970 resultados para Validade preditiva
Resumo:
O recurso a sistemas de fachadas prefabricadas no ramo da Construção Civil tem-se revelado uma opção eficaz, apresentando-se como uma solução de vanguarda no sentido de garantir vantagens ao nível da qualidade e da produtividade. A introdução de painéis de GRC (Glassfibre Reinforced Concrete) no mercado da construção trouxe vantagens ao sector uma vez que compatibiliza as vantagens da prefabricação leve, elevados níveis de desempenho e uma grande latitude em termos de formas e acabamentos. Este compósito é formado por uma matriz de argamassa reforçada com fibra de vidro. A incorporação das fibras permite melhorar as propriedades mecânicas da argamassa, principalmente ao nível da resistência de tração e flexão, fazendo com que os elementos possam ter menores espessuras e consequentemente menor peso, comparativamente com peças de betão armado. No mercado são comercializados três tipos de painéis de GRC, os do tipo nervurado, os do tipo stud frame e os do tipo sanduiche. Estes vários tipos de painéis tem as suas particularidades e a seleção depende das exigências e das características da obra. O estudo teve como alvo diferentes formas e dimensões de painéis de fachada em GRC do tipo nervurado. No presente trabalho faz-se um estudo comparativo da aplicação de dois métodos de dimensionamento. Comparam-se os resultados obtidos pela teoria clássica da flexão (TCF) e pelo método dos elementos finitos (MEF) e confrontam-se estes valores com os resultados obtidos em ensaios. Com o estudo efetuado conclui-se pela validade e utilidade da análise através da TCF, cujos resultados se aproximam bastante da análise pelo MEF. Sugerem-se coeficientes de ajustamento no sentido de adaptar a pratica de projeto em conformidade com os resultados verificados.
Resumo:
Esta dissertação foi desenvolvida no âmbito do Mestrado em Educação Especial, Domínio Cognitivo e Motor, na Escola Superior de Educação João de Deus, intitulada “A entrada condicional no 1º Ciclo do Ensino Básico e as dificuldades específicas de aprendizagem”, onde procuramos compreender se existe uma relação direta entre a entrada no 1º ano de escolaridade com 5 anos de idade e as dificuldades específicas de aprendizagem. Esta problemática carece de investigação, com todo o cuidado e critérios específicos para que se possa detetar o que impede esses alunos de aprenderem. A conceção que se tem das causas das dificuldades específicas de aprendizagem constitui um elemento importante para podermos verificar até que ponto as crianças que entram para o 1º Ciclo do Ensino Básico, com 5 anos de idade possam apresentar essas dificuldades nos processos de leitura, escrita e cálculo. Assim, perspetivámos fazer um estudo comparativo entre a amostra de professores do primeiro ciclo do estudo efetuado no projeto de investigação e uma nova amostra de professores do 1º ciclo que responderá ao mesmo inquérito. É nossa intenção compreender se as considerações finais do projeto de investigação continuam ou não a ter validade com outra amostra de professores e noutro momento da realização da investigação. Para o desenvolvimento deste trabalho optou-se por uma metodologia quantitativa inquirindo 40 professores do 1º Ciclo do Ensino Básico, enviando-lhes um inquérito por questionário via email. Os dados recolhidos revelaram que a entrada precoce no 1º ano de escolaridade pode comprometer a aquisição das competências acima referidas.
