949 resultados para Equador Relações Exteriores Venezuela
Resumo:
O trabalho identifica quais os fatores sistmicos e domsticos que influenciam na formulao da poltica externa brasileira para o setor financeiro, com foco no perodo posterior crise financeira de 2008. Para esse fim, a pesquisa analisa os atores domsticos que atuam no processo decisrio de formulao da poltica externa para o setor financeiro, assim como seus interesses. Os rgos federais ? nomeadamente o Ministrio da Fazenda, o Banco Central e o Ministrio das Relações Exteriores ? so os atores mais influentes nesse processo. O setor privado, apesar de dispor de capacidades polticas, delega a sua participao ao governo, assumindo uma postura reativa. Por sua vez, a sociedade civil tem pouca influncia nesse processo. O cenrio internacional tem papel de destaque nesse processo, pois restringe as aes do pas, de acordo com a posio na hierarquia de poder. Aps a estabilizao econmica brasileira e a crise que abalou os mercados do Norte, o Brasil encontra-se mais livre em sua atuao internacional. Com isso, h um processo de repolitizao da poltica externa para o setor financeiro, em que, no plano internacional, o Brasil coopera com outros pases emergentes para demandar a redistribuio de poder decisrio; e no plano domstico, atores que antes no exerciam grande influncia passam a ter.
Resumo:
A presente dissertao destina-se a analisar o processo de emergncia da identidade sul-americana, cuja primeira manifestao remonta dcada de 1990, acentuando-se aps a I Reunio de Presidentes da Amrica do Sul (2000). A imerso histrica de longa durao do primeiro captulo, que nos remete segunda dcada do sculo XIX, oferece-nos um instrumental analtico complementar ao arcabouo terico utilizado, de modo a apresentar a identidade latino-americana principal concorrente da sul-americana como elemento criado a partir de estmulos vinculados a uma conjuntura especfica. Desconstrudas supostas naturalidades identitrias, o segundo captulo concentra-se na anlise das principais iniciativas da diplomacia brasileira para a edificao dos diversos modelos de regionalismo no mbito sul-americano, destacando-se a reunio proposta por Fernando Henrique Cardoso. Ato contnuo, o terceiro captulo busca verificar as principais aes da gesto Lula da Silva para a regio, tendo em vista que esta ltima foi alada condio de prioridade da poltica externa durante seu governo. Nesse sentido, levantamos os argumentos que embasam e estruturam a identidade sul-americana na virada do sculo XX para o XXI, trazendo tona divergncias paradigmticas atinentes s agremiaes partidrias que polarizam o cenrio poltico nacional e, por conseguinte, apresentam convices distintas no que tange ao aprofundamento dessa nova vertente identitria.
Resumo:
Durante os dois mandatos presidenciais de Luiz Incio Lula da Silva (2003-2010), percebeu-se, em virtude de presses intra e extraburocrticas e de causalidades sistmicas, maior acentuao do esboroamento da histrica condio insular do Ministrio das Relações Exteriores (MRE). A participao de novos entes que no o Itamaraty na configurao da poltica externa, notadamente em seu vetor de execuo, enseja novas agendas cooperativas e processos decisrios. Atores da burocracia federal, como os ministrios, vocalizam preferncias que influenciam o jogo interburocrtico e tm o condo de estabelecer possveis pontes com a instituio diplomtica, unidade de deciso por excelncia. Na perspectiva intraburocrtica, a ascenso de corrente de ao e de pensamento dos autonomistas, frente aos institucionalistas pragmticos, permite escolhas de insero internacional como o reforo da perspectiva sul-sul, na qual se inserem as parcerias com a frica, o que indica a inexistncia de monolitismo de opinies no interior do MRE. Essa dinmica faz-se presente e necessria para o entendimento da Cooperao Brasileira para o Desenvolvimento Internacional (CBDI), tipo de Cooperao Sul-Sul (CSS) do Brasil que tem na Cooperao Tcnica, Cientfica e Tecnolgica (CTC&T) em segurana alimentar uma de suas modalidades mais atuantes e complexas. Convencionada como instrumento de poltica externa durante a ascendncia dos autonomistas, corrente influenciada por quadros do Partido dos Trabalhadores, a cooperao em segurana alimentar teve o continente africano como locus primordial de manifestao. Embasado na internacionalizao de polticas pblicas domsticas, o compartilhamento de conhecimentos nas agendas de combate fome, de combate pobreza e de desenvolvimento agrrio fenmeno tributrio da abertura da caixa preta estatal, o que ratifica o argumento de que h correlao entre nveis de anlise. As diversas iniciativas cooperativas para com parceiros da outra margem do Atlntico Sul, eivadas de componente retrico de promoo de ordem internacional menos assimtrica, donde tambm subjace a busca consecuo de interesses diretos e indiretos dos formuladores diplomticos, guardam relao com as diretrizes mais gerais da poltica externa articulada no perodo estudado nesta dissertao.
