59 resultados para Deuses


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Nesta tese serão discutidas as principais interseções entre a expansão do pentecostalismo protestante e as culturas locais que são alvo de sua ação evangelizadora. Mais especificamente, pretendemos demonstrar, a partir de estudos realizados em algumas regiões do estado de Minas Gerais e Norte de Portugal, de que forma certas conformações culturais mostram-se extremamente refratárias à implantação e limitam o crescimento das igrejas pentecostais. Nesse sentido, procuramos relativizar algumas vertentes teóricas que têm sido chamadas de paradigma da escolha racional em religião, que em um salto para fora da teoria sociológica de entendimento da religião busca na Economia seus principais fundamentos. De forma diversa, nesta tese defender-se-á que processos histórico-estruturais influenciam a demanda por religião e que a produção e principalmente o consumo dos bens religiosos estão imersos nas relações sociais face-a-face. Desta maneira, não acreditamos serem as regulações estatais a principal variável quando se trata de diversidade religiosa. Outros sim, pensamos que este papel cabe às relações societais, que limitam e regulam o trânsito dos indivíduos entre as denominações religiosas.

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Este trabalho tem como objetivo identificar os processos através dos quais a personagem Zarité, protagonista do romance A ilha sob o mar (ALLENDE, 2010), constrói sua identidade de resistência (CASTELLS, 2013). Sujeito subalterno por ser simultaneamente escrava, negra e mulher (SPIVAK, 2010), ela desenvolve estratégias verossímeis que lhe permitem sobreviver e enfrentar a opressão física e identitária típica de sua condição na colônia francesa de São Domingos, atual Haiti, que vivia, à época, sob o domínio de um modelo político e social profundamente patriarcal, escravocrata e racista. A pesquisa assume a perspectiva desenvolvida em torno da literatura de autoria feminina na América Latina (CUNHA, 2004; RAGO, 2004; VELASCO-MARÍN, 2007; WARD, 2007), segundo a qual, nessa produção específica, desenvolvem-se representações de mulher às quais são garantidas a voz e o empoderamento que lhes foram negados em outros contextos de escrita literária. Alinhando a noção de estranhamento desenvolvida pelo formalismo russo (CHKLOVSKI, 2013) com a do uso de procedimentos capazes de conferir literariedade à narrativa (LUKÁCS, 1968), este trabalho verifica a configuração de condições que conferem à obra o pertencimento ao contexto das produções desenvolvidas por autoras migrantes ou exiladas (SKAR, 2001). O conceito de hibridismo (CANCLINI, 2011) se soma a esse entendimento, articulando-se, nesta pesquisa, com a perspectiva multicultural de compreensão das identidades (HALL, 2005). Hutcheon (1991) fornece o arcabouço que nos permite o necessário trabalho com o conceito de sujeito marginalizado e ex-cêntrico. Para isso, é utilizado também o embasamento teórico oferecido por Castells (2013) no tocante ao desenvolvimento da noção de identidade de resistência. As condições históricas e econômicas sob as quais se desenvolveu o regime vigente no ambiente em que se passa a narrativa são verificadas em James (2010) e Blackburn (2003). Para lidar com a vivência religiosa e cultural experimentada pelos descendentes de africanos naquele contexto, a pesquisa se embasa nos argumentos trazidos por Capone (2011) ao debate acerca desse tema e, por intermédio dos estudos de Garauday (1980) e Lody & Sabino (2011), é possível angariar informações relativas à história e à simbologia envolvidas nas danças de origem africana. O estudo dessas correntes teóricas conduz à conclusão de que o romance A ilha sob o mar encena, na personagem Zarité, a construção de uma identidade de resistência entre os escravos que, dançando, celebravam seus deuses, permitiam o encontro das diferentes culturas das quais eram originários e fortaleciam a rede de relações, informações e colaboração mútua entre os indivíduos e as comunidades que pretendiam livrar-se do domínio do elemento europeu e de seu regime escravocrata

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Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

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O salmo 82, desde o início de seus versos, mostra o ambiente no qual se situa seu cântico: o concílio dos deuses. Nessa reunião celestial, um deus se levanta e acusa os outros deuses de negligenciar os mais fracos. Os deuses são condenados à morte e o deus que preside a assembleia dos deuses nomeia outro deus para governar todas as nações da terra. A cena do concílio dos deuses e os decretos promulgados nesses encontros no mundo celestial são recorrentes em outras literaturas do Antigo Oriente Próximo. Na literatura religiosa de Ugarit, antiga cidade cananeia, El, Baal, Asherah e outras deidades se reúnem para discutir assuntos pertinentes à ordem do cosmos. Nesse sentido, o Salmo 82 compartilha elementos da religiosidade e da cultura dos cananeus.

