O corpo extremo (sobre 'A Morte sem Mestre' de Herberto Helder)
Contribuinte(s) |
Dumas, Catherine Rodrigues, Daniel Mendes, Ilda |
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Data(s) |
2015
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Resumo |
Observada pelo ângulo da continuidade com que desde sempre o texto herbertiano se deu a ler, A Morte sem Mestre corresponde, à partida, a um ponto extremo: o da forçada interrupção de um corpo pela brutal emergência do fim, a liquidação da sua biologia. O livro, ele mesmo, constitui como tal um lugar-limite que acolhe um pensamento-limite e sobre o limite, lugar e pensamento que tendem assim a um inevitável fora de cena, a um radical impudor que é também afirmação de um impoder. Se o lermos sobre o traço do tempo, como aqui nos propomos fazer, na extremidade 'ad quem' do itinerário orgânico da escrita herbertiana, como etapa seguinte de um trajeto de irrevogável corrupção e ruína, provavelmente - e num sentido estritamente demoníaco-, A Morte sem Mestre não poderia deixar de ser o que é: mais do que esse objeto estranho que chocou a crítica, um objeto desastroso, 'exemplum' perfeitamente imperfeito de uma espécie de corpo-desastre que se apresenta como postergação (calculada?) do fulgor poético, assumindo essa «tarefa prostitucional da poesia» que legitimamente lhe apontou António Guerreiro (2014), colocando-a sob a presumível égide de Sade ou de Bataille. |
Identificador |
978-85-65505-79-6 |
Idioma(s) |
por |
Publicador |
Oficina Raquel |
Direitos |
info:eu-repo/semantics/restrictedAccess |
Palavras-Chave | #Herberto Helder #Autorrepresentação #Corpo #Morte #Obscenidade #Velhice |
Tipo |
info:eu-repo/semantics/bookPart |