995 resultados para Índios Brasil
Resumo:
A figura do ndio, na Literatura Brasileira, durante anos foi marcada pelos relatos sob a perspectiva de no ndios. As vozes dos povos indgenas foram silenciadas, ocultadas pelo discurso dominante, que disseminava ideias com base em seu ponto de vista, muitas vezes marcado pelo teor de superioridade diante desses povos. Principalmente presentes nos textos de viajantes e missionrios da poca da colonizao, os reflexos dessa atitude ainda so marcantes nos dias atuais: preconceitos e ideias equivocadas sobre a cultura amerndia. Tempos depois, passa-se do ndio brbaro e selvagem ao ndio idealizado das obras romnticas, mantendo o discurso parcial pautado na viso do outro. Em 1928, atravs da proposta antropofgica de Oswald de Andrade, inicia-se um novo perodo diante dessa realidade, muito embora ainda seja uma viso desenvolvida a partir do homem branco. Oswald contribuiu para trazer tona a figura do ndio sem a idealizao romntica e com base na valorizao dos nativos e de sua cultura. O modernista, com sua bandeira da assimilao crtica de contedos, propunha um resgate do primitivo como forma de integrar essa realidade aos novos tempos da industrializao, alm de objetivar a ruptura com modelos pr-estabelecidos e eliminao do vetor dominante-dominado. Nos ltimos anos, por outro lado, tem crescido o nmero de obras no mbito artstico produzidas pelos prprios indgenas, trazendo as vozes que, na verdade, sempre existiram. Nesse contexto, encontra-se a obra de Eliane Potiguara. A mulher e indgena, voz marcante do livro Metade cara, metade mscara (2004), apresenta ao leitor o viver entre dois mundos, o adaptar-se ao universo contemporneo sem perder as suas razes e a sabedoria ancestral. Assim como Oswald, Potiguara resgata o primitivo, atravs do discurso construdo a partir da mulher-terra, e assimila recursos do universo do no ndio para gritar suas dores e sua esperana, o que possibilita um dilogo com a proposta da Antropofagia oswaldiana. Pretende-se, a partir da ideia desenvolvida por Benedito Nunes (2011) acerca do carter diagnstico, teraputico e metafrico da Antropofagia, estabelecer relaes entre os pensamentos de Oswald de Andrade e Eliane Potiguara por meio da arte literria, refletindo sobre a ruptura com padres pr-estabelecidos atravs de novas perspectivas, a exemplo da literatura indgena
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Este trabalho apresenta um estudo sobre as polticas de educao escolar e sade indgena no Brasil, buscando verificar a presena das tendncias de modificao observadas nas polticas sociais do pas, a partir das dcadas de 1980 e 1990: descentralizao das polticas para as esferas subnacionais de governo; criao de mecanismos de participao da sociedade civil nos processos decisrios; estabelecimento de parcerias com instituies privadas para a proviso de servios pblicos; institucionalizao de canais de controle; alterao no contedo das polticas e ampliao de seu alcance. O estudo foi realizado a partir de uma anlise comparativa das duas polticas no nvel federal e no nvel local de governo. A anlise no nvel local foi realizada a partir do estudo de caso do Parque Indgena do Xingu. Buscou-se verificar, na trajetria das polticas, a influncia dos fatores relacionados aos processos de Redemocratizao e Reforma do Estado, das dinmicas prprias das reas de sade e educao, da questo indgena e da agenda estatal indigenista. A partir da anlise, verificamos, no nvel federal, um avano na legislao de ambos os campos, comparado com os princpios existentes antes da Constituio Federal de 1988. No que se refere legislao, a educao escolar indgena apresenta-se mais consolidada quando comparada sade que ainda apresenta muitas indefinies. No Parque Indgena do Xingu percebemos uma inflexo nas duas polticas, a partir da dcada de 1990, que passam a buscar um crescente protagonismo indgena e a valorizao de uma abordagem intercultural. No Xingu estes avanos foram resultado, sobretudo, da iniciativa das comunidades indgenas da regio, em parceria com a Universidade Federal de So Paulo, na rea da sade, e com o Instituto Socioambiental, na rea da educao, e com recursos, a principio, de fundaes internacionais.
