas espécies: as células redondas, hialinócitos e granulócitos. Os três tipos de hemócitos foram medidos e foi calculada a média do diâmetro total e do núcleo para cada um deles. Para B. similaris, o diâmetro médio das células redondas foi de 10,7 µm, dos hialinócitos foi de 20 µm e dos granulócitos de 25,4 µm. Para M. abbreviatus, o diâmetro médio foi de 11,7 µm para as células redondas, de 21,5 µm para os hialinócitos e de 30,5 µm para os granulócitos. Embora os hialinócitos possuam médias parecidas entre B. similaris e M. abbreviatus, foram detectadas diferenças significativas do diâmetro celular total e diâmetro do núcleo (p<0,0001) dessas células entre as espécies estudadas. A densidade média de células por ml, sem distinção de tipo celular foi de 197.813 células/ml para M. abbreviatus, e de 416.333 células/ml para B. similaris. Diferentemente de outros gastrópodes, os hemócitos mais frequentes em M. abbreviatus e em B. similaris foram os hialinócitos.
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Leaf litter represents a food source to many organisms that may directly contribute to organic matter decomposition. In addition, the physical presence of these vegetal detritus contributes for the modification of some environmental areas and produce microhabitats that may act as a refuge against predators and desiccation for many animals. The pulmonate gastropod Melampus coffeus (Linnaeus, 1758) (Ellobiidae) is a very common specie in Atlantic Coast mangrove forests and feeds on fallen mangrove leaves. It was hypothesized that the spatial distribution of Melampus coffeus is directly affected by mangrove leaf litter biomass deposition. Thus, this research aimed at evaluating the spatial distribution of these gastropods in relation to the biomass of mangrove leaf litter through a twelve-month period. The study area was established in the middle estuary of Pacoti River, state of Ceará, Brazil where two adjacent zones with different topographic profiles were determined. Samples of Melampus coffeus and leaf litter were collected monthly, throughout a year, from the mangrove ground surface. The results indicated that the presence of twigs in mangrove litter favor the occupation by smaller individuals of M. coffeus, probably because smaller individuals are more susceptible to predator attacks and desiccation than larger ones, and twigs and branches may provide a safe microhabitat.
Resumo:
Com base em material coletado em Porto Alegre, apresenta-se um estudo anatômico detalhado do sistema genital de Bradybena similaris (Férussac, 1821), comparado com trabalhos anteriores, propondo-se uma padronização da nomenclatura dos diversos órgãos e regiões, destacando-se a estrutura da região da encruzilhada ("carrefour"), do ovispermioducto até a vagina e do pênis e assinalando-se a independência das aberturas do pênis, vagina e saco do dardo num átrio genital.
Resumo:
INFORMAÇÕES SOBRE A PREPARAÇÃO DO RELATÓRIO Com a ratificação da Convenção das Nações Unidas sobre a Biodiversidade, em Março de 1995, Cabo Verde comprometeu-se perante o mundo em apresentar periodicamente à Conferência das Partes, o balanço da implementação da Convenção, com particular destaque sobre o estado de conservação da biodiversidade, a nível nacional. O primeiro relatório foi elaborado em 1999 e o segundo em 2002. Este terceiro relatório foi elaborado com base em informações existentes e disponíveis nas instituições ligadas directa ou indirectamente à gestão da biodiversidade, nomeadamente o Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário (INIDA), o Instituto Nacional do Desenvolvimento das Pescas (INDP), a Direcção-Geral da Agricultura, Silvicultura e Pecuária, a Direcção-Geral das Pescas, a Direcção-Geral do Ambiente, para além da consulta de documentos como o Livro Branco sobre o Estado do Ambiente em CABO Verde, o Perfil Ambiental de Cabo Verde, etc. Em termos de uma percepção geral sobre o estado de evolução dos diferentes elementos que constituem