954 resultados para Escrita. Heterogeneidade. Promoção do outro. Monografia
Resumo:
In this study we have developed a discussion about academic text production in the undergraduate course of Literature and Languages. Specifically, we are going to analyze the monographic text writing in order to verify the meaning effects created from the ways of showing other s discourses that constitute a written production. As a means to do that, we are going to answer the following question: How does a young researcher make use of a theory in order to be part of a particular scientific community? We aim to: 1) analyze the linguistic resources, like quotations and signs of cohesion that demonstrate the other s voice presence in academic writing; 2) observe the meaning effects produced through the ways that the one who writes shows the other s voice in the written text. Firstly, we have selected 23 (twentythree) monographs produced in the last five years by students from a Literature and Languages undergraduate course in a determined public university. However, in this study, we have analyzed just 02 (two) different monographic texts. To develop such an investigation, we have inquired Kuhn s concept of science, which shows the existence of different meanings of science production in the course of the centuries. It allows us to define academic writing as science production that develops and contributes to knowledge production. With the purpose of restricting the meaning of writing conception, we have relied on Coracini, who assumes that all writing production is the registration of the self, in other words, writing comes from the subject s intervention, it is to say that only an imposition of the self guarantees the subject as author of what he writes. We have as theoretical basis the following concepts: 1-) Authier-Revus s enunciative heterogeneity, that allowed us to analyze the written marks of the other in the monographic writing; 2-) Pêcheux s reformulation-paraphrase and Orlandi s polysemy and paraphrase, concepts that present notions of productivity and creativity as ways of meaning production, and allows us to observe how the process of language production in academic writing is established; 3-) Rossi-Landi s concept of exchange-value and use-value, which consider language as a linguistic work, allowing us to verify the differences between use and social functionality in a determined theory; and 4-) Possenti s notion of authorship indicia, with which we have identified attitudes that make the one who writes author of his own text. We have verified that writing characterized for repetition and reproduction may develop a meaning effect that constructs the idea that writing production promotes an author, a concept or a theory. We have also realized that a written text that restricts itself to reproduce other authors discourses and does not articulate a theory with data analysis or with work methodology, when evaluated is approved and legitimates itself as scientific production. That demonstrates the existence of academic productions that do not develop any functionality of the employed theory. The text works as a means to promote its theoretical concepts, and theory. It is to say that the theoretical foundantion, which usually is a way to argue and sustain scientific production, does not have any function. Thus, we consider that the way someone shows the other s discourse in academic writing may work as a way to underline what the other asserts to the detriment of the researcher s words. This fact allows us to comprehend that a way of writing may evidence a meaning effect of the author s, theory s or theoretical concepts promotion
Resumo:
This paper aims at discussing the characteristics of computer mediated language within a foreign language teaching and learning environment enabled by the use of synchronic writing resources – chat. The present research is based on (i) theoretical principles about the use of technologies and the teaching-learning of foreign languages in the scope of the Teletandem Brazil Project: Foreign languages for all – Projeto Teletandem Brasil: línguas estrangeiras para todos (TELLES, 2005); (ii) studies on the characteristics of the language within chat interactions; (iii) different theoretical perspectives on the relationship between spoken and written language, emphasizing the constitutive heterogeneity of writing perspective (CORRÊA, 1997, 1998, 2001); and (iv) some relevant concepts related to Prosodic Phonology field (NESPOR; VOGEL, 1986). Is being taken as research data, the written production of a Brazilian student (finishing a Licentiate in Literature) interacting with an American student (in Religious Studies) through Windows Live Messenger. The data were collected during a five-month period, during which the participants interacted through chat, totalizing 12 interactions in English and in Portuguese. During the analysis, a particular attention was given to the messages’ fragmentation, the use (or not) of punctuation signs and abbreviations within the Brazilian participant’s production, in order to discuss the representations she built of her writing, her interlocutor, herself and on the teaching-learning process of a foreign language.