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Operational capabilities são caracterizadas como um recurso interno da firma e fonte de vantagem competitiva. Porém, a literatura de estratégia de operações fornece uma definição constitutiva inadequada para as operational capabilities, desconsiderando a relativização dos diferentes contextos, a limitação da base empírica, e não explorando adequadamente a extensa literatura sobre práticas operacionais. Quando as práticas operacionais são operacionalizadas no ambiente interno da firma, elas podem ser incorporadas as rotinas organizacionais, e através do conhecimento tácito da produção se transformar em operational capabilities, criando assim barreiras à imitação. Apesar disso, poucos são os pesquisadores que exploram as práticas operacionais como antecedentes das operational capabilities. Baseado na revisão da literatura, nós investigamos a natureza das operational capabilities; a relação entre práticas operacionais e operational capabilities; os tipos de operational capabilities que são caracterizadas no ambiente interno da firma; e o impacto das operational capabilities no desempenho operacional. Nós conduzimos uma pesquisa de método misto. Na etapa qualitativa, nós conduzimos estudos de casos múltiplos com quatro firmas, duas multinacionais americanas que operam no Brasil, e duas firmas brasileiras. Nós coletamos os dados através de entrevistas semi-estruturadas com questões semi-abertas. Elas foram baseadas na revisão da literatura sobre práticas operacionais e operational capabilities. As entrevistas foram conduzidas pessoalmente. No total 73 entrevistas foram realizadas (21 no primeiro caso, 18 no segundo caso, 18 no terceiro caso, e 16 no quarto caso). Todas as entrevistas foram gravadas e transcritas literalmente. Nós usamos o sotware NVivo. Na etapa quantitativa, nossa amostra foi composta por 206 firmas. O questionário foi criado a partir de uma extensa revisão da literatura e também a partir dos resultados da fase qualitativa. O método Q-sort foi realizado. Um pré-teste foi conduzido com gerentes de produção. Foram realizadas medidas para reduzir Variância de Método Comum. No total dez escalas foram utilizadas. 1) Melhoria Contínua; 2) Gerenciamento da Informação; 3) Aprendizagem; 4) Suporte ao Cliente; 5) Inovação; 6) Eficiência Operacional; 7) Flexibilidade; 8) Customização; 9) Gerenciamento dos Fornecedores; e 10) Desempenho Operacional. Nós usamos análise fatorial confirmatória para confirmar a validade de confiabilidade, conteúdo, convergente, e discriminante. Os dados foram analisados com o uso de regressões múltiplas. Nossos principais resultados foram: Primeiro, a relação das práticas operacionais como antecedentes das operational capabilities. Segundo, a criação de uma tipologia dividida em dois construtos. O primeiro construto foi chamado de Standalone Capabilities. O grupo consiste de zero order capabilities tais como Suporte ao Cliente, Inovação, Eficiência Operacional, Flexibilidade, e Gerenciamento dos Fornecedores. Estas operational capabilities têm por objetivo melhorar os processos da firma. Elas têm uma relação direta com desempenho operacional. O segundo construto foi chamado de Across-the-Board Capabilities. Ele é composto por first order capabilities tais como Aprendizagem Contínua e Gerenciamento da Informação. Estas operational capabilities são consideradas dinâmicas e possuem o papel de reconfigurar as Standalone Capabilities.
Resumo:
O presente trabalho tem por finalidade apresentar uma contribuição teórica para os estudos de defesa, tendo como objeto de análise os livros brancos e também demais documentos oficiais relacionados ao tema. Inspirado no realismo neoclássico e nos conceitos estruturalistas empreendeu-se uma pesquisa quantitativa da dinâmica dos processos de elaboração da política declarada de defesa e seu correspondente alinhamento na construção ou desconstrução das estruturas de defesa no Pós-Segunda Grande Guerra, com vistas a compreender os novos caminhos que os sistemas de defesa selecionaram nesse início de século. Os documentos oficiais de defesa surgiram com escopo principal de promover a estabilidade e reduzir as incertezas no ambiente internacional, e pôde ser verificado que a difusão, desses documentos, ocorreu por ondas, durante o período da Guerra Fria, no Pós-Guerra Fria e depois dos atentados de 11 de setembro. A pesquisa também teve por escopo apresentar fatores domésticos e externos que contribuíram ou não para a difusão da documentação e também para a orientação doutrinária de defesa, usando como método de pesquisa o teste de Wald e a técnica implementada por Benoit, Laver e Garry, que desenvolveram uma forma de análise de textos políticos com auxílio de programa de computador, para estimar o posicionamento de cada documento por meio da contagem de palavras. Em que pese à pesquisa ser basicamente quantitativa, foram produzidos dois capítulos essencialmente qualitativos que tiveram o objetivo de prover os instrumentos quantitativos com um necessário arcabouço teórico, sendo feita uma análise mais qualitativa em 52 documentos de defesa e uma discussão teórica entre as principais correntes de pensamento que tratam do tema defesa. E por fim buscou-se atestar a validade desses documentos de defesa quanto aos propósitos que se destinam.