Resumo:
Este projeto de dissertao se prope a analisar a cooperao aeroespacial entre o Brasil e a Alemanha de 1969 a 2011 em trs recortes temporais: 1969 a 1989, 1990 a 2001 e 2002 a 2011. Seguindo as bases tericas de classificao da CID (Cooperao Internacional para o Desenvolvimento), e apoiada em pesquisa de campo conduzida em ambos os pases, este trabalho apresenta um novo conceito de cooperao que, at onde a pesquisa bibliogrfica aqui conduzida avaliou, constitui uma contribuio original deste trabalho: a Cooperao Complementar. A cooperao aeroespacial teuto-brasileira pouco conhecida e divulgada, embora tenha completado vigorosas quatro dcadas de exitosa existncia. A concluso de xito desta cooperao encontrou lastro em pesquisa de campo conduzida pela autora no Brasil (IAE Instituto de Aeronutica e Espao) e na Alemanha (DLR Deutsche Zentrum fr Luft- und Raumfahrt), consubstanciada por quatro entrevistas (SILVA, 2011a), (SILVA, 2011c), (SILVA, 2011d) e (SILVA, 2011e) realizadas junto a importantes representantes destes dois centros. Os conhecimentos extrados por meio destas entrevistas agregaram, no entender desta autora, importantes informaes bibliografia especfica e relativamente escassa disponvel em ambos os pases.O xito defendido nesta dissertao fundamenta-se no apenas na longevidade advinda dos 40 anos de existncia desta Cooperao, na sua capacidade de renovao e na complementaridade atingida, mas sobretudo pela consecuo dos diversos objetivos tcnico-cientficos integrantes do escopo do referido Tratado, muitos dos quais responsveis por importantes desdobramentos de tecnologias em outras reas do saber, tais como o projeto DEBRA 25 (SCHUSTER, 2011), de energia elica, e o projeto VLS (Veculo Lanador de Satlites), que utiliza como seus motores os foguetes desenvolvidos no escopo desta Cooperao.
