930 resultados para Arqueologia Medieval
Resumo:
O presente trabalho debruça-se sobre o edifício medieval de São Salvador, listado no “Inventário do Património Arquitetónico” com a designação de “Capela Românico-Gótica de Sobral de Monte Agraço/Capela do Salvador”. Fazendo uso da disciplina da Arqueologia da Arquitetura, e das suas metodologias, através das análises do sistema de medidas utilizado no edifício, das marcas de canteiro presentes nos seus paramentos, e da sua estratigrafia vertical, o objetivo deste trabalho passa por identificar as várias fases construtivas do edifício, traçando uma linha evolutiva do edificado desde a sua origem até à atualidade. O cruzamento dos dados da Arqueologia da Arquitetura com as informações provenientes da pesquisa de documentação histórica, referente ao objeto de estudo, oferece novas perspetivas sobre o edifício e todas as funcionalidades associadas a este durante a sua vida. Espera-se que através desta abordagem, seja possível conhecer em definitivo, o papel que o edifício medieval de São Salvador teve na origem da povoação de Montagraço.
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Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Arqueologia
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Alcácer do Sal é uma cidade que esteve desde sempre ligada ao rio Sado, permitindo essa mesma ligação, que nela se fossem fixando ao longo do tempo, distintos povos, provindos das mais diversas partes do mundo. Esta ocupação por parte das populações, só foi possível, porque o território era abundante em recursos naturais e, entre eles, possuía solos bastante férteis para a agricultura. Uma das comunidades que mais marcas deixou da sua presença naquele núcleo urbano, foi, sem dúvida, a muçulmana, tal como se pode verificar no topónimo que dá o nome à cidade, assim como pela presença dos vários vestígios materiais, como a imponente fortificação militar, que se ergue na colina mais alta da povoação, assim como pelas estruturas e espólios encontrados nas diversas intervenções arqueológicas realizadas naquela cidade. Tendo em conta estes aspetos, esta dissertação pretende fazer uma aproximação ao estudo do urbanismo da medina islâmica de al-Qasr, abarcando cronologicamente o século IX, altura em que os Banu Danis se fixam na cidade, até aos inícios do século XIII, correspondente à última fase de ocupação muçulmana da cidade.
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A presente investigação aborda o estudo do Castro do Jarmelo (Guarda) em época medieval. Trata-se de um povoado fortificado que se formou no cimo de um hilseberg o que lhe confere um amplo domínio visual e controlo do planalto mesetanho para além de óptimas condições naturais de defesa. O período cronológico analisado estende-se entre o século IX/X até aos meados do século XV, período que em termos macro-espaciais engloba o avanço e consolidação da fronteira cristã para sul, a criação e desenvolvimento do reino de Portugal e a crise dinástica que levaria à instalação da dinastia joanina no trono de Portugal. A investigação desenvolvida assentou em diferentes mas complementares abordagens. Inicialmente compilaram-se os dados proporcionados pelas fontes históricas medievais já estudadas por outros autores. De seguida procedeu-se ao estudo exaustivo dos materiais exumados das duas intervenções arqueológicas realizadas neste sítio. Igualmente se efectuaram visitas ao local e suas imediações de forma a se aprofundar o conhecimento das estruturas militares, civis e religiosas presentes neste povoado. Por fim, foram realizadas prospecções circunscritas a alguns locais que referências bibliográficas, toponímicas, ou fornecidas pela população local indiciavam a presença de eventuais vestígios de época medieval. A conjugação dos diferentes dados obtidos permitiu, embora ainda num estado embrionário, atestarem-se as diferentes valências do sítio, ou seja, o seu caracter habitacional, militar e religioso. Quanto à relação entre o Castro e os territórios envolventes os resultados alcançados são ainda muito limitados. Todavia tanto na Alta Idade Média como na Baixa Idade Média é perceptível reconhecerem-se matrizes de povoamento, em que se denota um papel de destaque e primazia do Castro do Jarmelo sobre o território envolvente.
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A fortificação de Alenquer, localizada na estremadura portuguesa, é um dos castelos de época medieval que fez parte do sistema defensivo do reino e de Lisboa. Os trabalhos anteriormente efetuados sobre este sítio, circunscreveram-se à análise histórica, alimentada pelo facto de ter sido um castelo pertencente ao património das rainhas. As intervenções arqueológicas realizadas por Hipólito Cabaço, na década de 20 e de 30 do século XX, poucos dados trouxeram que permitam uma melhor compreensão do castelo em termos da sua funcionalidade, arquitetura e cronologia. Não obstante, traduziram-se num precioso apoio à definição das estruturas existentes. O presente trabalho pretende utilizar uma das ferramentas da arqueologia, a arqueologia da arquitetura, de forma a tentar compreender a evolução arquitetónica, bem como os modos construtivos utilizados nas várias fases da vida deste castelo. A área de estudo limitou-se à alcáçova, pois trata-se de uma das zonas menos investigadas. Curiosamente, esta parte central do castelo não foi sujeita a nenhuma reconstrução no âmbito da recuperação dos castelos efetuada pela Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais na década de 40 do século passado, que apenas interviu na área circundante à Porta da Conceição. Pretende-se assim com a presente dissertação desvendar um pouco mais da história deste estrutura militar que tem sido tão negligenciada ao longo dos tempos. Contribuir para o seu conhecimento é impedir que o seu abandono, e que não caia no esquecimento.