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O estudo objetivou identificar fatores demográficos, econômicos e atitudinais discriminadores do comportamento de consumo dos universitários. Foi aplicado questionário a uma amostra não-probabilística de 253 universitários. A estimativa do tamanho dos segmentos de consumidores universitários menos ambientalmente favoráveis e mais ambientalmente favoráveis coincide em 50%. Foi utilizada a análise discriminante como técnica estatística multivariada, cujos resultados revelaram a relevância estatística de quatro das dez variáveis inicialmente selecionadas: comprometimento ambiental autodeclarado (atual e futuro), atitude em relação a reciclagem e idade, as quais conseguiram gerar uma capacidade preditiva de 72% para o modelo, considerada acima do aceitável.
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O número de Instituições de ensino e alunos têm aumentado e a efetividade na gestão acadêmica torna-se assunto relevante. Simultaneamente ao aumento de estudantes, a tecnologia da informação tem evoluído rapidamente, o que tem propiciado novas oportunidades de ensino e profusão de informações. Infelizmente, no sentido oposto ao da qualidade de ensino, esse cenário tem propiciado o surgimento e crescimento de uma variedade de situações e oportunidades para que o comportamento academicamente desonesto se desenvolva. Uma possível associação entre desonestidade acadêmica e o comportamento antiético no ambiente de trabalho é defendida por vários autores, alertando que comportamentos éticos dos estudantes podem gerar melhores líderes de organizações no futuro e aconselhando que se estabeleçam universidades provedoras de princípios morais e íntegros. O objetivo deste trabalho é contribuir para o entendimento dos fatores antecedentes da atitude dos alunos em relação à desonestidade acadêmica, por meio da identificação das associações que possam existir entre aspectos individuais e de grupo. Fundamentado inicialmente na Theory of Planned Behavior TPB (Teoria do Comportamento Planejado) de AJZEN (1991), e com base em extensa revisão de literatura, criou-se um modelo de pesquisa instrumentalizado como um pré-teste a estudantes de uma IES particular como forma de operacionalizar os construtos, obtendo-se 116 respostas válidas. Os dados foram obtidos a partir de uma survey eletrônica e analisados por Modelagem com Equações Estruturais, em particular com base no algoritmo Partial Least Squares PLS. As estimativas de coeficientes foram feitas pela técnica Bootstrap, com 1000 reamostragens, com reposição. Com base no pré-teste os resultados indicaram que a percepção das práticas do grupo é especialmente influente no comportamento acadêmico desonesto do indivíduo (Beta = 0,39; p< 0,00), mas também que a idade do aluno é inversamente proporcional à intensidade com que essa desonestidade se manifesta (Beta = -0,24; p<0,00). Adicionalmente, a característica pessoal de idealismo mostrou ser provável um fator de contenção da atitude favorável à desonestidade (Beta =-0,25; p<0,05), mas mecanismos como o desengajamento moral indicam sua provável presença identificada (Beta = 0,25; p<0,05), desfavorecendo o processo de autorregulação do aluno, o que amplia a atitude de desonestidade acadêmica. Optou-se pela técnica de análise multivariada com Modelagem de Equações Estruturais, considerada adequada para análise simultânea de relações entre construtos, e considerada uma técnica de caráter confirmatório, utilizada para determinar a validade do modelo teórico diante dos dados observados. Com algumas reformulações no instrumento, foi aplicada uma nova survey, quanto à coleta de dados foi aplicado um questionário eletrônico operado na plataforma Surveymonkey. O link do questionário foi enviado á uma população de 2000 alunos obtendo como retorno 146 respostas válidas. Nos resultados apresentados na pesquisa final destacam-se a influência da Percepção Social no comportamento da desonestidade acadêmica com coeficiente altamente significante (0,446***), também o desengajamento Moral frente à atitude e a Intenção/Comportamento com resultados expressivos quanto a influência do fator idade, apresentando o coeficiente (-0,156***). O estudo indica a possível existência de várias implicações para o gestor e para a comunidade acadêmica, permitindo desdobramentos em pesquisas futuras
Resumo:
A aceitação e o uso de Tecnologia da Informação (TI) pelo indivíduo têm sido estudadas por diferentes modelos conceituais que, em geral, derivaram de teorias da Psicologia como a TRA Theory of Reasoned Action e a TPB Theory of Planned Behavior, derivada da primeira. Um importante modelo de análise dai derivado, resultado da minuciosa análise de outros 8 modelos anteriores, o UTAUT - Unified Theory of Acceptance and Use of Technology de VENKATESH et. al. (2003) tem sido largamente analisado e validado em vários cenários de tecnologia e ambientes. Este trabalho visa compreender de uma maneira mais ampla dos fatores antecedentes da intenção de uso e comportamento de uso a partir do modelo UTAUT, bem como os fatores que melhores explicam a intenção e o comportamento de uso, assim como a análise de seus moderadores. Em seu desenvolvimento, Venkatesh et al. empreenderam comparações em três etapas de implantação e em dois cenários: na adoção mandatória, aquela em que se deu em ambiente empresarial onde o sistema é requerido para execução de processos e tomada de decisões, e na adoção voluntária, cenário em que a adoção se dá pelo indivíduo. No segundo caso, os autores concluíram que o fator influência social tem baixa magnitude e significância, não se revelando um fator importante na adoção da tecnologia. Este trabalho visa analisar também se o mesmo fenômeno ocorre para adoção que se dá de forma voluntária, mas passível de ser altamente influenciada pelos laços sociais, como o que ocorre entre usuários das redes sociais como Orkut, Facebook, Twitter e Linkedin, especialmente em tecnologias que habilitam ganhos associados ao exercício desses laços, como no caso do uso de sites de compras coletivas tais como Peixe Urbano, Groupon e Clickon. Com base no modelo UTAUT, foi aplicada uma pesquisa e posteriormente foram analisados os resultados de 292 respondentes validados que foram acessados por e-mails e redes sociais. A técnica de análise empregada consistiu do uso de modelagem por equações estruturais, com base no algoritmo PLS Partial Least Square, com bootstrap de 1000 reamostragens. Os resultados demonstraram alta magnitude e significância preditiva sobre a Intenção de uso da tecnologia pelos fatores de Expectativa de Desempenho (0,288@0,1%), Influência Social (0,176@0,1%). Os primeiro, compatível com estudos anteriores. Já a magnitude e significância do último fator resultou amplamente superior ao estudo original de Venkatesh et al. (2003) variando entre 0,02 a 0,04, não significante, dependendo dos dados estarem agrupados ou não (p.465). A principal conclusão deste estudo é que, ao considerarmos o fenômeno das compras coletivas, em um ambiente de adoção voluntária, portanto, o fator social é altamente influente na intenção de uso da tecnologia, o que contrasta fortemente com o estudo original do UTAUT (já que no estudo de Venkatesh et al. (2003) este fator não foi significante) e apresenta várias possibilidades de pesquisas futuras e possíveis implicações gerenciais.
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Esta pesquisa apresenta estudo de caso cujo objetivo foi analisar a aceitação do Portal Inovação, identificando os fatores preditivos da intenção comportamental de uso e do comportamento de uso direcionadores da adoção da tecnologia por seus usuários via extensão do Modelo Unificado de Aceitação de Tecnologia, denominado pela sigla UTAUT (Unified Theory of Acceptance and Use of Technololgy) de Venkatesh et al. (2003). O objeto da pesquisa o Portal Inovação foi desenvolvido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em parceria com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e Instituto Stela, visando atender às demandas do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI) do País. Para atingir os objetivos propostos, recorreu-se às abordagens qualitativa, que foi subsidiada pelo método estudo de caso (YIN, 2005) e quantitativa, apoiada pela metodologia UTAUT, aplicada a usuários do portal e que contemplou o resultado de 264 respondentes validados. Quanto ao material de análise, utilizou-se da pesquisa bibliográfica sobre governo eletrônico (e-Gov), Internet, Sistema Nacional de Inovação, modelos de aceitação de tecnologia, dados oficiais públicos e legislações atinentes ao setor de inovação tecnológica. A técnica de análise empregada quantitativamente consistiu no uso de modelagem por equações estruturais, com base no algoritmo PLS (Partial Least Square) com bootstrap de 1.000 reamostragens. Os principais resultados obtidos demonstraram alta magnitude e significância preditiva sobre a Intenção Comportamental de Uso do Portal pelos fatores: Expectativa de Desempenho e Influência Social. Além de evidenciarem que as condições facilitadoras impactam significativamente sobre o Comportamento de Uso dos usuários. A conclusão principal do presente estudo é a de que ao considerarmos a aceitação de um portal governamental em que a adoção é voluntária, o fator social é altamente influente na intenção de uso da tecnologia, bem como os aspectos relacionados à produtividade consequente do usuário e o senso de utilidade; além da facilidade de interação e domínio da ferramenta. Tais constatações ensejam em novas perspectivas de pesquisa e estudos no âmbito das ações de e-Gov, bem como no direcionamento adequado do planejamento, monitoramento e avaliação de projetos governamentais.
