996 resultados para Doença de Chagas crônica
Resumo:
Embora tenham ocorrido aprimoramentos no diagnóstico parasitológico da doença de Chagas crônica, a baixa sensibilidade dos exames indiretos é uma limitação para sua aplicação ao diagnóstico e controle pós-terapêutico. A reação em cadeia da polimerase (PCR) tem seu emprego restrito na rotina diagnóstica pela necessidade de infra-estrutura adequada, facilidade de contaminação e custo elevado. Paralelamente, a variabilidade de resultados pela PCR observados em diferentes regiões do Brasil suscita questões relativas à sua aplicação ao diagnóstico. Sua alta especificidade aponta para sua aplicação como método confirmatório no diagnóstico de pacientes com provas sorológicas duvidosas e como método auxiliar no controle pós-terapêutico da doença crônica em comparação às técnicas sorológicas e parasitológicas. O objetivo do trabalho foi discutir e comparar a aplicação dos métodos moleculares e parasitológicos indiretos no diagnóstico e controle pós-terapêutico da doença de Chagas crônica, com base na literatura publicada no período de 1954-2001.
Resumo:
Com o intuito de estudar a denervação brônquiea na fase crônica da doença de Chagas investigaram-se as propriedades mecânicas e a motricidade brônquiea de 6 coelhos chagásicos crônicos e 4 controles. Utilizou-se o método da pletismografia de corpo inteiro e todas as medidas foram feitas antes e depois da administração endovenosa de cloridrato de histamina (0,11 mg/kg). No grupo chagásico crônico obteve-se um menor acréscimo da capacidade residual funcional e uma quase inalteração do pico de fluxo na expiração passiva após a administração de histamina. Este grupo apresentou também um desvio para a direita na curva estática de pressão transpulmonar/volume. Estes resultados sugerem uma alteração na árvore brônquiea, que consiste principalmente numa broncoreatividade diminuída.
Resumo:
O estudo de 724 pacientes chagásicos crônicos mostrou que a insuficiência cardíaca congestiva é mais freqüente e de aparecimento mais precoce nos pacientes de raça negra do que nos brancos. A ocorrência de "megas" foi ligeiramente inferior nos chagásicos negros não sendo estatisticamente significativa a diferença observada. A maior freqüência de insuficiência cardíaca nos pretos parece estar relacionada a características biológicas do tecido conjuntivo que condicionam uma resposta fibrosante mais acentuada no miocârdio agredido pela Tripanossomose. Estas observações estariam de acordo com outros estudos sobre a doença de Chagas que admitem ser a denervação o fator mais importante para o aparecimento dos "megas" e a inflamação com fibrose miocârdica acentuada um elemento básico para explicar a insuficiência cardíaca.
Resumo:
Estudou-se a distribuição do sistema ABO em 222 controles e em 148 chagásicos crônicos, assintomáticos e sintomáticos, com diferentes formas anatomoclinicas (insuficiência cardíaca congestiva, visceromegalias e morte súbita). O foi calculado a partir de tabelas de contingência e pelo método de Woolf. OX², obtido por estes dois métodos, demonstra que a freqüência do grupo OX² foi significativamente menor nos chagásicos sintomáticos considerados como um todo e naqueles com "megas", em relação aos controles. Nos chagásicos falecidos subitamente observou-se maior freqüência de grupos B que nos controles, sendo o X² significativo apenas quando calculado por tabelas de contingência. A relativa proteção aparentemente conferida aos chagásicos do grupo O, no que se refere à evolução para formas sintomáticas da doença, se explicaria por antigenicidade cruzada entre populações do Trypanosoma cruzi e o sistema ABO ou por outros fatores que se deixam influenciar ou influenciam a distribuição dos grupos sangüíneos.
