999 resultados para Aprimoramento cognitivo
Resumo:
O propósito deste estudo retrospectivo foi avaliar o impacto do processo de avaliação seriada, em comparação com exame vestibular, em termos de efeitos no perfil de atributos e de progresso acadêmico de alunos da Universidade de Brasília. Os sujeitos foram 415 alunos (57,8% masculinos) registrados no Curso de Medicina após aprovação para ingresso mediante avaliação seriada, ou exame vestibular no primeiro ou segundo semestre, ao longo de seis anos (1999-2004). Foram comparados, entre os grupos de ingresso, os indicadores demográficos, de atitudes em face do aprendizado e de rendimento cognitivo no curso. Os resultados mostraram proporções significantemente maiores de alunos naturais do Distrito Federal e da faixa etária mais jovem no grupo da avaliação seriada. O índice de rendimento acadêmico manteve-se significativamente mais elevado nesse grupo desde o segundo ao nono período do curso. Análises estatísticas indicam que tal efeito reflete, além da forma e do ano de ingresso, outras diferenças nas características dos alunos, tais como sexo, idade e valoração do aprendizado. Os achados sugerem que a avaliação seriada privilegiou a aptidão acadêmica quanto ao rendimento cognitivo e alterou tendências na composição demográfica do alunado com efeitos no próprio rendimento estudantil.
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OBJETIVO: Avaliar a opinião do interno de Medicina sobre o seu aprendizado e a importância de ter participado do "Programa de aprendizado médico através de visitas domiciliares junto aos agentes comunitários da região de Capuava". MÉTODO: Estudo quali-quantitativo prospectivo, com avaliação feita por meio de questionários de autopreenchimento, relatórios de experiências relevantes, discussões abertas e observação participante. RESULTADOS: Na opinião dos alunos, a contribuição da visita domiciliar ao seu conhecimento foi considerada: ruim (2,8%), regular (14,1%), boa (50,7%) e ótima (32,5%). Houve contribuição das visitas ao componente afetivo em 91,3%, ao cognitivo em 62% e ao psicomotor em 56,3%. O aspecto positivo mais citado foi o fato de essas visitas mostrarem a realidade da população (70,8%); e o mais negativo foi o pequeno tempo de estágio (19,4%). Os internos expressaram suas percepções em relação à comunidade, ao valor do agente comunitário e às falhas do ensino médico tradicional. CONCLUSÕES: Na opinião dos alunos, as visitas domiciliares contribuíram para seu conhecimento da prática médica. Essa contribuição foi mais expressiva no que se refere ao domínio afetivo. As percepções sobre a comunidade podem auxiliar na futura atuação médica.
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Os processos de formação dos profissionais de saúde vêm passando por transformações. Neste contexto, a Faculdade de Medicina de Marília (Famema) implementou um currículo integrado, utilizando em sua metodologia de ensino a diversificação de cenários de aprendizagem. Analisou-se, nesta pesquisa científica, a percepção dos acadêmicos de Medicina das primeira e segunda séries sobre as ações em saúde que desenvolvem com a comunidade na Unidade Educacional de Prática Profissional (UPP) no cenário da Atenção Básica de Saúde (ABS). A abordagem qualitativa foi a opção de análise desta investigação, que permitiu construir quatro categorias empíricas comuns às duas séries: a construção do conhecimento no cotidiano das ações de saúde; a contribuição social do estudante; o aprimoramento das relações e o olhar para as diversidades. Além disso, há duas categorias referentes à segunda série: a formação de um novo olhar sobre o SUS; e a ampliação dos cuidados a partir de necessidades de saúde. Evidenciam-se, então, percepções comuns entre ambas as séries do curso médico em relação à aprendizagem na ABS, mostrando a importância que este cenário tem na formação médica diferenciada, notadamente na construção de sujeitos críticos e reflexivos, capazes de aprender a aprender com a realidade na qual se inserem.
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Os propósitos do trabalho foram examinar as percepções dos alunos sobre a vivência inicial do curso de Medicina, mediante o Questionário de Valoração do Curso (QVC), bem como analisar relações entre índices do QVC e medidas de atributos pessoais e sucesso acadêmico. O estudo envolveu 609 alunos numa década. Os resultados revelaram relativa estabilidade dos escores do QVC em turmas consecutivas e diferenças significantes entre os alunos agrupados por sexo, naturalidade, categoria de preferência por carreira e semestre de acesso ao curso. Verificaram-se, também, associações significantes entre escores do QVC e medidas de autoconfiança, intenção de aprender, rendimento cognitivo e atividade de monitoria em quatro semestres seguidos. Testes do Modelo Linear Geral revelaram quatro fatores independentes principais na explicação da variabilidade do escore do QVC: intenção de aprender, autoconfiança, preferência por carreira e semestre de acesso. A discussão examina os achados em conexão com noções de contexto interno do aprendiz e ambiência educacional. Concluindo, as respostas ao QVC refletem a perspectiva de valoração do aprendizado pessoal na interação com as dimensões do contexto educacional. O instrumento tem, assim, utilidade no acompanhamento pedagógico da iniciação profissional.
