1000 resultados para Pensamento antropófago


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O conceito de "acontecimento" foi desenvolvido para o domínio epistemológico da história por P. Veyne, no intuito de ativar determinados problemas foucaultianos que indicavam a estrita ligação entre o trabalho historiográfico e o trabalho filosófico. A definição deste conceito poderia ser aprofundada se fosse extraído do domínio epistemológico para o qual fora elaborado e levado a uma dimensão mais abrangente. Vislumbra-se tal possibilidade a partir da articulação do referido conceito a determinadas injunções do pensamento de Deleuze, particularmente tendo em vista o conceito deleuzeano de "acontecimento", em suas implicações ontológicas e éticas.

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Este artigo pretende avaliar a relação que Foucault estabelece com a modernidade, tendo como fio condutor seu vínculo com o pensamento de Kant. Aborda-se, num primeiro momento, a leitura que Foucault faz de Kant na época em que estava escrevendo As Palavras e as Coisas, observando uma tensão entre o projeto crítico e o antropologismo kantiano e, num segundo momento, interroga-se sua relação com Kant a partir de alguns de seus últimos textos, nos quais Foucault procura uma "ontologia do presente".

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Ao ler o Contrato social de Rousseau, tendemos a nos concentrar em seu objetivo explícito, que é o de investigar e estabelecer uma regra de administração legítima e segura para uma comunidade política individual. Em conformidade com o próprio caráter abstrato da obra, somos levados a ver essa comunidade como alguma coisa pré-existente e isolada, sem perguntar o que já havia inicialmente de comum a esses indivíduos que decidem submeter-se à regra de sua vontade geral, e como esse corpo político assim constituído se relaciona com os que não são eles mesmos, mas "os outros", isto é, com as demais sociedades com as quais terá inevitavelmente de conviver. Tais questões tinham grande importância para Rousseau, e só o caráter fragmentário e inconcluso do Contrato social explica por que não receberam o tratamento aprofundado que lhes seria devido. Pretendo, em minha exposição, explorar alguns aspectos das soluções que Rousseau deixou esboçadas em outras obras, especialmente no Emílio e em seu Extrato e Julgamento, do projeto de paz perpétua do Abbé de Saint-Pierre, e que apontam para uma compreensão muito lúcida do problema das relações entre as nações, e para uma solução que tem, surpreendentemente, muito em comum com a que propôs, no Contrato social, para a questão das relações entre indivíduos. Pretendo mostrar que há, em Rousseau, o gérmen de uma concepção das relações internacionais que não as reduz ao mero jogo de forças proposto pelo "realismo" hobbesiano e, ao mesmo tempo, viabiliza a convivência civilizada e regulada, sem impor a uniformidade de valores e perspectivas característica do cosmopolitismo kantiano.

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O objetivo deste artigo é discutir a aproximação teórica entre duas vertentes distintas de pensamento que, inicialmente, pode parecer improvável: a psicanálise e o marxismo. O texto discorre sobre a reflexão da gênesis do problema político, interpretando sociedade e indivíduo como inter-relação da natureza humana, conectando, a partir desse princípio, o problema político e o problema psicológico, este se situando como base original daquele. Portanto, no entrecruzamento de sociedade, poder político e natureza humana, expande-se um campo de investigação que se abre a diversas possibilidades, inclusive à aproximação teórica entre as ideias de Marx e Freud. Dentre diversos autores que discutem o freudomarxismo e o posicionamento de Sigmund Freud, diante das ideias de Karl Marx, será dada exclusividade a Wilhelm Reich, Herbert Marcuse e a Ludwig Marcuse. Para uma crítica às ideias de Herbert Marcuse e análise da inter-relação entre marxismo e psicanálise, por sua vez, recorre-se ao filósofo marxista Louis Althusser e a outros analistas e críticos dessas mesmas ideias.

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Meu objetivo é mostrar que as teses externalistas "os significados não estão na cabeça" e "os pensamentos não estão na cabeça" não implicam, necessariamente, a tese mais radical "a mente não está na cabeça". Trato dessa questão no âmbito do Externalismo Social de Tyler Burge e Lynne Baker, argumentando que a importância que esses pensadores atribuem à linguagem nas questões relativas à mente não significa, como uma leitura apressada poderia sugerir, a redução da mente à linguagem e, muito menos, a eliminação da mente. A minha conclusão é que o externalismo social linguístico não se constitui como uma estratégia eficaz de enfrentamento dos problemas da natureza da mente e de sua relação com o corpo.

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O problema de fundo da especulação eckhartiana é a verdade do ser uno enquanto Deus e divino ligada à questão do seu conhecimento. Operando uma síntese da tradição neoplatônico-agostiniana e do pensamento do Pseudo-Dionísio Areopagita, o mestre dominicano funda os alicerces da sua teologia unitiva na teoria do ser.

