1000 resultados para Neoplasias penianas
Resumo:
OBJETIVO: Comparar as características clinicopatológicas de mulheres com carcinoma seroso e não seroso de ovário e identificar os fatores associados à sobrevida. MÉTODOS: Foram incluídas, neste estudo de coorte reconstituída, 152 mulheres com carcinoma de ovário, atendidas entre 1993 e 2008 e seguidas até 2010, nas quais o tipo histológico foi claramente estabelecido: 81 pacientes com carcinoma seroso e 71 pacientes com tumores não serosos (17 com carcinoma endometrioide, 44 com carcinoma mucinoso e 10 com carcinoma de células claras). Foram calculados os odds ratios (OR) brutos e os OR ajustados com os respectivos intervalos de confiança (IC95%) para as características clínicas e patológicas, comparando tumores serosos e não serosos. Foram calculados os Hazard Ratios (HR) com os respectivos IC95% em relação à sobrevida geral, para as variáveis clínicas e patológicas. RESULTADOS: Comparando os tipos seroso e não seroso, na análise univariada, os tumores serosos foram mais frequentes na pós-menopausa e eram preponderantemente carcinomas de alto grau histológico (G2 e G3), em estádios avançados, com CA125>250 U/mL e citologia peritoneal positiva. Após regressão múltipla, apenas o alto grau histológico se manteve associado com tumores serosos (OR ajustado 15,1; IC95% 2,9-77,9). Observamos 58 óbitos pela doença. O tipo histológico (seroso ou não seroso) não esteve associado com a sobrevida (HR 0,4; IC95% 0,1-1,1). Mulheres com idade de 50 anos ou menos (HR 0,4; IC95% 0,1-0,9) e aquelas que estavam em menacme (HR 0,3; IC95% 0,1-0,9) tiveram maior sobrevida quando comparadas, respectivamente, àquelas com idade acima de 50 anos e na menopausa. Carcinomas de alto grau histológico (G2 e G3) (p<0,01), estádio II a IV (p<0,008) e citologia peritoneal positiva (p<0,001) estiveram significativamente relacionados com pior prognóstico. O nível sérico de CA125 e a presença de ascite não se relacionaram com a sobrevida. A sobrevida foi menor quando a doença foi diagnosticada em estágios II a IV em comparação àquela das mulheres diagnosticadas no estádio I (log-rank p<0,01) independentemente do tipo histológico (seroso ou não seroso). CONCLUSÕES: A proporção de carcinomas de alto grau histológico (G2 ou G3) foi significativamente maior entre os carcinomas serosos comparados com não serosos. O tipo histológico seroso ou não seroso não esteve associado à sobrevida total.
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OBJETIVO: Verificar se as mulheres com atipias de significado indeterminado e lesões precursoras ou invasivas do colo do útero foram encaminhadas para uma Unidade de Média Complexidade (UMC) conforme as condutas recomendadas pelo do Ministério da Saúde. MÉTODOS: Estudo retrospectivo com base nos resultados dos exames citopatológicos de mulheres usuárias do Sistema Único de Saúde, atendidas nas Unidades de Atenção Básica de Saúde (UABS), encaminhadas para a UMC do município de Goiânia (GO) no período de 2005 a 2006. Foram analisados 832 prontuários seguindo-se como padrão de avaliação as recomendações do Ministério da Saúde expostas na Nomenclatura Brasileira para Laudos Cervicais e Condutas Clínicas Preconizadas. Para verificar a distribuição das variáveis motivos de encaminhamento, resultados dos exames colposcópicos e histopatológicos, e condutas clínicas utilizou-se o cálculo de frequências absolutas e relativas, média, valores mínimo e máximo. RESULTADOS: Observou-se que 72,7% dos encaminhamentos não estavam em conformidade com as recomendações do MS. Das 605 mulheres com resultados classificados como células escamosas atípicas de significado indeterminado, possivelmente não neoplásicas, e lesão intraepitelial de baixo grau encaminhadas à UMC, 71,8% foram submetidas à colposcopia e 64,7% submetidas a exames histopatológicos cujos resultados foram classificados como sem neoplasias em 31,0% e NIC I em 44,6%. Das 211 mulheres com resultados classificados como lesões escamosas mais graves, 86,3% foram submetidas à colposcopia e destas 68,7% a exames histopatológicos. CONCLUSÕES: Os resultados deste estudo mostraram elevada frequência de encaminhamentos inadequados para Unidade de atendimento secundário, o que demandou alto percentual de procedimentos desnecessários. As recomendações do MS foram seguidas pelas Unidades secundárias e a maioria das mulheres recebeu orientação/tratamento preconizados.