Resumo:
A independncia do Brasil, bem como de parte significativa da Amrica Latina, ocorreu concomitantemente ao reestabelecimento da realidade poltica europeia aps a Revoluo Francesa. A Constituio brasileira de 1824, apesar de aparentar similaridades com o liberalismo francs, foi feita de forma a transformar o Brasil no modelo mais bem acabado de realidade poltica do Antigo Regime europeu. O engessamento da estrutura poltica decorria da existncia de uma elite coesa, situao que punha prova um modelo que teoricamente oferecia ao monarca o poder mximo, dada sua atribuio de alternar o grupo que estava no comando do pas. Esse processo resultou quase que na transformao do imperador em um chanceler das decises tomadas pelos membros da elite homognea. Essa dinmica poltica ocorre pari passu s tenses de modernizao que permeiam a realidade europeia do sculo XIX e que refletem o aprofundamento do capitalismo da Segunda Revoluo Industrial. O Brasil, pensado a partir do modelo do Antigo Regime europeu, encontrou no segundo reinado o ponto de inflexo a partir de iniciativas de modernizao defendidas por D. Pedro II. Esse conflito intraelite a tnica da anlise feita a partir da hiptese de que o Brasil era um membro efetivo da Sociedade de Estados europeia, percepo decorrente do compartilhamento de valores havido com os pases da Europa. Nesse espectro, constri-se uma narrativa histrica na qual a Histria da Poltica Externa Brasileira e a Histria das Relações Internacionais so desenvolvidas conjuntamente. Essa narrativa visa superar as limitaes impostas por uma noo de Histria restrita s questes de poder e disputas fronteirias. Para a consecuo desse objetivo recorreu-se a uma anlise mais detalhada das atribuies do Conselho de Estado rgo representativo da elite imperial e das atas das reunies havidas na seo de Justia e Negcios Estrangeiros. A essa anlise contraps-se aquela feita dos dirios de D. Pedro II escritos durante suas trs viagens ao Exterior (1871-1873 / 1876-1877 / 1887-1888). pela contraposio dessas duas fontes primrias que se conclui que havia projetos diferentes para o pas decorrentes de percepes diferentes sobre a realidade da Europa: se de um lado a Europa vista pela elite brasileira era aquela do Antigo Regime, D. Pedro II reconhecia os impulsos modernizantes das duas ltimas dcadas do sculo. Alguns dos quais ele tentou implementar no pas.
Resumo:
Por envolver nmero crescente de atores domsticos, a participao do Brasil na Cooperao Tcnica entre Pases em Desenvolvimento (CTPD) representa domnio privilegiado para se compreenderem oportunidades e desafios institucionalizao da Cooperao Sul-Sul nas relações exteriores do pas. Alm de contarem com competncia setorial, instituies implementadoras da CTPD brasileira passaram a reunir conhecimentos sobre pases com os quais o Brasil no mantinha ligaes histricas estreitas e contnuas, aumentando seu potencial de influncia sobre as diretrizes da poltica externa. Ao mesmo tempo, boa parte dessas instituies possui estrutura voltada para o desenvolvimento domstico, conflitando com a alocao crescente de seus recursos para a promoo do desenvolvimento internacional. Por um lado, embora a busca pelo desenvolvimento nacional seja baluarte da diplomacia brasileira, os benefcios da CTPD para o mesmo aparecem de forma difusa no discurso diplomtico. Por outro lado, agncias implementadoras passaram a desenhar estratgias para triar ou induzir demandas, alimentando divergncias com instituies decisrias e implementadoras que sustentavam vises distintas sobre o desenvolvimento e a insero internacional do Brasil. O objetivo geral desta tese entender os determinantes do envolvimento do Brasil na CTPD e os impactos da alocao crescente de recursos oficiais brasileiros para a promoo do desenvolvimento internacional sobre a formulao da poltica externa brasileira. A anlise ser aprofundada por meio de estudo dos casos de duas agncias protagonistas na CTPD brasileira: a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria (EMBRAPA) e o Servio Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Seu envolvimento na CTPD apresenta trajetria semelhante na medida em que induzido, inicialmente, por doadores tradicionais e, posteriormente, como maior nfase, pela diplomacia brasileira. Durante o Governo Lula, diante do volume crescente de demandas, EMBRAPA e SENAI, identificados tradicionalmente com modelos de desenvolvimento focados no crescimento econmico e no avano cientfico-tecnolgico, fortaleceram suas divises de Relações Internacionais e buscaram influenciar o processo decisrio da CTPD considerando lies aprendidas em campo e elementos de seus respectivos planejamentos estratgicos. No obstante, com a entrada do Governo Dilma e as novas prioridades do desenvolvimento e da poltica externa, essas instituies divergiram na avaliao da instrumentalidade da CTPD. A vertente Sul-Sul se desmobilizou no SENAI, mas continuou relevante na EMBRAPA, o que pode guardar relao com a maior competitividade do setor agrcola brasileiro e com a capacidade da EMBRAPA de mobilizar fontes alternativas de recursos humanos e financeiros para implementar aes. Porm, a polarizao entre agronegcio e agricultura familiar dentro da empresa, alimentada pela sua polarizao na sociedade brasileira e fora do pas, comprometeu o alinhamento institucional em torno do carter estratgico de sua atuao na CTPD.
