965 resultados para Andrade, Oswald de, 1890-1954 Crítica e interpretação


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Arnoia, Arnoia, do escritor galego Xos Lus Mndez Ferrn, recorre a estruturas literrias arquetpicas do Maravilhoso, ressignificando-as. O heri, diante de provaes que vivencia, sai em viagem na busca de um lugar ideal, sendo acompanhado de um personagem e variados objetos mgicos. Um passeio pelas sendas de Arnoia, Arnoia obriga a reler criticamente elementos de construo literria que retomam a tradio mtica, em especial a cltica medieval, uma vez que a literatura galega tem recorrido, em muito, cultura celta para expressar o seu imaginrio. Arnoia, Arnoia traz para a contemporaneidade variados elementos prprios do Maravilhoso, valendo-se deles para construir novos sentidos. Dessa maneira, o inslito, pacificamente esperado e mesmo demandado no Maravilhoso, surpreende na narrativa ferriniana

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O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma leitura do romance A Costa dos Murmrios da autora Ldia Jorge, que aborda o lado oculto da guerra portuguesa em frica, denunciando os fatos ali ocorridos, destacando os aspectos da narrativa, o universo simblico e as caractersticas de alguns personagens, com finalidade de desconstruir, revelar, rasurar junto com Eva Lopo a Histria oficial, bem como ler as entrelinhas a fim de desvendar a barbrie da guerra colonial em frica por meio desse extraordinrio recuo temporal realizado por Ldia Jorge. Atravs de sua personagem principal, encontramos a metamorfose de uma frgil Evita, que ressurge, agora, na pele daquela que devora- Eva Lopo (lupus)

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Este trabalho visa refletir sobre a composio da narrativa no livro de contos "Os lados do crculo" (2004) do escritor Amlcar Bettega Barbosa, alm de sua insero na literatura brasileira, principalmente nas dcadas de 90 a 2000. A partir da anlise dos contos, foi possivel pensar algumas de suas caracteristicas, tais como o uso da metafico, a hibridizao dos gneros literrios, assim como a questo do conceito de realismo e dos processos de subjetivao na contemporaneidade

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da natureza do ser humano encantar-se, ao menos em determinada fase da vida, pela narrativa de um conto de fadas, deixando-se levar pela fantasia da Literatura, acreditando que nas pginas de um livro tudo possvel. Essa crena na fantasia, no entanto, pode no lhes acompanhar a vida toda, uma vez que a passagem da infncia para a adolescncia e a fase adulta, bem como as exigncias do mundo moderno, cerceiam essa capacidade de fantasiar, ao mesmo tempo inata e necessria ao homem. A escola, ento, teria o papel fundamental de preserv-la, perpetuando nos alunos o gosto pela fantasia, to essencial ao seu desenvolvimento cognitivo e psicolgico, alm da percepo esttica; afinal, Literatura arte. Nem sempre isso o que ocorre, e o ambiente escolar torna-se um espao de reproduo de conhecimentos, com o ensino focado na norma gramatical, na historiografia literria, sendo o texto relegado ao simples papel de pretexto para anlises dissociadas do que realmente importa: o texto e os recursos que o compem. No caso da Literatura, arte da palavra, parte-se do pressuposto de que um dos recursos essenciais para sua concepo sejam as metforas, instaurando a fantasia. Chega-se, ento, a um ponto crucial desse trabalho: as metforas so componentes essenciais da fantasia, mas ambas so relegadas pela escola, que no se pauta por um ensino produtivo. Ao invs de compreenderem o potencial metafrico, aos alunos cabe a simplria tarefa de reconhec-las e classific-las. Essas constataes despertaram o desejo de entender melhor a relao existente entre fantasia, metfora e literatura infantil, gerando alguns questionamentos: afinal, o que fantasia? o mesmo que fantstico? A fantasia caracteriza, apenas, a Literatura infantil? Essas indagaes propiciaram reflexes acerca da importncia do texto literrio na sala de aula e no trabalho feito com ele. Assim, lanando teoria um olhar docente, empreende-se uma anlise do livro A casa da madrinha, de Lygia Bojunga, verificando a fantasia presente na obra perfeita fuso entre o real e imaginrio e como ela se instaura: pelas metforas

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A presente pesquisa trata da formao da teoria da pintura durante o perodo das Seis Dinastias, que ocupa o perodo que vai do ano 229 ao ano 589 da era presente. So discutidos quatro tericos principais: Gu Kaizhi, Zong Bing, Wang Wei e Xie He. Alm disto, apresentamos uma traduo diretamente do chins para os textos de cada um dos autores analisados. No decorrer de nossa anlise tentaremos demonstrar os elos de continuidade existentes entre os diversos tericos, baseando-nos nas evidncias textuais. Alm disto, enfatizaremos o fato de ser este o perodo em que se forma a teoria da pintura chinesa. O perodo inicial da histria dessa teoria o tema desta pesquisa

