1000 resultados para Fim de ano
Resumo:
O presente artigo analisa o uso abundante por Hume de ficções que relatam o que significaria para nós a ausência de experiência - ou porque esta ainda não existiria, ou porque, por algum motivo, ela não existira mais. Sugerimos que essas ficções, além de seu objetivo mais imediato de prestar o devido reconhecimento à experiência e ao hábito como únicos fundamentos possíveis de nossas inferências de causa e efeito, revelam a tensão permanente de nossa existência entre duas forças de atração: uma força que nos puxa em direção à regularidade e uniformidade das leis da natureza e da natureza humana, afastando-nos da singularidade, da pura diferença entre percepções atômicas e da indiferença original da imaginação; e uma outra, que apenas entrevemos, mas que se mantém como uma ameaça constante por trás de todas as associações, inferências, crenças e mecanismos de paixões: o reino da pura singularidade, a recaída na indiferença, a ruína da natureza humana.
Resumo:
Este estudo discute a questão do fim da arte com base nas reflexões críticas de Clement Greenberg e na posterior apropriação dessas reflexões por Arthur Danto. Em primeiro lugar, pretendo mostrar como a visão negativa de Greenberg acerca da arte produzida a partir dos anos 1960 implica o tema do fim da arte. Em segundo, pretendo expor a tarefa assumida por Danto a partir de sua avaliação dos diagnósticos e da teoria de Greenberg.
Resumo:
O trabalho teve o objetivo de investigar, isolada e integradamente, o efeito do corte polar do coco verde, a atmosfera modificada, e a associação de produtos químicos, sob condições de câmara frigorífica no controle da podridão basal pós-colheita causada por Lasiodiplodia theobromae. Frutos provenientes de áreas infestadas foram cortados transversalmente, removendo-se as brácteas e, em seguida, foram submetidos aos tratamentos com ceras e fungicidas. Após o tratamento, esses frutos foram embalados em caixas de papelão e transferidos para a câmara frigorífica à ±12º C por 30 ou 35 dias, de acordo com o ensaio. As avaliações foram realizadas a cada dois dias. A exclusão do fungo por meio do corte do mesocarpo na região das brácteas do coco verde foi eficiente no controle da doença, e a proteção com a cera EF-1 foi excelente protetor contra o dano pelo frio e fungos deteriorantes nos frutos cortados. Também, verificou-se que a associação corte basal do fruto + emulsão de cera + fungicida foi uma excelente alternativa de conservação e controle da doença em estudo.
Resumo:
O alho (Allium sativum L.) pode estar naturalmente infectado por um complexo de vírus filamentosos pertencentes aos gêneros Potyvirus, Carlavirus e Allexivirus. O acúmulo destes vírus se dá, principalmente, pela sua propagação vegetativa através dos bulbilhos. Como a planta de alho cultivada não produz semente verdadeira em todo o mundo, a única forma de se obter plantas livres de vírus se dá pela cultura de tecidos dos ápices caulinares e termoterapia. Utilizando estas técnicas, alhos sementes foram produzidos na FCA- UNESP de Botucatu e avaliados via RT-PCR para a presença de potyvirus, carlavirus e allexivirus. Na segunda geração dos microbulbilhos propagados em casa de vegetação, 6,6% de infecção foi verificada por allexivirus. Já na quarta geração foi observada incidência de 60% com allexivirus, 35% com potyvirus e todas foram negativas para carlavirus. A alta taxa de infecção por allexivirus pode estar relacionada à maior dificuldade de remoção de espécies de vírus pertencentes a este gênero, como também já observado por outros autores, pela infecção e transmissão de vírus pelo ácaro, Aceriatulipae, durante o armazenamento dos bulbos de um ano a outro. O alho na quarta geração corresponde a bulbilhos com peso inferior a 1 grama e que não haviam sido selecionados para multiplicação comercial. A seleção para tamanho do bulbilho tem efeito positivo na escolha de bulbilhos com menores taxas de infecção por vírus, já que a técnica de termoterapia e cultura de tecidos não elimina totalmente os vírus. Os resultados também enfatizam a necessidade de se realizar fumigação no alho semente armazenado de um ano a outro a fim de evitar a transmissão de allexivirus durante o armazenamento.
