1000 resultados para Sociologia da Cultura, do Conhecimento e da Educação
Resumo:
Este artigo sintetiza alguns aspectos presentes no discurso pedagógico elaborado para a transmissão do conhecimento escolar, com ênfase na apropriação dos resultados produzidos pelo conhecimento científico.
Resumo:
Este trabalho procura analisar criticamente a relação entre a surdez, a linguagem e a cultura, a partir de três referenciais teóricos básicos: a história, a abordagem multiculturalista e a relação normalidade-patologia, no sentido de questionar a integração social do indivíduo surdo, buscando superar a visão dicotômica e a-histórica que centra toda sua análise na divisão do meio social entre "sociedade ouvinte" e "comunidade surda".
Resumo:
O artigo se propõe a discutir a educação das pessoas consideradas portadoras de deficiência, focalizando mais detidamente a educação dos indivíduos que apresentam seqüelas motoras. Nesse sentido, discute as possibilidades de acesso ao conhecimento sistematizado, a partir de uma contextualização histórica. Aborda a relação dos homens com o conhecimento ao mesmo tempo em que relaciona a educação com a categoria trabalho. Discute o movimento de integração das pessoas consideradas portadoras de deficiência à rede regular de ensino em meio às políticas neoliberais.
Resumo:
Neste texto discute-se o gênero como construção social que uma dada cultura estabelece em relação a homens e mulheres, mostrando que essa construção é relacional, tanto no que se refere ao outro sexo quanto a outras categorias, tais como raça, idade, classe social e habilidades motoras. Analisa as expectativas corporais em relação a meninos e meninas e suas manifestações na cultura escolar, o esporte como conteúdo genereficado da educação física e as possibilidades de intervenção docente na construção das relações entre meninos e meninas.
Resumo:
Este texto, escrito em 1995, busca colocar em questão certas compreensões quase ingênuas do que seja fazer (ou tornar) uma escola indígena. Por isso é ainda atual, quando a discussão dos currículos das escolas está em pauta. O texto aponta o desafio de se conquistar uma "escola indígena" e sugere que a educação escolar indígena faria muito (e melhor) se fosse capaz de apenas duas coisas: um bom ensino de matemática e a formação efetiva de leitores.
Resumo:
O pensamento republicano paulista, analisado neste artigo sob o aspecto da educação escolar necessária à constituição do Estado Nacional no Brasil do final do século XIX, elegeu como base fundamental para a formação do cidadão a disseminação de valores morais cujos vértices centravam-se nas categorias civilização e cultura como forma de assimilação de um ethos liberal que levaria o país ao nível de desenvolvimento da sociedade européia. Essas categorias seriam os paradigmas pelos quais se estabeleceria a identificação do indivíduo comocidadão apto a participar do Estado e portanto a constituir a nação. A veiculação desse ethos liberal, por meio dos paradigmas civilização e cultura, seria, portanto, o papel reservado à formação escolar primária, segundo os expoentes do pensamento republicano paulista entre 1870 e 1889.
Resumo:
Este artigo trata sobre o livro didático como fonte de pesquisa em História da Educação. Compreende-o como possuidor de valores que se desejou fossem transmitidos num dado momento histórico, ao mesmo tempo em que é portador de um projeto de nação a ser construído por meio da educação escolar. Entende que esse tipo de material faz parte do universo da cultura escolar residindo aí a importância da sua utilização para a compreensão das práticas escolares no interior das instituições educativas ao longo da história da educação. Tece considerações sobre sua produção e sua comercialização como elementos a considerar na sua organização.
Resumo:
No Brasil, a partir da última década do século XIX, com a organização republicana da instrução pública, observa-se o início de um movimento de escolarização das práticas de leitura e escrita e de identificação entre o processo de ensino inicial dessas práticas e a questão dos métodos. A partir de então, a cartilha vai-se consolidando como um imprescindível instrumento de concretização dos métodos propostos e, em decorrência, de configuração de determinado conteúdo de ensino, assim como de certas silenciosas, mas operantes, concepções de alfabetização, leitura, escrita e texto, cuja finalidade e utilidade se encerram nos limites da própria escola e cuja permanência se pode observar até os dias atuais. O objetivo deste artigo é, mediante análise dessas questões, problematizar a relação entre cartilha de alfabetização e cultura escolar e seus desdobramentos na história da educação e da alfabetização em nosso país.
Resumo:
Este artigo analisa as estratégias de higienização da escola elaboradas pelos médicos-higienistas, nas décadas iniciais do século XX, momento em que as exigências de universalização do ensino primário põem em cena a necessidade de configuração de uma organização pedagógica racional. Para tanto, toma-se como fonte um manual escolar, buscando-se compreender os propósitos que perpassam as prescrições higiênicas, as representações em relação à escola e a seus agentes e, ainda, a articulação entre as pautas de higienização e os objetivos de modernização pedagógica em voga no período.
Resumo:
O artigo propõe apresentar, explicar e analisar como a cultura escolar se manifestou em ambientes de instrução eclesiástica, utilizando o contexto histórico dos seminários de tradição tridentina. Sabemos que no Brasil, até meados do século XIX, não existiam seminários tridentinos para a formação do clero. Somente com a ação dos bispos ultramontanos, d. Romualdo Seixas, prelado da diocese de Salvador, d. Antônio Ferreira Viçoso, da diocese de Mariana e d. Antônio Joaquim de Melo, da diocese de São Paulo, todos eles, especialmente os dois últimos, perceberam que era quase impossível reformar o clero sem criar seminários tridentinos. Para eles, os seminários fechados, onde os internos entravam antes da puberdade, para não conhecer a maldade do mundo, sendo isolados do convívio social, era um procedimento eficaz na formação de um clero moralizado, ilustrado e ultramontano. Seguindo a compreensão de Dominique Julia (La culture scolaire comme objet historique), o principal objetivo deste artigo é entender e explicar a cultura escolar como definidora de saberes e condutas que permitiram a transmissão e a incorporação de valores no comportamento dos internos do Seminário Diocesano de Santa Maria, entre os anos de 1915 e 1919.