Resumo:
De janeiro de 1986 a fevereiro de 1994foram aplicados 563 xenodiagnósticos (XD) em igual número de pacientes chagásicos crônicos de diferentes áreas do Brasil; 292 mulheres e 271 homens com idades entre 6 e 89 anos (média = 41,4 ± 14, 7 anos). Em cada XD foram empregadas 40 ninfas no 4S estádio: 20 de Panstrongylus megistus (Pm) e 20 de Triatoma infestans (Ti) em jejum de pelo menos 14 dias. O exame de cada ninfa foi realizado 45 dias depois de aplicada no paciente, através da observação por microscopia óptica das fezes e/ou do triturado do tubo digestivo. Foram observados os seguintes resultados: a) XD positivos em 205 (36,4%) pacientes, sendo 85 (15,1%) devido exclusivamente às ninfas de Pm, 44 (7,8%) devido às de Ti e 76 (13,5%) devido a ambas Pm e Ti; b) positividade em 4,9% das ninfas de Pm e em 3,0% das ninfas de Ti. A análise destes resultados mostrou que as ninfas de Pm foram mais sensíveis do que as de Ti à infecção pelo Trypanosoma cruzi, aumentando significativamente a xenopositividade, independentemente da área de origem, sexo e faixa etária dos pacientes. Estes resultados indicam que, para aumentar o rendimento do XD na doença de Chagas crônica, este exame deve conter mais de uma espécie de triatomíneo com diferentes sensibilidades à infecção pelo T. cruzi e, no caso de uso de apenas uma espécie, as ninfas IV de Pm devem substituir as ninfas IV de Ti.
Resumo:
Indivíduos acometidos de doença de Chagas em fase crônica foram tratados com corticóide, em virtude de afecções concomitantes. A fim de avaliar repercussões sobre a infecção devida ao Trypanosoma cruzi, houve adoção de procedimentos de várias ordens, representados por métodos referentes à parasitose, exames inespecíficos e subsídios clínico, eletrocardiográfico e radiológico, tendo também sido mantido, para comparação, grupo controle. Através do xenodiagnóstico ficou constatada acentuação da parasitemia, diretamente relacionada com a dose de corticóide, sem influência na evolução da enfermidade parasitária, pelo menos durante o período no qual ocorreu a investigação.
Resumo:
No presente trabalho, avalia-se a nova fixação de complemento, comparativamente à imunofluorescência indireta, para o diagnóstico da doença de Chagas crônica, utilizando um extrato aquoso de formas epimastigotas do Trypanosoma cruzi e três extratos etanólicos: um de epimastigotas, um de tripomastigotas e outro de amastigotas obtidas de cultura. Empregaram-se 236 amostras testadas por imunofluorescência indireta: 109 positivas (20 com diagnóstico parasitológico) e 127 amostras negativas (96 de doadores de sangue e 31 de portadores de outras patologias). Os resultados mostraram que é possível obter reação positiva em amostras diluídas até 1:16. Os melhores limiares de reatividade encontrados foram a diluição 1:4 para o extrato etanólico de amastigotas e 1:2 para os demais antígenos. Os índices de correlação entre a nova fixação de complemento e imunofluorescência indireta indicaram o extrato etanólico de epimastigotas como o antígeno mais adequado para fins de diagnóstico entre as preparações testadas, tendo apresentado índice de co-positividade com a imunofluorescência indireta de 0,92207 e índice de co-negatividade de 0,90000. Conclui-se que a nova fixação de complemento mostrou-se ser uma microtécnica semi-quantitativa rápida, sensível, barata e de fácil execução, aplicável ao diagnóstico da doença de Chagas crônica.
Resumo:
Apresenta-se a avaliação clinicoepidemiológica de 95 crianças chagásicas crônicas em idades entre 1 e 14 anos moradoras de Santa Fé, Argentina, não tratadas e tratadas com nifurtimox ou benznidazol, com acompanhamento de até 24 anos. Todas tinham vários antecedentes de risco para transmissão do Trypanosoma cruzi: vetorial, congênito e/ou transfusão sangüínea. O diagnóstico da infecção foi feito através de sorologia convencional. O exame clínico foi complementado por eletrocardiograma, radiografias de tórax e, análise de sangue e urina para avaliação das funções hepáticas. No pós-tratamento, utilizaram-se técnicas idênticas às do diagnóstico, sendo que 33 crianças tiveram, também, avaliação parasitológica. Dentre 24 crianças não tratadas, 14 foram controlados por 8 a 24 anos e mantiveram sorologia positiva e o estado clínico inicial. Das 71 crianças tratadas, 49 tiveram acompanhamento de 4 a 24 anos: 14 mantiveram anticorpos anti-Trypanosoma cruzi; 6 resultados discordantes e 29 negativaram a sorologia. Destas, 9 apresentaram oscilações sorológicas, antes da negativação definitiva. A mediana do tempo de negativação pós-tratamento foi, respectivamente, de 3,5 e 8 anos para crianças de 1 a 6 e 7 a 14 anos. A percentagem de soronegativos diminuiu com a idade em que se medicou, desde 75% em <4 anos até 43% em > 9 anos. A intolerância ao tratamento foi de 3,8%. Nenhuma criança modificou seu estado clínico nesta observação.