a biodiversidade de Cabo verde, apresenta-se a situação seguinte: (i) a flora indígena de Cabo Verde é formada por 224 espécies, das quais 85 são endémicas e as restantes são espécies espontâneas naturalizadas; (ii) a fauna indígena de Cabo Verde engloba espécies de recifes de corais, moluscos (bivalves, gastrópodes e cefalópodes), artrópodes (insectos, crustáceos e aracnídeos), peixes (grandes pelágicos, pequenos pelágicos e demersais), répteis e aves e, provavelmente, algumas espécies de mamíferos marinhos. Apesar dessa riqueza biótica dos ecossistemas cabo-verdianos e dos esforços de conservação dos recursos naturais, assiste-se, nos últimos tempos, a uma certa disfunção ambiental de origens e causas várias, e que vêm ameaçando a saúde dos nossos recursos vivos, e que urge por cobro a todo o custo. Aliás, a percepção do estado de degradação dos recursos biológicos fez com que o Governo tomasse algumas medidas, nomeadamente a publicação do Decreto nº 1/2005, de 21 de Março, que aprova a Convenção Internacional sobre Comércio Internacional das Espécies de Fauna e Flora selvagens ameaçadas de Extinção (CITES) e a Emenda ao artigo XXI adoptada em Gabão-1983; o Decreto-Lei nº 3/2003, de 24 de Fevereiro, sobre o regime jurídico da Rede nacional de áreas protegidas; a ratificação da Convenção sobre as zonas húmidas de importância internacional (RAMSAR); o Decreto-Lei n.º 7/2002, de 30 de Dezembro, que estabelece as medidas de conservação e protecção das espécies vegetais e animais ameaçadas de extinção. Não obstante as medidas acima mencionadas, a degradação da biodiversidade cabo-verdiana continua de forma preocupante. Esse grau de degradação está, aliás, evidenciado em diversos documentos produzidos, nomeadamente a “Primeira Lista Vermelha de Cabo Verde". De acordo com esse documento, encontram-se ameaçadas mais de 26% das angiospérmicas, mais de 40% das briófitas, mais de 65% das pteridófitas e mais de 29% dos líquenes” mais de 47% das aves, 25% dos répteis terrestres, 64% dos coleópteros, mais de 57% dos aracnídeos e mais de 59% dos moluscos terrestres. Esta situação considerada alarmante em 1996, vem-se agravando para as espécies Alauda razae (Calhandra-do-Ilhéu-Raso), cujo efectivo populacional sofreu uma redução de 250 exemplares em 1992 para 92 exemplares em 1998, Himantopus himantopus (Perna-longa), cuja população, avaliada em 75 exemplares em 1990, sofreu no período de 5 anos uma redução de cerca de 70% (Hazevoet, 1999). De uma forma geral, a redução dos efectivos populacionais das componentes da biodiversidade deve-se principalmente à depredação, destruição de habitats e à introdução de espécies exóticas. A vulnerabilidade das espécies marinhas cabo-verdianas, sobretudo as das costeira, tem aumentado, não obstante a existência de medidas legislativas no sentido de se minimizar a pressão sobre elas e os seus habitats. Apesar da adopção dessas medidas, o meio marinho tem experimentado mudanças comprometedoras, como resultado do aumento de pressão das capturas dos peixes comerciais, da extracção de areias nas praias e no mar (dragagem), da deposição de sedimentos nas zonas litorais como resultado das actividades realizadas no interior das ilhas. Os planos ambientais inter-sectoriais da biodiversidade e das pescas, elaborados de forma participativa, e os planos estratégicos de gestão dos recursos da pesca e de desenvolvimento da agricultura, são, por excelência, os instrumentos de gestão da biodiversidade, capazes de contribuírem para uma gestão sustentável dos recursos biológicos em Cabo Verde Os Governo de Cabo Verde não vêm poupando esforços no sentido de honrar os compromissos assumidos com a ratificação da Convenção sobre a Biodiversidade. Daí que, estrategicamente, atribui o nível de prioridade em média alta, à aplicação aos vários artigos da Convenção. Em termos de nível de dificuldades encontradas na aplicação dos dispositivos dos artigos da Convenção, ele situa-se em 70% Médio, 18,5% Baixo, 7,4% Alto e 3,7 Zero.