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O Solstício de Inverno demonstra, a importância do sol como elemento proporcionador da vida, em inúmeras culturas européias e orientais. Os gregos, de modo um tanto distinto de outros povos, constituíram sua mítica, cultuando dois deuses solares, que se alternaram nas crenças e nos cultos deste povo: Hélios e Apolo. Os latinos, que absorvem parte da mítica grega, cultuando estas divindades, trazem progressivamente, outro deus sol para ser adorado: a divindade persa Mitra. O cristianismo que migra de sua origem local e cultural, para as cidades latinas, principalmente Roma, no primeiro século, provoca e enfrenta um combate constante com as crenças pagãs, principalmente as crenças solares, conseguindo progressivamente, uma supremacia, até o ponto em que as religiões não cristãs, são suprimidas, processo iniciado com o imperador Constantino e finalizado com Teodósio. Entretanto, o imaginário das culturas derrotadas pelo cristianismo, não consegue ser eliminado completamente; os deuses pagãos se instalam, em diversos elementos da nova religião, como na comemoração do nascimento de Jesus Cristo, defendido pela igreja, como acontecido em 25 de dezembro. O período na verdade, era milenarmente anterior ao surgimento do cristianismo, como data do nascimento do deus Mitra, e próximo do Solstício de Inverno, onde eram cultuados os deuses Apolo e Hélios, transformados na cultura latina no culto ao Sol Invicto.

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Esta dissertação é uma análise do discurso de Edir Macedo no livro Orixás, Caboclos e Guias. Deuses ou Demônios? Nosso estudo trata do discurso e retórica que Macedo e a Igreja Universal do Reino de Deus utilizam para falarem a respeito das religiões afro-brasileiras e mediúnicas nesse livro. Elegemos este livro como objeto de estudo por causa da presença constante desse tema no discurso e nas práticas da Igreja Universal; pelo sucesso dessa publicação, com mais de quatro milhões de exemplares vendidos; em função da polêmica provocada pelo discurso demonizador das religiões afro-brasileiras e mediúnicas. Procuramos analisar o discurso de Macedo e de sua Igreja a luz dos impactos e impasses causados por eles no cenário religioso brasileiro. Relacionamos o discurso e a retórica de Macedo ao sucesso e a criação de uma identidade própria de sua Igreja. Nosso estudo diferencia-se das demais investigações já publicadas ao relacionar a criação de identidade religiosa e o uso de mecanismos acusatórios como instrumento eficaz para convencer e transmitir ideologias que favoreçam a expansão da Igreja Universal. Procuramos também, trazer para a discussão acadêmica que a análise de discurso de uma literatura religiosa pode ser uma referência para se estudar uma instituição religiosa, seus mecanismos de construção identitaria, legitimação e expansão no cenário religioso.(AU)

