999 resultados para Estrongiloidíase em pacientes com AIDS
Resumo:
Avaliou-se a eficácia do fluconazol no tratamento de infecções fúngicas em 108 pacientes imunocomprometidos. As doses iniciais variaram de 50 a mais de 400 mg/dia. Dos 108 pacientes, 57 (52,8%) tinham criptococose, 45 (41,7%) candidíase e 6 (5,5%) outras infecções fúngicas, sendo que 66,6% dos pacientes eram portadores de AIDS. Dos 57 pacientes com criptococose houve acometimento do SNC em 52 (91,2%); 39 de 43 pacientes com criptococose (90,7%) e 36 de 39 dos portadores de candidíase (92,3%) curaram ou tiveram boa evolução clínica. A erradicação do fungo ocorreu em 19 de 30 casos com criptococose (63,3%) e em 21 de 26 casos com candidíase (80,7%) que puderam ser avaliados. Onze dos 108 pacientes (10,2%) apresentaram reações adversas,principalmente gastrintestinais de pequena intensidade, porém um paciente apresentou envolvimento hepático na vigência de terapêutica com fluconazol. Conclui-se que o fluconazol é droga eficaz e de baixa toxicidade para tratar criptococose e candidíase, constituindo-se boa alternativa à terapêutica convencional com anfotericina B.
Resumo:
O presente trabalho demonstra a eficácia do método imunoenzimático utilizando antígeno solúvel de larvas de Strongyloides stercoralis no diagnóstico da estrongiloidíase humana. Foram avaliados 27 pacientes com as diversas formas clínicas da parasitose, sendo demonstrados títulos significativos em 25 (92%) dos casos. Em 17 controles, com ou sem outrasparasítoses intestinais, títulos significativos estavam presentes em 3 (18%). A sensibilidade do teste foi de 92% e a especificidade de 82%. São também relatados 3 casos clínicos, nos quais o diagnóstico da doença foi feito inicialmente pela determinação de anticorpos contra larvas de S. stercoralis, havendo posteriormente demonstração parasitológica em 2 dos casos. É ressaltada a importância do teste no diagnóstico da estrongiloidíase aguda e em situações onde eosinofilia não esteja associada a outras condições clínicas.
Resumo:
Trinta e cinco aidéticos entre 19 e 55 anos admitidos e tratados de candidíase no Hospital Emílio Ribas, SP, com ELISA positivo para HIV e confirmado pelo Western Blot. Tuberculose em 9 sendo 2 com pericardite; neurotoxoplasmose em 6; neurocriptococose em 5; herpes labial em 4; pneumocistose em 3 e sarcoma de Kaposi em 2, achavam-se associadas. A concentração inibitória mínima 50% (MIC 50%) para os azoles foi: ketoconazol= 2,2 µg/ml; itraconazol- 21,0 µg/ml; fluconazol = 19,0 µg/ml. O MIC 50% para ospolienos: nistatina- 50,0 µg/ml; anfotericina B= 0,12 µg/ml e para 5 fluorcitosina= 1,6 µg/ml nas 35 amostras de Candida isoladas. Testes não paramétricos de Siegel revelaram significante identificação (80%) das Candida albicans na candidíase, e que a dose de AMB não modificou o número de óbitos, precoce e tardio, ocorridos nesses aidéticos. O uso prévio dos azoles e da nistatina explicaria, talvez, o elevado MIC 50% observado nas amostras de Candida isoladas.
Resumo:
Relatam-se oito casos de criptococose não associada à AIDS diagnosticados em Santa Maria, RS, no período 1961-1995. É revisada a literatura sul-riograndense sobre a micose e comentada a prevalência da infecção pela var. neoformans em pacientes sem doença predisponente nas regiões subtropicais.
Resumo:
Em 22 pacientes com sorologia positiva para o vírus da imunodeficiência humana, com ou sem síndrome da imunodeficiência adquirida, dos quais 7 com meningoencefalite toxoplásmica e 15 com meningoencefalite chagásica associadas, procuraram-se dados diferenciais, entre as duas encefalopatias, tanto à anatomia patológica quanto à tomografia computadorizada do crânio. Os resultados observados e os dados da literatura nos permitiram concluir que enquanto na meningoencefalite necrosante focal por Toxoplasma gondii o acometimento dos núcleos da base é freqüente, na meningoencefalite necrosante focal causada pelo Trypanosoma cruzi, lesões dessas estruturas parecem não ocorrer ou ser excepcionais. De outro lado, o acometimento da substância branca parece nitidamente maior na meningoencefalite chagásica que na meningoencefalite toxoplásmica, ao passo que o parasitismo e a hemorragia do tecido nervoso, bem como as lesões das bainhas de mielina são mais freqüentes e intensos na meningoencefalite causada pelo Trypanosoma cruzi que naquela por Toxoplasma.