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OBJETIVO: Analisar a concordância de diagnósticos citopatológicos de laboratórios credenciados e os verificados no monitoramento. MÉTODOS: Foram calculados o coeficiente de concordância global e o coeficiente Kappa de Cohen de uma amostra de conveniência dos exames selecionados mensalmente pelo Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero (SISCOLO) para monitoramento externo da qualidade (MEQ) dos 15 laboratórios que realizaram exames citopatológicos para o SUS entre 2002 e 2011 no Estado do Mato Grosso do Sul (região central do Brasil). A comparação entre os valores de concordância (coeficiente de concordância global e coeficiente Kappa) dos anos inicial e final foi computada por meio da variação absoluta (delta) e variação percentual relativa (VPR). RESULTADOS: Foram encaminhadas para releitura 15.989 esfregaços, dos quais 48,1% apresentavam laudo normal/alteração benigna, seguidos de atipia/lesão de baixo grau (36,3%), lesão de alto grau/carcinoma/adenocarcinoma (4,2%) e insatisfatórios para leitura (11,4%). O coeficiente de concordância global oscilou entre 0,2 e 1,0, sendo que o valor mediano passou de 0,7 em 2002 para 1,0 em 2011 (VPR=+36,6%). Nesse mesmo período, os valores medianos do coeficiente Kappa aumentaram de 0,5 para 0,9 (VPR=+80,8%). CONCLUSÕES: Conclui-se pela exequibilidade do MEQ dos exames citopatológicos na esfera estadual e que sua implementação resulta em melhoria nos diagnósticos realizados na rede SUS.
Fatores associados à utilização do teste de Papanicolaou entre mulheres idosas no interior do Brasil
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OBJETIVOS: Verificar a cobertura, pelo teste de Papanicolaou, de idosas e os fatores associados. MÉTODOS: Foi desenvolvido um estudo de base populacional com inquérito domiciliar. Os critérios de inclusão foram mulheres com 60 anos de idade ou mais, com residência na zona norte do município de Juiz de Fora, com independência para responder ao questionário ou que dispusessem de informante. A entrevista foi composta por questões sociodemográficas, referentes ao estado geral de saúde das idosas, e sobre a prática preventiva em saúde da mulher. A seleção se deu por amostragem aleatória estratificada e conglomerada em múltiplos estágios. Para a análise dos fatores de associação, elaborou-se um modelo teórico com três blocos hierarquizados de variáveis, ajustadas entre si em cada um deles. As variáveis que obtiveram nível de significância menor ou igual a 0,2 foram incluídas no modelo de regressão de Poisson e ajustadas ao nível superior ao seu (p<0,1). RESULTADOS: A submissão ao Papanicolaou foi de 84,1% (IC95% 79,0-88,4). A partir da regressão multivariada, três variáveis permaneceram associadas ao acesso ao teste de Papanicolaou: a situação conjugal "sem companheiro" (idosas solteiras, viúvas, separadas e divorciadas), a independência para execução das Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVDs) e a adesão ao exame de mamografia. Na análise interblocos estas variáveis continuaram significativamente associadas à de desfecho, e a independência para as AIVDs apresentou o mais alto poder de associação. CONCLUSÕES: Entre as idosas que compuseram a amostra estudada, observou-se variação acerca da utilização do teste de Papanicolaou. Uma adequação das políticas públicas de saúde em prol da formulação de diretrizes que priorizem o atendimento preventivo em caráter universal pode ser uma alternativa para solucionar as disparidades encontradas.