Resumo:
A Faculdade de Medicina de Marília, desde 1997, vem implementando mudanças curriculares nos cursos de Enfermagem e Medicina. Tais mudanças pressupõem articulação entre teoria e prática, processo de ensino baseado na aprendizagem significativa, centrado nos estudantes, em situações de aprendizagem que emergem da prática profissional, abordados de forma interdisciplinar e multiprofissional. Para isto, os estudantes de Enfermagem e Medicina, de forma integrada, desenvolvem atividades em contato com usuários e trabalhadores da saúde, desde o primeiro ano, inseridos em equipes nas Unidades de Saúde da Família, num ciclo de dois anos, denominado Unidade de Prática Profissional. O presente relato apresenta a experiência de três estudantes que tiveram a oportunidade de avaliar o estado de saúde e acompanhar seis famílias. Esta atividade possibilitou identificar diferentes necessidades de saúde e levou os estudantes a buscar informações em diversas fontes a fim de propor estratégias de ação que contribuam para a melhora da qualidade de vida das pessoas. Foi possível intervenção por meio de orientações, encaminhamentos e realização de procedimentos. Os estudantes concluem que esta prática possibilita maior compreensão dos valores dos usuários e a aproximação de uma realidade bastante distante do seu modo de vida, além de uma aprendizagem significativa.
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Os propósitos do trabalho foram examinar as percepções dos alunos sobre a vivência inicial do curso de Medicina, mediante o Questionário de Valoração do Curso (QVC), bem como analisar relações entre índices do QVC e medidas de atributos pessoais e sucesso acadêmico. O estudo envolveu 609 alunos numa década. Os resultados revelaram relativa estabilidade dos escores do QVC em turmas consecutivas e diferenças significantes entre os alunos agrupados por sexo, naturalidade, categoria de preferência por carreira e semestre de acesso ao curso. Verificaram-se, também, associações significantes entre escores do QVC e medidas de autoconfiança, intenção de aprender, rendimento cognitivo e atividade de monitoria em quatro semestres seguidos. Testes do Modelo Linear Geral revelaram quatro fatores independentes principais na explicação da variabilidade do escore do QVC: intenção de aprender, autoconfiança, preferência por carreira e semestre de acesso. A discussão examina os achados em conexão com noções de contexto interno do aprendiz e ambiência educacional. Concluindo, as respostas ao QVC refletem a perspectiva de valoração do aprendizado pessoal na interação com as dimensões do contexto educacional. O instrumento tem, assim, utilidade no acompanhamento pedagógico da iniciação profissional.
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A duas amostras randomizadas de 50 alunos do segundo e 50 do sexto ano médico foi aplicada a "Escala de atitudes frente a algumas fontes de tensão do curso médico", que avalia quatro fatores: aspectos psicológicos e adaptação ao curso médico; escolha profissional e características do curso médico; manifestações de comportamento disfuncional; saúde pessoal e estilo de vida. Os alunos também responderam a questões abertas, que versavam sobre as experiências vivenciadas durante o curso de Medicina. Os dados oriundos da aplicação da escala revelaram que 24,1% dos estudantes pesquisados foram considerados potencialmente sujeitos a desenvolver crises adaptativas. O material obtido na análise das questões abertas permitiu a construção de dois discursos: o do aluno de segundo ano e o do aluno de sexto ano. A partir da análise dos dados quantitativos e dos qualitativos, são discutidos temas relacionados ao segundo ano (processo de ensino-aprendizagem, prática pedagógica dos docentes, avaliação da aprendizagem) e ao sexto ano (organização do trabalho assistencial, seleção para a residência médica, aspectos éticos das práticas assistenciais). Considerações sobre medidas preventivas e interventivas são apresentadas com base nos temas desenvolvidos na discussão.