Resumo:
Reciprocidade indivíduo-organização e afetividade são dois fenômenos presentes na vida organizacional e que se tornaram tópicos de pesquisa no campo de estudos do comportamento organizacional. Esse estudo teve como objetivo reforçar as evidências empíricas acerca das relações entre cognições de troca indivíduo-organização e afetividade no contexto de trabalho. Para tanto, foram submetidas à teste empírico cinco hipóteses inspiradas em um estudo inédito desenvolvido por Siqueira (2002b). Contou-se com a utilização de um questionário composto por cinco escalas validadas, referentes as variáveis do estudo, que avaliaram percepção de suporte organizacional (PSO), percepção de reciprocidade organizacional (PRO), comprometimento organizacional normativo (CON), satisfação no trabalho (STR) e comprometimento organizacional afetivo (COA). Participaram 275 profissionais, sendo 183 pertencentes ao setor administrativo e 92 ao setor administrativo-acadêmico de uma Instituição de Ensino Superior, situada na região do Grande ABCD Paulista e com inserção no estado de São Paulo. OS participantes do estudo tinham idade média de 32 anos, sendo a maioria (58,2%) do sexo feminino, com escolaridade em nível superior (39,6%) e tempo médio de trabalho na organização de quatro anos. Os dados coletados foram organizados em um banco de dados eletrônico para tratamento estatístico, quando se utilizou o aplicativo SPSS (Statistical Package for the Social Scienses). Foram realizadas análises descritivas das variáveis e análises de correlação e de regressão múltipla para os testes das cinco hipóteses. Todas as hipóteses foram confirmadas. Conclui-se então, que o presente estudo reforça as proposições de Siqueira (2002b) acerca da pertinência de se considerar os três conceitos analisados (PSO, PRO E CON) como integrantes do esquema mental de reciprocidade. Ainda, os resultados do estudo reafirmam as evidências acerca da capacidade preditiva do EMR sobre satisfação no trabalho e comprometimento organizacional afetivo. Por fim, a análise dos dados aponta percepção de suporte organizacional como sendo o componente cognitivo do EMR com maior poder de influência sobre satisfação no trabalho e comprometimento organizacional afetivo. Portanto, cognições acerca das relações de troca social com organizações antecedem satisfação e comprometimento afetivo que, por sua vez, são importantes fatores a favor da organização, contribuindo para sua efetividade.
Resumo:
Resiliência é um termo relativamente novo no campo da psicologia e nos debates acadêmicos e que tem suscitado muito interesse por parte dos pesquisadores, em especial os do campo da Psicologia da Saúde, pois se trata de um conceito que carrega grande potencial em termos de prevenção de doenças e promoção da saúde, seja focado no plano social, comunitário ou individual. Em resumo, resiliência consiste na capacidade dos seres humanos de superarem as adversidades da vida e, além disso, saírem fortalecidos após uma situação problema. Estudos têm mostrado que pessoas consideradas resilientes possuem atributos pessoais que as ajudam a obter êxito diante das adversidades. No entanto, as medidas do construto não representam essa abrangência. Por isso, o objetivo deste estudo foi construir e validar uma escala que avalie as características pessoais mais referenciadas na literatura. No total, foram identificados 15 atributos pessoais da resiliência mencionados por mais de cinco autores. Com base neles foi construída a Escala dos Pilares da Resiliência (EPR) com 150 itens. Participaram da coleta de dados 833 estudantes e trabalhadores do Estado de São Paulo e Santa Catarina, com idade média de 30,70 (DP= 10,58), sendo a maioria do gênero feminino (70,5%) e solteiros(as) (59,8%) com escolaridade de ensino fundamental até pós-graduação. Por meio de um questionário coletaram-se dados sociodemográficos dos participantes. Foram calculadas estatísticas descritivas, análise fatorial, correlação item-total e alfa de Cronbach. Os resultados revelaram um modelo de 11 fatores que reuniram 90 itens com boas cargas fatoriais. As correlações item-total tiveram valores considerados satisfatórios e os fatores apresentaram bons índices de precisão. A EPR reuniu o maior número de atributos pessoais da resiliência dentre os instrumentos encontrados na revisão deste trabalho. A escala pode ser utilizada em novos estudos e será normatizada em futuro próximo.