Resumo:
Estudou-se clínica e parasitologicamente, durante 13 anos, 190 indivíduos com infecção chagásica objetivando investigar a relação entre parasitemia e a evolução da doença de Chagas crônica. Comparou-se a parasitemia de 56 indivíduos xenopositivos e 134 xenonegativos, em 1988/91 com a evolução clínica encontrado-se 22 (39,3%) e 50 (37,3%), respectivamente, com evolução progressiva. Estratificou-se a parasitemia em 1988/91, em alta, média e baixa e a correlação clínica mostrou que 5 (62,5%), 10 (41,7%) e 57 (36.1%) indivíduos, respectivamente, apresentaram evolução progressiva, sem diferença estatística significante, (p>0,05). No período de 1976/91, houve 20 pacientes com parasitemia constante e 59 sem parasitemia, observando-se evolução progressiva em 6 (30%) e 17 (28,8%), respectivamente. Houve seis pacientes com alta parasitemia e, 59 sem parasitemia, verificado-se que 3 (50%) e 17 (28,8%), respectivamente, apresentaram evolução progressiva, sem diferença estatística significante, (p>0,05). As médias das idades daqueles com alta, média e baixa parasitemias foram 39,6; 45,3 e 41,5 anos, respectivamente, (p>0,05). As médias das idades dos pacientes com evolução progressiva, inalterada e regressiva foram respectivamente, 46,4; 39,8 e 32,6 anos, com diferença estatística significante entre aqueles com evolução progressiva e regressiva, (p<0,05). Sugere-se que a alta parasitemia não influenciou na evolução da doença crônica.
Resumo:
O estudo descreve os sintomas referidos por portadores da forma indeterminada da doença de Chagas crônica e avalia sua associação com alterações da motilidade esofágica. Manometria do esôfago foi realizada em 50 pacientes, medindo-se a extensão e a pressão do esfíncter inferior do esôfago, o peristaltismo e a amplitude de contração do corpo esofágico. Oito (16%) pacientes apresentaram relaxamento parcial do esfíncter inferior, 13 (26%) apresentaram aperistalse parcial e 20 (40%) apresentaram hipocontratilidade no esôfago distal. Sintomas digestivos altos foram referidos por 24 (48%) pacientes, sendo mais freqüentes a pirose, a regurgitação e o desconforto intermitente à deglutição. Esses sintomas foram referidos por 17 (51,5%) de 33 pacientes com alterações motoras do esôfago e por 7 (41,2%) de 17 pacientes com manometria normal, diferença essa não estatisticamente significante (p=0,69). Esses achados sugerem que portadores da FCI apresentam sintomas inespecíficos do trato digestivo superior que podem dificultar a sua classificação com base apenas no exame clínico e radiológico, e que é alta a freqüência de portadores desta forma que apresentam distúrbios motores do esôfago.
Resumo:
Com o objetivo de avaliar a apresentação clínica da doença de Chagas em idosos foi realizado estudo retrospectivo utilizando-se os prontuários de doentes atendidos em ambulatório de referência. A casuística foi dividida em idosos (> 60 anos) e não idosos. Avaliou-se: sexo, co-morbidades, forma clínica, eletrocardiograma e títulos das sorologias. Idosos (61 casos): média de idade de 66,0 ± 5 anos, 67,2% do sexo feminino; comorbidades em 59%, mais freqüente a hipertensão arterial sistêmica (HAS)= 39,3%; forma indeterminada= 1,6%, forma cardíaca= 88,5%, forma digestiva= 36,1%; alterações freqüentes no eletrocardiograma: bloqueio divisional ântero-superior esquerdo (BDASE)= 41%, bloqueio completo de ramo direito (BCRD)= 32,8%, extra-sístole ventricular (EV)=22,9%. Não idosos (61 casos): média de idade: 39,30±8,36 anos, 54,1% do sexo feminino; comorbidades em 50,8%, mais freqüente a HAS (26,2%); forma indeterminada= 18% (p<0,05), forma cardíaca= 78,7%, forma digestiva= 32,8%; alterações freqüentes no eletrocardiograma: BDASE= 24,6%, BCRD= 21,3%, EV =18%. Concluindo, não houve diferenças clínicas entre indivíduos idosos e não idosos e a forma indeterminada predominou nos indivíduos abaixo dos 60 anos.