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Tutkimuksessani selvitän portugalilaisrunoilija Fernando Pessoan (1888-1935) heteronyymejä ja ortonyymiä modernistis-romanttisena myyttinä. Myytin piirteet paljastuivat Pessoan omia kirjoituksia ja runoja tutkimalla ja käyttämällä apuna Pessoa-tutkimusta. Tutkimusaineistonani ovat Pessoa-ortonyymin Mensagem-runoelma ja ”Autopsykografia”-runo, Álvaro de Campoksen vuonna 1917 Portugal Futurista –lehdessä julkaistu ”Ultimatum”-runomanifesti, Alberto Caeiron ”Guardador de Rebanhos”-runosikermä sekä Ricardo Reisin ”Oodit”-kokonaisuuteen kuuluvat runot: n:ro 59 ”Acima da verdade estão os deuses” (”Totuuden yläpuolella ovat jumalat”, 1914), n:ro 66 ”Olho os campos, Neera” (”Katson peltoja, Neera”, 1917), n:ro 181 ”Amo o que vejo” (”Rakastan sitä mitä näen”, 1934), n:ro 175 ”Estas só. Ninguem o sabe.” (”Olet yksin. Kukaan ei tiedä sitä”, 1933). Tutkimuksessani romanttisen runouden keskeisinä piirteinä pidetään uskoa taiteilijaneroon (geniukseen), mimeettiseen illuusioon (taide tavoittelee ulkoisen todellisuuden toisintamista mahdollisimman autenttisena) ja tekijän ja kokijan eli subjektin ja objektin erottamiseen toisistaan. Käsitänkin modernin runon tutkimuksessani hylänneen monia entisiä käsityksiä ja vastakkainasetteluja muun muassa tekijän ja ulkopuolisen maailman, mielen ja kielen välillä. Näitä moderneja ”rikkomuksia” identifioin ja määrittelen Pessoan heteronyymien runoudessa. Tutkimukseni apukäsitteitä ovat vilpittömyys ja autenttisuus, jotka kuvaavat runoilijan suhdetta itseensä ja muihin ja joita on pohtinut mm. Lionel Trilling teoksessaan Sincerity and authencity. Romanttisessa runoudessa suhde yhteisöön muodostui ensisijaisesti suhteessa omaan itseen, yhtenäiseen minuuteen nojaavan vilpittömyyden kautta, modernissa runoudessa hajanaisuutta ja yksilön suhdetta myös yhteisöön korostavan autenttisuuden avulla. Tutkimuksessani havaitsin, että Pessoa on jo tuotantonsa alusta lähtien kehittänyt tietoisesti modernistis-romanttista myyttiä – päätelmää tukivat niin Pessoan omat kirjoitukset kuin runoanalyysini. Pessoa ennusti ensimmäisen kerran romanttiseen nerotaiteilijaan vertautuvaa ”supra-Camõesia” ”A nova poesia Portuguesa Sociologicamente considerada” –esseessään vuonna 1912. Campoksen ”Ultimatum”-manifestissa puhuja uskoi muutaman useita kymmeniä persoonallisuuksia hallitsevan ”Synteesi-Ihmisen” tai ”supra-Camõesin” ilmestymiseen. ”Synteesi-Ihmisen” oli määrä palauttaa kukoistukseensa lamaantuneessa tilassa ollut Portugalin kirjallisuus uuteen kukoistukseensa. Eräänlaisen perustan koko myytille loi vuotta ennen Pessoan kuolemaa julkaistu Mensagem (suom. Viesti), jossa runoilija esittää saudosistisen ja sebastianistisen perustan. Teixeira de Pascoaesin kehittämä saudosismi näkyy Mensagemissa uskona Portugalin valtion perustajien ja laajentajien – löytöretkeilijöiden – edustamaan voittoisaan lusofoniseen mentaliteettiin, jonka Pessoa asettaa niin kansakunnan, runoilijan kuin ihmisen ihanteeksi. Toinen Mensagemissa esiintyvä myytin rakennusaine on sebastianismi eli usko kuningas Sebastianin (1554-1578) paluuseen. ”Synteesi-Ihminen”/”supra-Camões” oli reinkarnoitunut Sebastian, jonka piti palauttaa kansa ja kulttuuri kukoistukseensa lusofonisen valloittajamentaliteetin avulla. ”Autopsykografia”-runossaan Pessoa esittää puolestaan runoilijaa koskevan modernin poetiikan ongelmineen: esittävyyteen perustuva taide etäännyttää kokijan – taiteilijan – aina väistämättä ensimmäisestä, spontaanista ja luonnollisesta kokemuksesta ja tekee hänestä teeskentelijän ja simulakrumien (Baudrillard), toisen tason merkityksen tuottajan. ”Autopsykografian” moderni poetiikka koskee myös lukijaa, joka ei tavoita runoilijan välittämää merkitystä vaan kolmannen tason merkityksen. ”Autopsykografian” runous- ja ihmiskäsitys on moderni: runoilija on ammattimainen teeskentelijä, lähtökohtaisesti vilpillinen ja epäautenttinen. Pessoa ja Campos edustavat Pessoan objektiivisia heteronyymejä ja myytin modernia puolta. Pessoan subjektiiviset heteronyymit Reis ja Caeiro täydentävät objektiviisia, modernin ihmisen ahdistusta ja levottomuutta ilmaisseita Pessoaa ja Camposta ollen luonteeltaan romanttisia vilpittömyyden kannattajia. Caeiro arvosti näköaistia yli muiden aistien. Hänen tavoitteenaan oli katsoa aina kuin ensimmäistä kertaa, spontaanisti ja välittömästi kuin lapsi. Reis puolestaan korosti harmoniaa jumalten, ihmisten ja luonnon välillä ja uskoi kohtuullisiin aistinautintoihin. Molemmat muodostivat Pessoan myytin romanttisen puolen yhteisessä halussaan hylätä sosiaaliset roolit ja opetukset ja palata kohti yksilöllistä minää. Vilpittömyys ja autenttisuus ovat Caeiron ja Reisin ohjeita runoilijalle ja ihmiselle. Objektiiviset ja subjektiiviset heteronyymit yhdessä muodostavat modernistis-romanttisen myytin, joka kokonaisuudessaan on looginen: objektiiviset heteronyymit esittivät teeskentelyn, vilpillisyyden ja moderniuden ongelmat; subjektiiviset tarjosivat ratkaisua niihin, poisopettelua sosiaalisista rooleista ja rohkeutta mennä kohti omaa yksilöllistä minuutta.