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A partir de abril de 1500 a armada de Pedro lvares Cabral d incio ao contato e ao registro atravs das pginas da carta de seu escrivo, Pero Vaz de Caminha de um novo mundo e uma nova humanidade: os ndios que habitavam o territrio que atualmente conhecemos por Brasil. No desenrolar dos quinhentos, estes diferentes povos e culturas foram decodificados e reinterpretados de diversas maneiras em cartas, livros e demais documentos manuscritos. No campo das artes visuais portuguesas, no foi diferente. Esse outro assume um papel coadjuvante quase sempre inserido em duas temticas principais, a arte religiosa e as grandes navegaes mas nem por isso menos interessante: o gosto pelo extico, caracterstica marcante durante o perodo das expanses ultramarinas, no s em Portugal, mas em outras regies europeias, aliado ao etnocentrismo e a influncia do Cristianismo, acabou por caracterizar os ndios do Brasil, mutatis mutandis, como novos homens selvagens. Para uns, so como bestas, mais perto do inferno; para outros, so cristos em potencial, mais prximos do cu
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So raros os estudos envolvendo o uso mltiplo de recursos naturais por populaes amaznicas. Este trabalho apresenta um panorama de como os ndios Deni, habitantes da regio de interflvio entre dois dos maiores afluentes de gua branca da bacia amaznica, os rios Juru e Purus, utilizam dos recursos disponveis em seu territrio. Os Deni so, atualmente, ndios que vivem da explorao de recursos da terra firme e de regies alagadas. So um misto de horticultores e caadores/coletores, que utilizam toda a sua rea para a obteno de recursos para subsistncia. Como regra, deslocam periodicamente seus assentamentos, evitando o esgotamento local de recursos, e provocando a modificao local do ambiente. Esta alterao aumenta temporariamente a disponibilidade de alimento. reas com aldeias, pomares e roados abandonados, por sua vez, tornam-se locais onde se concentram inmeros recursos da flora e da fauna, posteriormente explorados. O impacto provocado por este sistema aparentemente mnimo. Os Deni esto contextualizados na periferia de um sistema capitalista, onde a nica fonte de renda para adquirir bens que so hoje considerados pelos ndios como indispensveis para sua sobrevivncia so os recursos naturais. Estes so e continuaro sendo explorados de maneira a produzir um excedente a ser comercializado para a obteno de uma srie de produtos industrializados, independentemente das opinies externas. sobre este patamar que devemos avaliar a sustentabilidade do atual manejo da rea.
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Traz somente obras referentes ao Brasil. Inclui desde livros do sculo XVI, at alguns poucos do inicio do sculo XX. Oferece um panorama da histria do Brasil desde o seu descobrimento at a Proclamao da Repblica e da fixao definitiva das fronteiras brasileiras pelo trabalho do Baro do Rio Branco e de Joaquim Nabuco. Alguns assuntos histricos so representados, como a documentao sobre a escravatura de negros e de ndios, as lutas contra os holandeses e o processo da independncia. Traz a correspondncia entre o Prncipe Regente Dom Pedro e seu pai, Dom Joo Vl, complementada por ofcios e documentos das diversas provncias e por depoimentos de militares portugueses submetidos a conselhos de guerra que questionaram as suas atuaes ao longo do processo. Essas publicaes so particularmente raras por lerem sido impressas pelas Cortes de Lisboa para ditribuio somente aos seus membros e proibida a reproduo.
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O objetivo deste trabalho analisar a presena da Igreja Protestante e, a propagao da f reformada entre os indgenas durante a ocupao holandesa no Nordeste brasileiro, nos de 1630 a 1654. discutido ainda como se deu a relao dos nativos com os invasores neerlandeses. Como foi realizada a evangelizao dos ndios, que por sua vez, j haviam sido catequizados pelos portugueses catlicos, principalmente os religiosos da Companhia de Jesus, e quais as dificuldades encontradas frente a uma (re)catequizao. Aborda ainda o interesse econmico aliado ao religioso que compunha o quadro do sculo XVII, alm de todo o processo de alfabetizao o qual os brasilianos passaram, resultando assim em uma mudana da estrutura cultural e social no tempo e espao supracitados.