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O códice medieval chega-nos, materialmente, como resultado de uma sobreposição de intervenções, induzidas pela necessidade de conservar e transmitir o seu conteúdo intelectual, espiritual e artístico. As sucessivas alterações na aparência dos códices iluminados do fundo medieval do Mosteiro de Lorvão, sobretudo ao nível das encadernações, constitui matéria para uma análise estratigráfica, que nos propomos desenvolver e sistematizar. Este estudo, de modelo arqueológico, utiliza os elementos codicológicos, enquanto elementos de linguagem visual, integrados num determinado sistema cronológico, permitindo descrever o processo de transformação desses manuscritos, ao longo do tempo. Complementamos o estudo arqueológico dos códices laurbanenses com a análise das manchas de manuseamento, sedimentadas sobre as margens do suporte de pergaminho, durante a leitura e acesso continuados. Caracterizadas pelo grau de saturação e interpretadas quanto à sua distribuição no corpo de texto, ampliam a perspectiva sobre o estado de conservação do manuscrito medieval e significado do ‘dano’. Esta abordagem, pretende contribuir com novos dados, de carácter interdisciplinar, para o estudo dos códices medievais, assim como para a reflexão teórica sobre a caracterização e conservação destas alterações temporais.
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No estágio desenvolvido na intervenção arqueológica em curso na área envolvente ao Convento do Carmo, em Lisboa, foi possível recolher abundante espólio que ajuda a compreender a sua ocupação desde o período medieval aos nossos dias. O relatório que aqui se apresenta pretende abordar, numa fase prévia e de âmbito generalizado, a problemática das intervenções preventivas em contexto urbano, partindo para o caso específico do Convento do Carmo. As observações feitas na zona tardoz do convento durante os trabalhos de escavação lançaram as bases para a escolha de um conjunto cerâmico como objecto de estudo. A existência, na fachada Este, de algumas marcas de canteiro com vestígios de pigmento vermelho permitiu teorizar sobre a hipótese de parte da fachada ter sido aterrada não muito tempo após a sua construção. Foi com base nessa hipótese que se optou por estudar a cerâmica recolhida no depósito [1298]/[705], sedimento que assentava parcialmente no alicerce do monumento.
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O presente relatório resultou do estágio efetuado na DGPC, no âmbito da componente não-letiva do Mestrado em Arqueologia. O seu propósito centrou-se no Inventário e Georreferenciação das manifestações funerárias rupestres medievais, enquadradas na região do Centro de Portugal. Este trabalho possibilitou a atualização e introdução de inúmeras ocorrências, respeitantes a sepulturas e necrópoles escavadas na rocha, na base de dados da DGPC – o Endovélico. A concretização deste objetivo assentou essencialmente na consulta de bibliografia especializada, assim como de relatórios técnico-científicos. Ao constar do Endovélico, a informação inserida afigura-se como um contributo para o conhecimento e divulgação deste tipo de património medieval, auxiliando, inevitavelmente, no que concerne à sua salvaguarda e proteção. O processamento e sistematização da vasta informação inventariada e georreferenciada possibilitou o desenvolvimento de uma análise, na perspetiva das sepulturas escavadas na rocha como fenómeno funerário alto-medieval. Esta permitiu a criação de uma imagem, ainda que incompleta, dos tipos de agrupamentos existentes e da relação entre as sepulturas e as zonas envolventes, com lugar numa parte do território de Viseu.
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This paper is interested in the way in which the heritage of another place, time, and culture is repurposed for popular consumption in an experience economy, as well as the way in which the visitors experience their own past and the past of others. We trace the processes of engagement, education and nostalgia that occur when the European heritage is presented in a postcolonial context and an Australian environment. The information presented includes the results of qualitative and quantitative research conducted at the Abbey Museum over the December-Jan. period of 2012-13.