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Examina fragmentos da história fenícia, a mitologia e a origem dos deuses egípcios, gregos e fenícios. Explica as dificuldades cronológicas do Antigo Testamento, da história do Egito, da Babilônia, da Assíria, da Grécia e da China. No final traz uma cronologia do império chinês, com os nomes do imperadores em letras latinas e caracteres chineses.

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A presente tese analisa as representações atuais nos discursos de mulheres negras das camadas pobres urbanas do Rio de Janeiro, assim como suas relações sociais entre o gênero masculino e feminino na atualidade. Focaliza esta discussão de gênero, em torno de temas como: família, relações de trabalho, participação social, emancipação da mulher e direitos. A partir de pesquisa empírica de histórias de vida buscamos analisar, comparativamente, as expectativas, os estereótipos, os problemas e as conquistas das mulheres de diferentes gerações. Verifica o que elas relatam ter mudado ou que permaneceu imutável na relação entre mulheres e homens: diferenças e semelhanças, conflitos e contradições e os seus anseios sociais presentes nas suas histórias e memória. Busca compreender como as mulheres negras estão lidando com as rápidas mudanças que afetam os papéis de gênero, analisando como se dá a convivência entre arquétipos considerados tradicionais e os modernos modelos de masculinidade e feminilidade. Destas diferenças trata esta tese. Especificamente, das relações sociais da mulher negra na religião, no trabalho, na família e na política, espaços que delimitado e que nos propomos debater. Quando as mulheres têm voz? É uma provocação para refletir sobre o tema a partir da memória de três mulheres nascidas entre a década de vinte e trinta que conquistaram espaços expressivos apesar das dificuldades postas às mulheres desta época. Á nossa pergunta é atribuído um significado de poder de participação e expressão que dialoga com mulheres no anonimato sem voz, que estão trabalhando para garantir a sobrevivência, são moradoras das periferias ou morros, estudantes de escolas públicas e mulheres donas-de-casa, mas que querem ter voz. A temática da mulher negra nos remete ao artifício da colonização, ao processo de dominação e sujeição, à memória de culto, a deuses, aos antepassados, à cultura, à história de vencedores e vencidos. As histórias das mulheres negras trazem em si a extensão da colonização. A memória individual existe sempre a partir de uma memória coletiva e a origem de várias idéias, reflexões, sentimentos e paixões que atribuímos a nós são, na verdade, inspiradas pelo grupo.

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A tragédia grega As bacantes, de Eurípides, considerada de grande relevância, não apenas literária e teatral, mas, sobretudo, histórica e política, é analisada, nesta dissertação, sob o viés mítico-social, observando-se os diálogos que o poeta estabelece entre um aspecto do passado mítico de sua cultura e seu próprio tempo. Para tal, apresenta-se uma pesquisa acerca do momento histórico da tragédia grega, abordando seu intrínseco valor político, discussões teóricas a respeito de suas características, suas origens, os três principais tragediógrafos e sua recepção, bem como um olhar específico sobre Eurípides e seu legado. Na obra de arte em questão, ressaltamos, em especial, a relação entre as personagens Dioniso e Penteu, como indicadoras dos debates acerca do que se considera civilizado, selvagem ou bárbaro. A esse respeito, verificamos, ainda, pelo lugar de cultura tradicionalmente ocupado por Apolo, em também tradicional oposição a Dioniso, diferentes considerações sobre civilizado, selvagem e bárbaro, bem como a indissociabilidade entre barbárie e civilização, podendo ser balizados conforme valores políticos preponderantes. Tal indissociabilidade consiste na coexistência de elementos de barbárie e de civilização tanto em Dioniso quanto em Apolo, tomados como parâmetros arquetípicos dentro de uma sociedade