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Essa dissertao uma proposta de releitura do conjunto de murais no interior da Capela de Chapingo, Mxico. Tal releitura de crítica artstica relaciona-se apropriao de uma metodologia derivada da prpria noo de capela, metodologia essa que compactua com o ambiente artstico em questo e com a fenomenologia do contemplador desse conjunto. O objetivo dessa proposta apresentar as nuances envolvidas no conceito-chave, por parte da historiografia artstico-religiosa, de suporte-capela, isto , a capela no apenas como ambiente religioso, mas como ocasio artstica

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H um consenso nos meios crtico e acadmico de que Joaquim Maria Machado de Assis o maior ficcionista brasileiro. Alm da qualidade inegvel, sua fico notvel por sua dimenso, atingindo uma dezena de romances e mais de duzentos contos. Com esta unio singular entre extenso e qualidade, a obra machadiana acumulou a maior fortuna crítica no Brasil e uma das maiores da literatura universal. Ainda assim, sua fortuna a que mais cresce no Brasil. Diante de tamanha dedicao dos estudiosos, em que seria relevante a apresentao de mais uma dissertao sobre o Bruxo do Cosme Velho? Acreditando que, apesar do tamanho da investigao que j se fez sobre Machado, alguns dos aspectos cruciais da vida e da obra do escritor ainda no foram devidamente elucidados, este trabalho nasce com a inteno de contribuir para a diminuio dessa lacuna. Um desses aspectos o contedo filosfico da fico machadiana. Durante muitas dcadas, a ideia de que Machado de Assis se alinhara filosoficamente ao pessimismo foi hegemnica. Entretanto, muitas caractersticas da fico machadiana, tais como o humour e a ironia, podem ser sinais de outra orientao filosfica: o ceticismo. A identificao entre Machado e ceticismo no , entretanto, algo novo, mas durante a maior parte do tempo, a crítica identificou o ceticismo de Machado com a acepo popular do termo: descrena no campo metafsico e desengano no campo poltico-social. Este modo de ver o ceticismo acaba por aproximar o termo, e reaproximar Machado de Assis, ao pessimismo. Por outro lado, h algumas dcadas, alguns estudiosos brasileiros comearam a verificar que a filosofia da fico machadiana estaria de fato associada ao ceticismo, mas a outro tipo de ceticismo, o ceticismo pirrnico ou filosfico, iniciado com Pirro de Elis, filsofo grego que viveu entre 360 e 270 a.C., e estabelecido pelos escritos de Sexto Emprico, filsofo e mdico do sculo 2. Fazendo jus origem grega do termo skeptics, aquele que investiga, o ceticismo pirrnico prima no pela descrena, mas pela busca contnua da verdade. Esta busca se mantm indeterminada em virtude da limitao dos sentidos e do pensamento humanos. No podemos alcanar a verdade das coisas, mas apenas descrever como elas aparentam. Esta impossibilidade no conduz o pirrnico ao pessimismo, o conduz, ao contrrio, tranquilidade, pois ele aceita a sua limitao, no fica se debatendo contra ela. Na fico machadiana, o conselheiro Aires o personagem ctico por excelncia, a comear pelo to famoso tdio controvrsia. Entretanto, apesar da semelhana entre a fico de Machado de Assis e a filosofia ctica, h um problema a ser enfrentado: como o escritor poderia ter criado um personagem to prximo do pirronismo se Machado nunca chegou a ler uma pgina de Sexto Emprico?

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Escritoras migrantes frequentemente publicam romances autobiogrficos que mesclam fico com suas histrias pessoais. Essas escritoras usam suas experincias pessoais para discutir questes coletivas relacionadas aos diversos tipos de deslocamento associados ao processo diasprico. As migraes em massa das ex-colnias para as metrpoles dos pases desenvolvidos cresceram significantemente aps a Segunda Guerra Mundial, gerando ao mesmo tempo contato mais prximos e conflitos entre culturas. Essa dissertao pretende analisar os romances autobiogrficos How the Garca Girls Lost their Accents (1991) e Yo! (1997) da escritora dominicana-americana Julia Alvarez, A famlia Alvarez migrou para os Estados Unidos em 1960 devido a perseguio poltica. Em seus romances, a escritora lida com os traumas do deslocamento e com o processo de crescimento de meninas divididas entre valores culturais diferentes. Pretendo discutir como Alvarez, em sua prtica autobiogrfica, problematiza questes relacionadas migrao, como gnero, hibridismo cultural, memria lacunar e identidades fragmentadas. Tambm analiso como essas narrativas contestam as convenes formais tanto do gnero autobiogrfico como da fico, frisando o quanto o limite entre o real e o fictcio, entre o privado e o poltico, tnue