Resumo:
Foram comparados o estado nutricional e parâmetros do metabolismo do ferro de adultos HIV-positivos, com ou sem resposta de fase aguda (RFA). Adultos HIV-positivos (n = 29) submeteram-se a antropometria, recordatório alimentar e determinação sérica de albumina, proteína C reativa (PCR), ferritina e capacidade total de ligação do ferro (CTLF), além de creatinina urinária. Infecção mais PCR > 7mg/dl foram critérios de positividade da RFA. Índice de massa corporal (IMC < 18,5kg/m2) e índice creatinina-altura (ICA < 70%) definiram subnutrição. Subnutrição (77,8 vs 40%) e tuberculose pulmonar (44,4 vs 9,5%) foram mais freqüentes nos pacientes RFA-positivos, que também apresentaram menores níveis de albumina (3,7 ± 0,9 vs 4,3 ± 0,9g/dl), CTLF (165,8 ± 110,7 vs 265,9 ± 74,6mg/dl) e hemoglobina (10,5± 1,8 vs 12,6 ± 2,3g/dl). A ingestão de ferro foi adequada e similar entre RFA-positivos e RFA-negativos, o mesmo ocorrendo, respectivamente, quanto à ferritina sérica (mediana; variação, 568; 45,3-1814 vs 246; 18,4-1577ng/ml). Pacientes HIV-positivos com resposta de fase aguda são nutricionalmente mais comprometidos e têm anemia que parece não depender da ingestão recente de ferro.
Resumo:
A co-infecção leishmaniose tegumentar americana e AIDS é de relato recente na literatura, observando-se diversidade quanto ao comportamento clínico e imunológico destes pacientes. Relatamos quatro casos acompanhados no Hospital Universitário de Brasília, com diagnóstico de infecção por parasitas do gênero Leishmania e pelo vírus da imunodeficiência humana, ilustrando diferentes apresentações clínicas, evoluções e respostas terapêuticas.
Resumo:
A expansão da infecção pelo HIV/AIDS entre as mulheres e os mais pobres, são importantes características da epidemia no Brasil e no mundo. Estudo descritivo delineou-se com objetivo de descrever um grupo de 82 mulheres com HIV/AIDS de Salvador - Bahia. A idade média é 32 ± 7,2 anos; 75% têm filhos, 82,5% estão desempregadas e o grau de instrução situa-se entre analfabeto e primeiro grau em 77,8%. O número de parceiros sexuais foi igual ou inferior a cinco na vida em 71% dos casos e 25% relatavam um único parceiro. Quarenta e seis (55,4%) mulheres apresentaram 77 episódios de infecções oportunistas. A maioria das pacientes tem baixo grau de instrução, baixa renda e poucos parceiros sexuais. A forma de transmissão foi predominantemente sexual, muitas mulheres adquiriram o vírus com o próprio companheiro/ marido.
Resumo:
Neste estudo retrospectivo analisamos 70 pacientes HIV positivos com criptococose em um período de 16 anos. Os espécimes com melhor rendimento diagnóstico foram o LCR (97,8%), seguido do cultivo do sedimento urinário (86,7%) e sangue (58,8%). Concluímos que a urina pode ser uma ferramenta útil para o diagnostico da criptococose.
Lesões anorretais em pacientes HIV positivos usuários de terapia anti-retroviral de alta efetividade
Resumo:
As lesões anorretais são comuns nos pacientes positivos para o vírus da imunodeficiência humana. A terapia antirretroviral de alta efetividade tem pouca influência na progressão das neoplasias anais. Estudou-se a prevalência das lesões anorretais em 88 pacientes HIV positivos atendidos no serviço de doenças infecto-parasitárias do Hospital Universitário de Brasília, em uso de terapia antirretroviral de alta efetividade. Dados sócio-demográficos foram coletados usando um questionário pré-elaborado e os pacientes foram submetidos a exame proctológico. Cerca de 71% relataram coito anal e 30,7% estavam em uso de inibidor de protease. A prevalência das lesões anorretais foi 36,4%, sendo as mais freqüentes: condiloma acuminado e fissura anal. O condiloma acuminado foi a lesão anorretal mais prevalente e teve associação com o uso de lopinavir/ritonavir. Sugere-se o rastreamento das lesões anorretais causadas pelo papilomavírus humano nos pacientes HIV positivos/AIDS em uso de inibidor de protease.
Resumo:
Este trabalho objetiva a análise prospectiva das características clínicas e epidemiológicas que levam os pacientes adultos com HIV/AIDS a procurarem atendimento clínico de urgência em Pronto Atendimento do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. Noventa e nove pacientes perfizeram 118 internações. A idade foi em média 39,4 anos. A relação homem e mulher foi de 1,35:1. O tempo desde o diagnóstico até a admissão situou-se de forma mais freqüente entre 0-5 anos em 40,4% dos casos. A terapêutica anti-retroviral era usada regularmente em 56,8% das admissões. A contagem de linfócitos T CD4+ foi inferior a 200 células/mm³ em 45,7% dos pacientes. As queixas mais freqüentes foram aumento da temperatura corpórea, diarréia, tosse e dispnéia. O aparelho respiratório foi o mais acometido. As doenças oportunistas mais freqüentes foram pneumocistose, pneumonia comunitária, síndrome diarréica, e candidiase oral. A demanda de internações de pacientes com HIV representou 2,8% das admissões, com tempo médio de permanência hospitalar de 4,6 dias. Os pacientes possuíam, em sua maioria, contagem de linfócitos TCD4+ baixa, quase metade não usava a terapia anti-retroviral altamente eficaz. Houve tendência à feminização. As doenças relacionadas à AIDS continuam sendo as mais freqüentes no nosso meio.