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OBJETIVOS: Avaliar a qualidade de vida em mulheres sobreviventes de câncer de mama e comparar com mulheres saudáveis pareadas por idade. MÉTODOS: Estudo transversal com uma amostra de 199 pacientes sobreviventes de câncer de mama, incluídas consecutivamente um ano ou mais após o diagnóstico. As pacientes haviam sido tratadas em dois grandes hospitais. Essas pacientes foram comparadas com um grupo de mulheres saudáveis, pareadas por idade com as pacientes, composto por funcionárias e voluntárias dos dois hospitais. A avaliação da qualidade de vida foi realizada através do World Health Organization Quality of Life Questionnaire, version bref (WHOQOL-bref), e foram obtidos dados socioeconômicos, clínicos e do tratamento. Os testes estatísticos utilizados foram do χ² e modelo linear generalizado. Foi adotado o nível de significância de 5%. RESULTADOS: As sobreviventes de câncer de mama tinham média de idade de 54,4 anos (DP=10,4) e tempo médio de diagnóstico de 5,0 anos (DP=4,6). As pacientes sobreviventes relataram piores avaliações de qualidade de vida geral (p<0,001) e para os domínios físico (p<0,05), psicológico (p=0,002) e meio ambiente (p=0,02) em relação às mulheres saudáveis, após controle para potenciais variáveis de confusão. Não houve diferença significativa para o domínio relações sociais (p=0,9). CONCLUSÕES: Muitas pacientes sobreviventes de câncer de mama experimentaram piores avaliações na qualidade de vida quando comparadas às mulheres saudáveis. Esses resultados podem ser úteis para estabelecer estratégias para melhorar a qualidade de vida de mulheres com câncer de mama.
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A pesquisa do linfonodo sentinela constitui tratamento padrão para pacientes portadoras de câncer de mama e axila clinicamente negativa. A presença do linfonodo sentinela (LS) extra-axilar e intramamário (IM) ocorre em até 2,6% dos casos, e na presença do LS IM metastático, a positividade axilar pode alcançar até 81%. Na associação do LS IM metastático ao LS axilar não metastático, não há conduta padronizada, visto um limitado número de casos descritos. Adicionamos dois casos à literatura, observando, em um deles, a presença de doença metastática axilar na linfadenectomia complementar. A utilização de nomograma demonstrou que o risco de doença metastática axilar era inferior a 10%, e a adição destes casos à literatura mostrou que, nesta situação, a taxa de doença metastática axilar é de 6,25%. Discutimos os prós e contras da linfadenectomia axilar complementar nesta situação.
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OBJETIVO: Avaliar a associação entre sintomas clínicos e malignidade em mulheres com tumores anexiais, submetidas à cirurgia. MÉTODOS: Estudo de corte transversal com coleta prospectiva, no qual foram incluídas 105 mulheres, atendidas em um hospital de ensino do Estado de São Paulo de novembro de 2009 a março de 2011, devido ao tumor anexial e à indicação de laparotomia/laparoscopia. Todas foram submetidas a uma entrevista estruturada sobre a ocorrência de 18 sintomas associados ao câncer de ovário. A entrevista incluiu gravidade, frequência e duração dos sintomas nos 12 meses prévios à primeira consulta. Também foram avaliados os níveis de CA125 e a classificação ultrassonográfica. Foi calculada para cada sintoma a razão de prevalência com intervalo de confiança de 95%. O padrão-ouro foi o resultado do exame anatomopatológico das peças cirúrgicas. RESULTADOS: Das 105 mulheres incluídas, 75 (71,4%) apresentaram tumores benignos e 30 (28,6%), malignos. Em mulheres com tumores malignos, os sintomas foram mais frequentes, dentre eles: inchaço abdominal (70%), aumento do volume abdominal (67%), dor pélvica (60%), irregularidade menstrual (60%), empachamento (53%), dor abdominal (50%), dor nas costas (50%) e saciedade precoce (50%). As mulheres com tumores benignos apresentaram essencialmente dor pélvica (61%), irregularidade menstrual (61%) e inchaço abdominal (47%). Os sintomas significativamente associados com malignidade foram: sensação de inchaço abdominal (RP=2,0; IC95% 1,01 - 3,94), aumento objetivo do volume abdominal (RP=2,16; IC95% 1,12 - 4,16), dor nas costas (RP=1,97; IC95% 1,09 - 3,55), empachamento (RP=2,25; IC95% 1,25 - 4,07), saciedade precoce (RP=2,06; IC95% 1,14 - 3,70), massa abdominal (RP=1,83; IC95% 1,01 - 3,30), dificuldade para deglutir (RP=1,98; IC95% 1,10 - 3,56) e sangramento pós-menopausa (RP=2,91; IC95% 1,55 - 5,44). A presença de dor pélvica, constipação, dispareunia, fadiga, dor abdominal, náusea e/ou vômito, irregularidade menstrual, perda de peso, diarreia e sinusorragia foram semelhantes nos dois grupos. CONCLUSÕES: Em mulheres com tumores anexiais com indicação cirúrgica, a avaliação pré-operatória dos sintomas pode auxiliar na predição da malignidade.