Resumo:
Considerando a acelerada expansão da Educação a Distância (EaD) no Brasil e os desafios que ainda enfrenta, torna-se importante dedicar um olhar cuidadoso sobre as questões envolvidas. Do ponto de vista da Psicologia, o foco no indivíduo que trabalha com EaD é fundamental. Neste contexto, destaca-se o trabalho do tutor, um recorte deste complexo mundo do trabalho em EaD, alvo deste estudo. O desempenho profissional do tutor depende de fatores tecnológicos, ambientais e psicossociais. Neste este estudo, o objetivo foi verificar o impacto que as crenças de autoeficácia no trabalho, a percepção de suporte social e o engajamento no trabalho exercem sobre o desempenho de tutores de disciplinas oferecidas a distância. A pesquisa teve caráter transversal e foi desenvolvida em uma universidade brasileira com sede no Estado de São Paulo. Os 227 tutores participantes atuavam em diferentes localidades do Brasil; 62% eram mulheres, 65% casados, 66% possuíam idades entre 25 e 45 anos e 97% cursou pelo menos especialização. A coleta dos dados foi realizada por meio eletrônico. Foram aplicadas escalas válidas e confiáveis de autoeficácia, engajamento e percepção de suporte social no trabalho, além de um questionário de dados sociodemográficos. Foi ainda realizada pesquisa documental para levantar informações sobre desempenho. Cálculos de médias, desvios-padrão, medianas e quartis revelaram que os tutores possuem bons níveis de autoeficácia, engajamento no trabalho e desempenho. Mais de 75% deles percebem ter acesso a informações suficientes e importantes, bem como contar com relacionamentos confiáveis e afetivos no trabalho, enquanto metade percebe dispor de bons insumos materiais, financeiros, técnicos e gerenciais. Resultados de análises de variância revelaram não haver diferenças entre desempenho de grupos que exercem outras atividades profissionais além da tutoria e os que não exercem, nem entre grupos que possuem e não possuem formação específica para atuar em tutoria em EaD. Resultados de regressões lineares múltiplas revelaram que as crenças de autoeficácia no trabalho, a percepção de suporte social e o engajamento no trabalho não explicam significantemente a variância do desempenho de tutores. Os resultados foram discutidos, sustentados principalmente na pequena variabilidade das notas de desempenho, considerando que 98,8% dos tutores obtiveram pontuação superior à média do instrumento de avaliação utilizado pela instituição, o que pode revelar dificuldades no processo de avaliação ou problemas relativos à validade do instrumento. Discutiram-se, além disso, questões relacionadas ao desempenho humano, como fenômeno complexo e multidimensional, buscando abordar o papel das variáveis do estudo em sua determinação, à luz da literatura especializada. Ao final, foram apresentadas implicações metodológicas, teóricas e práticas, bem como limitações do estudo e agenda de pesquisa.
Resumo:
O período de transição para a universidade constitui-se um desafio para os estudantes devido à quantidade e à diversidade de mudanças originadas por um novo contexto pessoal e social que exige o desenvolvimento de recursos adaptativos. A vulnerabilidade trazida por essa fase pode motivar o uso de álcool e outras drogas, sendo um padrão recorrente encontrado em universitários. O bem-estar subjetivo (BES) e a autoeficácia (AE) são exemplos de fatores de proteção capazes de influenciar os comportamentos e atitudes dos jovens diante de situações como o consumo de bebidas alcoólicas. Sendo assim, o objetivo geral deste estudo foi analisar a capacidade explicativa do bem-estar subjetivo e da autoeficácia sobre o consumo de álcool em universitários. A amostra pesquisada foi constituída por 405 estudantes universitários de cursos da área da saúde da região metropolitana de São Paulo, com uma idade média de 21,69 (DP= 5,49), sendo a maioria do sexo feminino (81,5%), cursando o primeiro ou o segundo semestre, tanto do período matutino quanto do noturno. A análise dos dados foi realizada utilizando-se o programa SPSS, versão 20.0 para Windows para a realização de cálculos descritivos e exploratórios: média, desvio-padrão, correlações, análise de regressão múltipla, análises de variância (ANOVA) e teste t de Student. Os resultados do estudo revelaram que os universitários apresentaram um baixo nível de bem-estar subjetivo, autoeficácia acima da média e baixo consumo de álcool, sendo classificados na sua maioria como abstinentes. Foram observados indícios de que o bem-estar subjetivo e a autoeficácia predizem, ainda que de forma limitada, o consumo de álcool, destacando-se com maior capacidade preditiva os afetos negativos, a autoeficácia em ações pró-ativas e a autoeficácia em interação social. Além disso, a análise de correlação (r de Pearson) revelou que BES e AE guardam relação entre si, apresentando índices positivos e significativos. Também foram verificadas correlações significativas e negativas entre o consumo de álcool, a autoeficácia total e seus fatores, assim como correlações significativas e positivas entre o consumo de álcool e afetos negativos. Adicionalmente, é possível concluir que, no grupo estudado, dentre os jovens que consumiram álcool, estudantes do sexo masculino demonstraram um consumo maior da bebida do que as mulheres.