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Esta dissertao analisa as diferentes imagens do Brasil construdas pela revista britnica The Economist, de forma a evidenciar como essas imagens forjaram o mito do Brasil como Pas do Futuro, contribuindo para a construo de uma identidade internacional do Pas. O marco cronolgico desta pesquisa, 1970 a 2010, corresponde a uma longa curva que demonstra a gangorra de interesse e desinteresse da qual o Brasil foi objeto. Para a consecuo dos objetivos desta dissertao foram analisadas as publicaes editadas entre os anos mencionados. Dessa forma, a dissertao tambm demonstra que os debates sobre o posicionamento do Brasil na ordem econmica internacional e sobre as perspectivas de alterao nesta ordem so travados entre as elites poltico-econmicas que, por sua vez, so os segmentos preferenciais dos leitores da The Economist.
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Em anos recentes, a temtica energtica vem sendo objeto de barganhas polticas e econmicas na Amrica do Sul. O presente trabalho visou a trazer tal temtica para as Relações Internacionais, no mbito da Integrao Regional, com nfase no papel do Brasil em suas relações internacionais com os vizinhos sul-americanos, no recorte temporal 2000-2010. Argumentou-se que o Brasil vem buscando a integrao energtica relacionada infraestrutura na Amrica do Sul com vistas promoo do seu desenvolvimento. O desenvolvimento regional est conectado com o nacional. O Brasil tambm teve como objetivo garantir a estabilidade regional. Trabalhou-se com o conceito de integrao energtica definido como a constituio de ativos comuns permanentes entre os pases. Ademais, as iniciativas dos processos integracionistas em energia foram analisadas com foco na IIRSA, iniciativa at ento indita. Posteriormente, a IIRSA foi reestruturada e incorporada UNASUL e um novo e exclusivo Conselho para assuntos energticos foi criado. A OLADE e o MERCOSUL tambm entraram no debate, de forma breve, a fim de contextualizar a energia como fator vital para o desenvolvimento regional antes dos anos 2000. Os setores potenciais para a integrao energtica sul-americana foram os de gs natural e hidroeletricidade com base na definio proposta na presente pesquisa.
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Este trabalho problematiza um tipo especfico de racionalidade que emergiu nos fins do sculo XIX e avanou no sculo XX, implicando na constituio de uma poltica mundial destinada regulamentao de determinadas substncias psicoativas. Tais prticas foram possveis em virtude de uma produo discursiva cujos enunciados mdico-sanitrios reivindicavam a interveno dos Estados Nacionais em assegurar a sade coletiva. No caso do uso de psicoativos, tais discursos fizeram emergir uma srie de tratados internacionais, leis nacionais, normas e regulaes que modificaram o comrcio e os hbitos de consumo de tais substncias, criminalizando qualquer uso que no estivesse de acordo com a legislao vigente. O recorte que esta dissertao procura fazer tem por foco analisar como esse processo se deu no Brasil, mais especificamente a partir da criao da Comisso Nacional de Fiscalizao de Entorpecentes CNFE, organizao esta de carter governamental, que aps sua criao passou a centralizar as polticas sociais sobre drogas no pas. A CNFE foi constituda por meio do Decreto-Lei n 780em 28 de abril de 1936, vinculada ao Ministrio das Relações Exteriores em conjunto com o Departamento Nacional de Sade, atravs do Servio de Fiscalizao do Exerccio Profissional. Neste caso, utilizando a documentao encontrada no Arquivo Histrico do Itamaraty, na Biblioteca de Sade Pblica da Fundao Oswaldo Cruz, Centro de Pesquisa e Documentao da Fundao Getlio Vargas, dentre outras. Procurei delimitar esta pesquisa nos primeiros dez anos de atuao da Comisso, isto , entre 1936 e 1946, para tanto, utilizo como instrumento de anlise terico-metodolgico duas noes que serviram s reflexes do pensador francs Michel Foucault; biopoltica e governamentalidade. Desta forma, procuro acionar tais noes para localizar as estratgias de poder que culminaram na governamentalizao do Estado voltadas para a gesto da vida das populaes, tendo como pano de fundo os interditos das polticas sociais sobre drogas.