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OBJETIVO: Determinar a prevalência e identificar fatores associados ao não rastreamento voluntário para citopatológico (CP) de colo uterino entre puérperas em Rio Grande (RS). MÉTODOS: Entrevistadores previamente treinados aplicaram questionário padronizado, ainda na maternidade, em busca de informações sobre características demográficas da gestante, nível socioeconômico da família e tipo de assistência recebida durante o pré-natal para todas aquelas residentes nesse município que tiveram filhos entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2010. Foram utilizados o teste do χ² para comparar proporções e a regressão de Poisson com ajuste robusto da variância na análise multivariável. RESULTADOS: Dentre as 2.288 entrevistadas, 33% não se submeteram ao CP de colo uterino. Destas, dois terços disseram desconhecer a necessidade de realizá-lo, 18% não fizeram este exame por medo ou vergonha e as demais por outras razões. Após ajuste para diversos fatores de confusão, as maiores razões de prevalência (RP) para não buscar por CP ocorreram entre aquelas de menor idade (RP=1,5; IC95% 1,25 - 1,80) e escolaridade (RP=1,5; IC95% 1,12 - 2,12), que viviam sem companheiro (RP=1,4; IC95% 1,24 - 1,62), fumantes (RP=1,2; IC95% 1,07 - 1,39), que não planejaram a gravidez (RP=1,3; IC95% 1,21 - 1,61), que completaram menos de seis consultas durante pré-natal (RP=1,4; IC95% 1,32 - 1,69) e usuárias de contraceptivo oral (RP=1,2; IC95% 1,04 - 1,38). CONCLUSÕES: Quanto maior o risco para câncer de colo uterino, menor a probabilidade de a gestante se submeter ao CP de colo uterino. Isso, certamente, tem contribuído para o aumento da morbimortalidade por esta doença nesta localidade.
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OBJETIVO: Avaliar a ocorrência de síndrome metabólica (SM) em mulheres na pós-menopausa tratadas de câncer de mama. MÉTODOS: Estudo clínico, transversal, com 158 mulheres na pós-menopausa (amenorreia >12 meses e idade ≥45 anos) tratadas de câncer de mama e livres de doença há pelo menos cinco anos. Por meio de entrevista foram coletados dados clínicos e avaliados o índice de massa corpórea (IMC) e a circunferência da cintura (CC). Na análise bioquímica foram solicitadas dosagens de colesterol total (CT), HDL, LDL, triglicerídeos (TG), glicemia, insulina e proteína C-reativa (PCR). Foram consideradas com SM as mulheres que apresentaram três ou mais critérios diagnósticos: CC>88 cm; TG≥150 mg/dL; HDL colesterol <50 mg/dL; pressão arterial≥130/85 mmHg; glicemia de jejum≥100 mg/dL. Para análise estatística foram empregados o teste t de Student e o teste do χ2. RESULTADOS: A média de idade das pacientes foi de 63,1±8,6 anos, com tempo médio de seguimento de 9,1±4,0 anos. A SM foi diagnosticada em 48,1% (76/158) e entre os critérios diagnósticos, o mais prevalente foi obesidade abdominal (CC>88 cm) afetando 54,4% (86/158) das mulheres. As pacientes sem SM tiveram maior tempo de seguimento quando comparadas àquelas com SM (p<0,05). Em relação ao IMC atual, aquelas sem SM eram em média sobrepeso e aquelas com SM eram obesas (p<0,05). Entre estas, na comparação entre o IMC no momento do diagnóstico do câncer e o atual foi observado ganho significativo de peso (27,8±5,4 versus 33,4±5,4 kg/m²) (p<0,05). O valor médio de PCR foi superior nas mulheres com SM (p<0.05). Na comparação das características tumorais e tratamentos oncológicos não houve diferença significativa entre as mulheres com e sem SM. CONCLUSÃO: Mulheres na pós-menopausa tratadas de câncer de mama têm elevado risco de desenvolver síndrome metabólica e obesidade central.
