999 resultados para Livro do desassossego
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Observada pelo ângulo da continuidade com que desde sempre o texto herbertiano se deu a ler, A Morte sem Mestre corresponde, à partida, a um ponto extremo: o da forçada interrupção de um corpo pela brutal emergência do fim, a liquidação da sua biologia. O livro, ele mesmo, constitui como tal um lugar-limite que acolhe um pensamento-limite e sobre o limite, lugar e pensamento que tendem assim a um inevitável fora de cena, a um radical impudor que é também afirmação de um impoder. Se o lermos sobre o traço do tempo, como aqui nos propomos fazer, na extremidade 'ad quem' do itinerário orgânico da escrita herbertiana, como etapa seguinte de um trajeto de irrevogável corrupção e ruína, provavelmente - e num sentido estritamente demoníaco-, A Morte sem Mestre não poderia deixar de ser o que é: mais do que esse objeto estranho que chocou a crítica, um objeto desastroso, 'exemplum' perfeitamente imperfeito de uma espécie de corpo-desastre que se apresenta como postergação (calculada?) do fulgor poético, assumindo essa «tarefa prostitucional da poesia» que legitimamente lhe apontou António Guerreiro (2014), colocando-a sob a presumível égide de Sade ou de Bataille.
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A autora desenvolve uma reflexão sobre a concepção de Foucault em relação ao "dispositivo da sexualidade" apresentada no livro "Microfísica do Poder". Busca resgatar, através dessa literatura clássica, uma visão histórico-social da prática de enfermagem, tendo em vista a racionalidade atual que deprecia a afetividade nas relações pessoais ao supervalorizar a virilidade masculina, tornando o prazer um bem de consumo e um fim em si mesmo.
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Estudo descritivo exploratório com abordagem quantitativa, cujo objetivo principal é apresentar o número de pacientes grandes queimados vítimas de explosão da garrafa plástica de álcool, que foram atendidos pela equipe de enfermagem, em um hospital de referência para este tratamento na cidade do Rio de Janeiro, nos anos de 2000 a 2002. Os dados foram extraídos do livro de atendimento de enfermagem do referido nosocômio. Os autores enfatizam que os meios de comunicação tratam o evento como "queimadura por álcool", não como na realidade se apresenta: "queimadura por explosão", considerando-se que a garrafa plástica de álcool é uma bomba em potencial, e suas vítimas assemelham-se aos queimados de guerra. Concluiu-se que muitos sofrimentos poderiam ser evitados por meio de uma comunicação efetiva, clara, e, acima de tudo, responsável.
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Este artigo consiste em uma revisão narrativa com o objetivo de identificar a produção científica brasileira relacionada ao processo assistencial e aos resultados maternos e perinatais em centro de parto normal (CPN). As publicações foram recuperadas nas bases de dados e portais de periódicos PubMed/MEDLINE, CINAHAL, SciELO e REVENF. Incluíram-se, também, publicação em livro e produção não publicada de grupo de pesquisa. Foram selecionados oito estudos do tipo descritivo, dois transversais e dois casos-controle, realizados com 5.407 mulheres e 5.395 recém-nascidos, divulgados entre 2005 e 2009. Os estudos analisaram variáveis sócio-demográficas e obstétricas, práticas na assistência ao parto e nascimento e remoções maternas e neonatais para o hospital. A produção científica sobre CPN apresenta dados da última década, relativos a sete serviços. São, principalmente, estudos descritivos, com foco nas práticas obstétricas e nos resultados maternos, com ênfase menor na assistência neonatal.