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Esta dissertao analisa cinco instituies intergovernamentais na cooperao nuclear e cientfica entre Argentina e o Brasil, que em diferentes etapas evolutivas procuram o aprofundamento do dilogo entre os dois pases geradores do processo de integrao da Amrica do Sul. Tais organizaes encontram-se permeadas por condies econmicas, polticas e de avano cientfico, de ordem interno e externo, que definimos nos termos da CEPAL, como tpicas da periferia. As instituies estudadas abrangem as dcadas de 1991-2011 e analisamos como na procura por uma melhor insero internacional, elas respondem s potncias do centro: por uma parte seguindo as regras impostas e por outra na busca de algum grau de independncia. A pesquisa apresenta uma clara preocupao pelo desenvolvimento, que foi entendido pelas lideranas argentinas e brasileiras no mbito da cooperao e que oferece a possibilidade de formar blocos institucionais que forneam regio uma maior ao no sistema internacional.
Resumo:
Esta dissertao se insere na temtica mais ampla do processo recente de integrao da Amrica do Sul, caracterizado pelo fenmeno o regionalismo ps-liberal. O objetivo deste trabalho analisar os fatores polticos e econmicos que influenciaram a posio brasileira em relao ao regionalismo sul-americano na ltima dcada, mais notadamente no perodo compreendido entre os anos de 2003 e 2010. A tese aqui defendida de que a ampliao das aes para o desenvolvimento regional, a qual passa por uma mudana no modelo de regionalismo brasileiro, no fenmeno meramente conjuntural, resultante de fatores materiais (alta dos preos das commodities) ou ideacionais (chegada ao poder da corrente autonomista representada pelo governo do Partido dos Trabalhadores). Trata-se, isto sim, de um novo imperativo poltico, qual seja, a legitimao do pas no continente em um contexto em que as diferenas polticas e econmicas entre o Brasil e seus vizinhos tornam-se cada vez mais gritantes, e pelo qual far-se- necessria uma ao para a correo das assimetrias estruturais existentes na regio, da qual o Brasil ser o principal financiador. Nesse sentido, alm de descrever quantitativamente a atuao dos principais vetores de atuao do Brasil no mbito da integrao estrutural no continente (IIRSA, BNDES e FOCEM), busca-se realizar uma anlise crtica da atuao do pas Banco na regio, avaliando se, efetivamente, pode-se verificar uma rationale poltica consistente e direcionada a partir da ao dos referidos instrumentos de poltica externa.
Resumo:
Esta dissertao prope-se a estudar o modus operandi do Ministrio das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) na conduo de sua poltica cultural externa entre 1945 e 1964. A pesquisa articulou, analiticamente, os diversos fatores envolvidos, tais como os antecedentes histricos desta dimenso da poltica externa brasileira, as discusses no mbito da poltica interna do pas, os desafios e evolues pelas quais passou a cultura nacional. O contexto internacional do perodo e as aes culturais empreendidas pelo Itamaraty foram os fios condutores para a formulao da principal hiptese da dissertao: a de que o Itamaraty, a despeito de momentos de inflexo e refluxo, forjou uma slida tradio no planejamento e execuo de uma poltica cultural brasileira no exterior que, por sua vez, tornou-se elemento fundamental na construo da imagem internacional do Brasil.