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This study reports a corpus-based study of medieval English herbals, which are texts conveying information on medicinal plants. Herbals belong to the medieval medical register. The study charts intertextual parallels within the medieval genre, and between herbals and other contemporary medical texts. It seeks to answer questions where and how herbal texts are linked to each other, and to other medical writing. The theoretical framework of the study draws on intertextuality and genre studies, manuscript studies, corpus linguistics, and multi-dimensional text analysis. The method combines qualitative and quantitative analyses of textual material from three historical special-language corpora of Middle and Early Modern English, one of which was compiled for the purposes of this study. The text material contains over 800,000 words of medical texts. The time span of the material is from c. 1330 to 1550. Text material is retrieved from the corpora by using plant name lists as search criteria. The raw data is filtered through qualitative analysis which produces input for the quantitative analysis, multi-dimensional scaling (MDS). In MDS, the textual space that parallel text passages form is observed, and the observations are explained by a qualitative analysis. This study concentrates on evidence of material and structural intertextuality. The analysis shows patterns of affinity between the texts of the herbal genre, and between herbals and other texts in the medical register. Herbals are most closely linked with recipe collections and regimens of health: they comprise over 95 per cent of the intertextual links between herbals and other medical writing. Links to surgical texts, or to specialised medical texts are very few. This can be explained by the history of the herbal genre: as herbals carry information on medical ingredients, herbs, they are relevant for genres that are related to pharmacological therapy. Conversely, herbals draw material from recipe collections in order to illustrate the medicinal properties of the herbs they describe. The study points out the close relationship between medical recipes and recipe-like passages in herbals (recipe paraphrases). The examples of recipe paraphrases show that they may have been perceived as indirect instruction. Keywords: medieval herbals, early English medicine, corpus linguistics, intertextuality, manuscript studies
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This study focuses on the theory of individual rights that the German theologian Conrad Summenhart (1455-1502) explicated in his massive work Opus septipartitum de contractibus pro foro conscientiae et theologico. The central question to be studied is: How does Summenhart understand the concept of an individual right and its immediate implications? The basic premiss of this study is that in Opus septipartitum Summenhart composed a comprehensive theory of individual rights as a contribution to the on-going medieval discourse on rights. With this rationale, the first part of the study concentrates on earlier discussions on rights as the background for Summenhart s theory. Special attention is paid to language in which right was defined in terms of power . In the fourteenth century writers like Hervaeus Natalis and William Ockham maintained that right signifies power by which the right-holder can to use material things licitly. It will also be shown how the attempts to describe what is meant by the term right became more specified and cultivated. Gerson followed the implications that the term power had in natural philosophy and attributed rights to animals and other creatures. To secure right as a normative concept, Gerson utilized the ancient ius suum cuique-principle of justice and introduced a definition in which right was seen as derived from justice. The latter part of this study makes effort to reconstructing Summenhart s theory of individual rights in three sections. The first section clarifies Summenhart s discussion of the right of the individual or the concept of an individual right. Summenhart specified Gerson s description of right as power, taking further use of the language of natural philosophy. In this respect, Summenhart s theory managed to bring an end to a particular continuity of thought that was centered upon a view in which right was understood to signify power to licit action. Perhaps the most significant feature of Summenhart s discussion was the way he explicated the implication of liberty that was present in Gerson s language of rights. Summenhart assimilated libertas with the self-mastery or dominion that in the economic context of discussion took the form of (a moderate) self-ownership. Summenhart discussion also introduced two apparent extensions to Gerson s terminology. First, Summenhart classified right as relation, and second, he equated right with dominion. It is distinctive of Summenhart s view that he took action as the primary determinant of right: Everyone has as much rights or dominion in regard to a thing, as much actions it is licit for him to exercise in regard to the thing. The second section elaborates Summenhart s discussion of the species dominion, which delivered an answer to the question of what kind of rights exist, and clarified thereby the implications of the concept of an individual right. The central feature in Summenhart s discussion was his conscious effort to systematize Gerson s language by combining classifications of dominion into a coherent whole. In this respect, his treatement of the natural dominion is emblematic. Summenhart constructed the concept of natural dominion by making use of the concepts of foundation (founded on a natural gift) and law (according to the natural law). In defining natural dominion as dominion founded on a natural gift, Summenhart attributed natural dominion to animals and even to heavenly bodies. In discussing man s natural dominion, Summenhart pointed out that the natural dominion is not sufficiently identified by its foundation, but requires further specification, which Summenhart finds in the idea that natural dominion is appropriate to the subject according to the natural law. This characterization lead him to treat God s dominion as natural dominion. Partly, this was due to Summenhart s specific understanding of the natural law, which made reasonableness as the primary criterion for the natural dominion at the expense of any metaphysical considerations. The third section clarifies Summenhart s discussion of the property rights defined by the positive human law. By delivering an account on juridical property rights Summenhart connected his philosophical and theological theory on rights to the juridical language of his times, and demonstrated that his own language of rights was compatible with current juridical terminology. Summenhart prepared his discussion of property rights with an account of the justification for private property, which gave private property a direct and strong natural law-based justification. Summenhart s discussion of the four property rights usus, usufructus, proprietas, and possession aimed at delivering a detailed report of the usage of these concepts in juridical discourse. His discussion was characterized by extensive use of the juridical source texts, which was more direct and verbal the more his discussion became entangled with the details of juridical doctrine. At the same time he promoted his own language on rights, especially by applying the idea of right as relation. He also showed recognizable effort towards systematizing juridical language related to property rights.
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Review of Memory and Gender in Medieval Europe, 900-1200 by Elizabeth van Houts (Toronto UP, 1999).