Resumo:
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
Resumo:
Este estudo, desenvolvido no âmbito da Prática Pedagógica Supervisionada B2 e Seminário de Investigação Educacional B2, do Mestrado em Ensino do 1.º e 2.º Ciclo do Ensino Básico, tem como finalidade desenvolver propostas de rentabilização da diversidade linguística e cultural como forma de promover a escrita, em contexto sala de aula com alunos do 1.º CEB. Tratando-se de um estudo assente numa investigação qualitativa do tipo investigação-ação, este baseou-se no desenvolvimento de um projeto didático em contexto 1.º CEB que decorreu entre os dias 13 e 17 de abril de 2015, com 26 alunos, numa escola da periferia de Aveiro e procurou articular a diversidade linguística e cultural com a escrita. Assim, é imprescindível que se inicie a sensibilização à diversidade linguística e cultural desde cedo, para que as crianças desenvolvam competências pessoais, culturais e linguísticas, que lhes permitam integrar na realidade social atual. Para isso, a diversidade linguística e cultural deverá ser desenvolvida através de atividades que estimulem as crianças aos mais diversos níveis, despertando o seu interesse e canalizando a sua energia para promover a escrita. Enquadrado nesta perspetiva surge o presente trabalho, cujos objetivos se prendem com a caracterização da diversidade linguística e cultural presente em sala de aula e desenvolver atividades relacionadas com a diversidade linguística e cultual, promovendo a escrita em sala de aula. Após a análise de conteúdo dos dados, recolhidos através da observação direta, dos trabalhos dos alunos, inquérito por questionário e grelhas de observação, podemos concluir que as atividades implementadas proporcionaram aos alunos estabelecer comparações entre as diferentes culturas e línguas abordadas ao longo do projeto de intervenção e o desenvolvimento de atitudes positivas, como a compreensão, a amizade e o respeito pelo Outro, despertando a curiosidade, a vontade e a predisposição para trabalhar atividades de escrita, tal como, recados, recontos e elaboração de frases.
Resumo:
Mestrado, Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico, 21 de Março de 2016, Universidade dos Açores (Relatório de Estágio).
Resumo:
Nesta última década notamos uma série de políticas que visam ampliar a presença da língua portuguesa no mundo, tais como a inauguração da TV Brasil Internacional (2010), no âmbito do governo brasileiro ou a entrada em vigor do acordo ortográfico de 1990 (2009), no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), organização internacional formada por todos os países de língua oficial portuguesa. Diante desse panorama, esta pesquisa propõe-se a contribuir para a compreensão do papel de políticas linguísticas na configuração do que seja a expansão do português no mundo contemporâneo. Para isso, partimos das premissas de que todo discurso é polêmico pelo princípio da interincompreensão constitutiva (MAINGUENEAU, 2008 [1984]), e de que todo texto político-jurídico-normativo busca apagar, superar essa polêmica e construir um sentido único. Esse caminho teórico-metodológico, nos leva a questionar sobre que processos discursivos constroem essa busca de univocidade para superar a polêmica nos documentos de políticas linguísticas para a expansão do português? Quais coerções foram enfatizadas? De que maneira o enunciador se apresenta em nome dessa univocidade? Acreditamos que encontrar respostas a essas indagações nos levem a discutir relações de poder que sustentam essas políticas linguísticas de expansão do português nesta última década. Para desenvolver nossa pesquisa, selecionamos como corpora de análise, declarações e resoluções da Conferência de Chefes de Estado e de Governo e do Conselho de Ministros da CPLP sobre a difusão e promoção da língua portuguesa, por causa do poder político e simbólico, que essa organização representa em relação à temática. Assim, pudemos identificar quatro posições/faces de enunciadores, o ufanista, o defensor, o apreensivo e o idealista-apaziguador, que juntos compõem um enunciador, que chamamos de super graças a sua memória e a sua competência interdiscursivas e sua maneira específica de enunciar, que potencializam o poder imperativo de seus enunciados. Nas sequências discursivas analisadas podemos constatar que esse (super)enunciador na busca da adesão do coenunciador, articula alianças (a língua portuguesa comum, a sociedade civil) e oposições (diversidade cultural dos países, a língua inglesa) na construção de uma aparente homogeneidade linguística a fim de superar a heterogeneidade fundante da própria CPLP. Desse modo, as polêmicas são silenciadas e podemos notar um processo de construção de um novo sentido de língua portuguesa, homogeneizante em contraposição a outro já em curso de gramatização e heterogeneização das línguas portuguesas nacionais
Resumo:
Introdução: Essa pesquisa situa-se no campo epistemológico da Fonoaudiologia Educacional. A prática fonoaudiológica no Brasil tem sua gênese vinculada a medidas de uniformização e normatização da língua. As ações fonoaudiológicas foram, desde a sua origem, influenciadas pelo positivismo e pelo pensamento naturalista, o que se traduziu em uma atuação, marcadamente, clínico-médica e numa concepção normativa de desenvolvimento e aprendizagem da escrita. Esforços têm sido empreendidos para se instituir no campo educacional uma atuação fonoaudiológica diferenciada, que se destitua do caráter curativo e normativo e se volte para a promoção do processo de ensino-aprendizagem. No entanto, apesar dos esforços em busca da modificação e ampliação da atuação fonoaudiológica educacional, esse caráter clínico-médico persiste. Entende-se que tal perpetuação é sustentada por paradigmas enraizados e mantidos até hoje na formação do fonoaudiólogo e do educador. Trata-se de visões que universalizam questões relativas à linguagem e ao processo de aprendizagem da escrita e medicalizam padrões que se apresentam fora do esperado como normalidade. Objetivo: Caracterizar a natureza e a representação da escrita alfabética, visando a contribuir para a superação da cultura naturalística e biologizante na abordagem das questões sobre a aprendizagem e o domínio da língua escrita no campo da Fonoaudiologia Educacional. Metodologia: Pesquisa científica de base teórico-conceitual. Resultados: Essa pesquisa revela que o sistema estrutural da escrita constitui um fenômeno com propriedades gramaticais e representacionais que se distinguem da fala. Evidencia-se que a relação entre a língua escrita e a língua oral não é direta, de tal modo que a escrita alfabética não é uma transcodificação da fala. Além disso, essa tese sustenta que a natureza da escrita não é biológica, mas eminentemente cultural, de tal maneira que sua apropriação e domínio constituem um processo conceitual singular. Tal concepção implica o entendimento de que diferentes sujeitos socioculturais interagem e conceituam a escrita de modos diversos. Essa diversidade ocorre porque sujeitos sociais plurais apresentam modos diferenciados de organização e operação mental que, por sua vez, implicam diferentes formas de interação com o mundo, com o outro e com a escrita, resultando em diferenças individuais na estruturação e no uso da fala e da escrita. A partir desses conceitos, sistematizam-se princípios norteadores para a constituição de uma atuação fonoaudiológica educacional, no campo da escrita, destituída de qualquer caráter clínicomédico. Conclusões: O entendimento de que a apropriação da escrita não tem natureza biológica permite a compreensão de que os diferentes modos de escrita não podem ser validados por regras universais baseadas em um sistema mental apriorístico, nem, tampouco, considerados produtos de uma condição de anormalidade intrínseca ao sujeito. Essa tese demonstrou que a manutenção de uma concepção de um determinismo biológico para as dificuldades na aprendizagem ou domínio da escrita, na verdade, envolve uma questão paradigmática. Enfim, os parâmetros que definem as categorias do que é normal e do que é anormal na estruturação e no uso da escrita não são regidos por princípios biológicos, mas por categorias paradigmáticas. Assim, a ideia de um distúrbio de aprendizagem da escrita se sustenta somente sob determinado paradigma.
Resumo:
Este trabalho pretende refletir sobre o ensino da escrita e apresentar estratégias que visem a sua promoção e melhoria. É composto por dois capítulos; no primeiro fala-se da pertinência do ensino da escrita no contexto atual, faz-se uma viagem pelas metodologias de ensino das línguas e pelos programas de ensino da língua portuguesa e da língua espanhola. Apresentam-se também algumas das dificuldades sentidas pelos alunos na expressão escrita e fala-se do papel dos pais, da escola, dos professores e dos próprios alunos para as colmatar. No segundo capítulo, dá-se a conhecer a Escola Básica D. Fernando II, local onde foi realizado o trabalho de campo, faz-se a caracterização da turma que acolheu a prática de ensino supervisionada, apresentam-se as atividades realizadas com os alunos e faz-se uma reflexão sobre os resultados obtidos.
Resumo:
A escola de hoje tem uma importância inegável na promoção de uma educação democrática capaz de proporcionar a todos os alunos as mesmas oportunidades e promover a justiça social (Freire, 1972). No entanto, e face à pluralidade de idades, géneros, origens sócio-económicas, religiões, perfis cognitivos, de aprendizagem… (Abdallah-Pretceille, 2003), que caracteriza os atores educativos, o percurso rumo à igualdade exige respostas pedagógico-didáticas que perspetivem a diversidade como uma mais-valia e não como uma desvantagem. Neste contexto, e assumindo que a escola, em geral, e a educação em línguas, em particular, não podem ficar indiferentes às características individuais dos seus alunos, é fundamental que o processo educativo seja construído com base nas motivações, interesses e necessidades dos alunos, no sentido da promoção da sua autonomia (Bizarro, 2008) e construção identitária, mas esteja também ciente de que só com processos de ensino-aprendizagem exigentes e dotados de sentido para todos se poderá desenvolver a sociedade a que pertencemos. Defendemos que aprender uma língua é enfatizar o linguístico, mas também o cultural explícito, ultrapassando visões parcelares e estereotipadas, promovendo-se (re)encontros com a alteridade (Abdallah-Pretceille, 1992), para o enriquecimento da própria identidade. A partir destes pressupostos, apresentaremos os resultados de um trabalho de oficina de escrita, realizado com alunos de um curso CEF, na disciplina de Português, mostrando que a Diversidade Cultural pode/deve ser trabalhada, visando o encontro do Eu com o Outro.