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Contient : 1 Recueil de généalogies portugaises ; 2 Recueil de généalogies extraites "de hum livro de Nunalvares Pereira" ; 3 Recueil de généalogies : "Estos linages que se siguen se copiaron de un libro de Alonsso Lopez de Haro de los linages de Portugal, y, por lo que dize en el de los Pimenteles, parece se le dio Nunalbarez Pereyra." ; 4 "Desçendencia dos Teives feita por D. Belchor de Teive." ; 5 Notes sur divers membres de la famille de Mello ou Merlo ; 6 "Familia y quadrilla de Blasco Ximeno." Cette généalogie se termine par une notice sur D. Gomez d'Avila y Toledo, deuxième marquis de Velada ; 7 "Linhagem dos de Castelbranco, recopilada por Dom Manoel de Castelbranco, conde de Villanova." ; 8 Notes généalogiques sur les familles Pinheiro, Manoel et Tserclaes ; 9 "Memoria dos titulos que os reis de Portugal criarão de novo neste reyno," de João Ier à Philippe III ; 10 "Los grandes y titulos de Castilla." ; 11 "Visoreys e governadores da India." ; 12 Notes généalogiques sur les Souza et les Maldonado ; 13 "Adiantados que ouve em Portugal." ; 14 "Epitaphios que estão no mosteiro de S. Antonio da Castanheyra." ; 15-34 Documents relatifs à la prise de la ville de Salvador (Bahia, Brésil) par les hollandais (1624) et à la reprise par l'armée hispano-portugaise (1625) ; 15 "Lista dos navios, capitaes d'elles e soldados, fidalgos e nobres que se embarcarão e partirão ao soccorro da Bahia, a 21 de novembro de 1624, sendo capitão geral d'esta armada don Manoel de Meneses." ; 16 "Relaçaõ do dinheiro e cousas reduzidas a elle com que este reyno servio a Sua Magd na ocasiaõ do apresto da armada para o socorro da Bahia no Brasil, que vae ao todo noventa e tres contos coatrocentos e hum mil." 1624 ; 17 "Relaçaõ da armada que partio de Lisbóa em socorro da Bahia e do susseço que teve." ; 18 "Carta para hum fidalgo recidente na corte de Madrid, em que brevemente se relata o corpo principal de toda a armada, que d'este porto de Lixboa salio para a empreza da Bahya, aos 23 de novembro de 1624." Lisbonne, 12 décembre 1624 ; 19 "Relaçaõ das armadas de Sua Magde do dia em que chegaraõ a Bahia e do que se tem feito na expugnaçaõ do enemigo, desde 29 de março que foi vespera de Pascoa, em que deraõ fundo na dita Baia as armadas, ate 22 abril, em que se mandou a Pernambuco o papel de que se tirou esta rellaçaõ, a qual mandaraõ os governadores de Portugal a Sua Magde." 1625 ; 20 "Relaçion de Lorenço Perez Carballo de lo que pasa en la Baya, de quinçe de abril de 1625." ; 21 "Copia da carta que dom Manoel de Menezes, capitaõ mor da armada da esquadra de Portugal, escreveo a S. Mgde, da Bahia, dando conta do que succedeo nella, desde 29 de março te 12 de mayo de 1625." ; 22 "Relaçaõ de que o capitaõ don Manoel de Meneses faz mençaõ na sua carta atraz." 1625 ; 23 "Discurso breve del suçeso que han tenido las armas de su Magd en la jornada del Brasil, desde que salieron de España asta la rrestauraçion de la çiudad de San Salvador, que tomaron los Olandeses en diez de mayo del año pasado de mill y seisçientos y veinte y quatro... Fecha en diez de mayo de mill y seisçientos y veinte y cinco." ; 24 "Copia de las cartas y respuestas que ubo de parte de los Olandeses y Don Fadrique de Toledo Ossorio, desde 28 de abril [1625] hasta 30 que se rindio la plaza" de San Salvador ; 25 "Capitulos conspirados por el sor Coronel y los del Conssejo en la Baya para ofreçer a su Exa Don Fadrique de Toledo, general por su Mgd d'España." 