Resumo:
Investigou-se a tuberculose quanto à apresentação clínica, desfecho de tratamento e perfil sociodemográfico dos infectados pelo vírus da imunodeficiência humana atendidos em 2003-2005 em um serviço de referência sulmatogrossense. Analisaram-se 66 prontuários de pacientes maiores de 14 anos e informações do Sistema de Informação Nacional de Agravos de Notificação para Tuberculose e do Sistema de Informações de Mortalidade. Predominaram indivíduos do sexo masculino, cor branca, pouca escolaridade e procedência do meio urbano. Identificou-se incremento da apresentação clínica extrapulmonar e sua relação com o comprometimento imunológico. Sobressaíram-se como formas de encerramento da tuberculose a cura (alcançada com acompanhamento mais longo que o previsto) e o óbito (de seis pacientes no início do tratamento da tuberculose). Observaram-se lacunas de preenchimento nas notificações de tuberculose e nos prontuários. Detectou-se a necessidade de diagnosticar precocemente a tuberculose em soropositivos para HIV, de aperfeiçoar os registros nos prontuários e de acompanhar os casos além do período recomendado, por alteração da evolução clínica da tuberculose em co-morbidade com a infecção pelo vírus da imunodeficiência adquirida.
Resumo:
A etiologia do processo diarréico na AIDS pode ser causada por vírus, bactérias, fungos, protozoários e helmintos, assim como pelo próprio HIV. Este trabalho avaliou enteropatogenos relacionados à diarréia em pacientes HIV que fazem uso de terapia anti-retroviral. Os métodos parasitológicos utilizados foram Faust, Hoffmann e Kinyoun. O isolamento e cultura dos fungos foram realizados conforme metodologia recomendada por NCCLS M27-A standard. A identificação das espécies de leveduras foi realizada através da reação em cadeia da polimerase. O isolamento de bactérias, foi feito em agar Mac Conkey e agar SS, a identificação das espécies através do Enterokit B (Probac do Brasil) e métodos bioquímicos. Foram avaliados 49 pacientes, 44,9% apresentaram enteroparasitas, 48,1% Candida sp com 61,5% Candida albicans, 7,6% Candida sp e 30,7% Candida não- albicans. Foram isoladas bactérias de 72% dos pacientes, 49% Escherichia coli, 13% Salmonella parathyphi, Klebsiella sp ou Proteus e 6% Citrobacter freundii ou Yersinia sp. Houve alta prevalência de Candida sp nos pacientes HIV com diarréia e foram isoladas espécies não albicans cuja presença pode ser entendida como cúmplice ou causa da infecção.
Resumo:
Identificar as causas de mudanças de esquemas terapêuticos no tratamento de Aids em crianças contaminadas por transmissão vertical. Estudo caso-controle, sendo o grupo controle constituído de 49 crianças que não efetuaram troca de esquema antirretroviral, e o grupo caso, de 62 crianças que já efetuaram troca de janeiro de 2000 a dezembro de 2005. Foram utilizados dados do prontuário e roteiro de entrevista semi-estruturada. A análise dos dados foi pelo programa SPSS, usado teste qui-quadrado e regressão logística. As principais causas para mudança do tratamento foram: piora virológica (48,4%), imunológica (46,6%) e clínica (35,5%) dos pacientes. O ajuste dos dados através de análise da regressão logística demonstrou que a intolerância medicamentosa foi a variável que mais contribui para a mudança da medicação (OR ajustado:79,94; IC95%:6,28-1034,55) A adesão não foi apontada como responsável pela troca de tratamento antirretroviral, esse fato foi atribuído à organização do serviço e a atuação da equipe interdisciplinar.
Resumo:
A prevalência de micose sistêmica entre 1.300 pacientes portadores de HIV/Aids de Cuiabá, Mato Grosso foi de 4,6%, no período de 2005-2008. As espécies de fungos isoladas foram o Cryptococcus neoformans (50%), Cryptococcus gattii (1,6%), Cryptococcus spp (6,6%), Histoplasma capsulatum (38,3%) e Paracoccidioides brasiliensis (3,3%). Óbito foi registrado em 32 (53,3%) pacientes, sendo a criptococose a principal causa. A contagem de linfócitos T CD4+ foi baixa e semelhante entre os pacientes que sobreviveram ou faleceram por micose sistêmica. O etilismo (OR:8,2; IC95%: 1,4-62,1; p=0,005) e o nível médio de desidrogenase lática [758 (182) U/L vs 416 (268) U/L; p<0,001] foram as características independentemente associadas ao óbito dos pacientes do estudo. Os resultados mostram alta letalidade por micoses sistêmicas em pacientes portadores de HIV/Aids de Cuiabá e sugerem que características clínico-laboratoriais tais como o etilismo e a elevação precoce da desidrogenase lática podem ser fatores relacionados ao pior prognóstico nessas condições.