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Esta tese tem como objetivo analisar o folhado textual da crnica jornalstica de Antnio Maria e de Joaquim Ferreira dos Santos, investigando os operadores que agem na produo de sentido, sobretudo os aspectos enunciativos, como as vozes presentes na situao discursiva e os contextos em que se do tais relaes, e ainda atentar para a importncia da palavra que desperta a paixo pelo texto, que leva a uma reflexo crítica sobre o seu tempo e sua histria.Por meio da crnica desses dois autores, investigar a importncia deste gnero textual nos atuais veculos miditicos, reconhecendo neste gnero um importante papel de identidade cultural da sociedade brasileira. Perceber que, de certa forma, a funo catrtica da crnica jornalstica de Antnio Maria e de Joaquim Ferreira dos Santos pode levar o leitor a sua prpria identificao com o mundo que o cerca e com o espao em que est inserido papel, afinal, da leitura de um texto, mais ainda, de um texto com traos literrios. Sabendo, certamente, que a lngua, a palavra, a sustentao de todo esse processo

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Esta tese tem por objetivo avaliar a contribuio, a nosso ver pioneira, de Othon Moacyr Garcia para os estudos lingusticos, textuais e literrios no Brasil. A primeira parte de nosso estudo se concentrar nas principais contribuies dadas pelo livro Comunicao em prosa moderna, cuja primeira edio data de 1967; a segunda parte estudar sua contribuio crítica literria brasileira, por meio de seus ensaios estilsticos; a terceira parte consistir num resumo de sua obra dispersa, e a quarta parte tambm ser um resumo das cartas que recebeu e enviou em sua correspondncia com escritores e estudiosos da lngua e da literatura

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Observamos a questo do duplo na fico de Rubens Figueiredo e como ele contribui a produo do fantstico na contemporaneidade. Para isso, primeiro, apresentamos a anlise de Tzevan Todorov sobre o gnero fantstico, no qual destacamos a multiplicao da personalidade e a ambiguidade na narrativa; e segundo, tratamos, de forma breve, as concepes do duplo na histria da literatura, no ensaio filosfico de Clment Rosset e a partir do unheimlich de Freud. Adicionalmente utilizamos tericos como Filipe Furtado, Jean-Paul Sarte, Otto Rank, Remo Ceserani, entre outros. Por fim, analisamos como o duplo aparece no fantstico atual, a partir das narrativas curtas Nos olhos do intruso, Um certo tom de preto, Sem os outros, A ele chamarei Morzek e do romance Barco a seco, de Rubens Figueiredo. O autor em sua construo ficcional parece mesclar elementos do fantstico clssico com o fantstico moderno e, em suas narrativas possvel notar a presena obsessiva do tema do duplo, o inslito, a ambiguidade, e questes da atualidade que dizem respeito condio humana

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Clarice Lispector foi uma das maiores escritoras brasileiras e, por essa razo, uma das mais estudadas. Muitas relaes se fizeram entre sua escrita e a de alguns dos principais cones da literatura mundial. Entretanto, o mesmo no aconteceu com seus textos produzidos aproximadamente a partir da dcada de 1970, a fico derradeira da autora. As obras produzidas principalmente durante essa dcada, com algumas consagradas excees, foram um tanto negligenciadas pela crítica. As pesquisadoras Marta Peixoto e Snia Roncador procuraram provar que a pouca ateno s obras da fico tardia da autora se deve ao fato de que as mesmas apresentam tendncias que vo contra as caractersticas do que Clarice produziu anteriormente, como se a escritora tivesse desejado criar um repertrio de formas que contradiziam sua produo de antes de 1970. Para demonstrar tal inteno de Lispector, este trabalho procura analisar as caractersticas do manuscrito Objeto gritante nunca publicado , o qual, aps uma srie de alteraes significativas, acabou por se transformar na obra gua viva. Caso o projeto do manuscrito no tivesse sofrido redirecionamentos substanciais, teria sido a primeira ocorrncia, em livro, das novas formas da escrita clariciana que comeavam a se manifestar naquela poca, mas que vieram a se consolidar nas suas obras posteriores