Resumo:
O presente Relatório de Estagio com o título: “O outro lado do espelho”, faz parte da avaliação final do Mestrado em Animação Sociocultural e Inclusão, ministrado na Escola Superior de Educação Almeida Garrett. O estágio foi realizado no Centro Educativo da Bela Vista, com uma metodologia de investigação-ação, tendo como objetivos gerais, gerar um novo modo de pensar: “pensar positivo” e favorecer as relações pessoais, permitindo o desenvolvimento social do individuo. É um projeto desenvolvido no local de trabalho, onde foi encontrada a oportunidade de desenvolver com os jovens em cumprimento de medidas de internamento, um projeto lúdico-pedagógico, com a finalidade de encontrar os aspetos positivos em 4 dimensões presentes na vida destes, sendo estas: o “Self”, a “Família”, o “Centro Educativo” e o “Bairro”. Foi desenvolvido com uma vertente maioritariamente lúdica, de forma a permitir uma maior envolvência por parte destes jovens com poucas capacidades de retenção, visando também a elaboração de um trabalho plástico para ser, após a sua conclusão entre a família do jovem, de forma a poder-se integrar de uma forma participante os familiares do mesmo e apresentar o trabalho realizado. Neste relatório, existe uma caracterização do CEBV e dos jovens em cumprimento de medidas de internamento, bem como um enquadramento teórico sobre a delinquência juvenil e uma sustentação teórica ao desenvolvimento do projeto, com base na Teoria Ecológica de Bronfenbrenner.
Resumo:
Este estudo propõe uma análise da obra fotográfica de Alair Gomes (1921-1992), engenheiro, filósofo e crítico de arte que também atuou como fotógrafo nos últimos 26 anos de sua vida. O recorte principal do trabalho está vinculado à presença de uma sensibilidade melancólica em sua trajetória, tanto biográfica quanto artística, uma vez que estas duas instâncias se cruzam e são inseparáveis em sua fotografia de forte viés homoerótico. A relação entre a melancolia e a obra do artista é pensada a partir da noção de escrita pessoal, a qual se ancora no caráter confessional e narrativo de sua fotografia e de seus textos escritos. A singularidade da sua poética distancia-se do contexto em que ele viveu e produziu, ou seja, a cidade do Rio de Janeiro, durante as décadas de 1970 e 1980. Como diversos fotógrafos que se dedicaram à representação do desejo homoerótico ao longo da história da fotografia, Alair atuou de modo silencioso e quase sempre nas bordas do sistema das artes. Isto não o impediu, entretanto, do desenvolvimento de um trabalho de dimensões gigantescas, cuja originalidade e a narrativa íntima estavam à frente de sua época, pré-anunciando tendências da arte contemporânea recente.
Resumo:
Nesta pesquisa, proponho o estudo do gênero pelo viés discursivo, a fim de investigar a dualidade masculino/feminino e sua relação com a escrita. O percurso por este texto, fundamentado no referencial teórico da Análise de Discurso de linha francesa, leva à compreensão dos efeitos de sentido que o sujeito produz, ao buscar aprisionar a escrita em um estereótipo masculino/feminino. Analiso um corpus constituído por cartas de leitores, textos de opinião, (os quais denomino de textos-fonte), publicados em jornais gaúchos, desprovidos propositadamente da assinatura do autor. Incluo também os textos produzidos pelos participantes desta pesquisa, a partir da leitura que fizeram dos referidos textos-fonte, a fim de expressarem sua opinião sobre o que caracteriza uma escrita quanto ao gênero. As marcas encontradas, no referido corpus, colocam em xeque a lógica da exclusão, do “isso ou aquilo”, abrindo a possibilidade para a inclusão, ou seja, a escrita pode ser isso e também aquilo, visto que ela é aqui entendida como um mosaico de discursos, cuja constituição abriga a mescla. É, pois, sob o efeito da transparência, que se tem a ilusão de uma escrita em cuja materialidade encontra-se refletido, com nitidez, o gênero de quem a produziu. Com base nessa reflexão teórica, questiono a atribuição de uma identidade de gênero para a escrita.No desenvolvimento deste estudo, mobilizo noções teóricas específicas, sendo que, na primeira parte, apresento considerações sobre a temática da diferença, a partir de concepções culturais, filosóficas e psicanalíticas. Na segunda parte, passo às questões referentes à leitura, à escrita, priorizando a perspectiva discursiva que alicerça esta pesquisa. Na terceira parte, trago as considerações metodológicas que irão nortear as posteriores análises. Na quarta e última parte, são realizadas