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O propósito do estudo foi analisar a variabilidade da autodeterminação da motivação em função dos motivos de escolha de medicina e fatores da aprendizagem, e seus efeitos na intenção dos alunos de prosseguir no curso. Aplicou-se a Escala de Motivação Acadêmica ao total de 450 alunos em seis anos, apurando-se também os fatores da escolha e as medidas da orientação e autoconfiança e do rendimento na aprendizagem. Os resultados mostraram correlações positivas e significantes entre autodeterminação da motivação e valoração do aprendizado realizado, orientação significativa na aprendizagem, autoconfiança como aprendiz e rendimento cognitivo, bem como altruísmo e busca de desafio nos motivos de escolha de medicina. Análise de regressão revelou que fatores pessoais e contextuais, incluindo motivos de escolha, explicavam 42% da variabilidade de autodeterminação da motivação. Outra análise demonstrou que autodeterminação da motivação, intenção de aprender e valoração do aprendizado explicavam a parte maior da variabilidade na intenção de prosseguir no curso. Os achados sugerem a ocorrência de inter-relações significativas entre fatores pessoais e contextuais na determinação de autodeterminação da motivação e da intenção de adesão ao curso, após o primeiro ano de estudos.
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O teste de progresso (TPMed) é uma avaliação cognitiva longitudinal com conteúdo final do curso, que tem por finalidade avaliar a instituição e o desempenho cognitivo dos estudantes. Atualmente, tem sido aplicado em diversas escolas médicas no mundo e no Brasil. A Universidade Estadual de Londrina (UEL) implantou esse teste em 1998. Este trabalho apresenta a experiência da UEL na implementação do TPMed como um instrumento de avaliação do curso e alguns resultados desse período: houve aumento na participação dos estudantes para realizar o teste; o desempenho cognitivo dos estudantes apresentou aumento de uma série para outra em cada teste; a média de acertos nas áreas de Clínica Médica foi menor na quinta série, no oitavo e nono TPMed; na Saúde Coletiva, houve alto percentual de acerto nas duas primeiras séries. Tais resultados refletem a estrutura curricular, bem como as potencialidades e fragilidades do curso. O teste de progresso é um bom indicador do processo de auto-avaliação do curso, mas ainda necessita de aprofundamento nos estudos de técnicas de análise dos resultados, para permitir estimar o crescimento cognitivo dos estudantes.
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Este artigo investiga o crescimento cognitivo de estudantes de Medicina durante o internato de Clínica Médica do Centro Universitário Serra dos Órgãos, de janeiro de 1999 a dezembro de 2004. Foram analisados os resultados das avaliações teóricas realizadas no primeiro e no último dia do internato - cujos conteúdos exigidos eram os mesmos - de 606 estudantes do décimo primeiro e do décimo segundo períodos. Os resultados mostram melhor desempenho na segunda avaliação (média = 6,7) em relação à primeira (média = 4,1), o que aponta um "ganho" cognitivo no período de três meses. Discute-se se tais resultados podem ser comparados a outras avaliações com objetivos semelhantes.
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Os currículos médicos estão preocupados em formar médicos detentores de traços humanísticos, que passam, assim, a ser objetivos educacionais. Deve-se desenvolver, então, a sua pedagogia. Como objetivos, podem ser tratados pedagogicamente com base nos corpos conceituais teóricos que informam o planejamento de currículos, como a taxonomia de objetivos educacionais clássica, que compreende os domínios cognitivo, afetivo e psicomotor. Esta taxonomia dá conta de muitos dos objetivos relacionados aos traços humanísticos, organizando-os e facilitando a tarefa de planejamento educacional nessa área, mas deixa marginalizados alguns aspectos do conhecimento humano cruciais para as Humanidades, como os objetivos que se referem a autoconhecimento, amadurecimento e à individuação, reconhecimento dos próprios sentimentos e habilidades de comunicação interpessoal. Devem-se, então, buscar outros sistemas conceituais como referenciais teóricos mais adequados às Humanidades. É possível que se possa usar as taxonomias de maneira aditiva, procurando objetivos humanísticos em cada uma das categorias e subcategorias das diversas taxonomias. Assim, aumenta-se a abrangência do corpo de objetivos educacionais de natureza humanística.