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O pensamento de Karl Marx sobre a subjetividade humana é pouco conhecido e divulgado na língua portuguesa, e, no Brasil, particularmente, carece ainda de um estudo amplo, explícito e sistemático. Meu artigo pretende esboçar uma reflexão mais completa de sua filosofia sobre a subjetividade humana, insistindo não somente na crítica, mas também, e especialmente, na compreensão da referida questão, a partir de uma leitura imanente e estrutural de suas obras, no original. Vale ainda ressaltar que minha investigação se apoia na conexão entre subjetividade e objetividade, entre sujeito e objeto, inquirindo se há um determinismo da objetividade sobre a subjetividade, ou seja, se essas duas determinações são contraditórias no interior do pensamento marxiano, comprometendo, pois, as suas reflexões acerca da crítica à filosofia especulativa de Hegel e ao empirismo da economia clássica, ou se, na verdade, tal conexão é o segredo recôndito de sua filosofia sobre a subjetividade humana.

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Este artigo pretende, por meio da análise literária e da leitura de Freud (2011), investigar a concepção de progresso em Sade, tomando como objeto de estudo o romance A filosofia na alcova (2008b). Defende-se que a ficção sadeana resulta de um conflito entre indivíduo e sociedade, de cujo resultado depende a felicidade humana. Esta seria alcançada com a superação dos obstáculos impostos pela educação, pela cultura e pela abertura da sociedade para a satisfação de todos os prazeres do sentido.

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Fazendo a leitura cruzada de um tardio ensaio de Kant – Anúncio da próxima assinatura de um tratado para a paz perpétua em filosofia (1796) – e da segunda secção do primeiro capítulo da Teoria Transcendental do Método da Crítica da Razão Pura, que leva o título "Disciplina da razão pura em relação ao seu uso polémico", tenta-se identificar e compreender a aparente contradição do programa da crítica kantiana da razão, o qual, se, por um lado, se anuncia com a intenção de resolver os intermináveis conflitos que têm lugar na arena da razão pura, superando o escândalo das aparentes contradições da razão consigo mesma e estabelecendo, enfim, a "paz perpétua em filosofia", por outro, conduz-se mediante um procedimento dialéctico inspirado na retórica judicial, fazendo apelo a um "uso polémico da razão pura", como sendo a forma mais adequada e, na verdade, segundo o filósofo crítico, a única disponível, para neutralizar, seja as pretensões do dogmatismo, seja as do cepticismo a propósito das questões metafísicas. Ao mesmo tempo que a nossa reflexão nos leva a caracterizar a pax philosophica kantiana e as pressupostas homologias entre a solução dos conflitos políticos e a dos conflitos especulativos, chega-se por ela também a reconhecer que toda a filosofia kantiana está originariamente determinada por uma concepção agónica da vida, da sociedade humana, do cosmos, da própria razão.

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RESUMO:Fazer uma abordagem sobre a análise de Nagel sobre o materialismo eliminativo no âmbito da filosofia da mente e, com base nisso, refletir sobre a relação entre ciência e filosofia constituem o objetivo fundamental desse artigo. A nossa abordagem encontra-se organizada a partir de dois momentos. Em primeiro lugar, pretendemos discorrer sobre o materialismo eliminativo, visto que essa corrente de pensamento, no contexto da filosofia da mente, condensa e circunscreve de modo mais explícito as discussões acerca dos problemas da relação mente e cérebro, sob o viés de uma ótica cientificista. Em segundo lugar, tendo em vista os pressupostos teóricos do pensamento de Nagel, o nosso propósito consiste em apontar possíveis problemas, lacunas e limites subjacentes às teses defendidas pelos adeptos do eliminativismo. Ainda, a título de conclusão, pretendemos evidenciar quais as principais implicações para a filosofia, uma vez que esse reducionismo cientificista tende a conceder à ciência ou à explicação científica a última palavra.

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Conocer el contexto político, socio-cultural y educativo en la formación del autor. Desentrañar las líneas clave de su pensamiento a la luz de la formación del hombre y de la construcción del ser. Estudiar el pensamiento educativo de Vergílio Ferreira, distinguiendo el campo paradigmático, político, organizacional y caracterizando cada uno de ellos. Analizar el Seminario 'Uma instituiçao total'. La metodología utilizada se basó en el análisis del contenido de la obra del autor, usando sus palabras y sus textos. También se analizaron estudios sobre el autor. Las circunstancias personales de Vergílio Ferreira influyen en la temática de su obra, sobre todo su paso por el seminario. Los temas que más influyen en la obra del autor son la memoria, la existencia, el hombre y la vida, Dios y la religión, el hombre y el saber que sabe, que se distingue del animal y la libertad y los valores. Su pensamiento educativo se basa en que la persona y sus características individuales como el don, el talento, el impulso, el imperativo categórico, los tipos de inteligencia tienen mucho que ver en la educación. La familia y las instituciones escolares, los profesores y las metodologías de enseñanza, las teorías y los paradigmas educacionales son partes de un todo significativo. En las corrientes educativas se confrontan principalmente tres perspectivas: expositiva, cognitiva y transmisiva.