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Os estudantes de Medicina compõem um grupo susceptível aos transtornos do sono, em razão da carga curricular em horário integral, das atividades extracurriculares e da forte pressão e estresse, com exigência de alto rendimento e tempo demandado em estudos. O objetivo deste trabalho foi avaliar os hábitos do sono dos estudantes da graduação e residentes da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás, a fim de identificar os principais fatores que afetam a qualidade do sono. Foram analisados 276 estudantes, sendo 234 (84,7%) acadêmicos e 42 (18,2%) residentes. Aplicou-se o questionário Índice de Qualidade do sono de Pittsburg (PSQI) e a escala de sonolência de Epworth. A análise dos questionários revelou associação estatisticamente significante entre sonolência e qualidade do sono (RR:1,108; IC 95% 1,0047 - 1,2240). O trabalho demonstrou que estudantes com sonolência diurna excessiva apresentam pior qualidade de sono; e uma variação significativa da prevalência da sonolência diurna excessiva e da qualidade ruim do sono entre as amostras de primeiro ano de graduação e residentes.
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OBJETIVO: Comparar grau de dificuldade, satisfação e escores finais entre os métodos de avaliação formativa e somativa em alunos de Medicina do quarto ano, na disciplina de Ginecologia e Obstetrícia. MÉTODO: Trinta e oito alunos foram submetidos a um exame escrito (alternativo) e, um mês depois, ao método tradicional de escolha múltipla. O exame alternativo consistia em casos clínicos reais, enfocando as hipóteses diagnósticas e o manejo médico. As questões eram graduadas em 0, 0,5 ou 1 ponto. Após o resultado inicial, os exames eram devolvidos e, em duas semanas, os alunos tinham que escrever uma dissertação estruturada para cada resposta errada. Pontos adicionais (+ 0,5 ou + 1) eram dados para cada resposta. Dissertações com incorreções descontavam pontos da nota original. O teste tradicional consistia em conceitos clínicos e prevalência de diferentes doenças e de agentes etiológicos. Nenhum retorno era dado, a não ser a nota final. O grau de dificuldade, a média final de ambos os exames e a resposta dos alunos a essa iniciativa foram comparados entre os dois métodos. RESULTADOS: O exame escrito alternativo teve maior grau de dificuldade (7,6 ± 0,2 vs. 5,2 ± 0,4; p < 0,001). Nenhuma diferença estatística foi encontrada entre as médias dos escores finais de ambos os métodos (8,3 ± 0.9 vs. 8,5 ± 0,9; p > 0,05). Os alunos preferiram o método alternativo, quando comparado ao tradicional (8,6 ± 0,2 vs. 5,4 ± 0,4; p < 0,001). CONCLUSÃO: A avaliação formativa foi mais difícil do que a tradicional, mas os escores finais da classe dos alunos não foram menores do que os escores dos testes tradicionais. Os alunos preferiram a avaliação formativa.