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As escolas médicas brasileiras priorizam o ambiente hospitalar para o ensino e acabam formando profissionais carentes de compromisso social. O curso de Medicina da Universidade Federal de Santa Maria implantou, em 2004, um novo currículo que inclui o Internato Regional (IR), em que o interno permanece dois meses em município conveniado, atuando em atenção primária em saúde. Este estudo transversal e quanti-qualitativo teve por objetivo conhecer a percepção dos acadêmicos da primeira turma que realizou o IR sobre o impacto desse modelo de estágio em sua formação, mediante a aplicação de um questionário semiestruturado. Mais de 75% das respostas apontaram ter havido contribuição para maior conhecimento da realidade social e profissional, aprimoramento da relação médico-paciente e desenvolvimento de autoconfiança no exercício da profissão. O principal ponto negativo ressaltado foi o despreparo dos médicos-preceptores para atuar como docentes. No atual contexto de mudanças, o IR surge como uma proposta satisfatória de ampliação dos cenários de prática-ensino-aprendizagem e contribui com a formação humana e pessoal dos futuros médicos, apesar de ainda carecer de preceptoria qualificada.
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O projeto "Vivendo o SUS", realizado com a participação dos alunos do primeiro ano do curso de Medicina da PUC/SP, visou introduzir os estudantes no contexto das ações do sistema público de saúde e suas relações com a população local, no município de Sorocaba. Posteriormente, com a reforma curricular do curso de Medicina, foi construído o Módulo de Prática em Atenção à Saúde (PAS), com desenvolvimento nos seis anos do curso. A realização desse projeto foi importante para estimular e nortear o processo de mudança curricular, por meio da execução de uma atividade que propiciou exercícios de reflexão sobre a experiência vivenciada pelo estudante de Medicina, estimulando a percepção de situações como o cuidado e a organização do processo de trabalho na atenção básica, as relações na equipe de saúde e as informações como ferramentas para o planejamento. Atualmente, o ensino médico, inserido no espaço da Atenção Básica, contribui na produção de conhecimentos para o aprimoramento do sistema de saúde local e, intervindo na realidade, forma um profissional mais habilitado e comprometido com a comunidade.
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A prescrição correta de medicamentos é tema de extrema relevância na resolutividade dos problemas da saúde. Frente às deficiências constatadas, a Organização Mundial da Saúde incluiu entre seus objetivos o aprimoramento do ensino da farmacoterapia para estudantes de Medicina. Neste contexto, o presente trabalho avalia a prescrição ambulatorial dos alunos do internato do curso de Medicina da Universidade Federal de Alagoas, bem como o processo de formação para a sua elaboração. Trata-se de um estudo transversal e descritivo, que realizou a análise documental de 133 prescrições de medica mentos em situações de simulação e de 67 questionários. Concluiu-se que o assunto não integra o cur rículo formal do curso de maneira explícita e que as deficiências detectadas com relação às prescrições são semelhantes às encontradas na literatura referentes a profissionais graduados. Nas condutas dos alunos, ressaltou-se a preocupação com a adesão ao tratamento, a prioridade dada ao uso de medica mentos genéricos, a seleção dos produtos de acordo com o nível socioeconômico dos pacientes, além do interesse e empenho na prescrição. Evidenciou-se a relevância do ensino da forma correta da prescrição medicamentosa na graduação médica.
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Este estudo quanti-qualitativo objetivou identificar concepções sobre Medicina Convencional e Acu puntura que contribuem para entender os motivos que levam médicos a procurarem conhecer ou se especializar em Acupuntura. Foram pesquisados 175 médicos do Curso de Desenvolvimento em Me dicina Chinesa − Acupuntura, do Center-AO − Centro de Pesquisa e Estudo da Medicina Chinesa e Universidade Federal de São Paulo − Escola Paulista de Medicina (Unifesp - EPM), com questio nário composto por perguntas abertas e fechadas. Os dados obtidos foram analisados estatisticamente, e as respostas foram analisadas com a técnica de análise de conteúdo, buscando desvelar unidades de significado. A partir disso, foram estabelecidas categorias gerais e específicas, que passaram a dar significado aos discursos. Dessa forma, foram obtidos três grupos categoriais: "aprimoramento profis sional", "ampliar seu próprio horizonte de vida" e "compreender o paciente em uma dimensão mais abrangente". Nossos dados revelaram que os médicos desejam exercer a Acupuntura de forma inte grada à Medicina Convencional, no bojo da qual a Acupuntura vem se firmando como especialidade médica.