29 et 30 avril 1625 ; 26" Relacion del viaje y sucesso de la Armada que por mandado de su Magestad partio al Brasil, a echar de alli los enemigos que lo ocupavam. Francisco de Avendaño y Vilela. En Sevilla por Francisco de Lyra, año de 1625." ; 27 "Relaçion de la jornada que ba haziendo la armada real a las partes del Brasil, que salio de la baya de Cadiz, martes á catorze de henero de seiscientos y veinte y cinco." ; 28 État-major des tercios de D. Juan de Orellana et D. Pedro Osorio et du tercio de Naples du marquis de Torrecusso, embarqués à Cadix pour le Brésil, le 14 janvier 1625 ; 29 "Brevis, succinta ac vera narratio expeditionis illius, quam quidam mercatores sub auspiciis et autoritate illustrium D. D. ordinum Holandiae, Zelandiae, etc. suseperunt in Brasilium, anno 1623." ; 30 Relation de combats entre Portugais et Hollandais sur les côtes du Brésil ; 31 Notes généalogiques sur les familles Costa, Correa de Moura et Moreno, communiquées au compilateur du recueil par D. Luis Lobo et D. Antonio Correa Barem ; 32 "Relaçaõ do que o capitaõ Francisco de Padilha fes en quanto andou nos asaltos ate a vinda da armada." 1624 ; 33 Relation de l'attaque de Sam Bento au Brésil, en 1625 ; 34 Relation de l'expédition des flottes espagnole et portugaise au Brésil et de la prise de San Salvador. 1625
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O Serviço de Emergência Psiquiátrica em Hospital Geral (SEPHG) é uma proposta articulada com o movimento da reforma psiquiátrica. Objetivou-se caracterizar os clientes com sofrimento psíquico assistidos no SEPHG Dr. Estevam, em Sobral-CE. Este é um estudo do tipo documental, com abordagem quantitativa, envolvendo 191 clientes atendidos no SEPHG no período de janeiro a dezembro de 2007. Os dados foram coletados a partir de um livro de registro, cujas informações nele contidas foram retiradas dos prontuários dos clientes. Observou-se predomínio de pacientes do sexo masculino (70,15%), com idade entre 30-49 anos (48,71%) e solteiros (74,86%). A maioria era proveniente da cidade de Sobral (69,64 %). Em 42,40% dos casos, o diagnóstico foi transtorno do uso de álcool. Grande parte da clientela (66,50%) deu entrada no serviço por demanda espontânea. Após avaliação do SEPHG, 43,45% desses clientes foram encaminhados ao CAPS-ad. Pelos resultados, depreende-se o quão imprescindíveis são os serviços de saúde mental.
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Na Universidade de Cabo Verde (UniCV) o registo de entrada saída, faltas e marcação de férias são processos que ainda são feitos num livro de ponto manualmente e sem qualquer controlo rígido e efectivo. Este factor torna difícil o seu controlo por parte dos Recursos Humanos, seja em tempo real ou de forma periódica. O objectivo desta tese foi modelar e propor um protótipo de um sistema de informação que permitisse a informatização do registo de assiduidade e permitisse também a gestão dos períodos de férias sob a forma de portal Web. Apoiada na análise do Sistema de Registo de Assiduidade (SRA) da Universidade de Aveiro e das soluções existentes comercialmente foi feita uma análise e modelação do processo tendo em vista a evolução do sistema actual. O resultado foi um modelo de sistema de apoio à assiduidade que para além de integrar requisitos doutros sistemas (e.g. SRA) incorporou os requisitos essenciais relacionados com vários constrangimentos existentes actualmente. De forma a ilustrar as utilizações principais de um possível sistema de apoio à assiduidade para a UniCV foi implementado um protótipo. O protótipo, conforme expectável, não é um sistema pronto a entrar em produção mas pode constituir um bom suporte a uma eventual solução desenvolvida com este fim para a UniCV.