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OBJETIVO: Compreender a vida sexual e reprodutiva de mulheres tratadas de câncer de mama. MÉTODOS: Foram entrevistadas 139 mulheres com diagnóstico há pelo menos seis meses, selecionadas aleatoriamente em um serviço de reabilitação. As entrevistas foram feitas entre 2006 e 2010. Todas eram usuárias do SUS, pacientes de um hospital regional e moradoras da região DRS XIII-Ribeirão Preto, Estado de São Paulo. As entrevistadas foram visitadas em seu domicílio onde foi aplicado um questionário face a face que abordava questões relativas às características sociodemográficas, da doença e da vida reprodutiva e sexual, para esta última aplicou-se o instrumento Índice de Função Sexual Feminina (IFSF). A análise estatística incluiu o teste do χ², o teste exato de Fisher e o teste t de Student, análise multivariada por regressão logística e análise fatorial e alfa de Cronbach. RESULTADOS: A maioria teve entre 2 e 3 filhos e 80% utilizaram algum método anticoncepcional. Cerca de metade das mulheres tiveram relação sexual no último mês, 45,3% interromperam as relações sexuais durante o tratamento e 25,9% não interromperam. Houve relato de diminuição da frequência sexual, embora metade das entrevistadas tenha retomado a vida sexual nos primeiros seis meses após o tratamento. Pouco mais de metade apresentou insatisfação sexual. Encontrou-se vida sexual ativa associada à idade menor que 40 anos e a ter parceiro. Não foi encontrada associação entre vida sexual ativa e ao diagnóstico e tipos de tratamento. CONCLUSÃO: A atividade sexual de mulheres tratadas para câncer de mama não está associada aos tratamentos, mas à idade e à oportunidade de ter sexo.
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OBJETIVO: Avaliar as alterações do sistema venoso axilo-subclávio e do sistema linfático em mulheres com linfedema após linfadenectomia axilar para o tratamento do câncer de mama. MÉTODOS: Trata-se de um estudo de série de casos, envolvendo 11 mulheres com linfedema unilateral de membro superior após linfadenectomia axilar para o tratamento do câncer de mama. O estudo foi realizado em hospital universitário do Brasil Central no período compreendido entre os meses de março de 2010 e março de 2011. Avaliou-se a presença de alterações venosas nas veias subclávia e axilar, por meio do exame de ultrassonografia com dopplervelocimetria, e de alterações linfáticas, pela linfocintilografia, em ambos os membros superiores. O teste Exato de Fisher foi utilizado na comparação entre os membros. RESULTADOS: No membro superior com linfedema, detectou-se diferença significativa na veia subclávia, em relação ao membro contralateral, quanto ao volume do fluxo (p<0,001), sendo que 54,6% das mulheres apresentaram fluxo aumentado. Já, na veia axilar, 45,4% apresentaram fluxo aumentado e 45,4% reduzido, com diferença significante (p<0,01) na comparação entre os membros. Também foram observadas alterações linfáticas significativas (p<0,05), em relação ao membro contralateral, representadas pelo trajeto do vaso (não visibilizado), número de vasos linfáticos (nenhum), linfonodos axilares (ausentes) e refluxo dérmico (presente). No membro superior contralateral sem linfedema, não foram encontradas alterações venosas ou linfáticas. CONCLUSÃO: As mulheres submetidas à linfadenectomia axilar para o tratamento do câncer de mama apresentam tanto alterações venosas quanto linfáticas no membro superior com linfedema.
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OBJETIVO: Avaliar a postura corporal de mulheres submetidas ao tratamento por câncer de mama, identificar as alterações posturais nos três primeiros meses após a cirurgia e investigar a correlação desses achados com a idade da mulher, o tipo e o lado da cirurgia. MÉTODOS: Estudo longitudinal que acompanhou a evolução postural de 39 mulheres submetidas à mastectomia e quadrantectomia. A avaliação postural foi realizada nas vistas anterior e posterior com uso da biofotogrametria antes da cirurgia, após a retirada do dreno e três meses depois da cirurgia. A análise estatística foi realizada através de testes paramétricos e não paramétricos, considerando nível de significância p<0,05. RESULTADOS: A média de idade das mulheres foi 50±10,5 anos; 48,8% foram tratadas com mastectomia sendo que em 61,5% a neoplasia era na mama esquerda. Não houve diferença significante nos ângulos posturais medidos nas mulheres no período estudado. Porém, a pelve e o tronco das mulheres tratadas com quadrantectomia mostraram mais alinhamento (90°) quando comparados aos das mastectomizadas (91,3°); mulheres com cirurgia na mama esquerda apresentaram elevação do ombro e inclinação do tronco homolateral à cirurgia em curto prazo. CONCLUSÃO: As alterações posturais apresentaram correlação com o tipo e o lado da cirurgia. O seguimento desse grupo, após término do tratamento, é necessário para esclarecer alterações posturais a longo prazo.