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INTRODUÇÃO: Conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais e as orientações da Abem para ampliar a visão generalista da prática médica, a FCM-Unicamp renovou seu currículo ao implantar, no primeiro ano do curso de Medicina, a disciplina Ações de Saúde Pública, na qual os alunos devem identificar e atenuar um problema da região mediante projetos de intervenção nos Centros de Saúde (CS). Foi desenvolvido um projeto com foco nos motivos e consequências da presença de adolescentes grávidas nas redondezas do CS São Quirino em 2008. OBJETIVO: Contribuir para a melhoria da qualidade de vida de adolescentes e bebês. MÉTODOS: Selecionadas as adolescentes, aplicou-se um questionário e formou-se um Grupo de Gestantes no CS. Oficinas com temas variados foram desenvolvidas. RESULTADOS: Alunos e funcionários do CS trabalharam harmonicamente, o que viabilizou a sustentabilidade do trabalho nos anos seguintes. CONCLUSÃO: As adolescentes reconheceram a importância dos cuidados com a gravidez, e os alunos tiveram contato precoce com as práticas do SUS
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A pesquisa em educação médica vem se desenvolvendo muito nos últimos anos. A participação de estudantes nos processos de mudanças curriculares também é crescente e bastante contributiva. Ainda, a iniciação científica está sendo amplamente defendida por seu impacto positivo na formação profissional. Relatamos um ano de experiência do Núcleo Acadêmico de Pesquisa em Educação Médica (Napem), que integra as propostas de participação discente nas discussões de ensino médico através de trabalhos de iniciação científica em educação médica. O Napem foi fundado em 2008 e foi bem aceito na comunidade acadêmica da Faculdade de Medicina de Botucatu/Universidade Estadual Paulista (FMB/Unesp). Seus projetos de pesquisa atuais investigam: avaliação do curso médico, avaliação do estudante, fatores que influenciam a busca por iniciação científica, Ligas Acadêmicas e interdisciplinaridade. Estão envolvidos 17 estudantes e dez professores. Em um ano, o Napem apresentou trabalhos em congressos, publicou artigo em periódico indexado e está certificado como grupo de pesquisa no CNPq. Dentre seus desafios estão a necessidade de contínua renovação dos estudantes e o avanço nas pesquisas, de modo que os projetos não se encerrem em si mesmos, mas constituam um continuum de investigação à medida que novas informações sejam agregadas ao conhecimento.
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Numa faculdade com currículo tradicional e predomínio da avaliação cognitiva e somativa, uma nova disciplina, baseada na interação entre universidade, serviços e comunidade (Iusc), para estudantes de Medicina e Enfermagem numa escola de São Paulo, teve por objetivo buscar uma forma de avaliar o desenvolvimento do aluno em habilidades de comunicação e autorreflexão. A avaliação global do aluno em pequenos grupos feita por meio de relatórios escritos e portfólio do grupo não evidenciou a autorreflexão sobre o processo de aprendizagem de alguns estudantes. Foi proposto, então, um estudo piloto com 15 alunos, divididos em dois grupos, selecionados aleatoriamente, que aceitaram desenvolver um portfólio individual e reflexivo. Na análise qualitativa do material, identificou-se a presença de categorias como reflexão sobre a vida estudantil antes do curso universitário escolhido, experiências de vida que levaram à escolha profissional, correlação do aprendizado na disciplina com a prática profissional e capacidade de identificar o crescimento em habilidades de comunicação, mostrando-se eficiente no processo de autorreflexão sobre a aprendizagem.
Resumo:
INTRODUÇÃO: Há importância na análise do ensino-aprendizagem na graduação médica que permita identificar oportunidades de melhoria no ensino dos cuidados no final da vida. OBJETIVO: Descrever atitudes e práticas do ensino dos cuidados no fim da vida no Brasil conforme relatado pelos coordenadores de curso. MÉTODO: Questionário sobre o ensino dos cuidados no fim da vida foi aplicado em 179 coordenadores de escolas de medicina brasileiras. RESULTADOS: Cinqüenta e oito coordenadores participaram (32,4%). A maioria (96,6%) considerou muito importante o ensino dos cuidados no fim da vida. Setenta e três por cento acredita que o tempo para ensinar sobre os cuidados paliativos em seus currículos é insuficiente, sendo sua prioridade insuficiente ou inexistente em 50,9% das opiniões. O pequeno número de docentes especializados foi considerado como uma das barreiras para incorporar esse ensino no currículo da graduação. CONCLUSÃO: As atitudes e práticas quanto ao ensino dos cuidados no fim da vida nas escolas médicas sugerem limitações. Embora os atuais coordenadores acreditem em sua importância, ainda é dada pouca prioridade ao ensino deste tema no Brasil.