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Na Universidade de Cabo Verde (UniCV) o registo de entrada saída, faltas e marcação de férias são processos que ainda são feitos num livro de ponto manualmente e sem qualquer controlo rígido e efectivo. Este factor torna difícil o seu controlo por parte dos Recursos Humanos, seja em tempo real ou de forma periódica. O objectivo desta tese foi modelar e propor um protótipo de um sistema de informação que permitisse a informatização do registo de assiduidade e permitisse também a gestão dos períodos de férias sob a forma de portal Web. Apoiada na análise do Sistema de Registo de Assiduidade (SRA) da Universidade de Aveiro e das soluções existentes comercialmente foi feita uma análise e modelação do processo tendo em vista a evolução do sistema actual. O resultado foi um modelo de sistema de apoio à assiduidade que para além de integrar requisitos doutros sistemas (e.g. SRA) incorporou os requisitos essenciais relacionados com vários constrangimentos existentes actualmente. De forma a ilustrar as utilizações principais de um possível sistema de apoio à assiduidade para a UniCV foi implementado um protótipo. O protótipo, conforme expectável, não é um sistema pronto a entrar em produção mas pode constituir um bom suporte a uma eventual solução desenvolvida com este fim para a UniCV.
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O convite que me foi feito por João Lopes Filho para apresentar o livro “Cabo Verde – abolição da escravatura – subsídios para o seu estudo” era irrecusável não só pela amizade e admiração que tenho pelo professor, mas também porque penso que livros como estes, que põem a disposição dos jovens estudiosos cabo-verdianos conhecimentos e informações sobre a nossa História são fundamentais e devem ser incentivados. Isto porque, todos nos que como investigadores e professores temos a grata tarefa de transmitir conhecimentos sabemos que para o sucesso desse empreendimento temos que ultrapassar vários obstáculos: A falta de prática de leitura dos jovens, A escassez de bibliografia disponível nas escolas, nos liceus e nas instituições de ensino superior, Mas também a falta de livros que podemos chamar de “iniciadores” em certos temas, que proporcionem aos jovens as primeiras informações, que expliquem certos conceitos de forma a incentiva-los e prepara-los para livros de mais difícil leitura.
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Este livro é composto por artigos e ensaios. Os artigos, alinhados na primeira parte, aparecem sob o signo de "Pensar com a História", ao passo que os ensaios constam na segunda sob rubrica de "Pensar a História". Por sumária, esta arrumação-classificação requer uma explicação mais desdobrada. De dimensão variável, os artigos são intervenções cívicas, assumidamente marcadas por preocupação do presente. Preocupações que não hesitaria em qualificar de militantes, se não pesasse sobre esta palavra um viés de sentido provocado pela vossa vivência excessivamente partidarizada. Neles – dizia – a História figura menos como objecto de estudo do que como instrumento com o qual se trata a compreensão das estruturas da sociedade presente. Compreensão esta que potencia impulsos de intervenção social de natureza eminentemente crítica. Este último aspecto é crucial. Afinal de contas, o que define o papel do intelectual nas sociedades modernas não será justamente a utilização do conhecimento e da criação para fins de intervenção crítica?
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A leitura da obra de António Aurélio Gonçalves, com incidência específica em alguns textos, indicia que, ao longo do seu percurso como escritor, Gonçalves leu substancialmente Eça de Queirós bem como outros escritores da mesma época literária como Balzac, Flaubert, Mallarmé, autores que se enquadram nas correntes Naturalistas e Realistas. Parece não constituir segredo algum a admiração que Aurélio Gonçalves nutriu por Eça de Queirós, tendo produzido alguns ensaios sobre a obra queirosiana, insertos e publicados no livro póstumo, intitulado Ensaios e Outros Textos (1998), organizado e prefaciado por Arnaldo França.