as análises propriamente ditas (o gesto de interpretação) e, posteriormente, as considerações finais. Os pontos de ancoragem decorrentes deste processo de análise apontam caminhos, que proporcionam compreender os movimentos de sentido produzidos, quando se trata de estabelecer uma possível relação gênero e escrita. Através do jogo de espelho acionado pelos sujeitos participantes desta tese, observo a maneira como eles, na escrita, vêem o outro por meio da imagem projetada daquilo que concebem como específico de um homem e de uma mulher. Pela materialidade da língua, o efeito de uma escrita feminina e masculina é produzido como algo idealizado, porém, simultaneamente, nessa tentativa de represar os sentidos no fluxo do discurso, são mobilizadas diferentes formações discursivas, posições sujeito, enfim, identidades plurais, dada a constituição heterogênea de todo discurso. Sendo assim, este estudo concebe a relação gênero e escrita enquanto um processo discursivo que, determinado pelo interdiscurso, traz consigo a marca indelével da heterogeneidade.
Resumo:
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Resumo:
O presente trabalho tem origem em nossas vivências como professora alfabetizadora na escola pública em contextos de periferias urbanas, o que nos levou ao envolvimento com questões relativas à (não)aprendizagem das crianças em seu processo de alfabetização. Por outro lado, a inserção na vida acadêmica nos aproximou de perspectivas de compreensão dos processos de aprendizagem e desenvolvimento das crianças, bem como do papel que o meio sociocultural tem nesses processos. Dessas experiências, emergiram os questionamentos que guiaram nossa investigação: em que contextos/situações crianças que vivem em um meio socialmente adverso se apropriam de conhecimentos acerca da linguagem escrita? Onde, com quem, como e o que aprendem as crianças de tal meio sobre a escrita como prática cultural? Tendo como objeto de estudo os contextos/situações em que crianças que vivem em contextos sociais marcados por condições adversas de extrema pobreza se apropriam de conhecimentos pertinentes à linguagem escrita, definimos, como objetivo, Analisar contextos/situações (intra e extra-escolares) em que crianças que vivem em um meio social adverso interagem e se apropriam de conhecimentos pertinentes à linguagem escrita. O campo de estudo foi a comunidade Frei Damião, localizada na periferia do município de Caicó, RN, originária de um lixão e reconhecida na região por ser economicamente carente, com alto índice de analfabetismo e baixíssimo nível de qualidade de vida (escassez de condições sanitárias, serviços públicos de saúde, saneamento e segurança, dentre outros próprios de meios urbanos). Assumindo os princípios da pesquisa qualitativa e as características de um estudo de caso, tomamos como sujeitos do estudo, nove crianças, com idades entre sete e oito anos, residentes na comunidade e estudantes da escola no segundo ano do Ensino Fundamental. Além das crianças, foram também considerados como sujeitos, suas mães, a diretora e duas funcionárias da escola. Os dados foram construídos a partir de entrevistas semi-estruturadas, questionários e anotações em diário de campo. Da sistematização desenvolvida com base nos princípios da análise de conteúdo emergiram evidências de que, mesmo vivendo em um ambiente marcado pela escassez de bens materiais, como de práticas e materiais escritos, as crianças constroem conhecimentos significativos sobre a escrita, apresentando níveis avançados de conceitualizações sobre o funcionamento do sistema alfabético. Tais construções resultam de interações em que se envolvem em diversos contextos intra e extra-escolares em sua comunidade nos quais são mediados, tanto por seus pais, em suas casas, como pela professora, na escola. Mesmo analfabetos ou com pouca instrução escolar, verificou-se que os pais inserem as crianças em processos de letramento e alfabetização ao valorizarem a escrita e seu aprendizado. Enquanto contexto de interação e apropriação de conhecimentos destaca-se, na comunidade, a escola e suas práticas. Mediante parcos recursos e limites, a professora cria situações de aprendizado do funcionamento do sistema de escrita e de habilidades textuais, aproximando as crianças da escrita como linguagem. Esses resultados apontam para a necessidade de reflexões e reformulações acerca das possibilidades da escola pública na promoção de educação de qualidade para as crianças de meios populares
Resumo:
Universidade Federal do Rio Grande do Norte