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A presente tese investiga as poticas do trgico nas obras teatrais de Eurpides (Grcia, c. 484 406 a.C.), Johann Wolfgang von Goethe (Alemanha, 1749 1832) e Federico Garca Lorca (Espanha, 1898 1936) e defende que, nos trs autores, as concepes estticas do trgico se constituem principalmente sobre a representao potica do filicdio materno. A antinomia trgica engendrada, metaforicamente, no assassinato da criana pelas mos daquela que lhe deu a vida tema de Medeia (431 a.C.), Tragdia de Margarida (1790) e Yerma (1934), obras fundamentais para compreender a visada trgica dos trs poetas aqui, em respectivo, estudados. O conflito com o sagrado e com a razo, ao apontar para a afirmao trgica do corpo e do feminino, frequenta as trs obras. O paralelismo entre as dimenses poltica e esttica , por conseguinte, patente nos trs dramas, ao mesmo tempo em que cada um dos autores, com contexto e assinatura prprios, configura uma ideia esttica acerca do trgico inteiramente singular. O dilogo entre literatura e filosofia, ou entre intuio e conceito, atravessa, nesta tese, a leitura do trgico na metfora do filicdio. Sob tal perspectiva, a Medeia de Eurpides impe-se no centro do debate entre socrticos e sofistas, e aborda temas, como o domnio das paixes sobre a razo, que tambm aliciaram autores como Plato, Aristteles e Nietzsche. A Gretchentragdie, de Goethe, apresenta-se, por sua vez, como obra potica aonde convergem as mais calorosas discusses estticas do moderno pensamento alemo, como as questes do sublime (Kant, Schiller) e da vontade (Schopenhauer). Yerma, de Garca Lorca, ser tambm uma obra de convergncia filosfica, expressando a nueva manera espiritualista que marca a ltima fase da produo lorquiana: a perspectiva trgica de Nietzsche, na afirmao do corpo como grande razo, assim como o dilogo de Lorca com o pensamento de Miguel de Unamuno sobre El sentimiento trgico de la vida, caracteriza uma espcie de tragdia s avessas, que nega o sagrado e afirma o trgico como sntese libertria do eu, do corpo e do feminino

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As escritas ntimas passaram por diversas mudanas no decorrer da histria das sociedades e tambm da literatura. Acompanhando as mudanas sofridas pelo sujeito e a forma como o mesmo se relaciona com o mundo, as escritas ntimas se integraram e se modificaram, associando-se, mais recentemente, s novas modalidades de comunicao e atuao das variadas mdias, que colaboram com o delinear da conjuno entre os elementos pblicos e os privados. Na literatura, essas alteraes foram percebidas e aproveitadas como forma de produo. A crnica aparece como foco de anlise deste trabalho, pois ganha destaque no cenrio atual por ser um formato capaz de atender ao dinamismo contemporneo e se estruturar associando a fala pessoal ao coletivo, integrando os espaos ntimos aos pblicos e construindo a relao de proximidade entre autor e leitor, comum na atualidade. Como visualizao dessas caractersticas, surge aqui a anlise de crnicas da autora contempornea Martha Medeiros

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Marco Lucchesi, em Os olhos do deserto (2000), empreende uma dupla viagem: a primeira fsica, pelas altitudes do deserto oriental; a outra interior, marcada pela sensibilidade e pelo dizer potico. A diversidade de paisagens confrontadas demandou variadas travessias tericas. De Gaston Bachelard a Nstor Canclini, passando por Georges Bataille, Stuart Hall e Philippe Lejeune, a anlise se desenvolveu de forma dialgica, articulando como campos investigativos principais: o dirio de viagem, a experincia do viajante pelo deserto e o imaginrio oriental que neles se projeta. Tais aproximaes levam a Edgar Morin e s margens do pensamento complexo, que admite junes imprevistas pelas epistemologias tradicionais e privilegia a metfora como referente para o inconceituvel e o inefvel. Os caminhos errantes e ascticos da peregrinao relatada nesta narrativa de viagem pelas areias orientais delimitam, pois, o recorte do presente trabalho, trazendo discusso, em um primeiro momento, a escrita diarstica, a errncia pelo deserto e a dimenso filosfica da caminhada. A segunda parte do trabalho focaliza a ascese realizada pelo viajante, atravs das tradies literria (das lailas) e iconogrfica (de iluminuras e caligrafias) com que a narrativa se intertextualiza e de que resulta uma potica do narrador-caminhante, etapa de culminncia da viagem, do dirio e dos efeitos da leitura (ascese esttica). A aqui designada, potica do no, ltima questo terica da pesquisa, reflete uma epistemologia que entende o conhecimento a partir de uma perspectiva negativa. Essa negatividade interessa como possibilidade de abertura para o que ainda desconhecido. Na verdade, ela se envia ao desconhecido atravs da negao do conhecido, como que apontando para alm do contorno do que est encoberto. O narrador, em sua errncia pelo deserto, vislumbra uma satisfao asctica pela imerso interior, capaz de reciclar os tradicionais cadernos de viagem que atravessam a literatura planetria, alm de projetar singular apario epistmica e redimensionar a prpria experincia da caminhada