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Esta tese trata da ficcionalização das questões de identidades, lugares e imaginários judaicos e brasileiros nos romances contos e novelas de temática judaica escritos pelo gaúcho Moacyr Scliar. Na introdução, apresento os objetivos e pressupostos gerais do trabalho, bem como proponho uma divisão da obra em questão em duas fases. No primeiro capítulo, analiso os romances A Guerra no Bom Fim (1972) e O Exército de um Homem Só (1973), sob o ponto de vista da testagem de lugares judaicos clássicos enquanto fontes de inspiração para a resolução dos dilemas que emergem na diáspora brasileira e o início de um processo de dotação de legitimidade ao viver judaico na diáspora sul-americana. No segundo capítulo, analiso o conto A Balada do Falso Messias (1976) e o romance Os Voluntários (1979), sob o ponto de vista da tematização do Messianismo, do Sionismo e do papel que Jerusalém exerce no imaginário judaico moderno e de sua adequação ou não para alimentar o imaginário judaico na contemporaneidade. No terceiro capítulo, trato da ficcionalização das construções identitárias das personagens judias da primeira fase da obra scliariana (1972 a 1980), sob o ponto de vista das noções de hibridismo, aculturação e assimilação. Neste capítulo, analiso as personagens centrais dos romances A Guerra no Bom Fim, O Exército de um Homem Só, Os Deuses de Raquel (1975), (O Ciclo das Águas) (1975), Os Voluntários e O Centauro no Jardim (1980). No quarto capítulo, analiso o romance A Estranha Nação de Rafael Mendes (1983), tentando demonstrar que esta narrativa representa um divisor de águas na obra do autor, por tematizar as raízes judaicas da cultura brasileira através dos marranos, cristãos-novos e cripto-judeus que aqui aportaram com os portugueses em 1500. No quinto e último capítulo, analiso os romances da Segunda fase scliariana: Cenas da Vida Minúscula (1991), A Majestade do Xingu (1997) e A Mulher que Escreveu a Bíblia (1999). Neste capítulo, tento demonstrar que nestas narrativas dá-se o início de uma tentativa de construção de um imaginário judaico-brasileiro próprio, formado por uma fusão de motivos tipicamente brasileiros e outros especificamente judaicos, o que seria o corolário do já mencionado processo de dotação de legitimidade e viabilidade da diáspora judaico-brasileira frente à concretude e a reificação do Israel moderno. Na conclusão, teço algumas considerações sobre o todo do trabalho e levanto algumas questões relativas à construções de imaginários coletivos nas diásporas judaicas, mais especificamente na brasileira

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A arte religiosa afro-brasileira resulta da miscigenação das culturas negra, ameríndia e européia através dos séculos. Diversas representações artísticas das divindades afro-brasileiras continuam a ser produzidas mesmo nos dias atuais com inúmeras imagens através de desenhos, objetos rituais, indumentária e esculturas, os quais são fontes de pesquisa artística e etnográfica. A mulher está presente na arte afro-brasileira de uma maneira muito peculiar, principalmente no contexto religioso. Iemanjá, uma divindade feminina, é a Mãe Ancestral e ocupa lugar de destaque no imaginário popular, a orixá do Mar e de todas as águas. É constantemente tema para diversas expressões artísticas e, naturalmente, sua representação e iconografia são intensas e ricas. É importante compreendermos como essa imagem foi sendo construída através do tempo, desde a diáspora africana - sua representação religiosa no Candomblé e na Umbanda, sua imagem associada ao mito das sereias, a influência das iconografia católica até a apropriação de sua imagem por diversos artistas brasileiros como Emanoel Araújo, Jorge dos Anjos, J. Borges, Carybé, Alex Flemming, Rodrigo Cardoso e Nelson Leirner