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A Educação Permanente em Saúde (EPS) é uma estratégia que toma os problemas da prática como objeto de reflexão das equipes de trabalho. Para superar a falta de domínio conceitual e operativo em relação à EPS, foi proposto um curso de facilitadores de educação permanente. Este curso foi desenvolvido no município de Londrina e dele participaram 14 médicos. Com o objetivo de analisar as opiniões sobre o curso e sobre as repercussões no trabalho e na atenção à saúde, os 11 médicos concluintes foram entrevistados, utilizando-se um roteiro semiestruturado. Para a análise, as questões fechadas foram tabuladas, e o conteúdo das abertas foi analisado por meio da análise temática. Para esses médicos,- Educação Permanente em Saúde. a EPS se constitui em: reflexão acerca dos problemas cotidianos, trabalho em equipe e aprendizagem - Trabalho em Saúde. significativa. Entre as mudanças propiciadas pelo curso, destacaram-se: ampliação do vínculo entre profissionais, democratização da gestão, apropriação dos sistemas de informação, ampliação da capacidade de análise e aprimoramento da prática. As facilidades e dificuldades se referiram principalmente à garantia de infraestrutura (espaço, tempo, material e apoio), mas também foram destacados aspectos relacionados ao trabalho em equipe, como motivação, interesse e participação.
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INTRODUÇÃO: A avaliação do perfil do egresso é útil para investigar o sincronismo entre o treinamento fornecido e a demanda profissional. OBJETIVOS: Analisar, por meio de um questionário padronizado, o perfil profissional dos egressos do programa de Residência Médica (RM) de Pediatria FMUSP no período 1997-2008 e a compatibilidade entre esse perfil e a prática clínica na comunidade. MÉTODOS: Pôde-se localizar o endereço eletrônico de 297/446 egressos; 150 responderam à pesquisa, após consentimento informado. RESULTADOS: 126/150 respondentes do sexo feminino, idade média de 31,9 ± 2,8 anos, 61,3% oriundas do Estado de São Paulo (SP), 64% atuam profissionalmente em SP. Os egressos originários das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste se estabeleceram profissionalmente em SP. A escolha da Pediatria foi relacionada a afeto pela criança, preferência de exercício profissional voltado à criança e característica generalista da especialidade. Os estágios considerados mais importantes para o exercício profissional foram na área de urgência/emergência, neonatologia, enfermarias de Pediatria geral e de especialidades pediátricas. A ampliação da RM em Pediatria para três anos foi aprovada por 72%, 66% destes com vistas a aumentar a exposição às especialidades pediátricas; 78% se consideraram profissionalmente realizados e 22% parcialmente realizados em virtude de renda mensal inferior à esperada e por não terem iniciado/concluído a pós-graduação; 54% exercem função docente, principalmente em serviços públicos. As expectativas se concentram no início/término da pós-graduação, aprimoramento/reconhecimento profissional e melhoria da renda, com foco em clínica privada. CONCLUSÕES: Os egressos sugerem formação mais sólida nas especialidades pediátricas e demonstram tendência a se estabelecer em SP, não retornando ao Estado de origem.
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Este trabalho mapeia as dificuldades e necessidades relativas ao desenvolvimento docente de professores atuantes em currículos que utilizam métodos ativos de ensino-aprendizagem na formação do médico. Os sujeitos desta pesquisa foram 115 professores do curso de Medicina de uma universidade estadual que trabalham com a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) e Problematização e já desempenharam as diversas funções docentes propostas. Na coleta de dados utilizamos um questionário com assertivas relacionadas à temática pesquisada e análise do grau de concordância e/ou discordância, que foram sistematizadas, classificadas, tabuladas e dispostas em gráficos. Para aprofundar a pesquisa, usamos a entrevista semiestruturada, cujos dados foram submetidos à análise temática. Dentre as dificuldades apontadas, há ênfase na desvalorização docente, reforçada pela falta de reconhecimento, baixos salários e falta de tempo, uma vez que o professor se sente obrigado a assumir outras atividades além da docência. Quanto às demandas, os entrevistados assumem a necessidade de desenvolver seus saberes e práticas em docência e ressaltam a prática como eixo estruturante. Outro aspecto importante é a gestão das escolas médicas, que não é profissionalizada e não é reconhecida nem valorizada pela comunidade acadêmica. Neste contexto, a avaliação surge como uma importante estratégia de desenvolvimento docente, uma vez que estimula a reflexão sobre a própria prática, mas precisa de aprimoramento. Deu-se destaque à necessidade de investimento pessoal e institucional para que haja a indução e a sustentabilidade do processo de desenvolvimento docente. O resultado desta pesquisa aponta algumas propostas para os programas de desenvolvimento docente a serem oferecidos nos cursos que utilizam métodos ativos de ensino-aprendizagem na formação do médico. São necessários outros estudos que aprofundem a discussão destas propostas, uma vez que, nos métodos ativos, múltiplos são os interesses e grandes os desafios apontados.