Resumo:
Esta pesquisa tem como base da ideia de que a msica popular brasileira, desde a proclamao da repblica, sempre foi um importante instrumento da diplomacia cultural do pas. Nesse sentido, tentamos demonstrar as maneiras pelas quais o governo brasileiro tentou difundir externamente essa expresso cultural, as motivaes que permearam essas iniciativas e os seus resultados. Por outro lado, tentamos, tambm, analisar os processos que levaram a formao, desenvolvimento e consolidao da indstria da internacional da msica, como forma de entender os constrangimento e desafios impostos a tal poltica cultural externa brasileira. Nessa pesquisa, foi dada, ainda, um especial destaque aos governos de Lula da Silva, um perodo identificado como decisivo nos rumos da poltica cultural do pas, em funo de sua ampliao ao estmulo da produo e da difuso, interna e externa, da msica brasileira. A mudana se deu na ampliao das aes culturais do Ministrio das Relações Exteriores, mas, principalmente, do indito protagonismo do Ministrio da Cultura junto ao Itamaraty. Nesse sentido, o objetivo geral desta dissertao analisar at que ponto a msica brasileira tem uma capacidade real de se internacionalizar e, dessa forma - dentro das discusses atuais acerca do papel que a economia da cultura teria para o desenvolvimento nacional -, se converter num vetor do desenvolvimento brasileiro e da ampliao da influncia do pas no sistema internacional.
Resumo:
A presente dissertao se prope a analisar a poltica brasileira de propaganda e difuso cultural entre os anos de 1937 e 1945, isto , durante o regime autoritrio do Estado Novo. Como objetos de estudo, elegemos as atividades do Departamento de Imprensa e Propaganda e da Diviso de Cooperao Intelectual do Itamaraty, com nfase no uso dos principais veculos de comunicao da poca. De modo complementar, abordamos a influncia da Poltica de Boa Vizinhana nas Amricas e as viagens ao estrangeiro de artistas e intelectuais nacionais. Nosso objetivo provar que, nesse perodo, o Brasil desenvolveu uma poltica sistemtica de promoo da cultura nacional, visando exportar a imagem de um pas em ascenso imagem, essa, correspondente s aspiraes brasileiras de desenvolvimento e afirmao junto s grandes naes do mundo.
Resumo:
A dissertao objetiva analisar a influncia da Islamofobia no processo decisrio em poltica externa nos Estados Unidos aps a data de 11 de setembro de 2001 por meio de sua apropriao por atores sociais considerados como potencialmente influentes no referido processo. A Islamofobia ser conceituada a partir de um medo cultural que converte as culturas islmicas em uma fonte de ameaa. Alinhando-se a uma perspectiva terica que aponta para a fora criativa dos discursos, se proceder anlise de alguns discursos ilustrativos para se sugerir a construo da ideia de amea islmica, bem como as formas atravs das quais o medo inspirado por tal concepo de uma ameaa islmica alcanou as instncias decisrias em poltica externa nos Estados Unidos. Por intermdio de uma anlise de contedo que se utilizar de uma bibliografia de apoio multidisciplinar, sero abordados temas relativos problemtica de se representar as culturas, dimenso social do medo, e s diretrizes gerais da poltica externa dos Estados Unidos aps os Atentados Terroristas de 11 de Setembro, considerando que o desenvolvimento de tais questes subsidiar o alcance do objetivo principal do trabalho. Trata-se, em ltima instncia, de um estudo que busca conjugar consideraes sobre a poltica externa dos Estados Unidos com uma anlise antropolgica acerca da problemtica das culturas, expressa a partir da converso de uma cultura determinada em uma fonte de ameaa. Nesse sentido, a dissertao pode ser caracterizada como de natureza exploratria, uma vez que busca situar um tema pouco explorado no horizonte terico, sobretudo em estudos sobre poltica externa.