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INFORMAÇÕES SOBRE A PREPARAÇÃO DO RELATÓRIO Com a ratificação da Convenção das Nações Unidas sobre a Biodiversidade, em Março de 1995, Cabo Verde comprometeu-se perante o mundo em apresentar periodicamente à Conferência das Partes, o balanço da implementação da Convenção, com particular destaque sobre o estado de conservação da biodiversidade, a nível nacional. O primeiro relatório foi elaborado em 1999 e o segundo em 2002. Este terceiro relatório foi elaborado com base em informações existentes e disponíveis nas instituições ligadas directa ou indirectamente à gestão da biodiversidade, nomeadamente o Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário (INIDA), o Instituto Nacional do Desenvolvimento das Pescas (INDP), a Direcção-Geral da Agricultura, Silvicultura e Pecuária, a Direcção-Geral das Pescas, a Direcção-Geral do Ambiente, para além da consulta de documentos como o Livro Branco sobre o Estado do Ambiente em CABO Verde, o Perfil Ambiental de Cabo Verde, etc. Em termos de uma percepção geral sobre o estado de evolução dos diferentes elementos que constituem a biodiversidade de Cabo verde, apresenta-se a situação seguinte: (i) a flora indígena de Cabo Verde é formada por 224 espécies, das quais 85 são endémicas e as restantes são espécies espontâneas naturalizadas; (ii) a fauna indígena de Cabo Verde engloba espécies de recifes de corais, moluscos (bivalves, gastrópodes e cefalópodes), artrópodes (insectos, crustáceos e aracnídeos), peixes (grandes pelágicos, pequenos pelágicos e demersais), répteis e aves e, provavelmente, algumas espécies de mamíferos marinhos. Apesar dessa riqueza biótica dos ecossistemas cabo-verdianos e dos esforços de conservação dos recursos naturais, assiste-se, nos últimos tempos, a uma certa disfunção ambiental de origens e causas várias, e que vêm ameaçando a saúde dos nossos recursos vivos, e que urge por cobro a todo o custo. Aliás, a percepção do estado de degradação dos recursos biológicos fez com que o Governo tomasse algumas medidas, nomeadamente a publicação do Decreto nº 1/2005, de 21 de Março, que aprova a Convenção Internacional sobre Comércio Internacional das Espécies de Fauna e Flora selvagens ameaçadas de Extinção (CITES) e a Emenda ao artigo XXI adoptada em Gabão-1983; o Decreto-Lei nº 3/2003, de 24 de Fevereiro, sobre o regime jurídico da Rede nacional de áreas protegidas; a ratificação da Convenção sobre as zonas húmidas de importância internacional (RAMSAR); o Decreto-Lei n.º 7/2002, de 30 de Dezembro, que estabelece as medidas de conservação e protecção das espécies vegetais e animais ameaçadas de extinção. Não obstante as medidas acima mencionadas, a degradação da biodiversidade cabo-verdiana continua de forma preocupante. Esse grau de degradação está, aliás, evidenciado em diversos documentos produzidos, nomeadamente a “Primeira Lista Vermelha de Cabo Verde". De acordo com esse documento, encontram-se ameaçadas mais de 26% das angiospérmicas, mais de 40% das briófitas, mais de 65% das pteridófitas e mais de 29% dos líquenes” mais de 47% das aves, 25% dos répteis terrestres, 64% dos coleópteros, mais de 57% dos aracnídeos e mais de 59% dos moluscos terrestres. Esta situação considerada alarmante em 1996, vem-se agravando para as espécies Alauda razae (Calhandra-do-Ilhéu-Raso), cujo efectivo populacional sofreu uma redução de 250 exemplares em 1992 para 92 exemplares em 1998, Himantopus himantopus (Perna-longa), cuja população, avaliada em 75 exemplares em 1990, sofreu no período de 5 anos uma redução de cerca de 70% (Hazevoet, 1999). De uma forma geral, a redução dos efectivos populacionais das componentes da biodiversidade deve-se principalmente à depredação, destruição de habitats e à introdução de espécies exóticas. A vulnerabilidade das espécies marinhas cabo-verdianas, sobretudo as das costeira, tem aumentado, não obstante a existência de medidas legislativas no sentido de se minimizar a pressão sobre elas e os seus habitats. Apesar da adopção dessas medidas, o meio marinho tem experimentado mudanças comprometedoras, como resultado do aumento de pressão das capturas dos peixes comerciais, da extracção de areias nas praias e no mar (dragagem), da deposição de sedimentos nas zonas litorais como resultado das actividades realizadas no