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A agricultura fora dos ciclos no Brasil: uma introduo ao livro; Um incio da agricultura: stios arqueolgicos no Brasil e as pinturas rupestres no Planalto Central; Tecnologia na Amaznia pr-histrica: a Terra Preta do ndio; Indgenas e plantas pr-cabralinas; Um grande brasilianista: Gabriel Soares de Sousa; Jardins botnicos e hortos (novas plantas, novos hbitos): o Horto d'El Rey de Olinda; Um grande empreendedor e um mau administrador: Maurcio de Nassau; O mosaico dos alimentos e dos remdios caseiros: escravos, ndios e brancos; Culturas do Brasil Imprio: diversidade na agricultura; O Livro do Lavrador do Brasil Repblica; A influncia da madrinha: eucaliptos no Brasil; A exploso da agricultura tropical; Pesquisa e ensino: as dores do crescimento; Melhorando a organizao rural: extenso rural e as cooperativas; Soja: o ouro-verde brasileiro; Polo Juazeiro-Petrolina - frutas para o Brasil e para o mundo; Desenvolvimento s com devastao? - Amaznia e Cerrados; A "marvada' pinga - lcool, Prolcool e Canavialis; Preciso na agricultura: alta tecnologia para produzir e preservar o meio ambiente; Da lei do mnimo sustentabilidade; O novo retrato do Brasil - da roa cidade?
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A missionao na Amrica esteve intimamente ligada cristianizao das populaes autctones. As preocupaes de alguns religiosos, entretanto, extrapolavam o cotidiano da evangelizao. Uma questo que suscitou interesse foi a do destino das inmeras geraes de gentis mortos antes de terem a oportunidade de conhecer a religio do Cristo. Este artigo pretende, justamente, analisar duas vises antagnicas, produzidas em pocas diferentes, acerca de problemas relativos salvao dos amerndios. A primeira a do jesuta Simo de Vasconcellos, explicitada nas Noticias curiozas e necessarias das cousas do Brasil (1663 e 1668), que, a partir de sua experincia missionria no Brasil, oferece uma viso mais otimista acerca das possibilidades de salvao dos ancestrais daqueles a quem evangeliza. A segunda a do Padre Antnio Pereira de Figueiredo, um dos maiores intelectuais portugueses da segunda metade do sculo XVIII, que faz uma durssima censura s posies defendidas pelo Pe. Simo de Vasconcellos acerca da redeno dos ndios.
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Em 2004, o Programa recebeu mais de mil inscries, de todas as regies do Pas e de diversas reas temticas: educao, sade, conservao ambiental, segurana pblica, incluso digital, etc. Muitas experincias contemplam segmentos especficos, como mulheres, negros, ndios, crianas e adolescentes, etc., o que tambm demonstra a riqueza e a abrangncia do conjunto de iniciativas.
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Desde 1996, o Programa Gesto Pblica e Cidadania realiza um ciclo anual de premiao de prticas inovadoras de governos municipais, estaduais e de organizaes prprias dos povos indgenas. As 20 histrias deste livro descrevem as iniciativas premiadas em 2005 e apresentam um pouco da imensa diversidade brasileira, com suas caractersticas regionais, seus problemas e suas muitas solues criativas. Em 2005, o Programa recebeu mais de setecentas inscries, de todas as regies do Pas e de diversas reas temticas: educao, sade, conservao ambiental, segurana pblica, incluso digital, etc. Muitas experincias contemplam segmentos especficos, como mulheres, negros, ndios, crianas e adolescentes, etc., o que tambm demonstra a riqueza e a abrangncia do conjunto de iniciativas
A formao da fora de trabalho martima no Brasil: cultura e cotidiano, tradio e resistncia (1808-1850)
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A partir du XVIe sicle, le Brsil surgit comme l'un des lments centraux du surgissement d'un ordre conomique et social dans lequel le navire apparat comme un espace de luttes et de contradictions entre gouvernements, commandants et marins. Nous examinerons ici le processus de proltarisation, au Brsil au cours de la premier moiti du XIXe sicle, qui a transform en main d' uvre de travail maritime des indiens, des petits agriculteurs, des noirs libres et des esclaves.
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Este trabalho teve como proposta estudar o estado nutricional de crianas indgenas e conhecer condies de sade materno-infantil. Trata-se de um estudo transversal, com uma amostra de 137 crianas de zero a 59 meses de idade, das comunidades Kaiow e Guaran, rea Indgena de Caarap, Mato Grosso do Sul, Brasil. Foram realizadas entrevistas com a aplicao de um questionrio sobre as condies de sade materno-infantil. A avaliao nutricional foi obtida por meio de medidas antropomtricas (peso e estatura). Verificou-se que 19,7% das mes no realizaram o pr-natal e 53,3% tiveram parto domiciliar. A ocorrncia de desnutrio para o ndice peso/idade foi de 18,2% e para o ndice altura/idade foi de 34,1%. A proporo de crianas desnutridas quando separadas por sexo, faixa etria e escolaridade materna no apresentou diferena estatisticamente significante para ambos os ndices. Este estudo evidenciou elevada ocorrncia de desnutrio infantil e uma preocupante situao de sade materno-infantil.