Resumo:
A complexidade crescente no ambiente de trabalho tem exigido capacidade de adaptação dos empregados, com papéis exigindo maior flexibilidade e criatividade para superar os desafios que se apresentam. Ciclos de vida de produtos cada vez menores num mercado muito agressivo têm acarretado enormes pressões nos empregados, com efeitos colaterais na saúde, como estresse e doenças psicossomáticas. O tratamento de doenças, embora relevante para minimizar o sofrimento humano, não tem sido suficiente para dar respostas desejadas neste ambiente de trabalho numa concepção de saúde que abranja o bem-estar e que permita aos empregados enfrentar melhor os desafios que se apresentam. O campo da psicologia positiva, voltada ao estudo dos fatores que propiciam o florescimento das pessoas, permite às organizações, gestores e empregados ampliar o leque de alternativas possíveis para melhorar a saúde das pessoas, com reflexos positivos para as organizações. O objetivo deste estudo visou a confirmar se os valores organizacionais, percepção de suporte organizacional e percepções de justiça (distributiva e de procedimentos) são antecedentes de bem-estar no trabalho, um construto composto das variáveis de satisfação no trabalho, envolvimento com o trabalho, e comprometimento organizacional afetivo. A amostra envolveu 404 trabalhadores atuando em empresas na região da Grande São Paulo, sendo 209 do sexo masculino e 193 do sexo feminino. Dividiu-se a amostra a partir de dois agrupamentos de empresas, o setor financeiro (compreendendo uma empresa com 243 respondentes) e o setor não financeiro (compreendendo 13 empresas com um total de 161 respondentes). Como instrumento para coleta de dados utilizou-se de um questionário composto de sete escalas, abrangendo as três variáveis de bem-estar no trabalho e as quatro variáveis independentes estudadas como seus antecedentes. Os resultados deste estudo, nos dois setores estudados, confirmaram que a percepção de suporte organizacional e a percepção de justiça distributiva acarretam maior satisfação no trabalho. A justiça de procedimentos também mostrou capacidade preditiva de satisfação no trabalho para o setor financeiro. O valor organizacional autonomia confirmou-se como antecedente de envolvimento com o trabalho nos dois setores. O valor organizacional realização e a percepção de justiça de procedimentos posicionaram-se como antecedentes de comprometimento organizacional afetivo para os setores não financeiro e financeiro, respectivamente. O valor organizacional preocupação com a coletividade e a percepção de suporte organizacional mostraram capacidade preditiva de comprometimento organizacional afetivo para os setores financeiro e não financeiro, respectivamente. Os resultados revelam que se promove o bem-estar no trabalho quando, nas organizações, se adotam políticas e práticas que dêem suporte e tratamento digno aos empregados, reforçando valores organizacionais que promovam um ambiente propício à inovação e à criatividade, com maior autonomia, onde os gestores valorizam a competência e o sucesso dos trabalhadores, e onde se predomina a honestidade e a sinceridade nas relações entre as pessoas e a organização. Os empregados tenderão a desenvolver transações típicas das trocas sociais, investindo seus esforços para a organização, com base na confiança e na lealdade.