interior das ilhas. Os planos ambientais inter-sectoriais da biodiversidade e das pescas, elaborados de forma participativa, e os planos estratégicos de gestão dos recursos da pesca e de desenvolvimento da agricultura, são, por excelência, os instrumentos de gestão da biodiversidade, capazes de contribuírem para uma gestão sustentável dos recursos biológicos em Cabo Verde Os Governo de Cabo Verde não vêm poupando esforços no sentido de honrar os compromissos assumidos com a ratificação da Convenção sobre a Biodiversidade. Daí que, estrategicamente, atribui o nível de prioridade em média alta, à aplicação aos vários artigos da Convenção. Em termos de nível de dificuldades encontradas na aplicação dos dispositivos dos artigos da Convenção, ele situa-se em 70% Médio, 18,5% Baixo, 7,4% Alto e 3,7 Zero.
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Este quarto relatório foi elaborado tendo como base informações existentes e disponíveis nas instituições ligadas directa ou indirectamente à gestão da biodiversidade e à preservação do ambiente, nomeadamente o Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário (INIDA), o Instituto Nacional do Desenvolvimento das Pescas (INDP), a Direcção Geral da Agricultura, Silvicultura e Pecuária (DGASP), a Direcção Geral das Pescas (DGP), a Direcção Geral do Ambiente (DGA), para além da consulta de documentos como o PANA II, o Livro Branco sobre o Estado do Ambiente em CABO Verde, a Estratégia e Plano Nacional da Biodiversidade, etc. Em termos de uma percepção geral sobre o estado de evolução dos diferentes elementos que constituem a biodiversidade de Cabo verde, apresenta-se a seguinte situação: (i) a flora terrestre e marinha; (ii) a fauna terrestre e marinha; (iii) ameaças sobre a biodiversidade; bem como a integração da conservação da biodiversidade em vários sectores como: sustentabilidade agrícola; pecuária; florestal; da pesca; conservação in situ e ex situ; vulgarização; informação e formação; investigação e formação; e quadro jurídico e institucional. A percepção do estado de degradação dos recursos biológicos fez com que o Governo tomasse algumas medidas, nomeadamente a publicação do Decreto nº 1/2005, de 21 de Março, que aprova a Convenção Internacional sobre Comércio Internacional das Espécies de Fauna e Flora selvagens ameaçadas de Extinção (CITES) e a Emenda ao artigo XXI adoptada em Gabão-1983; o Decreto-Lei nº 3/2003, de 24 de Fevereiro, sobre o regime jurídico da Rede nacional de áreas protegidas; a ratificação da Convenção sobre as Zonas Húmidas de importância internacional (RAMSAR); o Decreto-Lei n.º 7/2002, de 30 de Dezembro, que estabelece as medidas de conservação e protecção das espécies vegetais e animais ameaçadas de extinção; para alem de decisões internas que são tomadas para o bom avanço dos trabalhos para a preservação do ambiente. Não obstante as medidas acima mencionadas, a degradação da biodiversidade cabo-verdiana continua de forma preocupante. Esse grau de degradação está, evidenciado em diversos documentos produzidos, nomeadamente a “Primeira Lista Vermelha de Cabo Verde". De acordo com esse documento, encontram-se ameaçadas mais de 26% das angiospérmicas, mais de 40% das briófitas, mais de 65% das pteridófitas e mais de 29% dos líquenes, mais de 47% das aves, 25% dos répteis terrestres, 64% dos coleópteros, mais de 57% dos aracnídeos e mais de 59% dos moluscos terrestres. Esta situação considerada alarmante em 1996, vem-se agravando para as espécies Alauda razae (Calhandra-do-Ilhéu-Raso), cujo efectivo populacional sofreu uma redução de 250 exemplares em 1992 para 92 exemplares em 1998, Himantopus himantopus (Perna-longa), cuja população, avaliada em 75 exemplares em 1990, sofreu no período de 5 anos uma redução de cerca de 70% (Hazevoet, 1999). De uma forma geral, a redução dos efectivos populacionais das componentes da biodiversidade deve-se principalmente à pressões antropogénicas. O Governo de Cabo Verde não vem poupando esforços no sentido de honrar os compromissos assumidos com a ratificação da Convenção sobre a Biodiversidade. Daí que, estrategicamente, atribui o nível de prioridade em média alta, à aplicação aos vários artigos da Convenção. Este quarto relatório está estruturado em 4 capítulos de acordo com as directrizes do Secretariado da Convenção e apêndices.