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Conocer la influencia de los cambios culturales, actuales, en la forma como los jóvenes estructuran el pensamiento. A la vez que comprobar el lugar de la disciplina de la Filosofía en un espacio en el que aparentemente no hay sitio para ella, debido a que nos encontramos en la sociedad de la imagen, la palabra y los logos. El trabajo se presenta en cuatro partes, una primera dirigida a la fundamentación teórica, una segunda parte relacionada con la contextualización, la tercera referida a un análisis del programa de la disciplina de 'Introducción a la Filosofía' durante sus 10 años de vigor (1991-2003), la cuarta y última parte, presenta un estudio empírico. El estudio empírico consta de 97 profesores de Filosofía de 13 escuelas de educación secundaria de Oporto. El instrumento que se utiliza para el estudio es una entrevista semi-estructura. Las entrevistas son analizadas cuantitativa y cualitativamente. El análisis cuantitativo se realiza a través de tratamiento informático, con el programa SPSS. En cuanto al análisis cualitativo, se transcriben las entrevistas para su mejor tratamiento, posteriormente las entrevistas son reducidas a un enunciado clave para establecer un análisis a partir de un cuadro con el que se intenta construir un metadiscurso sobre los objetivos del estudio. La mayoría de los profesores de Filosofía continúan enseñando a sus alumnos a través de un método tradicional, a pesar de los cambios de la sociedad, en la cual los alumnos entienden mejor las imágenes que los textos. A su vez, el estudio realizado revela que la imagen contribuye de manera significativa para el aprendizaje de la disciplina de Filosofía, a pesar de que la mayoría de los profesores entrevistados no lo consideran así.

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Este trabajo quiere centrarse en como nace y como se desarrolla la obra y el pensamiento de las escuelas del Ave María.. Para poder llevar a cabo este trabajo se han consultado: las distintas obras de A. Manjon, así como otras obras que estudien algún aspecto de la vida u obra de A. Manjon.. Los aspectos más relevantes sobre la persona de Manjón, su pensamiento y sus escuelas son:-Su recia personalidad está caracterizada por una gran coherencia interna. Las notas más características de su actuación son: amor a la Virgen, amor a su madre, amor a la patria, amor al trabajo, amor a los pobres y amor a la verdad.-Su mentalidad: dado sus origen familiar modesto y pueblerino, así como su formación seminarística en un ambiente cerrado, culminan con la militancia en la juventud católica recien creada para defender los intereses de una iglesia perseguida, su mentalidad era conservadora y antiliberal.-Las escuelas del Ave María: la primera escuela del Ave Maria, creada en 1889, se puede considerar como una de las primeras escuelas al aire libre. Esta escuela estaba destinada a niños de Las Cuevas, las que se fundaron más tarde estaban destinadas a niños pobres, sin que fueran precisamente gitanos. Hasta 1898 las escuelas del Ave María no se extienden fuera de Granada. A partir de esta fecha, se propusieron como modelo regenerador de la decadente España. La preocupación fundamental de Manjón fueron los talleres para la formación profesional de los alumnos de sus escuelas. Los maestros: sus primeros colaboradores fueron personas sin una preparación especial, sin embargo, supo acudir a especialistas en distintas materias para que orientaran a los maestros avemarianos, tuvo empeño, también, en promocionar a los alumnos y alumnas más aventajados de la escuela para prepararlos al magisterio y convertirles en sus colaboradores, fundó con la colaboración D. Enrique González Carrillo, en 1905, un seminario de maestros, para la formación de buenos maestros. Pedagogía Manjoriana: sin ser especialista en pedagogía, Manjón dedicó gran parte de su vida a la enseñanza. Los escritos pedagógicos: Manjón estudió la teología y la teleología de la educación, además de teólogo era jurista y trató todos los puntos de la pedagogía que están en contacto con el derecho, abordó, como teólogo y como jurista, la deontología del maestro, catequista eminente en la teoría y en la práctica, también trató la educación moral, fue Manjón un maestro práctico, ya que pasó toda su vida dedicado a la enseñanza en todos sus grados.. Manjón fue consciente de tener un estilo propio, de tener un espíritu, de buscar unos procedimientos más adecuados para enseñar mejor; ciertamente estuvo muy condicionado por los contenidos escolares de su época, su preocupación fundamental estuvo centrada en el como y en el que de la enseñanza.Su pensamiento educativo se movió siempre dentro de la más estricta ortodoxia de la doctrina de la iglesia; fue apostol infatigable de la educación popular, de la enseñanza religiosa y española. Al haber promovido personalmente cerca de trescientas escuelas, siendo el creador de la escuela al aire libre, al haber tratado practicamente todos los temas de la pedagogía, al haber redactado libros para párvulos, escolares, normallistas y universitarios, al haber practicado en todos los niveles de la enseñanza, se puede asegurar que ningún educador de ningún siglo ha desarrollado personalmente una labor pedagógica tan vasta como Manjón. Las prospectivas: con este trabajo se desea contribuir a la actualización y renovación de las escuelas del Ave María que necesitan adaptarse continuamente a las exigencias de los tiempos, permaneciendo siempre fiel a los principios básicos y al espíritu del hombre que las fundó. El ser fiel a Manjón no consiste en repetir mecánicamente lo que él dijo, sino en renovar su pensamiento pedagógico, siendo servidores del pueblo y estudiando e incorporando a su espíritu de escuela activa todas las aportaciones de las ciencias pedagógicas actuales..