Resumo:
Esta pesquisa verifica a validade da utilização de fábulas em processo psicoterapêutico de paciente de Mobbing acometida de depressão e síndrome de pânico. Desenvolve-se por meio de estudo de caso avaliativo-interventivo evolutivo prolongado, com um total de 116 sessões semanais. Inicialmente realiza o diagnóstico clínico elaborado a partir do desenho da figura humana, extraído do teste projetivo House Tree and Person, de entrevista inicial semi-dirigida, e de coleta de relatos verbais e observações feitas durante os primeiros atendimentos. As sessões são realizadas com utilização ocasional de fábulas, associada ou não a técnicas de relaxamento de Schultz e Jacobson, com interpretação de sonhos e recomendação de filmes. O objetivo é verificar se as fábulas contribuem de forma positiva para o paciente compreender com mais facilidade as interpretações do psicoterapeuta, se diminui sua resistência ao falar dos seus conteúdos e se amplia à consciência simbólica. O primeiro momento interventivo tem a duração de aproximadamente 16 meses, o segundo, de 04 meses, quando é solicitado o segundo desenho e o terceiro processa-se em 09 meses, quando é solicitado o último desenho. No primeiro momento é proporcionado à paciente um ambiente facilitador com sustentação emocional (Holding), buscando resgatar sua ilusão, numa visão winnicottiana. Revela-se uma situação de Mobbing acompanhada de depressão manifesta e síndrome do pânico; com alto nível de exigência pessoal e profissional; grande passividade nos relacionamentos e na dinâmica do casal. Ao final desse momento, já consegue começar a desviar sua auto-agressividade para o meio externo de maneira mais positiva e socialmente aceita. No segundo momento predomina o encontro e aceitação de seu verdadeiro jeito de ser; enxerga o quanto estava se deixando prejudicar; mostra-se mais confiante, comunica-se e enfrenta melhor suas dificuldades afetivas. No terceiro momento demonstra estar segura e feliz. Cuida de sua aparência e sente prazer em ser notada socialmente. Demonstra ter aprendido a se defender em situações de confronto, com maior autonomia e verbaliza estar muito feliz com as mudanças, sorri com freqüência. A análise evolutiva dos desenhos confirmam esta boa evolução. A utilização de fábulas foi muito bem aceita pela paciente, que conseguiu por meio da leitura simbólica contida nas mesmas, aproximar-se de sua problemática e aprender a lidar com ela de forma mais saudável. Os resultados também indicam que a utilização de relaxamento associado à leitura das fábulas contribuiu para sua assimilação mais abrangente e profunda. O estudo ilustra a evolução do caso por meio de 24 vinhetas, devidamente analisadas em relação aos momentos descritos.(AU)
Resumo:
Este estudo tem por objetivo avaliar o nível de sociabilização no comportamento da criança/adolescente com deficiência intelectual em terapia assistida por animais, TAA, e por objetivos específicos levantar o perfil sócio-demográfico-clínico dessa população, observar o comportamento da criança em atendimento mediado pela TAA e verificar a opinião dos pais/responsáveis e profissionais sobre essa terapia. A TAA é uma técnica na qual o animal é parte integrante do processo terapêutico. Enquadra-se em uma abordagem multidisciplinar, que requer a intervenção de especialistas, na qual o cão ocupa uma posição mediadora entre o paciente e os objetivos terapêuticos. A pesquisa abrange 46 sujeitos, sendo 20 pacientes, 20 pais e/ou responsáveis e seis terapeutas, e desenvolve-se em uma clínica de Reabilitação Clínica de ONG em cidade de grande porte. Foram observadas 12 intervenções em TAA, aplicada a escala com foco em sociabilização baseada em Achenbach (ASEBA)e realizada entrevista junto aos pais/responsáveis e entrevistados os terapeutas em TAA. Os resultados dos instrumentos utilizados convergem no sentido de apontara validade da TAA como facilitadora da sociabilização das crianças/adolescentes com deficiência intelectual, com aumento da motivação e engajamento às intervenções, assim como, com repercussões positivas em sua autonomia, em seu humor e em sua organização cognitiva temporal e narrativa linguística. Os terapeutas ressaltam o componente lúdico presente nas intervenções, o qual facilita atingir seus objetivos terapêuticos. Já para os pais dos atendidos por essa abordagem, de forma unanime referem que filhos demonstram motivação e maior autonomia frente aos atendimentos. O estudo sugere novas investigações que possam dar suporte à divulgação dessa modalidade de terapia.