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Segundo investigações de publicações especializadas, globalmente o turismo projecta-se sempre de forma positiva apesar das críticas que muitas vezes lhe são dirigidas, pois pode constituir-se não só como um factor básico de crescimento económico, em muitos países, como também um factor com grande impacto cultural e de melhoria social das populações receptoras. Ademais, o turismo internacional tem crescido permanentemente. Daí, a necessidade de se aproveitar esta oportunidade no contexto de Cabo Verde. Não obstante, constata-se que em diferentes países que têm optado pelo turismo, existem diversas formas de desenvolvimento do produto turístico em espaços naturais, uma diversidade que se manifesta na variedade de tipologias de ócio e nas diferentes formas em que o território se converte num espaço recreativo ou turístico. Daí que os impactos gerados sobre o território tenham incidência nos aspectos económicos, sociais e no meio ambiente. Neste sentido, é importante que se opte por um enfoque de desenvolvimento turístico, assumindo o desafio de que a sociedade, na qual este se desenvolve, deva ser, inevitavelmente, sustentável. Por isso, é preciso não só integrar atractivos, facilidades e acessos, como também as empresas públicas e privadas, as instituições sociais e a comunidade local. A integração de todos os elementos terá um efeito directo na qualidade da planificação e coordenação das actividades turísticas e nos resultados que a sociedade espera, pelo que se trata de uma questão urgente e fundamental para o produto turístico de Santo Antão. Segundo o plano estratégico para o desenvolvimento do turismo, em Cabo Verde o sector turístico é assumido pelo Governo como um dos motores de desenvolvimento do país, pelo seu impacto em termos de geração de emprego, de rendimento e de desenvolvimento de uma forma geral, o que exige um esforço de planeamento de curto, médio e longo prazos, de forma a maximizar os efeitos benéficos do turismo e mitigar os potenciais impactos negativos que engendra. Contudo, a nível local, não existe ainda um plano de desenvolvimento que permita aproveitar aspotencialidades turísticas regionais com enfoque de sustentabilidade. Considerando como premissa que o desenvolvimento do turismo é multissectorial e que a sua viabilidade e sustentabilidade dependem da eficácia de outros sectores, a implementação gradual das propostas científicas que esta obra apresenta poderá contribuir para impulsionar a estratégia definida pelo Governo para o desenvolvimento regional, designadamente para o aumento do rendimento das famílias, a redução do desemprego e da pobreza na ilha de Santo Antão. Em particular, pode contribuir para promover uma boa governação local, ao propiciar um plano de desenvolvimento integral do turismo que reforça a sua eficácia e considera a participação de representantes da comunidade da região no processo de tomada de decisões. A obra também constitui um instrumento de consulta e apoio aos estudantes, professores,investigadores, empresários e políticos que desejam uma formação sólida e competente na busca de soluções aos desafios que experimenta o desenvolvimento turístico no país, em geral e na ilha de Santo Antão, em particular.