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OBJETIVO: Estimar a prevalência e identificar fatores associados ao exame citopatológico do colo do útero em atraso (realizado há mais de três anos) entre mães com filhos menores de dois anos de idade que frequentaram o exame pré-natal. MÉTODOS: Estudo transversal, de base populacional, com inquérito domiciliar. Os critérios de inclusão foram: mulheres com filhos menores de dois anos, residentes na Zona Norte do município de Juiz de Fora (MG), na data da entrevista. Utilizou-se amostragem complexa com estratificação e conglomeração. Aplicou-se um questionário que abordou questões demográficas e socioeconômicas, além de informações sobre o pré-natal e as práticas de prevenção do câncer do colo do útero. Para análise estatística dos fatores associados, foi utilizado o teste do χ² e, posteriormente, o modelo de regressão logística com as variáveis que apresentaram nível de significância menor ou igual a 0,05 na análise bivariada. RESULTADOS: Encontrou-se uma prevalência de exame em atraso de 26,6% (IC95% 21,3 - 32,6), incluindo as mulheres que nunca se submeteram ao exame citopatológico (CP) do colo do útero anteriormente. As variáveis com associação significativa à não submissão ao exame no prazo estipulado foram: estado civil casada (OR 0,5; IC95% 0,2 - 0,9) e separada/viúva (OR 0,1; IC95% 0,02 - 0,8), ter se submetido ao exame ginecológico no pré-natal (OR 0,3; IC95% 0,1 - 0,6) e número de consultas pré-natal (OR 0,09; IC95% 0,03 - 0,25 para mais de 11 consultas), todos fatores de proteção. CONCLUSÕES: A prevalência de exame citopatológico atualizado está ligeiramente abaixo do indicado pela Organização Mundial da Saúde. Além disso, o fato de ter frequentado o pré-natal não foi determinante para garantir a realização do exame citopatológico segundo periodicidade recomendada.
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O tumor estromal esclerosante de ovário é uma neoplasia benigna extremamente rara, mais frequente em mulheres jovens e sem sintomas específicos na maioria dos casos. Menos de 150 casos foram descritos, dos quais 8 diagnosticados durante a gestação. Neste relato, documentamos a associação entre tumor estromal esclerosante de ovário, síndrome de Meigs e elevação dos níveis de CA-125 em gravidez a termo.
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OBJETIVO: Analisar o tempo desde o primeiro sintoma até o tratamento de pacientes tratadas para o câncer de mama em hospitais públicos do Distrito Federal, no Brasil Central. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal analítico. Foram entrevistadas 250 mulheres com diagnóstico de câncer de mama tratadas em 6 hospitais da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (Brasil) no período de novembro de 2009 a janeiro de 2011. Os intervalos de tempo estudados foram o período entre a detecção do sintoma e o tratamento, subdividido nos intervalos até a primeira consulta e após. As outras variáveis analisadas foram: a idade, o estado menopausal, a cor, o nível de escolaridade, a renda familiar média mensal, a procedência, o motivo da primeira consulta, o estadiamento, o tamanho do tumor, a lateralidade, a metástase para linfonodos axilares, a realização de quimioterapia neoadjuvante e o tipo de cirurgia. Para verificar a associação das variáveis com os intervalos de tempo até o tratamento, foi utilizado o teste de Mann-Whitney. RESULTADOS: A média de idade foi de 52 anos, predominando mulheres brancas (57,6%), residentes no Distrito Federal (62,4%), com renda familiar de até dois salários mínimos (78%), que estudaram por até 4 anos (52,4%). O estadiamento da doença em 78,8% das mulheres variou de II a IV. O tempo entre o primeiro sintoma e o tratamento foi de 229 dias (mediana). Após a detecção do primeiro sintoma, 52,9% das mulheres compareceram a uma consulta em até 30 dias e 88,8% tiveram demora de mais de 90 dias para iniciar o tratamento. As mulheres com nível primário de escolaridade apresentaram maior atraso para início do tratamento (p=0,04). CONCLUSÕES: Houve um importante atraso para iniciar o tratamento das mulheres com câncer de mama em hospitais públicos do Distrito Federal sugerindo que esforços devem ser feitos para a redução dos tempos necessários para agendar a consulta médica, diagnosticar e tratar essas pacientes.